Fuga de Escadinha causou surpresa pela audácia


Traficante foi resgatado por helicóptero de presídio isolado na Ilha Grande em 1985

Por Carlos Eduardo Entini

Na tarde de 31 de dezembro de 1985, o traficante de drogas José Carlos do Reis Encina, o Escadinha, foi resgatado de helicóptero do extinto presídio Cândido Mendes na Ilha Grande, Rio de Janeiro. A fuga surpreendeu pela audácia. Pode-se dizer que o presídio da Ilha Grande, demolido em 1994, era de segurança máxima. O que dava total segurança era o isolamento do presídio e as dificuldades impostas pela natureza.

 

O instituto penal Cândido Mendes ficava na Vila Dois Rios, numa praia paradisíaca em formato de ferradura e, como o próprio nome diz, com dois riachos de águas cristalinas em cada canto da praia. Ao redor dele estavam as casas dos policiais e funcionários do presídio. Chegar lá não era simples. Da principal vila da ilha, Abraão, o trajeto era feito por mais de uma hora de caminhada entre picadas e sem nenhuma indicação de caminho. Só os funcionários do presídio e moradores da região dominavam o trajeto. Dificilmente algum preso escaparia por terra, pois além das barreiras naturais, qualquer estranho perambulando levantaria suspeitas dos moradores espalhados pelos vilarejos e dos funcionários do presídio e policiais que também viviam lá. Para piorar a vida de um aspirante à fuga, na ilha não existem estradas e é vetado o uso de automóveis.

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Quando se tentava fugir pelo mar os criminosos eram resgatados por lanchas. Mas era quase impossível atingir o continente. De Angra dos Reis ou Mangaratiba, as cidades mais próximas, o trajeto é de mais ou menos duas horas em embarcações de porte. Além do mais, o preso teria que primeiro fugir por terra para ir a outra parte da ilha, porque qualquer embarcação seria avistada na praia onde ficava o presídio. Nessas condições, a captura de fugitivos significava mais um resgate de náufragos. Os policiais não tinham muita pressa na busca, pois sabiam que eles não podiam ir longe. Mas a Ilha Grande tinha uma brecha, percebida pelos criminosos que elaboraram o plano de fuga de Escadinha. Não havia nenhuma proibição de voos na região. Foi o que fez o ladrão de carros e mentor do plano José Carlos Gregório, o Gordo. Dois meses antes da fuga, Gordo fizera alguns voos na região alegando que estava procurando terras para comprar. No dia da fuga, Escadinha escapou do presídio e foi para a praia Coroa Grande. Lá esperou Gordo que o resgatou. Por ironia do destino, Escadinha voltou ao presídio da mesma forma que fugiu: de helicóptero. Ele foi capturado no final de março numa cama de hospital, após ter levado dois tiros durante conflito entre a PM e seus comparsas, no morro do Juramento.

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Na tarde de 31 de dezembro de 1985, o traficante de drogas José Carlos do Reis Encina, o Escadinha, foi resgatado de helicóptero do extinto presídio Cândido Mendes na Ilha Grande, Rio de Janeiro. A fuga surpreendeu pela audácia. Pode-se dizer que o presídio da Ilha Grande, demolido em 1994, era de segurança máxima. O que dava total segurança era o isolamento do presídio e as dificuldades impostas pela natureza.

 

O instituto penal Cândido Mendes ficava na Vila Dois Rios, numa praia paradisíaca em formato de ferradura e, como o próprio nome diz, com dois riachos de águas cristalinas em cada canto da praia. Ao redor dele estavam as casas dos policiais e funcionários do presídio. Chegar lá não era simples. Da principal vila da ilha, Abraão, o trajeto era feito por mais de uma hora de caminhada entre picadas e sem nenhuma indicação de caminho. Só os funcionários do presídio e moradores da região dominavam o trajeto. Dificilmente algum preso escaparia por terra, pois além das barreiras naturais, qualquer estranho perambulando levantaria suspeitas dos moradores espalhados pelos vilarejos e dos funcionários do presídio e policiais que também viviam lá. Para piorar a vida de um aspirante à fuga, na ilha não existem estradas e é vetado o uso de automóveis.

 

Quando se tentava fugir pelo mar os criminosos eram resgatados por lanchas. Mas era quase impossível atingir o continente. De Angra dos Reis ou Mangaratiba, as cidades mais próximas, o trajeto é de mais ou menos duas horas em embarcações de porte. Além do mais, o preso teria que primeiro fugir por terra para ir a outra parte da ilha, porque qualquer embarcação seria avistada na praia onde ficava o presídio. Nessas condições, a captura de fugitivos significava mais um resgate de náufragos. Os policiais não tinham muita pressa na busca, pois sabiam que eles não podiam ir longe. Mas a Ilha Grande tinha uma brecha, percebida pelos criminosos que elaboraram o plano de fuga de Escadinha. Não havia nenhuma proibição de voos na região. Foi o que fez o ladrão de carros e mentor do plano José Carlos Gregório, o Gordo. Dois meses antes da fuga, Gordo fizera alguns voos na região alegando que estava procurando terras para comprar. No dia da fuga, Escadinha escapou do presídio e foi para a praia Coroa Grande. Lá esperou Gordo que o resgatou. Por ironia do destino, Escadinha voltou ao presídio da mesma forma que fugiu: de helicóptero. Ele foi capturado no final de março numa cama de hospital, após ter levado dois tiros durante conflito entre a PM e seus comparsas, no morro do Juramento.

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Na tarde de 31 de dezembro de 1985, o traficante de drogas José Carlos do Reis Encina, o Escadinha, foi resgatado de helicóptero do extinto presídio Cândido Mendes na Ilha Grande, Rio de Janeiro. A fuga surpreendeu pela audácia. Pode-se dizer que o presídio da Ilha Grande, demolido em 1994, era de segurança máxima. O que dava total segurança era o isolamento do presídio e as dificuldades impostas pela natureza.

 

O instituto penal Cândido Mendes ficava na Vila Dois Rios, numa praia paradisíaca em formato de ferradura e, como o próprio nome diz, com dois riachos de águas cristalinas em cada canto da praia. Ao redor dele estavam as casas dos policiais e funcionários do presídio. Chegar lá não era simples. Da principal vila da ilha, Abraão, o trajeto era feito por mais de uma hora de caminhada entre picadas e sem nenhuma indicação de caminho. Só os funcionários do presídio e moradores da região dominavam o trajeto. Dificilmente algum preso escaparia por terra, pois além das barreiras naturais, qualquer estranho perambulando levantaria suspeitas dos moradores espalhados pelos vilarejos e dos funcionários do presídio e policiais que também viviam lá. Para piorar a vida de um aspirante à fuga, na ilha não existem estradas e é vetado o uso de automóveis.

 

Quando se tentava fugir pelo mar os criminosos eram resgatados por lanchas. Mas era quase impossível atingir o continente. De Angra dos Reis ou Mangaratiba, as cidades mais próximas, o trajeto é de mais ou menos duas horas em embarcações de porte. Além do mais, o preso teria que primeiro fugir por terra para ir a outra parte da ilha, porque qualquer embarcação seria avistada na praia onde ficava o presídio. Nessas condições, a captura de fugitivos significava mais um resgate de náufragos. Os policiais não tinham muita pressa na busca, pois sabiam que eles não podiam ir longe. Mas a Ilha Grande tinha uma brecha, percebida pelos criminosos que elaboraram o plano de fuga de Escadinha. Não havia nenhuma proibição de voos na região. Foi o que fez o ladrão de carros e mentor do plano José Carlos Gregório, o Gordo. Dois meses antes da fuga, Gordo fizera alguns voos na região alegando que estava procurando terras para comprar. No dia da fuga, Escadinha escapou do presídio e foi para a praia Coroa Grande. Lá esperou Gordo que o resgatou. Por ironia do destino, Escadinha voltou ao presídio da mesma forma que fugiu: de helicóptero. Ele foi capturado no final de março numa cama de hospital, após ter levado dois tiros durante conflito entre a PM e seus comparsas, no morro do Juramento.

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O instituto penal Cândido Mendes ficava na Vila Dois Rios, numa praia paradisíaca em formato de ferradura e, como o próprio nome diz, com dois riachos de águas cristalinas em cada canto da praia. Ao redor dele estavam as casas dos policiais e funcionários do presídio. Chegar lá não era simples. Da principal vila da ilha, Abraão, o trajeto era feito por mais de uma hora de caminhada entre picadas e sem nenhuma indicação de caminho. Só os funcionários do presídio e moradores da região dominavam o trajeto. Dificilmente algum preso escaparia por terra, pois além das barreiras naturais, qualquer estranho perambulando levantaria suspeitas dos moradores espalhados pelos vilarejos e dos funcionários do presídio e policiais que também viviam lá. Para piorar a vida de um aspirante à fuga, na ilha não existem estradas e é vetado o uso de automóveis.

 

Quando se tentava fugir pelo mar os criminosos eram resgatados por lanchas. Mas era quase impossível atingir o continente. De Angra dos Reis ou Mangaratiba, as cidades mais próximas, o trajeto é de mais ou menos duas horas em embarcações de porte. Além do mais, o preso teria que primeiro fugir por terra para ir a outra parte da ilha, porque qualquer embarcação seria avistada na praia onde ficava o presídio. Nessas condições, a captura de fugitivos significava mais um resgate de náufragos. Os policiais não tinham muita pressa na busca, pois sabiam que eles não podiam ir longe. Mas a Ilha Grande tinha uma brecha, percebida pelos criminosos que elaboraram o plano de fuga de Escadinha. Não havia nenhuma proibição de voos na região. Foi o que fez o ladrão de carros e mentor do plano José Carlos Gregório, o Gordo. Dois meses antes da fuga, Gordo fizera alguns voos na região alegando que estava procurando terras para comprar. No dia da fuga, Escadinha escapou do presídio e foi para a praia Coroa Grande. Lá esperou Gordo que o resgatou. Por ironia do destino, Escadinha voltou ao presídio da mesma forma que fugiu: de helicóptero. Ele foi capturado no final de março numa cama de hospital, após ter levado dois tiros durante conflito entre a PM e seus comparsas, no morro do Juramento.

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