Com dois filhos na Vale, mãe vê um se salvar e busca pelo outro em Brumadinho
'Eles traziam peixe fresco para fritar', relembra Luiza Soares, citando a relação da família com o Rio Paraopeba
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Por Pablo Pereira
BRUMADINHO (MG) - “O que dói é a ausência e essa dúvida”, disse Luiza Soares, de 75 anos, na manhã deste domingo, caminhando à beira do Rio Paraopeba, amarelado pela lama, ao lado da filha, Rosimeire. Na tragédia de Brumadinho, as duas moradoras da cidade vivem o drama de uma espera que pode não ter fim. Elas buscam notícias de Rogério Antônio dos Santos, de 58 anos, funcionário da administração da Vale, que desde sexta-feira está desaparecido na lama da barragem que se rompeu. Rogério e o irmão, Ronaldo Aparecido dos Santos, de 54 anos, motorista de caminhão, são filhos de Luiza. Ambos estavam no local do desastre. Ronaldo, escapou. O irmão não teve a mesma sorte.
Mãe de seis filhos, criados à beira do rio que já não existe mais, Luiza se esforça para parecer forte e conta que eles, quando meninos, costumavam pescar naquelas águas. “Dava para ver o cascalho no fundo”, lembra Luiza.
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“Eles traziam o peixe fresquinho pra fritar”, conta, olhando o Paraopeba. “Olha isso, agora”, aponta. Luiza tenta se distrair no caminho e telefona para Ronaldo, que mora do outro lado do rio. “Vem pra cá, meu filho.”
Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho
Ronaldo tentou atender ao pedido da mãe. Mas a travessia pela ponte, único acesso entre os dois lados do rio, está proibida. Ronaldo foi barrado. Telefonou para a mãe avisando que não poderia se encontrar com ela.
A mesma dúvida sobre o que aconteceu com Rogério aterroriza a família de Wilson de Brito, genro de Luiza. Uma prima dele, a advogada Shirley de Brito, também está desaparecida. “É uma tragédia, moço”, disse dona Luiza, amparada pela filha.
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Os bombeiros retomaram as buscas por sobreviventes na manhã deste sábado. Na véspera, o rompimento de uma barragem de contenção de resíduos da Vale deixou pelo menos nove mortos e 300 desaparecidos.
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Na pequena pracinha do centro de Brumadinho, perto da ponte interditada pelos bombeiros, a arquiteta Sayuri Osawa andava de um lado para outro desorientada, acompanhada pelas sobrinhas Estela de Lima e Marina Yumi Osawa. O marido de Sayuri, Max Elias Medeiros, de 37 anos, técnico de qualidade da Vale, também não é visto desde o acidente. “Apareceu uma informação sobre ele, que estaria num hospital, mas não era verdade”, conta o pai de Sayuri, Kenitiro Osawa, de 68 anos.
BRUMADINHO (MG) - “O que dói é a ausência e essa dúvida”, disse Luiza Soares, de 75 anos, na manhã deste domingo, caminhando à beira do Rio Paraopeba, amarelado pela lama, ao lado da filha, Rosimeire. Na tragédia de Brumadinho, as duas moradoras da cidade vivem o drama de uma espera que pode não ter fim. Elas buscam notícias de Rogério Antônio dos Santos, de 58 anos, funcionário da administração da Vale, que desde sexta-feira está desaparecido na lama da barragem que se rompeu. Rogério e o irmão, Ronaldo Aparecido dos Santos, de 54 anos, motorista de caminhão, são filhos de Luiza. Ambos estavam no local do desastre. Ronaldo, escapou. O irmão não teve a mesma sorte.
Mãe de seis filhos, criados à beira do rio que já não existe mais, Luiza se esforça para parecer forte e conta que eles, quando meninos, costumavam pescar naquelas águas. “Dava para ver o cascalho no fundo”, lembra Luiza.
“Eles traziam o peixe fresquinho pra fritar”, conta, olhando o Paraopeba. “Olha isso, agora”, aponta. Luiza tenta se distrair no caminho e telefona para Ronaldo, que mora do outro lado do rio. “Vem pra cá, meu filho.”
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Ronaldo tentou atender ao pedido da mãe. Mas a travessia pela ponte, único acesso entre os dois lados do rio, está proibida. Ronaldo foi barrado. Telefonou para a mãe avisando que não poderia se encontrar com ela.
A mesma dúvida sobre o que aconteceu com Rogério aterroriza a família de Wilson de Brito, genro de Luiza. Uma prima dele, a advogada Shirley de Brito, também está desaparecida. “É uma tragédia, moço”, disse dona Luiza, amparada pela filha.
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Os bombeiros retomaram as buscas por sobreviventes na manhã deste sábado. Na véspera, o rompimento de uma barragem de contenção de resíduos da Vale deixou pelo menos nove mortos e 300 desaparecidos.
Na pequena pracinha do centro de Brumadinho, perto da ponte interditada pelos bombeiros, a arquiteta Sayuri Osawa andava de um lado para outro desorientada, acompanhada pelas sobrinhas Estela de Lima e Marina Yumi Osawa. O marido de Sayuri, Max Elias Medeiros, de 37 anos, técnico de qualidade da Vale, também não é visto desde o acidente. “Apareceu uma informação sobre ele, que estaria num hospital, mas não era verdade”, conta o pai de Sayuri, Kenitiro Osawa, de 68 anos.
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BRUMADINHO (MG) - “O que dói é a ausência e essa dúvida”, disse Luiza Soares, de 75 anos, na manhã deste domingo, caminhando à beira do Rio Paraopeba, amarelado pela lama, ao lado da filha, Rosimeire. Na tragédia de Brumadinho, as duas moradoras da cidade vivem o drama de uma espera que pode não ter fim. Elas buscam notícias de Rogério Antônio dos Santos, de 58 anos, funcionário da administração da Vale, que desde sexta-feira está desaparecido na lama da barragem que se rompeu. Rogério e o irmão, Ronaldo Aparecido dos Santos, de 54 anos, motorista de caminhão, são filhos de Luiza. Ambos estavam no local do desastre. Ronaldo, escapou. O irmão não teve a mesma sorte.
Mãe de seis filhos, criados à beira do rio que já não existe mais, Luiza se esforça para parecer forte e conta que eles, quando meninos, costumavam pescar naquelas águas. “Dava para ver o cascalho no fundo”, lembra Luiza.
“Eles traziam o peixe fresquinho pra fritar”, conta, olhando o Paraopeba. “Olha isso, agora”, aponta. Luiza tenta se distrair no caminho e telefona para Ronaldo, que mora do outro lado do rio. “Vem pra cá, meu filho.”
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Ronaldo tentou atender ao pedido da mãe. Mas a travessia pela ponte, único acesso entre os dois lados do rio, está proibida. Ronaldo foi barrado. Telefonou para a mãe avisando que não poderia se encontrar com ela.
A mesma dúvida sobre o que aconteceu com Rogério aterroriza a família de Wilson de Brito, genro de Luiza. Uma prima dele, a advogada Shirley de Brito, também está desaparecida. “É uma tragédia, moço”, disse dona Luiza, amparada pela filha.
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Na pequena pracinha do centro de Brumadinho, perto da ponte interditada pelos bombeiros, a arquiteta Sayuri Osawa andava de um lado para outro desorientada, acompanhada pelas sobrinhas Estela de Lima e Marina Yumi Osawa. O marido de Sayuri, Max Elias Medeiros, de 37 anos, técnico de qualidade da Vale, também não é visto desde o acidente. “Apareceu uma informação sobre ele, que estaria num hospital, mas não era verdade”, conta o pai de Sayuri, Kenitiro Osawa, de 68 anos.
BRUMADINHO (MG) - “O que dói é a ausência e essa dúvida”, disse Luiza Soares, de 75 anos, na manhã deste domingo, caminhando à beira do Rio Paraopeba, amarelado pela lama, ao lado da filha, Rosimeire. Na tragédia de Brumadinho, as duas moradoras da cidade vivem o drama de uma espera que pode não ter fim. Elas buscam notícias de Rogério Antônio dos Santos, de 58 anos, funcionário da administração da Vale, que desde sexta-feira está desaparecido na lama da barragem que se rompeu. Rogério e o irmão, Ronaldo Aparecido dos Santos, de 54 anos, motorista de caminhão, são filhos de Luiza. Ambos estavam no local do desastre. Ronaldo, escapou. O irmão não teve a mesma sorte.
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Ronaldo tentou atender ao pedido da mãe. Mas a travessia pela ponte, único acesso entre os dois lados do rio, está proibida. Ronaldo foi barrado. Telefonou para a mãe avisando que não poderia se encontrar com ela.
A mesma dúvida sobre o que aconteceu com Rogério aterroriza a família de Wilson de Brito, genro de Luiza. Uma prima dele, a advogada Shirley de Brito, também está desaparecida. “É uma tragédia, moço”, disse dona Luiza, amparada pela filha.
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Os bombeiros retomaram as buscas por sobreviventes na manhã deste sábado. Na véspera, o rompimento de uma barragem de contenção de resíduos da Vale deixou pelo menos nove mortos e 300 desaparecidos.
Na pequena pracinha do centro de Brumadinho, perto da ponte interditada pelos bombeiros, a arquiteta Sayuri Osawa andava de um lado para outro desorientada, acompanhada pelas sobrinhas Estela de Lima e Marina Yumi Osawa. O marido de Sayuri, Max Elias Medeiros, de 37 anos, técnico de qualidade da Vale, também não é visto desde o acidente. “Apareceu uma informação sobre ele, que estaria num hospital, mas não era verdade”, conta o pai de Sayuri, Kenitiro Osawa, de 68 anos.