Após Brumadinho, seis empresas se recusam a auditar barragens da Vale


Situação revela dificuldade da empresa para encaminhar a órgãos técnicos os projetos de descaracterização de 8 estruturas a montante, como a que rompeu. O risco de segurança ainda mantém fora de casa 943 pessoas em cinco municípios

Por Renata Batista

RIO - Pelo menos seis empresas recusaram convites da Vale para auditar as oito barragens em estado de alerta em Minas. A situação revela a dificuldade da empresa para encaminhar à Agência Nacional de Mineração (ANM) e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado os projetos de descaracterização dessas estruturas. Esses planos detalhariam como ocorrerá o processamento dos rejeitos e a destinação para outros fins das áreas que ocupam. O risco mantém fora de casa 943 pessoas em cinco municípios. 

Rompimento causou 217 mortes e ainda há 84 desaparecidos. Vale prevê gastar cerca de R$ 5 bilhões com processo de descaracterização Foto: 26/01/2019 WILTON JUNIOR/ESTADAO

A informação consta de documento em que o Ministério Público de Minas (MP-MG) pede à Justiça que determine à mineradora que apresente plano de ação à ANM e à secretaria. A Vale quer mais prazo e isenção das multas. A maior parte das companhias citadas no documento não opera no Brasil. O Estado tentou contato com todas. Nem mesmo a WorleyParsons, única que ainda manteria conversas com a Vale, confirmou a contratação. 

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Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Procurada, a mineradora também não confirmou nem a contratação nem a apresentação dos planos. A empresa também não apresentou, até agora, nenhum relatório dos três comitês de assessoramento técnico criados após a tragédia de Brumadinho. Seu custo é estimado no orçamento de 2019 em R$ 15 milhões. A mineradora informou que entregou “pedido de descaracterização” das barragens à ANM e Semad em 22 de março. Mas não esclareceu se apresentou os planos.

Projetos

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Cada plano (um por barragem) deve conter o detalhamento técnico do projeto, investimentos e medidas de reparação para os atingidos. Os detalhes permitirão saber se os R$ 5 bilhões previstos para a descaracterização cobrirão os custos. Além dos riscos para fornecedoras, arrolados nas investigações criminais da tragédia de Brumadinho, que deixou mais de 300 mortos e desaparecidos, há uma forte pressão para que a empresa faça a descaracterização com aproveitamento econômico dos depósitos. Esse rejeitos ainda contêm minério aproveitável.

“A Vale já tinha anunciado a descaracterização antes de Fundão (barragem que se rompeu em Mariana em 2015). Em 2013, já se observava movimento de retirada para o Pará, mas o que vai determinar é o fator econômico”, afirma Thiago Alves, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). 

Para o setor de mineração, o aproveitamento econômico representa uma sobrevida para a atividade mineral nos municípios e para muitos fornecedores. Do ponto de vista do Estado é mais interessante, mas tende a custar mais caro para a empresa e demorar mais. “Precisamos analisar as exigências de engenharia, meio ambiente e sociais para chegarmos a uma solução factível. Não podemos paralisar as barragens e o Estado de Minas”, disse o presidente da Academia Nacional de Engenharia, Francis Bogossian. 

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As dez barragens nessa situação de incerteza são: Laranjeiras, Menezes II, Capitão do Mato, Dique B, Taquaras, Forquilha I, II e II, Barragem I e Barragem IV. As duas últimas estão no centro da tragédia de Brumadinho. As outras oito são estruturas semelhantes às de Brumadinho e Fundão. 

Todas essas estruturas já tiveram as zonas de autossalvamento esvaziadas, justamente porque a empresa não consegue renovar os laudos de avaliação. Todas constam da lista de estruturas que apresentavam fatores de segurança abaixo dos limites estabelecidos. A informação está em documentos da própria Vale anexados à ação civil pública movida pela força-tarefa formada para apurar as causas do rompimento em Brumadinho. 

RIO - Pelo menos seis empresas recusaram convites da Vale para auditar as oito barragens em estado de alerta em Minas. A situação revela a dificuldade da empresa para encaminhar à Agência Nacional de Mineração (ANM) e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado os projetos de descaracterização dessas estruturas. Esses planos detalhariam como ocorrerá o processamento dos rejeitos e a destinação para outros fins das áreas que ocupam. O risco mantém fora de casa 943 pessoas em cinco municípios. 

Rompimento causou 217 mortes e ainda há 84 desaparecidos. Vale prevê gastar cerca de R$ 5 bilhões com processo de descaracterização Foto: 26/01/2019 WILTON JUNIOR/ESTADAO

A informação consta de documento em que o Ministério Público de Minas (MP-MG) pede à Justiça que determine à mineradora que apresente plano de ação à ANM e à secretaria. A Vale quer mais prazo e isenção das multas. A maior parte das companhias citadas no documento não opera no Brasil. O Estado tentou contato com todas. Nem mesmo a WorleyParsons, única que ainda manteria conversas com a Vale, confirmou a contratação. 

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1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Dificuldade no resgate

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
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Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Batalha pela Vida

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Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Carro atolado

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Helicoptero

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32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
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Área devastada

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Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
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Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Procurada, a mineradora também não confirmou nem a contratação nem a apresentação dos planos. A empresa também não apresentou, até agora, nenhum relatório dos três comitês de assessoramento técnico criados após a tragédia de Brumadinho. Seu custo é estimado no orçamento de 2019 em R$ 15 milhões. A mineradora informou que entregou “pedido de descaracterização” das barragens à ANM e Semad em 22 de março. Mas não esclareceu se apresentou os planos.

Projetos

Cada plano (um por barragem) deve conter o detalhamento técnico do projeto, investimentos e medidas de reparação para os atingidos. Os detalhes permitirão saber se os R$ 5 bilhões previstos para a descaracterização cobrirão os custos. Além dos riscos para fornecedoras, arrolados nas investigações criminais da tragédia de Brumadinho, que deixou mais de 300 mortos e desaparecidos, há uma forte pressão para que a empresa faça a descaracterização com aproveitamento econômico dos depósitos. Esse rejeitos ainda contêm minério aproveitável.

“A Vale já tinha anunciado a descaracterização antes de Fundão (barragem que se rompeu em Mariana em 2015). Em 2013, já se observava movimento de retirada para o Pará, mas o que vai determinar é o fator econômico”, afirma Thiago Alves, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). 

Para o setor de mineração, o aproveitamento econômico representa uma sobrevida para a atividade mineral nos municípios e para muitos fornecedores. Do ponto de vista do Estado é mais interessante, mas tende a custar mais caro para a empresa e demorar mais. “Precisamos analisar as exigências de engenharia, meio ambiente e sociais para chegarmos a uma solução factível. Não podemos paralisar as barragens e o Estado de Minas”, disse o presidente da Academia Nacional de Engenharia, Francis Bogossian. 

As dez barragens nessa situação de incerteza são: Laranjeiras, Menezes II, Capitão do Mato, Dique B, Taquaras, Forquilha I, II e II, Barragem I e Barragem IV. As duas últimas estão no centro da tragédia de Brumadinho. As outras oito são estruturas semelhantes às de Brumadinho e Fundão. 

Todas essas estruturas já tiveram as zonas de autossalvamento esvaziadas, justamente porque a empresa não consegue renovar os laudos de avaliação. Todas constam da lista de estruturas que apresentavam fatores de segurança abaixo dos limites estabelecidos. A informação está em documentos da própria Vale anexados à ação civil pública movida pela força-tarefa formada para apurar as causas do rompimento em Brumadinho. 

RIO - Pelo menos seis empresas recusaram convites da Vale para auditar as oito barragens em estado de alerta em Minas. A situação revela a dificuldade da empresa para encaminhar à Agência Nacional de Mineração (ANM) e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado os projetos de descaracterização dessas estruturas. Esses planos detalhariam como ocorrerá o processamento dos rejeitos e a destinação para outros fins das áreas que ocupam. O risco mantém fora de casa 943 pessoas em cinco municípios. 

Rompimento causou 217 mortes e ainda há 84 desaparecidos. Vale prevê gastar cerca de R$ 5 bilhões com processo de descaracterização Foto: 26/01/2019 WILTON JUNIOR/ESTADAO

A informação consta de documento em que o Ministério Público de Minas (MP-MG) pede à Justiça que determine à mineradora que apresente plano de ação à ANM e à secretaria. A Vale quer mais prazo e isenção das multas. A maior parte das companhias citadas no documento não opera no Brasil. O Estado tentou contato com todas. Nem mesmo a WorleyParsons, única que ainda manteria conversas com a Vale, confirmou a contratação. 

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Moradores

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Catástrofe ambiental e humana

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Animais

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Dificuldade no resgate

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Foto: Douglas Magno/AFP
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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

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Presidente Bolsonaro

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24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Batalha pela Vida

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Estrada

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Carro atolado

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Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

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Corpo encontrado

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34 | 37

Ponte

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Área devastada

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36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Procurada, a mineradora também não confirmou nem a contratação nem a apresentação dos planos. A empresa também não apresentou, até agora, nenhum relatório dos três comitês de assessoramento técnico criados após a tragédia de Brumadinho. Seu custo é estimado no orçamento de 2019 em R$ 15 milhões. A mineradora informou que entregou “pedido de descaracterização” das barragens à ANM e Semad em 22 de março. Mas não esclareceu se apresentou os planos.

Projetos

Cada plano (um por barragem) deve conter o detalhamento técnico do projeto, investimentos e medidas de reparação para os atingidos. Os detalhes permitirão saber se os R$ 5 bilhões previstos para a descaracterização cobrirão os custos. Além dos riscos para fornecedoras, arrolados nas investigações criminais da tragédia de Brumadinho, que deixou mais de 300 mortos e desaparecidos, há uma forte pressão para que a empresa faça a descaracterização com aproveitamento econômico dos depósitos. Esse rejeitos ainda contêm minério aproveitável.

“A Vale já tinha anunciado a descaracterização antes de Fundão (barragem que se rompeu em Mariana em 2015). Em 2013, já se observava movimento de retirada para o Pará, mas o que vai determinar é o fator econômico”, afirma Thiago Alves, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). 

Para o setor de mineração, o aproveitamento econômico representa uma sobrevida para a atividade mineral nos municípios e para muitos fornecedores. Do ponto de vista do Estado é mais interessante, mas tende a custar mais caro para a empresa e demorar mais. “Precisamos analisar as exigências de engenharia, meio ambiente e sociais para chegarmos a uma solução factível. Não podemos paralisar as barragens e o Estado de Minas”, disse o presidente da Academia Nacional de Engenharia, Francis Bogossian. 

As dez barragens nessa situação de incerteza são: Laranjeiras, Menezes II, Capitão do Mato, Dique B, Taquaras, Forquilha I, II e II, Barragem I e Barragem IV. As duas últimas estão no centro da tragédia de Brumadinho. As outras oito são estruturas semelhantes às de Brumadinho e Fundão. 

Todas essas estruturas já tiveram as zonas de autossalvamento esvaziadas, justamente porque a empresa não consegue renovar os laudos de avaliação. Todas constam da lista de estruturas que apresentavam fatores de segurança abaixo dos limites estabelecidos. A informação está em documentos da própria Vale anexados à ação civil pública movida pela força-tarefa formada para apurar as causas do rompimento em Brumadinho. 

RIO - Pelo menos seis empresas recusaram convites da Vale para auditar as oito barragens em estado de alerta em Minas. A situação revela a dificuldade da empresa para encaminhar à Agência Nacional de Mineração (ANM) e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado os projetos de descaracterização dessas estruturas. Esses planos detalhariam como ocorrerá o processamento dos rejeitos e a destinação para outros fins das áreas que ocupam. O risco mantém fora de casa 943 pessoas em cinco municípios. 

Rompimento causou 217 mortes e ainda há 84 desaparecidos. Vale prevê gastar cerca de R$ 5 bilhões com processo de descaracterização Foto: 26/01/2019 WILTON JUNIOR/ESTADAO

A informação consta de documento em que o Ministério Público de Minas (MP-MG) pede à Justiça que determine à mineradora que apresente plano de ação à ANM e à secretaria. A Vale quer mais prazo e isenção das multas. A maior parte das companhias citadas no documento não opera no Brasil. O Estado tentou contato com todas. Nem mesmo a WorleyParsons, única que ainda manteria conversas com a Vale, confirmou a contratação. 

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Tragédia em Minas Gerais

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Moradores

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Catástrofe ambiental e humana

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4 | 37

Animais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

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15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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23 | 37

Presidente Bolsonaro

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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27 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

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30 | 37

Carro atolado

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Helicoptero

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Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

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Corpo encontrado

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Ponte

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Área devastada

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Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
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Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Procurada, a mineradora também não confirmou nem a contratação nem a apresentação dos planos. A empresa também não apresentou, até agora, nenhum relatório dos três comitês de assessoramento técnico criados após a tragédia de Brumadinho. Seu custo é estimado no orçamento de 2019 em R$ 15 milhões. A mineradora informou que entregou “pedido de descaracterização” das barragens à ANM e Semad em 22 de março. Mas não esclareceu se apresentou os planos.

Projetos

Cada plano (um por barragem) deve conter o detalhamento técnico do projeto, investimentos e medidas de reparação para os atingidos. Os detalhes permitirão saber se os R$ 5 bilhões previstos para a descaracterização cobrirão os custos. Além dos riscos para fornecedoras, arrolados nas investigações criminais da tragédia de Brumadinho, que deixou mais de 300 mortos e desaparecidos, há uma forte pressão para que a empresa faça a descaracterização com aproveitamento econômico dos depósitos. Esse rejeitos ainda contêm minério aproveitável.

“A Vale já tinha anunciado a descaracterização antes de Fundão (barragem que se rompeu em Mariana em 2015). Em 2013, já se observava movimento de retirada para o Pará, mas o que vai determinar é o fator econômico”, afirma Thiago Alves, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). 

Para o setor de mineração, o aproveitamento econômico representa uma sobrevida para a atividade mineral nos municípios e para muitos fornecedores. Do ponto de vista do Estado é mais interessante, mas tende a custar mais caro para a empresa e demorar mais. “Precisamos analisar as exigências de engenharia, meio ambiente e sociais para chegarmos a uma solução factível. Não podemos paralisar as barragens e o Estado de Minas”, disse o presidente da Academia Nacional de Engenharia, Francis Bogossian. 

As dez barragens nessa situação de incerteza são: Laranjeiras, Menezes II, Capitão do Mato, Dique B, Taquaras, Forquilha I, II e II, Barragem I e Barragem IV. As duas últimas estão no centro da tragédia de Brumadinho. As outras oito são estruturas semelhantes às de Brumadinho e Fundão. 

Todas essas estruturas já tiveram as zonas de autossalvamento esvaziadas, justamente porque a empresa não consegue renovar os laudos de avaliação. Todas constam da lista de estruturas que apresentavam fatores de segurança abaixo dos limites estabelecidos. A informação está em documentos da própria Vale anexados à ação civil pública movida pela força-tarefa formada para apurar as causas do rompimento em Brumadinho. 

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