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Luís Carlos Prestes

Militar e político

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Por Redação

Luís Carlos Prestes

3/1/1898, Porto Alegre (RS) - 7/3/1990, Rio de Janeiro (RJ)

Nasceu em Porto Alegre no dia 3 de janeiro de 1898. Perdeu o pai com apenas 10 anos, quando a família já havia se fixado no Rio de Janeiro. Ingressou no colégio um ano depois, e foi admitido na Escola Militar do Realengo em 1916.

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Em 1924, Prestes apoiou os revoltosos tenentistas paulistas e pegou em armas para comandar um levante no quartel de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Assim como muitos oficiais de baixa patente de sua época, Prestes estava insatisfeito com as condições materiais dos quartéis, além de repudiar a corrupção da República Velha. Liderando um bando de aproximadamente dois mil oficiais, Prestes marchou do Rio Grande do Sul até Foz do Iguaçu, onde se encontrou com os revoltosos paulistas, liderados por Miguel Costa. Formou-se então a célebre Coluna Prestes, que renderia ao então capitão o título de “cavaleiro da esperança”. A Coluna marchou por pelo menos 25 ,mil quilômetros. Ela lutou em 53 combates contra as tropas federais sem ser derrotada nenhuma vez. Em fevereiro de 1927, a coluna entrou em território boliviano e se dissolveu.

Em dezembro de 1927, Prestes, ainda na Bolívia, foi abordado pelo comunista brasileiro Astrogildo Pereira, que lhe apresentou a doutrina marxista pela primeira vez. Prestes rejeitou a proposta de entrar para o Partido Comunista mas, em seu exílio na Argentina, leu os clássicos do marxismo-leninismo e aderiu às ideologias da esquerda revolucionária. Prestes foi convidado, também, a participar da revolução de trinta, mas se recusou a fornecer seu apoio.

Após o exílio na América Latina, Prestes viajou, em 1931, para a União Soviética, onde trabalhou nas estatais russas e conheceu a militante alemã e sua futura esposa, Olga Benário. Em agosto de 1934, Prestes foi aceito no PCB. Retornou ao Brasil no final do mesmo ano. Lá, uniu-se a uma das maiores organizações de esquerda do país, a Aliança Nacional libertadora (ANL), fundada em 1935. Vargas declarou a ANL ilegal em 1935, após um discurso inflamado de Prestes, e mandou perseguir os militantes de esquerda.

Em novembro de 1935, eclodiram insurreições lideradas por comunistas no Rio Grande do Norte e em Pernambuco. Em solidariedade aos revoltosos do norte, Prestes liderou um movimento de quarteladas no Rio de Janeiro, mas todos os insurretos foram reprimidos rapidamente pela polícia varguista. A esposa de Prestes, Olga, foi presa e deportada para a Alemanha nazista, grávida de seis meses, onde morreu nos campos de concentração. A criança foi salva.

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Em 1943, Prestes foi eleito secretário-geral do PCB, cargo que assumiu até 1980. Foi anistiado por Vargas em 1945, e declarou-se favorável ao movimento queremista (Constituinte com Vargas). Nas eleições que seguiram, Prestes assumiu cargos parlamentares pelo PCB. Mas o partido viria a ser colocado na ilegalidade em 1947, e em 1950 seria decretada sua prisão preventiva. Casou-se pela segunda vez em 1953, apoiou os governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart e lutou pela implementação das reformas de base. Com o golpe de 1964, sua casa foi invadida, e passou a ser perseguido.

Prestes foi contra a tática de luta armada contra o regime militar. Fugiu do país em 1971, e se exilou na União Soviética. Retorna ao Brasil com a decretação da lei de anistia em 1979. Apoiou a campanha das “diretas já”, criticou José Sarney e aprovou as candidaturas de Brizola e Lula.

Faleceu no dia 7 de março de 1990, com displasia da medula óssea e crise renal. Foi personagem do romance “O Cavaleiro da Esperança”, escrito por Jorge Amado.

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