Gol de placa: conheça a história do gol de Pelé que originou a expressão


Jogada magistral do craque contra o Fluminense aconteceu em 5 de março de 1961 no Maracanã

Por Acervo
Ogol de placa de Peléno jornal de 7/3/1961 Foto: Acervo Estadão

Domingo, 5 de março de 1961. Fluminense e Santos jogam no Maracanã pelo Torneio Rio-São Paulo. A equipe santista vencia por um a zero [gol de Pelé aos três minutos], quando o craque recebe a bola ainda em sua intermediária aos 41 minutos e dispara em direção aos adversários, driblando sete jogadores. Quando a jogada terminou com a bola no gol do Fluminense, as duas torcidas, extasiadas com a jogada, aplaudiram em pé aquele que é considerado um dos mais belos gols do futebol: o gol de placa de Pelé.

O Santos venceria o jogo por 3 a 1, com mais um gol de Pepe para o Santos e outro de Valdo para o Fluminense no segundo tempo. O placar, no entanto, não importava. O que ficou para a história foi o magnífico gol de Pelé, como escreveu o Estadão sobre o arremate da jogada:  "Pelé marca o segundo ponto do Santos, após dominar Pinheiro, Altair, Edmilson e Clóvis. Castilho ainda tentou cobrir a visão do avante santista, mas o chute foi tão perfeito quanto a jogada que o propiciou".

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Poema - No extinto Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, dirigido por Mario Filho, irmão do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, que assistia ao jogo e tem participação na história da placa para o gol, sob a foto da bola na rede e o goleiro caído na capa, lia-se : "Êste goal de Pelé valeu o espetáculo e três vezes mais o preço do ingresso". Na segunda página, uma frase do jornalista Teixeira Heizer reproduzida na coluna Som e Imagem descrevia a jogada assim: "O segundo goal foi um poema. Apanhando a bola na sua área, veio caminhando como quis e quando quis - e só resolveu chutar porque se não chutasse não teria graça. E só esse tento pagaria qualquer preço majorado no Maracanã." 

Ilustração de Baptistãorecria a jogada de Pelé Foto: Baptistão/Estadão

Em 2001, o repórter Wagner Vilaron, do Estadão, entrevistou  jogadores que participaram da partida e o jornalista Joelmir Beting [1936-2012], que também estava no Maracanã e criou a placa em homenagem a Pelé, para contar como foi o gol que entrou para a História. A reportagem ainda contou com uma ilustração do artista Baptistão para recriar a jogada e a sequência de quatro fotos do gol que acompanhava uma placa que substituiu a original no Maracanã naquela época. 

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 “É o tipo de lance que, para quem gosta de futebol, deve ser admirado, mesmo que seja do time adversário”, observou o ex-meia santista Mengálvio, um dos 22 jogadores que disputaram a histórica partidaComo apenas a conclusão foi registrada em vídeo, há divergências de relatos sobre toda a jogada que originou o gol.  Joelmir Beting assegurava que Pelé driblou alguns jogadores por mais de uma vez. Outros, caso de Mengálvio, dizem que o que houve foi destreza na proteção da bola, e não exatamente dribles. “Ele partiu com a bola dominada e, com o corpo, a protegia da marcação. Até que chegou ao gol”.

Até os adversários reconheciam a beleza da jogada de Pelé. “Foi uma jogada que mereceu mesmo uma placa, já que fazer um gol naquela defesa não era missão muito fácil”, observou o ex-zagueiro Jair Marinho em 2001.  Mostrando-se dono de memória privilegiada, ele nominou os companheiros que o Atleta do Século deixou para trás. O primeiro da lista foi o meia Edmílson, encarregado da marcação de Pelé. Na seqüência, vieram os meias de ligação Paulinho e Clóvis, o lateral-esquerdo Altair e o zagueiro Pinheiro. “O Pelé me conhecia e quando cheguei na cobertura ele não me driblou. Tocou no canto do Castilho”, garantiu.

Para Altair, um dos driblados, a forma como as equipes jogavam na época possibilitou a realização e conclusão do gol de placa. Segundo ele, não existia a filosofia de interromper a jogada após o primeiro drible, como acontece no futebol atual. “Hoje em dia, fazer uma jogada como aquela seria quase impossível”, afirmou.

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Primeira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Segundadas quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Terceira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
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Quarta das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução

A ideia da placa - Por muito tempo, o jornalista Joelmir Beting foi erroneamente citado como o autor da expressão “gol de placa”. Ele próprio esclareceu o assunto na reportagem de 2001. “Na realidade, não criei essa frase. O que aconteceu foi que tive a idéia de fazer uma placa em alusão ao gol marcado pelo Pelé”, explicou. “Depois disso, a cada belo gol, os locutores esportivos passavam a dizer ‘esse também merece uma placa’, criando-se, assim, a famosa expressão.”

O jornalista na época trabalhava no diário esportivo paulista O Esporte, como repórter responsável pela cobertura do Santos. Na época, o Torneio Rio-São Paulo tinha importância e representatividade maiores. Por isso, ele foi escalado para ir ao Rio acompanhar a partida entre Fluminense e Santos. Além de escrever sobre o jogo, o jovem Joelmir devia mencionar em seu texto a forma como o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues comportava-se na tribuna de imprensa. A estratégia? Sentar-se ao lado do ídolo. “Ele também me admirava e via em mim uma espécie de discípulo”.

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Em meio aos aplausos dos torcedores que lotavam o Maracanã, Beting contou a Vilaron que ouviu um lamento solitário. “Essa obra vai ficar sem memória”, bradava Nelson Rodrigues, indignado. “Onde está o Canal 100?”, perguntava a todos, referindo-se à produtora que fazia sucesso gravando imagens dos jogos e exibindo-as nas salas de cinema antes dos filmes. O Canal 100 estava lá, mas como era costume da produção, registrava-se na maioria das vezes apenas as cenas que aconteciam dentro da área. “Mas, naquele caso, isso não era suficiente, pois a virtude da jogada foi a forma como ela foi construída, os dribles. Por isso o Nelson insistia naquela história de que a obra iria ficar sem memória”, contou Joelmir.

O mais bonito da história - A frase do dramaturgo acompanhou o jovem jornalista por dois dias. Até que encontrou a solução para eternizar a jogada: uma placa de bronze que registraria o fato. Rapidamente levou a idéia ao editor de O Esporte, Walter Lacerda, que a aprovou prontamente, assegurando que o jornal arcaria com as despesas.  Joelmir, então, providenciou a confecção da peça com a inscrição "Neste campo no dia  5-3-1961 Pelé marcou o tento mais bonito da história do Maracanã", que ficaria exposta no saguão de entrada do Maracanã.

A placa seria descerrada pelo próprio Pelé no domingo seguinte, quando o Santos voltaria ao estádio para enfrentar o Vasco.  “Viajei com ela na minha mala. Chegando lá, providenciamos dois pregos, uma toalha de banho, pois não tínhamos aquela cortininha, e barbante. Assim foi feita a cerimônia”, recordou, acrescentando que que não teve as despesas reembolsadas pelo jornal. Em 2001, quando a reportagem foi publicada, a placa original estava recolhida no acervo do extinto Museu do Futebol no Maracanã. Em seu lugar, junto a quatro fotos do gol, uma placa descerrada por Pelé nos 50 anos do estádio a substituía.  

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Anos depois, Pelé agradeceu a homenagem presenteando o jornalista com uma placa de acrílico com a seguinte inscrição: “Ao Joelmir Beting, o idealizador da placa do Gol de Placa, o reconhecimento de quem fez o gol. Minha gratidão por essa homenagem eterna... Pelé”.

Placa em homenagem ao gol de Pelé quesubstituíaa originalno Maracanã em 2001 Foto: Wilton Junior/Estadão

 

Pelé em 100 fotos do Estadão

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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domicio Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
6 | 100

Pelé e Garrincha

Foto: Carlos Chicarino/Estadão
7 | 100

Pelé e Kelly Cristina

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

Foto: Oswaldo Palermo/AE
10 | 100

Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo Estadão
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Copa do Chile (1962)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Casamento do Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no Chile

Foto: Reginaldo Manente/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
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Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Coutinho

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Tostão

Foto: Domício PInheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo
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Pelé e Xuxa

Foto: Rodney Mello/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé goleiro

Foto: Acervo/Estadão
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Seleção (1960)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e Bellini

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé faz alongamento

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Soco no ar

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé em campo

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé se despede da Seleção

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no refeitório

Foto: Domício Pinheiro
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O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Gérson

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé universitário

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no treino

Foto: Alberto Marques/Estadão
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Jogadores leem o Estadão

Foto: Acervo/Estadão
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Cartas para Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e seus fãs

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé distribue autógrafos

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé é examinado

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no Chile

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
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Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé na rádio Eldorado

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé à mesa

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
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Pelá no ataque

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé e Eder Jofre

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1974)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé (1960)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1959)

Foto: Acervo/Estadão
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Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
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Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
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Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
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Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
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Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

Leia também:>> Pelé: o destino do craque numa página do Estadão 

>> O gol mais bonito e imaginado de Pelé

>> Mundo parou para ver o milésimo gol de Pelé

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Ogol de placa de Peléno jornal de 7/3/1961 Foto: Acervo Estadão

Domingo, 5 de março de 1961. Fluminense e Santos jogam no Maracanã pelo Torneio Rio-São Paulo. A equipe santista vencia por um a zero [gol de Pelé aos três minutos], quando o craque recebe a bola ainda em sua intermediária aos 41 minutos e dispara em direção aos adversários, driblando sete jogadores. Quando a jogada terminou com a bola no gol do Fluminense, as duas torcidas, extasiadas com a jogada, aplaudiram em pé aquele que é considerado um dos mais belos gols do futebol: o gol de placa de Pelé.

O Santos venceria o jogo por 3 a 1, com mais um gol de Pepe para o Santos e outro de Valdo para o Fluminense no segundo tempo. O placar, no entanto, não importava. O que ficou para a história foi o magnífico gol de Pelé, como escreveu o Estadão sobre o arremate da jogada:  "Pelé marca o segundo ponto do Santos, após dominar Pinheiro, Altair, Edmilson e Clóvis. Castilho ainda tentou cobrir a visão do avante santista, mas o chute foi tão perfeito quanto a jogada que o propiciou".

Poema - No extinto Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, dirigido por Mario Filho, irmão do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, que assistia ao jogo e tem participação na história da placa para o gol, sob a foto da bola na rede e o goleiro caído na capa, lia-se : "Êste goal de Pelé valeu o espetáculo e três vezes mais o preço do ingresso". Na segunda página, uma frase do jornalista Teixeira Heizer reproduzida na coluna Som e Imagem descrevia a jogada assim: "O segundo goal foi um poema. Apanhando a bola na sua área, veio caminhando como quis e quando quis - e só resolveu chutar porque se não chutasse não teria graça. E só esse tento pagaria qualquer preço majorado no Maracanã." 

Ilustração de Baptistãorecria a jogada de Pelé Foto: Baptistão/Estadão

Em 2001, o repórter Wagner Vilaron, do Estadão, entrevistou  jogadores que participaram da partida e o jornalista Joelmir Beting [1936-2012], que também estava no Maracanã e criou a placa em homenagem a Pelé, para contar como foi o gol que entrou para a História. A reportagem ainda contou com uma ilustração do artista Baptistão para recriar a jogada e a sequência de quatro fotos do gol que acompanhava uma placa que substituiu a original no Maracanã naquela época. 

 “É o tipo de lance que, para quem gosta de futebol, deve ser admirado, mesmo que seja do time adversário”, observou o ex-meia santista Mengálvio, um dos 22 jogadores que disputaram a histórica partidaComo apenas a conclusão foi registrada em vídeo, há divergências de relatos sobre toda a jogada que originou o gol.  Joelmir Beting assegurava que Pelé driblou alguns jogadores por mais de uma vez. Outros, caso de Mengálvio, dizem que o que houve foi destreza na proteção da bola, e não exatamente dribles. “Ele partiu com a bola dominada e, com o corpo, a protegia da marcação. Até que chegou ao gol”.

Até os adversários reconheciam a beleza da jogada de Pelé. “Foi uma jogada que mereceu mesmo uma placa, já que fazer um gol naquela defesa não era missão muito fácil”, observou o ex-zagueiro Jair Marinho em 2001.  Mostrando-se dono de memória privilegiada, ele nominou os companheiros que o Atleta do Século deixou para trás. O primeiro da lista foi o meia Edmílson, encarregado da marcação de Pelé. Na seqüência, vieram os meias de ligação Paulinho e Clóvis, o lateral-esquerdo Altair e o zagueiro Pinheiro. “O Pelé me conhecia e quando cheguei na cobertura ele não me driblou. Tocou no canto do Castilho”, garantiu.

Para Altair, um dos driblados, a forma como as equipes jogavam na época possibilitou a realização e conclusão do gol de placa. Segundo ele, não existia a filosofia de interromper a jogada após o primeiro drible, como acontece no futebol atual. “Hoje em dia, fazer uma jogada como aquela seria quase impossível”, afirmou.

Primeira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Segundadas quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Terceira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Quarta das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução

A ideia da placa - Por muito tempo, o jornalista Joelmir Beting foi erroneamente citado como o autor da expressão “gol de placa”. Ele próprio esclareceu o assunto na reportagem de 2001. “Na realidade, não criei essa frase. O que aconteceu foi que tive a idéia de fazer uma placa em alusão ao gol marcado pelo Pelé”, explicou. “Depois disso, a cada belo gol, os locutores esportivos passavam a dizer ‘esse também merece uma placa’, criando-se, assim, a famosa expressão.”

O jornalista na época trabalhava no diário esportivo paulista O Esporte, como repórter responsável pela cobertura do Santos. Na época, o Torneio Rio-São Paulo tinha importância e representatividade maiores. Por isso, ele foi escalado para ir ao Rio acompanhar a partida entre Fluminense e Santos. Além de escrever sobre o jogo, o jovem Joelmir devia mencionar em seu texto a forma como o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues comportava-se na tribuna de imprensa. A estratégia? Sentar-se ao lado do ídolo. “Ele também me admirava e via em mim uma espécie de discípulo”.

Em meio aos aplausos dos torcedores que lotavam o Maracanã, Beting contou a Vilaron que ouviu um lamento solitário. “Essa obra vai ficar sem memória”, bradava Nelson Rodrigues, indignado. “Onde está o Canal 100?”, perguntava a todos, referindo-se à produtora que fazia sucesso gravando imagens dos jogos e exibindo-as nas salas de cinema antes dos filmes. O Canal 100 estava lá, mas como era costume da produção, registrava-se na maioria das vezes apenas as cenas que aconteciam dentro da área. “Mas, naquele caso, isso não era suficiente, pois a virtude da jogada foi a forma como ela foi construída, os dribles. Por isso o Nelson insistia naquela história de que a obra iria ficar sem memória”, contou Joelmir.

O mais bonito da história - A frase do dramaturgo acompanhou o jovem jornalista por dois dias. Até que encontrou a solução para eternizar a jogada: uma placa de bronze que registraria o fato. Rapidamente levou a idéia ao editor de O Esporte, Walter Lacerda, que a aprovou prontamente, assegurando que o jornal arcaria com as despesas.  Joelmir, então, providenciou a confecção da peça com a inscrição "Neste campo no dia  5-3-1961 Pelé marcou o tento mais bonito da história do Maracanã", que ficaria exposta no saguão de entrada do Maracanã.

A placa seria descerrada pelo próprio Pelé no domingo seguinte, quando o Santos voltaria ao estádio para enfrentar o Vasco.  “Viajei com ela na minha mala. Chegando lá, providenciamos dois pregos, uma toalha de banho, pois não tínhamos aquela cortininha, e barbante. Assim foi feita a cerimônia”, recordou, acrescentando que que não teve as despesas reembolsadas pelo jornal. Em 2001, quando a reportagem foi publicada, a placa original estava recolhida no acervo do extinto Museu do Futebol no Maracanã. Em seu lugar, junto a quatro fotos do gol, uma placa descerrada por Pelé nos 50 anos do estádio a substituía.  

Anos depois, Pelé agradeceu a homenagem presenteando o jornalista com uma placa de acrílico com a seguinte inscrição: “Ao Joelmir Beting, o idealizador da placa do Gol de Placa, o reconhecimento de quem fez o gol. Minha gratidão por essa homenagem eterna... Pelé”.

Placa em homenagem ao gol de Pelé quesubstituíaa originalno Maracanã em 2001 Foto: Wilton Junior/Estadão

 

Pelé em 100 fotos do Estadão

1 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domicio Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Garrincha

Foto: Carlos Chicarino/Estadão
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Pelé e Kelly Cristina

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

Foto: Oswaldo Palermo/AE
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo Estadão
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Copa do Chile (1962)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Casamento do Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no Chile

Foto: Reginaldo Manente/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
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Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Coutinho

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Tostão

Foto: Domício PInheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo
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Pelé e Xuxa

Foto: Rodney Mello/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé goleiro

Foto: Acervo/Estadão
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Seleção (1960)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e Bellini

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Pelé faz alongamento

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Soco no ar

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé em campo

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé se despede da Seleção

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no refeitório

Foto: Domício Pinheiro
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O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
48 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
49 | 100

Pelé e Gérson

Foto: Acervo/Estadão
50 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
51 | 100

Pelé universitário

Foto: Acervo/Estadão
52 | 100

Pelé no treino

Foto: Alberto Marques/Estadão
53 | 100

Jogadores leem o Estadão

Foto: Acervo/Estadão
54 | 100

Cartas para Pelé

Foto: Acervo/Estadão
55 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
56 | 100

Pelé e seus fãs

Foto: Acervo/Estadão
57 | 100

Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
58 | 100

Pelé distribue autógrafos

Foto: Acervo/Estadão
59 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
60 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
61 | 100

Pelé é examinado

Foto: Acervo/Estadão
62 | 100

Pelé no Chile

Foto: Acervo/Estadão
63 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
64 | 100

Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
65 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
66 | 100

Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
67 | 100

Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
68 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
69 | 100

Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
70 | 100

Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
71 | 100

Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
72 | 100

Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
73 | 100

Pelé na rádio Eldorado

Foto: Acervo/Estadão
74 | 100

Pelé à mesa

Foto: Acervo/Estadão
75 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
76 | 100

Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
77 | 100

Pelá no ataque

Foto: Acervo/Estadão
78 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
79 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
80 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
81 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
82 | 100

Pelé e Eder Jofre

Foto: Acervo/Estadão
83 | 100

Pelé (1974)

Foto: Acervo/Estadão
84 | 100

Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
85 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
86 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
87 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
88 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
89 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
90 | 100

Pelé (1960)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
91 | 100

Pelé (1959)

Foto: Acervo/Estadão
92 | 100

Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
93 | 100

Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
94 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
95 | 100

Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
96 | 100

Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
97 | 100

Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
98 | 100

Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
99 | 100

Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
100 | 100

Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

Leia também:>> Pelé: o destino do craque numa página do Estadão 

>> O gol mais bonito e imaginado de Pelé

>> Mundo parou para ver o milésimo gol de Pelé

>> A despedida de Pelé em fotos exclusivas

>> A escolha de Pelé como Atleta do Século

+ ACERVO

> Veja o jornal do dia que você nasceu

> Capas históricas

> Todas as edições desde 1875

Ogol de placa de Peléno jornal de 7/3/1961 Foto: Acervo Estadão

Domingo, 5 de março de 1961. Fluminense e Santos jogam no Maracanã pelo Torneio Rio-São Paulo. A equipe santista vencia por um a zero [gol de Pelé aos três minutos], quando o craque recebe a bola ainda em sua intermediária aos 41 minutos e dispara em direção aos adversários, driblando sete jogadores. Quando a jogada terminou com a bola no gol do Fluminense, as duas torcidas, extasiadas com a jogada, aplaudiram em pé aquele que é considerado um dos mais belos gols do futebol: o gol de placa de Pelé.

O Santos venceria o jogo por 3 a 1, com mais um gol de Pepe para o Santos e outro de Valdo para o Fluminense no segundo tempo. O placar, no entanto, não importava. O que ficou para a história foi o magnífico gol de Pelé, como escreveu o Estadão sobre o arremate da jogada:  "Pelé marca o segundo ponto do Santos, após dominar Pinheiro, Altair, Edmilson e Clóvis. Castilho ainda tentou cobrir a visão do avante santista, mas o chute foi tão perfeito quanto a jogada que o propiciou".

Poema - No extinto Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, dirigido por Mario Filho, irmão do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, que assistia ao jogo e tem participação na história da placa para o gol, sob a foto da bola na rede e o goleiro caído na capa, lia-se : "Êste goal de Pelé valeu o espetáculo e três vezes mais o preço do ingresso". Na segunda página, uma frase do jornalista Teixeira Heizer reproduzida na coluna Som e Imagem descrevia a jogada assim: "O segundo goal foi um poema. Apanhando a bola na sua área, veio caminhando como quis e quando quis - e só resolveu chutar porque se não chutasse não teria graça. E só esse tento pagaria qualquer preço majorado no Maracanã." 

Ilustração de Baptistãorecria a jogada de Pelé Foto: Baptistão/Estadão

Em 2001, o repórter Wagner Vilaron, do Estadão, entrevistou  jogadores que participaram da partida e o jornalista Joelmir Beting [1936-2012], que também estava no Maracanã e criou a placa em homenagem a Pelé, para contar como foi o gol que entrou para a História. A reportagem ainda contou com uma ilustração do artista Baptistão para recriar a jogada e a sequência de quatro fotos do gol que acompanhava uma placa que substituiu a original no Maracanã naquela época. 

 “É o tipo de lance que, para quem gosta de futebol, deve ser admirado, mesmo que seja do time adversário”, observou o ex-meia santista Mengálvio, um dos 22 jogadores que disputaram a histórica partidaComo apenas a conclusão foi registrada em vídeo, há divergências de relatos sobre toda a jogada que originou o gol.  Joelmir Beting assegurava que Pelé driblou alguns jogadores por mais de uma vez. Outros, caso de Mengálvio, dizem que o que houve foi destreza na proteção da bola, e não exatamente dribles. “Ele partiu com a bola dominada e, com o corpo, a protegia da marcação. Até que chegou ao gol”.

Até os adversários reconheciam a beleza da jogada de Pelé. “Foi uma jogada que mereceu mesmo uma placa, já que fazer um gol naquela defesa não era missão muito fácil”, observou o ex-zagueiro Jair Marinho em 2001.  Mostrando-se dono de memória privilegiada, ele nominou os companheiros que o Atleta do Século deixou para trás. O primeiro da lista foi o meia Edmílson, encarregado da marcação de Pelé. Na seqüência, vieram os meias de ligação Paulinho e Clóvis, o lateral-esquerdo Altair e o zagueiro Pinheiro. “O Pelé me conhecia e quando cheguei na cobertura ele não me driblou. Tocou no canto do Castilho”, garantiu.

Para Altair, um dos driblados, a forma como as equipes jogavam na época possibilitou a realização e conclusão do gol de placa. Segundo ele, não existia a filosofia de interromper a jogada após o primeiro drible, como acontece no futebol atual. “Hoje em dia, fazer uma jogada como aquela seria quase impossível”, afirmou.

Primeira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Segundadas quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Terceira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Quarta das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução

A ideia da placa - Por muito tempo, o jornalista Joelmir Beting foi erroneamente citado como o autor da expressão “gol de placa”. Ele próprio esclareceu o assunto na reportagem de 2001. “Na realidade, não criei essa frase. O que aconteceu foi que tive a idéia de fazer uma placa em alusão ao gol marcado pelo Pelé”, explicou. “Depois disso, a cada belo gol, os locutores esportivos passavam a dizer ‘esse também merece uma placa’, criando-se, assim, a famosa expressão.”

O jornalista na época trabalhava no diário esportivo paulista O Esporte, como repórter responsável pela cobertura do Santos. Na época, o Torneio Rio-São Paulo tinha importância e representatividade maiores. Por isso, ele foi escalado para ir ao Rio acompanhar a partida entre Fluminense e Santos. Além de escrever sobre o jogo, o jovem Joelmir devia mencionar em seu texto a forma como o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues comportava-se na tribuna de imprensa. A estratégia? Sentar-se ao lado do ídolo. “Ele também me admirava e via em mim uma espécie de discípulo”.

Em meio aos aplausos dos torcedores que lotavam o Maracanã, Beting contou a Vilaron que ouviu um lamento solitário. “Essa obra vai ficar sem memória”, bradava Nelson Rodrigues, indignado. “Onde está o Canal 100?”, perguntava a todos, referindo-se à produtora que fazia sucesso gravando imagens dos jogos e exibindo-as nas salas de cinema antes dos filmes. O Canal 100 estava lá, mas como era costume da produção, registrava-se na maioria das vezes apenas as cenas que aconteciam dentro da área. “Mas, naquele caso, isso não era suficiente, pois a virtude da jogada foi a forma como ela foi construída, os dribles. Por isso o Nelson insistia naquela história de que a obra iria ficar sem memória”, contou Joelmir.

O mais bonito da história - A frase do dramaturgo acompanhou o jovem jornalista por dois dias. Até que encontrou a solução para eternizar a jogada: uma placa de bronze que registraria o fato. Rapidamente levou a idéia ao editor de O Esporte, Walter Lacerda, que a aprovou prontamente, assegurando que o jornal arcaria com as despesas.  Joelmir, então, providenciou a confecção da peça com a inscrição "Neste campo no dia  5-3-1961 Pelé marcou o tento mais bonito da história do Maracanã", que ficaria exposta no saguão de entrada do Maracanã.

A placa seria descerrada pelo próprio Pelé no domingo seguinte, quando o Santos voltaria ao estádio para enfrentar o Vasco.  “Viajei com ela na minha mala. Chegando lá, providenciamos dois pregos, uma toalha de banho, pois não tínhamos aquela cortininha, e barbante. Assim foi feita a cerimônia”, recordou, acrescentando que que não teve as despesas reembolsadas pelo jornal. Em 2001, quando a reportagem foi publicada, a placa original estava recolhida no acervo do extinto Museu do Futebol no Maracanã. Em seu lugar, junto a quatro fotos do gol, uma placa descerrada por Pelé nos 50 anos do estádio a substituía.  

Anos depois, Pelé agradeceu a homenagem presenteando o jornalista com uma placa de acrílico com a seguinte inscrição: “Ao Joelmir Beting, o idealizador da placa do Gol de Placa, o reconhecimento de quem fez o gol. Minha gratidão por essa homenagem eterna... Pelé”.

Placa em homenagem ao gol de Pelé quesubstituíaa originalno Maracanã em 2001 Foto: Wilton Junior/Estadão

 

Pelé em 100 fotos do Estadão

1 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
2 | 100

Pelé

Foto: Domicio Pinheiro/ Estadão
3 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
4 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
5 | 100

Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
6 | 100

Pelé e Garrincha

Foto: Carlos Chicarino/Estadão
7 | 100

Pelé e Kelly Cristina

Foto: Acervo/Estadão
8 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
9 | 100

Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

Foto: Oswaldo Palermo/AE
10 | 100

Pelé

Foto: Acervo/AE
11 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
12 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
13 | 100

Pelé

Foto: Acervo/AE
14 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
15 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
16 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
17 | 100

Pelé

Foto: Acervo Estadão
18 | 100

Copa do Chile (1962)

Foto: Acervo/Estadão
19 | 100

Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
20 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
21 | 100

Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
22 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
23 | 100

Casamento do Pelé

Foto: Acervo/Estadão
24 | 100

Pelé no Chile

Foto: Reginaldo Manente/ Estadão
25 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
26 | 100

Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
27 | 100

Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
28 | 100

Pelé e Coutinho

Foto: Acervo/Estadão
29 | 100

Pelé e Tostão

Foto: Domício PInheiro/Estadão
30 | 100

Pelé

Foto: Acervo/ Estadão
31 | 100

Pelé

Foto: Acervo
32 | 100

Pelé e Xuxa

Foto: Rodney Mello/ Estadão
33 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
34 | 100

Pelé goleiro

Foto: Acervo/Estadão
35 | 100

Seleção (1960)

Foto: Acervo/Estadão
36 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
37 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
38 | 100

Pelé e Bellini

Foto: Acervo/Estadão
39 | 100

Pelé faz alongamento

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
40 | 100

Soco no ar

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
41 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
42 | 100

Pelé em campo

Foto: Acervo/Estadão
43 | 100

Pelé se despede da Seleção

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
44 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
45 | 100

Pelé no refeitório

Foto: Domício Pinheiro
46 | 100

O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

Foto: Acervo/Estadão
47 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
48 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
49 | 100

Pelé e Gérson

Foto: Acervo/Estadão
50 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
51 | 100

Pelé universitário

Foto: Acervo/Estadão
52 | 100

Pelé no treino

Foto: Alberto Marques/Estadão
53 | 100

Jogadores leem o Estadão

Foto: Acervo/Estadão
54 | 100

Cartas para Pelé

Foto: Acervo/Estadão
55 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
56 | 100

Pelé e seus fãs

Foto: Acervo/Estadão
57 | 100

Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
58 | 100

Pelé distribue autógrafos

Foto: Acervo/Estadão
59 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
60 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
61 | 100

Pelé é examinado

Foto: Acervo/Estadão
62 | 100

Pelé no Chile

Foto: Acervo/Estadão
63 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
64 | 100

Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
65 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
66 | 100

Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
67 | 100

Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
68 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
69 | 100

Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
70 | 100

Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
71 | 100

Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
72 | 100

Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
73 | 100

Pelé na rádio Eldorado

Foto: Acervo/Estadão
74 | 100

Pelé à mesa

Foto: Acervo/Estadão
75 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
76 | 100

Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
77 | 100

Pelá no ataque

Foto: Acervo/Estadão
78 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
79 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
80 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
81 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
82 | 100

Pelé e Eder Jofre

Foto: Acervo/Estadão
83 | 100

Pelé (1974)

Foto: Acervo/Estadão
84 | 100

Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
85 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
86 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
87 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
88 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
89 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
90 | 100

Pelé (1960)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
91 | 100

Pelé (1959)

Foto: Acervo/Estadão
92 | 100

Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
93 | 100

Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
94 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
95 | 100

Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
96 | 100

Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
97 | 100

Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
98 | 100

Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
99 | 100

Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
100 | 100

Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

Leia também:>> Pelé: o destino do craque numa página do Estadão 

>> O gol mais bonito e imaginado de Pelé

>> Mundo parou para ver o milésimo gol de Pelé

>> A despedida de Pelé em fotos exclusivas

>> A escolha de Pelé como Atleta do Século

+ ACERVO

> Veja o jornal do dia que você nasceu

> Capas históricas

> Todas as edições desde 1875

Ogol de placa de Peléno jornal de 7/3/1961 Foto: Acervo Estadão

Domingo, 5 de março de 1961. Fluminense e Santos jogam no Maracanã pelo Torneio Rio-São Paulo. A equipe santista vencia por um a zero [gol de Pelé aos três minutos], quando o craque recebe a bola ainda em sua intermediária aos 41 minutos e dispara em direção aos adversários, driblando sete jogadores. Quando a jogada terminou com a bola no gol do Fluminense, as duas torcidas, extasiadas com a jogada, aplaudiram em pé aquele que é considerado um dos mais belos gols do futebol: o gol de placa de Pelé.

O Santos venceria o jogo por 3 a 1, com mais um gol de Pepe para o Santos e outro de Valdo para o Fluminense no segundo tempo. O placar, no entanto, não importava. O que ficou para a história foi o magnífico gol de Pelé, como escreveu o Estadão sobre o arremate da jogada:  "Pelé marca o segundo ponto do Santos, após dominar Pinheiro, Altair, Edmilson e Clóvis. Castilho ainda tentou cobrir a visão do avante santista, mas o chute foi tão perfeito quanto a jogada que o propiciou".

Poema - No extinto Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, dirigido por Mario Filho, irmão do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, que assistia ao jogo e tem participação na história da placa para o gol, sob a foto da bola na rede e o goleiro caído na capa, lia-se : "Êste goal de Pelé valeu o espetáculo e três vezes mais o preço do ingresso". Na segunda página, uma frase do jornalista Teixeira Heizer reproduzida na coluna Som e Imagem descrevia a jogada assim: "O segundo goal foi um poema. Apanhando a bola na sua área, veio caminhando como quis e quando quis - e só resolveu chutar porque se não chutasse não teria graça. E só esse tento pagaria qualquer preço majorado no Maracanã." 

Ilustração de Baptistãorecria a jogada de Pelé Foto: Baptistão/Estadão

Em 2001, o repórter Wagner Vilaron, do Estadão, entrevistou  jogadores que participaram da partida e o jornalista Joelmir Beting [1936-2012], que também estava no Maracanã e criou a placa em homenagem a Pelé, para contar como foi o gol que entrou para a História. A reportagem ainda contou com uma ilustração do artista Baptistão para recriar a jogada e a sequência de quatro fotos do gol que acompanhava uma placa que substituiu a original no Maracanã naquela época. 

 “É o tipo de lance que, para quem gosta de futebol, deve ser admirado, mesmo que seja do time adversário”, observou o ex-meia santista Mengálvio, um dos 22 jogadores que disputaram a histórica partidaComo apenas a conclusão foi registrada em vídeo, há divergências de relatos sobre toda a jogada que originou o gol.  Joelmir Beting assegurava que Pelé driblou alguns jogadores por mais de uma vez. Outros, caso de Mengálvio, dizem que o que houve foi destreza na proteção da bola, e não exatamente dribles. “Ele partiu com a bola dominada e, com o corpo, a protegia da marcação. Até que chegou ao gol”.

Até os adversários reconheciam a beleza da jogada de Pelé. “Foi uma jogada que mereceu mesmo uma placa, já que fazer um gol naquela defesa não era missão muito fácil”, observou o ex-zagueiro Jair Marinho em 2001.  Mostrando-se dono de memória privilegiada, ele nominou os companheiros que o Atleta do Século deixou para trás. O primeiro da lista foi o meia Edmílson, encarregado da marcação de Pelé. Na seqüência, vieram os meias de ligação Paulinho e Clóvis, o lateral-esquerdo Altair e o zagueiro Pinheiro. “O Pelé me conhecia e quando cheguei na cobertura ele não me driblou. Tocou no canto do Castilho”, garantiu.

Para Altair, um dos driblados, a forma como as equipes jogavam na época possibilitou a realização e conclusão do gol de placa. Segundo ele, não existia a filosofia de interromper a jogada após o primeiro drible, como acontece no futebol atual. “Hoje em dia, fazer uma jogada como aquela seria quase impossível”, afirmou.

Primeira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Segundadas quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Terceira das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução
Quarta das quatro fotosdo gol de placa de Peléque estavamexpostas no Maracanã em 2001. Foto: Reprodução

A ideia da placa - Por muito tempo, o jornalista Joelmir Beting foi erroneamente citado como o autor da expressão “gol de placa”. Ele próprio esclareceu o assunto na reportagem de 2001. “Na realidade, não criei essa frase. O que aconteceu foi que tive a idéia de fazer uma placa em alusão ao gol marcado pelo Pelé”, explicou. “Depois disso, a cada belo gol, os locutores esportivos passavam a dizer ‘esse também merece uma placa’, criando-se, assim, a famosa expressão.”

O jornalista na época trabalhava no diário esportivo paulista O Esporte, como repórter responsável pela cobertura do Santos. Na época, o Torneio Rio-São Paulo tinha importância e representatividade maiores. Por isso, ele foi escalado para ir ao Rio acompanhar a partida entre Fluminense e Santos. Além de escrever sobre o jogo, o jovem Joelmir devia mencionar em seu texto a forma como o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues comportava-se na tribuna de imprensa. A estratégia? Sentar-se ao lado do ídolo. “Ele também me admirava e via em mim uma espécie de discípulo”.

Em meio aos aplausos dos torcedores que lotavam o Maracanã, Beting contou a Vilaron que ouviu um lamento solitário. “Essa obra vai ficar sem memória”, bradava Nelson Rodrigues, indignado. “Onde está o Canal 100?”, perguntava a todos, referindo-se à produtora que fazia sucesso gravando imagens dos jogos e exibindo-as nas salas de cinema antes dos filmes. O Canal 100 estava lá, mas como era costume da produção, registrava-se na maioria das vezes apenas as cenas que aconteciam dentro da área. “Mas, naquele caso, isso não era suficiente, pois a virtude da jogada foi a forma como ela foi construída, os dribles. Por isso o Nelson insistia naquela história de que a obra iria ficar sem memória”, contou Joelmir.

O mais bonito da história - A frase do dramaturgo acompanhou o jovem jornalista por dois dias. Até que encontrou a solução para eternizar a jogada: uma placa de bronze que registraria o fato. Rapidamente levou a idéia ao editor de O Esporte, Walter Lacerda, que a aprovou prontamente, assegurando que o jornal arcaria com as despesas.  Joelmir, então, providenciou a confecção da peça com a inscrição "Neste campo no dia  5-3-1961 Pelé marcou o tento mais bonito da história do Maracanã", que ficaria exposta no saguão de entrada do Maracanã.

A placa seria descerrada pelo próprio Pelé no domingo seguinte, quando o Santos voltaria ao estádio para enfrentar o Vasco.  “Viajei com ela na minha mala. Chegando lá, providenciamos dois pregos, uma toalha de banho, pois não tínhamos aquela cortininha, e barbante. Assim foi feita a cerimônia”, recordou, acrescentando que que não teve as despesas reembolsadas pelo jornal. Em 2001, quando a reportagem foi publicada, a placa original estava recolhida no acervo do extinto Museu do Futebol no Maracanã. Em seu lugar, junto a quatro fotos do gol, uma placa descerrada por Pelé nos 50 anos do estádio a substituía.  

Anos depois, Pelé agradeceu a homenagem presenteando o jornalista com uma placa de acrílico com a seguinte inscrição: “Ao Joelmir Beting, o idealizador da placa do Gol de Placa, o reconhecimento de quem fez o gol. Minha gratidão por essa homenagem eterna... Pelé”.

Placa em homenagem ao gol de Pelé quesubstituíaa originalno Maracanã em 2001 Foto: Wilton Junior/Estadão

 

Pelé em 100 fotos do Estadão

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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domicio Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

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Pelé e Garrincha

Foto: Carlos Chicarino/Estadão
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Pelé e Kelly Cristina

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

Foto: Oswaldo Palermo/AE
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo Estadão
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Copa do Chile (1962)

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Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

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Casamento do Pelé

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Pelé no Chile

Foto: Reginaldo Manente/ Estadão
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Pelé

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Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
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Pelé e Garrincha

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Pelé e Coutinho

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Pelé e Tostão

Foto: Domício PInheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo
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Pelé e Xuxa

Foto: Rodney Mello/ Estadão
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Pelé

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Pelé goleiro

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Seleção (1960)

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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé

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Pelé e Bellini

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Pelé faz alongamento

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Soco no ar

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

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Pelé em campo

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Pelé se despede da Seleção

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

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Pelé no refeitório

Foto: Domício Pinheiro
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O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Gérson

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Pelé

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Pelé universitário

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Pelé no treino

Foto: Alberto Marques/Estadão
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Jogadores leem o Estadão

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Cartas para Pelé

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Pelé

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Pelé e seus fãs

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Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé distribue autógrafos

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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

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Pelé é examinado

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Pelé no Chile

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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

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Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
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Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé na rádio Eldorado

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Pelé à mesa

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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
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Pelá no ataque

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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1969)

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Pelé e Eder Jofre

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Pelé (1974)

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Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé (1960)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1959)

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Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
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Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
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Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
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Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
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Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

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