Victor Brecheret
22/2/1894, Viterbo (Itália) – 17/12/1955, São Paulo (SP)
O início da vida artística de Victor Brecheret ocorre em 1912, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, quando começa a trabalhar com desenho, entalhe em madeira e modelagem. No ano seguinte, Brecheret parte para Roma e se torna discípulo do escultor Arturo Dazzi. Ele monta na cidade o seu primeiro ateliê, em 1915, no local que havia sido anteriormente ocupado pelo escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, seguidor de Auguste Rodin. No ano seguinte, aos 22 anos, obtém o 1º lugar na Exposição Internacional de Belas-Artes em Roma, com a obra "Despertar".
Em 1919, participa da exposição Mostra Degli Stranieri all Casina del Pincio e uma de suas obrsa expostas, a "Medalha Comemorativa da Independência do Brasil", é adquirida pelo Museu de Haya, da Holanda. Neste mesmo ano, Brecheret retorna ao Brasil e instala seu ateliê no Palácio das Indústrias, com auxílio do arquiteto Ramos de Azevedo. Nesse período, conhece os jovens modernistas Menotti del Pichia, Di Cavalcanti e Oswald de Andrade, e se torna inspiração para personagens de romances de Oswald e Menotti.
Os poemas de Guilherme de Almeida também de Menotti del Pichia são traduzidos em escultura por Brecheret. A escultura "Cristo de Trancinhas" é considerada o elemento desencadeador dos primeiros versos da "Paulicéia Desvairada", de Mário de Andrade. Em julho de 1920, Brecheret elabora a maquete do "Monumento às Bandeiras", obra que foi desenvolvida pelo artista durante 30 anos. No ano seguinte, recebe uma bolsa do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e viaja para a França. Enquanto Brecheret permanece estudando em Paris, vinte de suas esculturas são expostas no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, durante a Semana de Arte Moderna de 1922.
Durante a estadia parisiense, de 1921 a 1926, Brecheret realiza diversas exposições no Salon d'Automme, e recebe prêmios pelas obras "Templo da Minha Raça" (1921) e "Sepultamento" (1922), sendo também premiado pela Sociedade dos Artistas Franceses. No ano em que retorna a São Paulo, faz sua primeira exposição individual na cidade. Em 1932, torna-se um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), organizando diversas exposições e propiciando o encontro entre diversos artistas e intelectuais. Recebe a Cruz da Legião de Honra da França em 1934, mesmo ano em que o governo francês adquire a escultura "Grupo" para o Musée du Jeu Pomme.
O artista participa das bienais de Veneza de 1950 e 1952, e é convidado para a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, recebendo o Prêmio Nacional de Escultura pelas obras "O Índio" e a "Suaçuapara". Durante as festividades do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro de 1953, inaugura a obra "Monumento às Bandeiras". Nesse mesmo ano também realiza a fachada do Jockey Clube da cidade.
Em 1955, participa da III Bienal Internacional de São Paulo e da mostra Artistes Brésiliens, em Paris, evento organizado pelos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro. No mesmo ano, Victor Brecheret, casado com Jurandir Brecheret e pai de Victor e Sandra, falece vítima de um enfarte. Dois anos depois, é homenageado na VI Bienal de São Paulo com uma Sala Especial onde são expostas 61 esculturas e vinte desenhos do artista.
Os espaços públicos da cidade de São Paulo possuem diversas obras do artista, tais como o "Monumento a Caxias" (1941-1960), na Praça Princesa "Isabel, a Eva" (1921), no Centro Cultural São Paulo, o "Fauno" (1942), no Parque Siqueira Campos, a "Via Crucis" (1946), na Capela do Hospital das Clínicas.
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