25 comunidades ''sumiram'' do mapa


Um em cada 5 desabrigados jamais voltará a morar na área da antiga residência; procura por casas cresce 700%

Por Rodrigo Brancatelli

Os primeiros balanços da tragédia em Santa Catarina mostram que alguns problemas estão apenas começando. Das 35.325 pessoas que ainda dormem em abrigos ou com familiares, pelo menos 8 mil tiveram as residências totalmente destruídas. Talvez nunca mais voltem para casa - em pelo menos 25 comunidades condenadas pela Defesa Civil, não haverá reocupação. Todas as cidades afetadas cancelaram eventos tradicionais de Natal e fim de ano para realocar o dinheiro no socorro às vítimas. O solo está saturado e o lençol freático permanece elevado - por isso, análises da Universidade Federal de Santa Catarina indicam que, após a chuva recorde de novembro, o solo só vai se estabilizar em seis meses. Até lá, haverá risco de deslizamentos. As imobiliárias da região atingida já acusam um aumento de quase 700% na procura por residências, mas a maioria não conta com levantamentos sobre a condição atual dos imóveis que estão à venda ou para alugar. Pior: Itajaí ainda tem cinco bairros sem água e sem luz e 46 das 91 escolas da cidade não poderão mais ter aulas. As estradas só serão liberadas no dia 19. Dois abrigos que até segunda-feira eram seguros em Luiz Alves ontem tiveram de ser evacuados. Em Gaspar, o Corpo de Bombeiros sabe a exata localização de oito corpos soterrados, mas não pode trabalhar nos morros, porque estão cedendo. Blumenau sofre com uma névoa de poeira que se formou quando a lama secou. Até os técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo tiveram de voltar à estaca zero no Morro do Baú, depois das chuvas que caíram na região na noite de anteontem e na manhã de ontem. São famílias, bairros e cidades em estado de suspensão. Ao longo de toda a região do Vale do Itajaí, em áreas totalmente varridas do mapa como o Alto do Baú até lugares turísticos como Blumenau, os personagens dessa tragédia sempre terminam de contar suas experiências com um ponto de interrogação. "Mas, e agora, o que vou fazer daqui para frente?" São pessoas como Uniberto Hausmann, que dorme em um abrigo em Ilhota com outras 200 pessoas desabrigadas e teve a casa de madeira que ele mesmo construiu reduzida a destroços pelas enchentes. Ou Mariana Franceschini, dona de uma lanchonete em Navegantes que acumula contas e perdeu 80% do faturamento. Ou o estampador André de Oliveira, que perdeu em um desabamento a mulher, Débora, a filha, Ester, o filho, Elienai, a sogra, Maria, a cunhada Franciele e a prima Jéssica. Débora estava grávida - já haviam até escolhido o nome, Eliá se fosse menino, Elisama se fosse uma garota. "Perdi a vontade de viver também", desabafa. "Vou para a casa de um parente, mas, e daí, o que faço? Nada é pior que isso. A gente perdeu o chão."

Os primeiros balanços da tragédia em Santa Catarina mostram que alguns problemas estão apenas começando. Das 35.325 pessoas que ainda dormem em abrigos ou com familiares, pelo menos 8 mil tiveram as residências totalmente destruídas. Talvez nunca mais voltem para casa - em pelo menos 25 comunidades condenadas pela Defesa Civil, não haverá reocupação. Todas as cidades afetadas cancelaram eventos tradicionais de Natal e fim de ano para realocar o dinheiro no socorro às vítimas. O solo está saturado e o lençol freático permanece elevado - por isso, análises da Universidade Federal de Santa Catarina indicam que, após a chuva recorde de novembro, o solo só vai se estabilizar em seis meses. Até lá, haverá risco de deslizamentos. As imobiliárias da região atingida já acusam um aumento de quase 700% na procura por residências, mas a maioria não conta com levantamentos sobre a condição atual dos imóveis que estão à venda ou para alugar. Pior: Itajaí ainda tem cinco bairros sem água e sem luz e 46 das 91 escolas da cidade não poderão mais ter aulas. As estradas só serão liberadas no dia 19. Dois abrigos que até segunda-feira eram seguros em Luiz Alves ontem tiveram de ser evacuados. Em Gaspar, o Corpo de Bombeiros sabe a exata localização de oito corpos soterrados, mas não pode trabalhar nos morros, porque estão cedendo. Blumenau sofre com uma névoa de poeira que se formou quando a lama secou. Até os técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo tiveram de voltar à estaca zero no Morro do Baú, depois das chuvas que caíram na região na noite de anteontem e na manhã de ontem. São famílias, bairros e cidades em estado de suspensão. Ao longo de toda a região do Vale do Itajaí, em áreas totalmente varridas do mapa como o Alto do Baú até lugares turísticos como Blumenau, os personagens dessa tragédia sempre terminam de contar suas experiências com um ponto de interrogação. "Mas, e agora, o que vou fazer daqui para frente?" São pessoas como Uniberto Hausmann, que dorme em um abrigo em Ilhota com outras 200 pessoas desabrigadas e teve a casa de madeira que ele mesmo construiu reduzida a destroços pelas enchentes. Ou Mariana Franceschini, dona de uma lanchonete em Navegantes que acumula contas e perdeu 80% do faturamento. Ou o estampador André de Oliveira, que perdeu em um desabamento a mulher, Débora, a filha, Ester, o filho, Elienai, a sogra, Maria, a cunhada Franciele e a prima Jéssica. Débora estava grávida - já haviam até escolhido o nome, Eliá se fosse menino, Elisama se fosse uma garota. "Perdi a vontade de viver também", desabafa. "Vou para a casa de um parente, mas, e daí, o que faço? Nada é pior que isso. A gente perdeu o chão."

Os primeiros balanços da tragédia em Santa Catarina mostram que alguns problemas estão apenas começando. Das 35.325 pessoas que ainda dormem em abrigos ou com familiares, pelo menos 8 mil tiveram as residências totalmente destruídas. Talvez nunca mais voltem para casa - em pelo menos 25 comunidades condenadas pela Defesa Civil, não haverá reocupação. Todas as cidades afetadas cancelaram eventos tradicionais de Natal e fim de ano para realocar o dinheiro no socorro às vítimas. O solo está saturado e o lençol freático permanece elevado - por isso, análises da Universidade Federal de Santa Catarina indicam que, após a chuva recorde de novembro, o solo só vai se estabilizar em seis meses. Até lá, haverá risco de deslizamentos. As imobiliárias da região atingida já acusam um aumento de quase 700% na procura por residências, mas a maioria não conta com levantamentos sobre a condição atual dos imóveis que estão à venda ou para alugar. Pior: Itajaí ainda tem cinco bairros sem água e sem luz e 46 das 91 escolas da cidade não poderão mais ter aulas. As estradas só serão liberadas no dia 19. Dois abrigos que até segunda-feira eram seguros em Luiz Alves ontem tiveram de ser evacuados. Em Gaspar, o Corpo de Bombeiros sabe a exata localização de oito corpos soterrados, mas não pode trabalhar nos morros, porque estão cedendo. Blumenau sofre com uma névoa de poeira que se formou quando a lama secou. Até os técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo tiveram de voltar à estaca zero no Morro do Baú, depois das chuvas que caíram na região na noite de anteontem e na manhã de ontem. São famílias, bairros e cidades em estado de suspensão. Ao longo de toda a região do Vale do Itajaí, em áreas totalmente varridas do mapa como o Alto do Baú até lugares turísticos como Blumenau, os personagens dessa tragédia sempre terminam de contar suas experiências com um ponto de interrogação. "Mas, e agora, o que vou fazer daqui para frente?" São pessoas como Uniberto Hausmann, que dorme em um abrigo em Ilhota com outras 200 pessoas desabrigadas e teve a casa de madeira que ele mesmo construiu reduzida a destroços pelas enchentes. Ou Mariana Franceschini, dona de uma lanchonete em Navegantes que acumula contas e perdeu 80% do faturamento. Ou o estampador André de Oliveira, que perdeu em um desabamento a mulher, Débora, a filha, Ester, o filho, Elienai, a sogra, Maria, a cunhada Franciele e a prima Jéssica. Débora estava grávida - já haviam até escolhido o nome, Eliá se fosse menino, Elisama se fosse uma garota. "Perdi a vontade de viver também", desabafa. "Vou para a casa de um parente, mas, e daí, o que faço? Nada é pior que isso. A gente perdeu o chão."

Os primeiros balanços da tragédia em Santa Catarina mostram que alguns problemas estão apenas começando. Das 35.325 pessoas que ainda dormem em abrigos ou com familiares, pelo menos 8 mil tiveram as residências totalmente destruídas. Talvez nunca mais voltem para casa - em pelo menos 25 comunidades condenadas pela Defesa Civil, não haverá reocupação. Todas as cidades afetadas cancelaram eventos tradicionais de Natal e fim de ano para realocar o dinheiro no socorro às vítimas. O solo está saturado e o lençol freático permanece elevado - por isso, análises da Universidade Federal de Santa Catarina indicam que, após a chuva recorde de novembro, o solo só vai se estabilizar em seis meses. Até lá, haverá risco de deslizamentos. As imobiliárias da região atingida já acusam um aumento de quase 700% na procura por residências, mas a maioria não conta com levantamentos sobre a condição atual dos imóveis que estão à venda ou para alugar. Pior: Itajaí ainda tem cinco bairros sem água e sem luz e 46 das 91 escolas da cidade não poderão mais ter aulas. As estradas só serão liberadas no dia 19. Dois abrigos que até segunda-feira eram seguros em Luiz Alves ontem tiveram de ser evacuados. Em Gaspar, o Corpo de Bombeiros sabe a exata localização de oito corpos soterrados, mas não pode trabalhar nos morros, porque estão cedendo. Blumenau sofre com uma névoa de poeira que se formou quando a lama secou. Até os técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo tiveram de voltar à estaca zero no Morro do Baú, depois das chuvas que caíram na região na noite de anteontem e na manhã de ontem. São famílias, bairros e cidades em estado de suspensão. Ao longo de toda a região do Vale do Itajaí, em áreas totalmente varridas do mapa como o Alto do Baú até lugares turísticos como Blumenau, os personagens dessa tragédia sempre terminam de contar suas experiências com um ponto de interrogação. "Mas, e agora, o que vou fazer daqui para frente?" São pessoas como Uniberto Hausmann, que dorme em um abrigo em Ilhota com outras 200 pessoas desabrigadas e teve a casa de madeira que ele mesmo construiu reduzida a destroços pelas enchentes. Ou Mariana Franceschini, dona de uma lanchonete em Navegantes que acumula contas e perdeu 80% do faturamento. Ou o estampador André de Oliveira, que perdeu em um desabamento a mulher, Débora, a filha, Ester, o filho, Elienai, a sogra, Maria, a cunhada Franciele e a prima Jéssica. Débora estava grávida - já haviam até escolhido o nome, Eliá se fosse menino, Elisama se fosse uma garota. "Perdi a vontade de viver também", desabafa. "Vou para a casa de um parente, mas, e daí, o que faço? Nada é pior que isso. A gente perdeu o chão."

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