Estante: Das constituições ao livro perdido sobre o nazismo

Semanalmente, a equipe do ‘Aliás’ indica dez títulos lançados pelas editoras

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Foto do author Antonio Gonçalves Filho
Foto do author Matheus Lopes Quirino
Por Antonio Gonçalves Filho e Matheus Lopes Quirino
Atualização:

Ao Paraíso

Hanya Yanagihara

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Editora: Companhia das Letras

720 páginas. R$ 129,90

A escritora Hanya Yanagihara, nascida no Havaí, escreveu um romance denso que o escritor Edmund White classificou de “tão bom quanto ‘Guerra e Paz’”. Com tantas camadas históricas (de 1893 ao futuro, em 2093), Ao Paraíso fala de famílias alternativas, diversidade sexual, governos autoritários e atos revolucionários. (Antonio Gonçalves Filho)

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A Letra da Lei

Autor: Linda Colley

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Editora: Zahar

472 páginas. R$ 114,90

A historiadora inglesa Linda Colley assumiu a tarefa de contar como as constituições evoluíram nas sociedades modernas, a ponto de emancipar todas as mulheres da ilha Pitcairn, no Pacífico, em 1838. E destaca o papel que as constituições tiveram na literatura, mas não na emancipação de índios e escravizados. (A.G.F)

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Os dez títulos selecionados pela equipe do Aliás Foto: Estadão

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A Luta Verbal: A Preparação do Escritor

Autor: Raimundo Carrero

Editora Iluminuras

264 páginas. R$ 89

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O premiado escritor pernambucano Raimundo Carrero, aos 74 anos, analisa, em A Luta Verbal, não só as técnicas de escrita de Graciliano Ramos e Jorge Amado, mas de autores contemporâneos como Itamar Vieira Júnior. Carrero dá oficinas de criação literária e foi assessor de Gilberto Freyre. Tem muito a ensinar. (A.G.F)

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A Tragédia do Rei Christophe

Autor: Aimé Césaire

Editora Cobogó

240 páginas. R$ 68

O poeta, ensaísta e político caribenho Aimé Césaire foi um homem de incômoda independência ideológica que escreveu sobre o colonialismo, a condição do negro e uma peça, A Tragédia do Rei Christophe, ambientada no século 19, que fala do Haiti e dos esforços de africanos escravizados e sua resistência à violência colonial. (A.G.F)

O escritor Raimundo Carrero, autor de 'A Luta Verbal'  Foto: Roberta Guimaraes

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O Nascimento da Sociologia

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Johan Heilbron

Editora Edusp

448 páginas. R$ 84

Considerado um autor incontornável, o holandês Johan Heilbron escreveu O Nascimento da Sociologia em 1990, agora traduzido no Brasil. Das academias de filósofos do Antigo Regime aos pensadores do século 19, passando pelos positivistas, Heilbron reflete sobre a vida em sociedade com erudição e sensibilidade. (A.G.F)

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Abraço Apertado

Émile Ajar (Romain Gary)

Tradução de Rosa Freire D’Aguiar

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Editora: Todavia

224 páginas R$ 64,90 - R$ 39,90 (E-book)

Michel Cousin mora em um apartamento quarto-sala no centro de Paris com seu mascote, uma cobra píton de mais de dois metros de comprimento. É uma simpatia incomum, que intriga todos ao seu redor, rende burburinhos no trabalho, afinal, por que a fixação com um predador temido na natureza – ele leva na carteira uma foto 3x4 do animal. Gros-Câlin, que veio da África, é também uma metáfora criada por Émile Ajar, pseudônimo do escritor Romain Gary, autor de A Vida Pela Frente e As Pipas. (Matheus Lopes Quirino)

Romain Gary (1914-1980), escritor francês de origem russa, em sua casa na França um dia antes de cometer suicídio no dia 1 de dezembro de 1980 Foto: Roger Viollet

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A Árvore Mãe

Suzanne Simard

Tradução de Laura Teixeira Motta

Editora: Zahar

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408 páginas R$ 109,90 - R$ 44,90 (E-book)

A pesquisadora e ecologista Suzanne Simard deixa de lado o lugar comum de que o ser humano deve salvar o planeta e afirma que as árvores têm o poder de salvar os seres humanos. Por ironia, Simard é cria de uma família de madeireiros e, ao observar florestas desde pequena, passou a amá-las e pesquisar sobre seus complexos sistemas ecológicos, como a rede subterrânea de troncos e veios, em que elas trocam nutrientes. (M.L.Q)

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Dias de Areia

Aimée de Jongh

Tradução: Bruno Ferreira Castro e Fernando Scheibe

Editora: Nemo

288 páginas R$ 84,90 - R$ 59,90

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A Graphic Novel Dias de Areia, de Aimée de Jongh, mostra como a seca atingiu os Estados Unidos de maneira crítica na década de 1930. O fotógrafo John Clark, um jornalista em início de carreira, é escalado para cobrir o impacto das tempestades de areia na região do Dust Bowl, no centro do País. Lá, ele retrata a vida miserável dos sulistas, em atmosferas marcadas por preconceito, violência e segregação racial. Além do traço da cartunista, fotos da época mostram a dura realidade. (M.L.Q)

Chrysophyllum imperiale, a arvore do Imperador, queridinha de Dom Pedro II  Foto: Wilton Júnior/Estadão

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Cartas a um Jovem Poeta

Rainer Maria Rilke e Franz Caier Kappus

Tradução de Claudia Dornbusch

Editora: Planeta

208 páginas R$ 49,90

Os poetas Rainer Maria Rilke e Franz Kappus iniciaram uma das correspondências memoráveis da literatura. Era o ano de 1903, Rilke recebe uma carta do jovem candidato a escritor. E responde. A partir daí, os dois iniciam uma relação epistolar profunda, em que falam do poder da literatura, do amor, das angústias e da solidão. Esse também é um tratado da aprendizagem, onde um homem mais velho ensina o mais novo sobre as imperfeições da vida. (M.L.Q)

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O Passageiro

Ulrich Alexander Boschwitz

Tradução de Gisele Eberspächer

Editora: DBA

288 páginas R$ 59,90

Ulrich Alexander Boschwitz teve uma vida breve. Morreu aos 27 anos, quando se preparava para voltar à Inglaterra depois do exílio forçado na Austrália. Seu navio foi atingido por um projétil, uma história trágica. Seu nome, por muito tempo, ficou no anonimato, até o editor alemão Peter Graf publicar, em 2017, o thriller O Passageiro, que conta a história de Otto Silberman, judeu abastado que vê o embrião nazismo na Alemanha. A perseguição é inevitável, e Boschwitz mostra essa tensão página a página. Chiclete. (M.L.Q)

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