Criança de 5 anos é a quarta morte confirmada em Mariana


Menina, moradora do distrito de Bento Rodrigues, havia se soltado da mão do pai no momento do rompimento das barragens

Por Bruno Ribeiro

Atualizado às 16h17

MARIANA (MG) - Foi enterrado no início da tarde desta terça-feira, 10, o corpo da menina Emanuele Vitória Fernandes, de 5 anos. A criança, que morava no distrito de Bento Rodrigues, é a quarta vítima da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil.  A menina havia se soltado da mão do pai quando a família tentava escapar do mar de lama. Ainda há um corpo aguardando identificação.

Bombeiros buscam desaparecidos em Mariana - MG

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Bombeiros em Bento Rodrigues - MG

Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Bento Rodrigues

Foto: EFE/ Antonio Lacerda
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Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
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O corpo de Emanuele foi velado no Cemitério de Mariana sob forte comoção. O pequeno caixão branco da menina estava lacrado com fitas adesivas transparentes. Cerca de 50 pessoas acompanharam o velório, realizado no Cemitério de Mariana, o maior da pequena cidade. 

A mãe de Emanuele, Pâmela Raiane, que está grávida, ficou o tempo todo ao lado do corpo, sentada em uma cadeira de madeira com marcas de tinha branca. No peito dela, havia um adesivo, desgastado, escrito "Bento". O adereço é uma forma de controle de acesso que os hotéis da região têm feito para controlar a entrada dos desabrigados de Bento Rodrigues hospedados na cidade. 

O corpo foi levado de um cemitério para outro após uma celebração evangélica marcada por comoção. O pastor leu três versículos do capítulo 12 do livro Apocalipse, da Bíblia, e disse à mãe que ela um dia reencontrará a filha no céu. A jovem mãe, que espera mais um filho, não conteve os prantos e foi ajudada por parentes. 

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O avô de Emanuele, o vigia Francisco Izabel, de 65 anos, foi quem reconheceu a criança. "Reconheci pelos dedinhos da mão, que eram tortinhos, e pelos dentes", diz o avô.

"O pai estava tentando resgatar ela e o menininho (irmão de Emanuele), mas ela escapuliu. Assim mesmo tentamos entrar na lama, mas não a alcançamos, ela sumiu, depois apareceu mais uma vez e depois afundou de novo. Ainda consegui ouvir dois gritos dela", lembra o avô. "Falaram depois que o helicóptero iria buscá-la e que tinha resgate. Ela estava a 30 metros da gente, não consegui alcançar."

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Moradores de áreas atingidas pela enxurrada após o rompimento de barragens da mineradora Samarco tentar remover a lama. Os atingidos contabilizam os prejuízos.

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Chorando, o avô não escondeu a revolta por causa do acidente. "Era uma menina sadia, doce, alegre, uma boneca. A gente vê essa coisa, que é uma irresponsabilidade do Meio Ambiente, um órgão que tinha como cuidar das coisas, como olhar isso, e da Samarco, que com ganância pelo dinheiro fez o que fez. Tem horas que vejo o grito dela, é muito difícil, completou o vigilante. 

O pai de Emanuele, que se feriu tentando salvar a menina da lama, não acompanhou a cerimônia. Ele continua internado no hospital João XXXIII, em Belo Horizonte. Segundo familiares, passava por cirurgia na hora do enterro. 

Funcionários da empresa Samarco, responsável pelas barragens que romperam e destruíram o vilarejo de Bento Rodrigues, estiveram na cerimônia. Pâmela foi de um cemitério a outro no carro da empresa. 

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Desaparecidos. A lista de desaparecidos agora é de 22 pessoas. Além do corpo de Emanuele, uma das pessoas incluídas na lista, Maria Aparecida Vieira, de 65 anos, escapou da tragédia e estava na casa de parentes desde quinta-feira, 5. Seu nome foi excluído. Assim, resta localizar 22 pessoas.

As buscas em Bento Rodrigues foram suspensas nesta manhã após o registro de um abalo sísmico na região de 2,1 graus na escala Richter, registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), segundo o governo do Estado de Minas. Como mais pessoas vêm sendo retiradas de áreas isoladas pela lama, o total de desabrigados, hoje, é de 631 pessoas. 

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MARIANA (MG) - Foi enterrado no início da tarde desta terça-feira, 10, o corpo da menina Emanuele Vitória Fernandes, de 5 anos. A criança, que morava no distrito de Bento Rodrigues, é a quarta vítima da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil.  A menina havia se soltado da mão do pai quando a família tentava escapar do mar de lama. Ainda há um corpo aguardando identificação.

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O corpo de Emanuele foi velado no Cemitério de Mariana sob forte comoção. O pequeno caixão branco da menina estava lacrado com fitas adesivas transparentes. Cerca de 50 pessoas acompanharam o velório, realizado no Cemitério de Mariana, o maior da pequena cidade. 

A mãe de Emanuele, Pâmela Raiane, que está grávida, ficou o tempo todo ao lado do corpo, sentada em uma cadeira de madeira com marcas de tinha branca. No peito dela, havia um adesivo, desgastado, escrito "Bento". O adereço é uma forma de controle de acesso que os hotéis da região têm feito para controlar a entrada dos desabrigados de Bento Rodrigues hospedados na cidade. 

O corpo foi levado de um cemitério para outro após uma celebração evangélica marcada por comoção. O pastor leu três versículos do capítulo 12 do livro Apocalipse, da Bíblia, e disse à mãe que ela um dia reencontrará a filha no céu. A jovem mãe, que espera mais um filho, não conteve os prantos e foi ajudada por parentes. 

O avô de Emanuele, o vigia Francisco Izabel, de 65 anos, foi quem reconheceu a criança. "Reconheci pelos dedinhos da mão, que eram tortinhos, e pelos dentes", diz o avô.

"O pai estava tentando resgatar ela e o menininho (irmão de Emanuele), mas ela escapuliu. Assim mesmo tentamos entrar na lama, mas não a alcançamos, ela sumiu, depois apareceu mais uma vez e depois afundou de novo. Ainda consegui ouvir dois gritos dela", lembra o avô. "Falaram depois que o helicóptero iria buscá-la e que tinha resgate. Ela estava a 30 metros da gente, não consegui alcançar."

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Moradores de áreas atingidas pela enxurrada após o rompimento de barragens da mineradora Samarco tentar remover a lama. Os atingidos contabilizam os prejuízos.

Chorando, o avô não escondeu a revolta por causa do acidente. "Era uma menina sadia, doce, alegre, uma boneca. A gente vê essa coisa, que é uma irresponsabilidade do Meio Ambiente, um órgão que tinha como cuidar das coisas, como olhar isso, e da Samarco, que com ganância pelo dinheiro fez o que fez. Tem horas que vejo o grito dela, é muito difícil, completou o vigilante. 

O pai de Emanuele, que se feriu tentando salvar a menina da lama, não acompanhou a cerimônia. Ele continua internado no hospital João XXXIII, em Belo Horizonte. Segundo familiares, passava por cirurgia na hora do enterro. 

Funcionários da empresa Samarco, responsável pelas barragens que romperam e destruíram o vilarejo de Bento Rodrigues, estiveram na cerimônia. Pâmela foi de um cemitério a outro no carro da empresa. 

Desaparecidos. A lista de desaparecidos agora é de 22 pessoas. Além do corpo de Emanuele, uma das pessoas incluídas na lista, Maria Aparecida Vieira, de 65 anos, escapou da tragédia e estava na casa de parentes desde quinta-feira, 5. Seu nome foi excluído. Assim, resta localizar 22 pessoas.

As buscas em Bento Rodrigues foram suspensas nesta manhã após o registro de um abalo sísmico na região de 2,1 graus na escala Richter, registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), segundo o governo do Estado de Minas. Como mais pessoas vêm sendo retiradas de áreas isoladas pela lama, o total de desabrigados, hoje, é de 631 pessoas. 

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MARIANA (MG) - Foi enterrado no início da tarde desta terça-feira, 10, o corpo da menina Emanuele Vitória Fernandes, de 5 anos. A criança, que morava no distrito de Bento Rodrigues, é a quarta vítima da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil.  A menina havia se soltado da mão do pai quando a família tentava escapar do mar de lama. Ainda há um corpo aguardando identificação.

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O corpo de Emanuele foi velado no Cemitério de Mariana sob forte comoção. O pequeno caixão branco da menina estava lacrado com fitas adesivas transparentes. Cerca de 50 pessoas acompanharam o velório, realizado no Cemitério de Mariana, o maior da pequena cidade. 

A mãe de Emanuele, Pâmela Raiane, que está grávida, ficou o tempo todo ao lado do corpo, sentada em uma cadeira de madeira com marcas de tinha branca. No peito dela, havia um adesivo, desgastado, escrito "Bento". O adereço é uma forma de controle de acesso que os hotéis da região têm feito para controlar a entrada dos desabrigados de Bento Rodrigues hospedados na cidade. 

O corpo foi levado de um cemitério para outro após uma celebração evangélica marcada por comoção. O pastor leu três versículos do capítulo 12 do livro Apocalipse, da Bíblia, e disse à mãe que ela um dia reencontrará a filha no céu. A jovem mãe, que espera mais um filho, não conteve os prantos e foi ajudada por parentes. 

O avô de Emanuele, o vigia Francisco Izabel, de 65 anos, foi quem reconheceu a criança. "Reconheci pelos dedinhos da mão, que eram tortinhos, e pelos dentes", diz o avô.

"O pai estava tentando resgatar ela e o menininho (irmão de Emanuele), mas ela escapuliu. Assim mesmo tentamos entrar na lama, mas não a alcançamos, ela sumiu, depois apareceu mais uma vez e depois afundou de novo. Ainda consegui ouvir dois gritos dela", lembra o avô. "Falaram depois que o helicóptero iria buscá-la e que tinha resgate. Ela estava a 30 metros da gente, não consegui alcançar."

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Moradores de áreas atingidas pela enxurrada após o rompimento de barragens da mineradora Samarco tentar remover a lama. Os atingidos contabilizam os prejuízos.

Chorando, o avô não escondeu a revolta por causa do acidente. "Era uma menina sadia, doce, alegre, uma boneca. A gente vê essa coisa, que é uma irresponsabilidade do Meio Ambiente, um órgão que tinha como cuidar das coisas, como olhar isso, e da Samarco, que com ganância pelo dinheiro fez o que fez. Tem horas que vejo o grito dela, é muito difícil, completou o vigilante. 

O pai de Emanuele, que se feriu tentando salvar a menina da lama, não acompanhou a cerimônia. Ele continua internado no hospital João XXXIII, em Belo Horizonte. Segundo familiares, passava por cirurgia na hora do enterro. 

Funcionários da empresa Samarco, responsável pelas barragens que romperam e destruíram o vilarejo de Bento Rodrigues, estiveram na cerimônia. Pâmela foi de um cemitério a outro no carro da empresa. 

Desaparecidos. A lista de desaparecidos agora é de 22 pessoas. Além do corpo de Emanuele, uma das pessoas incluídas na lista, Maria Aparecida Vieira, de 65 anos, escapou da tragédia e estava na casa de parentes desde quinta-feira, 5. Seu nome foi excluído. Assim, resta localizar 22 pessoas.

As buscas em Bento Rodrigues foram suspensas nesta manhã após o registro de um abalo sísmico na região de 2,1 graus na escala Richter, registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), segundo o governo do Estado de Minas. Como mais pessoas vêm sendo retiradas de áreas isoladas pela lama, o total de desabrigados, hoje, é de 631 pessoas. 

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MARIANA (MG) - Foi enterrado no início da tarde desta terça-feira, 10, o corpo da menina Emanuele Vitória Fernandes, de 5 anos. A criança, que morava no distrito de Bento Rodrigues, é a quarta vítima da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil.  A menina havia se soltado da mão do pai quando a família tentava escapar do mar de lama. Ainda há um corpo aguardando identificação.

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A mãe de Emanuele, Pâmela Raiane, que está grávida, ficou o tempo todo ao lado do corpo, sentada em uma cadeira de madeira com marcas de tinha branca. No peito dela, havia um adesivo, desgastado, escrito "Bento". O adereço é uma forma de controle de acesso que os hotéis da região têm feito para controlar a entrada dos desabrigados de Bento Rodrigues hospedados na cidade. 

O corpo foi levado de um cemitério para outro após uma celebração evangélica marcada por comoção. O pastor leu três versículos do capítulo 12 do livro Apocalipse, da Bíblia, e disse à mãe que ela um dia reencontrará a filha no céu. A jovem mãe, que espera mais um filho, não conteve os prantos e foi ajudada por parentes. 

O avô de Emanuele, o vigia Francisco Izabel, de 65 anos, foi quem reconheceu a criança. "Reconheci pelos dedinhos da mão, que eram tortinhos, e pelos dentes", diz o avô.

"O pai estava tentando resgatar ela e o menininho (irmão de Emanuele), mas ela escapuliu. Assim mesmo tentamos entrar na lama, mas não a alcançamos, ela sumiu, depois apareceu mais uma vez e depois afundou de novo. Ainda consegui ouvir dois gritos dela", lembra o avô. "Falaram depois que o helicóptero iria buscá-la e que tinha resgate. Ela estava a 30 metros da gente, não consegui alcançar."

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Moradores de áreas atingidas pela enxurrada após o rompimento de barragens da mineradora Samarco tentar remover a lama. Os atingidos contabilizam os prejuízos.

Chorando, o avô não escondeu a revolta por causa do acidente. "Era uma menina sadia, doce, alegre, uma boneca. A gente vê essa coisa, que é uma irresponsabilidade do Meio Ambiente, um órgão que tinha como cuidar das coisas, como olhar isso, e da Samarco, que com ganância pelo dinheiro fez o que fez. Tem horas que vejo o grito dela, é muito difícil, completou o vigilante. 

O pai de Emanuele, que se feriu tentando salvar a menina da lama, não acompanhou a cerimônia. Ele continua internado no hospital João XXXIII, em Belo Horizonte. Segundo familiares, passava por cirurgia na hora do enterro. 

Funcionários da empresa Samarco, responsável pelas barragens que romperam e destruíram o vilarejo de Bento Rodrigues, estiveram na cerimônia. Pâmela foi de um cemitério a outro no carro da empresa. 

Desaparecidos. A lista de desaparecidos agora é de 22 pessoas. Além do corpo de Emanuele, uma das pessoas incluídas na lista, Maria Aparecida Vieira, de 65 anos, escapou da tragédia e estava na casa de parentes desde quinta-feira, 5. Seu nome foi excluído. Assim, resta localizar 22 pessoas.

As buscas em Bento Rodrigues foram suspensas nesta manhã após o registro de um abalo sísmico na região de 2,1 graus na escala Richter, registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), segundo o governo do Estado de Minas. Como mais pessoas vêm sendo retiradas de áreas isoladas pela lama, o total de desabrigados, hoje, é de 631 pessoas. 

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