A ideia de criar uma sociedade para divulgar a literatura e arte de brasileiros, lançada pelo jornalista Arnaldo Simões Pinto em conversa na casa do poeta Vicente de Carvalho, completa hoje 100 anos.
A Sociedade de Cultura Artística nasceu como reação ao "rebaixamento moral da nossa intelectualidade nas gerações novas, para dar-lhe um ideal nobre de vida, tirando-a da materialidade grosseira em que se afundou", explicou em 1915, Nestor Pestana, um dos fundadores da Sociedade e na época redator-chefe do Estado.
Para participar dos concertos, conferências sobre obras de arte e literatura brasileira, o associado pagava a mensalidade de 3.000 réis, o equivalente a 30 exemplares do jornal Estado de hoje, o que daria R$ 90,00.
A primeira manifestação artística da noite de estreia, em setembro de 1912, não decepcionou aqueles que esperavam a valorização da cultura brasileira. Amadeu Amaral apresentou uma conferência sobre o poeta brasileiro Raimundo Correa. Em seguida foi recitado, pela senhora Heloisa de Oliveira, "Os Ciganos", do mesmo autor.
Sede
Originalmente a sede era para ser inaugurada em 7 de setembro de 1922, no terreno comprado na rua Florisbella. Mas por dificuldade financeiras só foi inaugurada na década de 50, no mesmo local, agora rua Nestor Pestana.
Após o incêndio de 2008 que destruiu totalmente as instalações do teatro, menos a fachada com obra de Di Cavalcanti, cogitou-se a mudança de endereço. Mas ele está sendo reconstruído no mesmo local.
Pesquisa e Texto: Carlos Eduardo Entini Siga o Arquivo Estadão: twitter@estadaoarquivo e facebook/arquivoestadao