Das centenas de maneiras de se comemorar um gol, uma das mais legais é aquela em que o jogador sai correndo pela linha de fundo, trepa no alambrado e começa a gritar como um louco diante de uma multidão de torcedores ensandecidos que gritam tão loucamente quanto. E essa é uma das mais legais porque o futebol só existe (ou, ao menos, só deveria existir) em função do gol e da alegria que ele proporciona.
Mas esse tipo de comemoração é cada vez mais improvável, sobretudo nos grandes jogos. Às vezes, o alambrado pode cair - esse fenômeno é notório -, outras vezes o juiz decide que isso atrasa a partida e, portanto, é uma atitude antidesportiva (?) que deve resultar em cartão amarelo para o jogador, e outras vezes ainda não se pode comemorar no alambrado porque, bom, os novos estádios não têm mais alambrado.
Pois essa ausência de alambrado nas novas arenas tem proporcionado uma nova maneira bem legal de se comemorar um gol. O jogador agora faz o seu e sai correndo pela linha de fundo para gritar, literalmente, nos braços da torcida. Já vimos disso no Allianz Parque do Palmeiras, no Beira-Rio do Internacional, na Arena Corinthians e no Maracanã.
O Maracanã, aliás, tem uma peculiaridade: instalaram uma escadinha que permite ao jogador subir os degraus e abrir os braços como se estivesse num púlpito à espera da ovação. Foi assim que o Gilberto comemorou seu gol na semifinal entre Vasco e Flamengo num domingo, e foi assim que o Rafael Silva comemorou o seu na primeira partida da decisão entre Vasco e Botafogo no domingo seguinte. Foram momentos sublimes em que torcida e time viraram uma coisa só.
Vida longa àquela escadinha!
E que se substitua o cartão amarelo por um minutinho a mais de desconto, seu juiz.