E quanto ao Jugo?
Nem se cogita
Nem será julgado. Julga-se, julgo, a letra, não a filosofia
Julga-se a caneta, não a ideologia
Deixam de examinar o corpo, o caule
é onde reside a carga hostil do direito
Num Pais onde tudo é inesperado e, sem cuidado, atiça o defeito
Na casa movediça, dissipam-se as telas da justiça
Percebe-se o mal feito, e a carne, em desleixo expia, sem nenhuma sanção ao eleito
Atenção à renuncia e à punição coletiva,
aos amordaçados arrastados na maratona de acovardados
Eis que chegou a hora de anunciar "Morte súbita da Republica" Que, sem cerimônia com os desesperados Dança sobre a cabeça dos governados
Só há um engano que não trai o mal Da voltas e retorna como milagre
Desembocando em desfecho fatal
Combinando armadilhas que o político
consagra em benefícios imaginários tornando vidas secas, miseráveis, amargas
reduzidas a códigos binários
Mas é aí que tudo será transformado
E o que nos foi expropriado
será, enfim, restaurado,
E as camadas de beligerância
insufladas de litigância
Mover-se-ão no sentido reverso
Subirão à espada, com furiosa tolerância e velocidade
Quando tribunais desistem das tribunas de impunidade
E, se, ainda assim, nenhum diálogo vingar
Ficaremos serenos, compenetrados no perene
para lentamente recompor, do começo
o destino que nos virou pelo avesso.