José Ephim Mindlin
8/9/1914, São Paulo (SP) - 28/2/2010, São Paulo (SP)
Bacharelou-se em direito, em 1936, pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Era filho de judeus oriundos da cidade ucraniana de Odessa, os dentistas Ephim Mindlin e Fanny Mindlin. Trabalhou no campo da advocacia e, entre 1930 e 1934, foi jornalista no O Estado de S. Paulo. Em 1929 fez a cobertura para o jornal da quebra da bolsa de Nova York. Foi um dos fundadores da empresa Metal Leve S/A, além de um de seus presidentes. Com sede localizada em Mogi Guaçu, a empresa se especializou na produção de autopeças e, na década de 1990, foi adquirida pela empresa alemã Mahle. Foi secretário da cultura de São Paulo, mas demitiu-se em 1976, devido a um desentendimento com o governador Paulo Egydio Martins.
Notabilizou-se por sua enorme coleção de livros, reunida desde a infância, compreendendo um rico acervo sobre a história brasileira, inclusive com volumes bastante raros, como publicações do século XVII sobre as primeiras impressões dos padres jesuítas no Novo Mundo, jornais antigos e manuscritos de grandes obras literárias, como Sagarana, de Guimarães Rosa. Mindlin doou parte de sua coleção à Universidade de São Paulo, que será incorporada à Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. O acervo reúne aproximadamente 17.000 títulos. A doação foi fundamentada na visão que o bibliófilo tinha de sua coleção que, segundo ele, seria um bem público.
Entre 1973 e 1974, foi membro do Conselho Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Entre 1975 e 1976, foi diretor do Conselho de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, além de um dos fundadores e presidente honorário do Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa (UNIEMP). Foi integrante de diversas instituições, como o Instituto de Ciência Tecnológica, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq), o Conselho Internacional da FIAT, o Conselho do Banco Montreal, o Conselho Internacional do Unibanco e a Comissão Nacional de Tecnologia da Presidência da República. Além disso, assumiu por bastante tempo o cargo de vice-presidente da FIESP, além de ter sido Diretor Titular do Departamento de Comércio Exterior.
Nos últimos anos de sua vida, foi membro da Academia Brasileira de Ciências, do Museu de Arte Sacra de São Paulo, do Museu Lasar Segall, da Casa de Cultura de Israel, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Conselho da Vitae, da Diretoria da John Carter Brown Library, da Associação Internacional de Bibliófilos, do Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro, do Conselho da Sociedade Amigos da Biblioteca Nacional e do Conselho Internacional do Museu de Arte Moderna de Nova York. Foi ainda presidente de instituições de difusão cultural, como a Fundação Crespi Prado, a Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, o Conselho da Aliança Francesa de São Paulo e o Conselho Editorial EDUSP (Editora da Universidade de São Paulo).
Foi o quinto ocupante da cadeira número 26 da Academia Brasileira de letras, para a qual foi eleito no dia 20 de junho de 2006. Recebeu prêmios e homenagens de diversas instituições, como a Fundação Getúlio Vargas, a Escola de Administração de Empresas de São Paulo, a Brown University, a Universidade de Brasília, a Universidade de São Paulo e a Universidade de Tocantins. Foi o escolhido para Intelectual do Ano de 1998 pela premiação Juca Prato e foi o vencedor da Categoria Cultura do Prêmio Unesco de 2003. Recebeu a Medalha do Conhecimento pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ganhou o Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras.
Casou-se com Guita Kauffmann, que havia conhecido na Faculdade de Direito de São Paulo. Com ela teve quatro filhos: Betty, Diana, Sérgio e Sônia. Guita faleceu no dia 25 de junho de 2006.
Lançou, em 1998, o CD “Prazer e Poesia”. Publicou diversos artigos, realizou conferências no mundo todo e também se envolveu ativamente na promoção de edições de livros e revistas de arte. Escreveu, entre outras obras, “Uma Vida entre Livros – Reencontros com o tempo e Memórias Esparsas de uma Biblioteca” e “No mundo dos livros”.
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