Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

São Paulo — Error 404 Not Found


São Paulo, eu tive um sonho estranho: nele, suas mãos meladas de álcool em gel apertavam o meu pescoço

Por Gilberto Amendola

São Paulo, eu não tenho trocado. É no débito mesmo. Não, não é por aproximação. O carro do aplicativo não vem. Fui cancelado três vezes. Viver aqui é kombucha.

São Paulo, tem um gato dormindo embaixo de um carro roubado. Torci o pé na sua calçada. Aqui já foi uma ciclovia (ainda tem um pouco de tinta). O cemitério das patinetes que iriam revolucionar a mobilidade urbana fica na próxima esquina.

São Paulo, suas florestas de burnout escondem mil segredos: seus touros dourados, seus bandeirantes estáticos e seus foodies magrelos. 

continua após a publicidade

São Paulo, seus vidros fechados, seu passo apertado, sua gente sem ter onde morar. São Paulo, seus apartamentos caros de não mais de 20 metros quadrados. São Paulo, onde eu moro tudo mundo é desassistido, influencer digital ou publicitário. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, olha o povo de fé, na Praça da Sé, queimando o diabo no grito. Alô, Alô, SP, olha a perna do craque, a pedra de crack e as bolinhas de gude. 

continua após a publicidade
A população paulistana chegou a 12.038.175 em 2016 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

São Paulo, presta atenção, tem um gênio saindo do seu narguilé. Pede alguma coisa para comer. Um menino, que largou a escola, vai trazer tudo rapidinho. Deixa uma caixinha e cinco estrelinhas no App. 

São Paulo, as paredes estão descascando e o reboco não está segurando a emoção. Tudo aqui precisa de uma demão ou duas demão de verniz, de educação e de humanidade. 

continua após a publicidade

São Paulo, a corda é bamba, a mesinha do bar é bamba e na sua roda de samba só tem alemão. Brincadeira, irmão, SP é cheia de cintura. Aqui, a gente vai descendo até depois do chão. A gente desce, desce até furar a crosta terrestre. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, seus bebês usam hashi. Seu bolinho de chuva agora é bao. E o nosso caldo de missô ainda vai entornar.

continua após a publicidade

Na fila da lotérica envelhecemos todo dia, São Paulo. 

São Paulo, suas paleterias viraram food parks, seus food parks viraram brigaderias, suas brigaderias viraram esmalterias, suas esmalterias viraram barbearias, suas barbearias continuam firmes e fortes com seus cortes “chavosos” e “blindados”. 

São Paulo, eu tive um sonho estranho. Nele, suas mãos meladas de álcool em gel apertavam o meu pescoço. São Paulo, meu grito foi abafado por uma britadeira. Quem dorme com um barulho desses? 

continua após a publicidade

São Paulo, todo mundo sabe que a saída é o aeroporto. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

*Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

São Paulo, eu não tenho trocado. É no débito mesmo. Não, não é por aproximação. O carro do aplicativo não vem. Fui cancelado três vezes. Viver aqui é kombucha.

São Paulo, tem um gato dormindo embaixo de um carro roubado. Torci o pé na sua calçada. Aqui já foi uma ciclovia (ainda tem um pouco de tinta). O cemitério das patinetes que iriam revolucionar a mobilidade urbana fica na próxima esquina.

São Paulo, suas florestas de burnout escondem mil segredos: seus touros dourados, seus bandeirantes estáticos e seus foodies magrelos. 

São Paulo, seus vidros fechados, seu passo apertado, sua gente sem ter onde morar. São Paulo, seus apartamentos caros de não mais de 20 metros quadrados. São Paulo, onde eu moro tudo mundo é desassistido, influencer digital ou publicitário. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, olha o povo de fé, na Praça da Sé, queimando o diabo no grito. Alô, Alô, SP, olha a perna do craque, a pedra de crack e as bolinhas de gude. 

A população paulistana chegou a 12.038.175 em 2016 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

São Paulo, presta atenção, tem um gênio saindo do seu narguilé. Pede alguma coisa para comer. Um menino, que largou a escola, vai trazer tudo rapidinho. Deixa uma caixinha e cinco estrelinhas no App. 

São Paulo, as paredes estão descascando e o reboco não está segurando a emoção. Tudo aqui precisa de uma demão ou duas demão de verniz, de educação e de humanidade. 

São Paulo, a corda é bamba, a mesinha do bar é bamba e na sua roda de samba só tem alemão. Brincadeira, irmão, SP é cheia de cintura. Aqui, a gente vai descendo até depois do chão. A gente desce, desce até furar a crosta terrestre. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, seus bebês usam hashi. Seu bolinho de chuva agora é bao. E o nosso caldo de missô ainda vai entornar.

Na fila da lotérica envelhecemos todo dia, São Paulo. 

São Paulo, suas paleterias viraram food parks, seus food parks viraram brigaderias, suas brigaderias viraram esmalterias, suas esmalterias viraram barbearias, suas barbearias continuam firmes e fortes com seus cortes “chavosos” e “blindados”. 

São Paulo, eu tive um sonho estranho. Nele, suas mãos meladas de álcool em gel apertavam o meu pescoço. São Paulo, meu grito foi abafado por uma britadeira. Quem dorme com um barulho desses? 

São Paulo, todo mundo sabe que a saída é o aeroporto. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

*Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

São Paulo, eu não tenho trocado. É no débito mesmo. Não, não é por aproximação. O carro do aplicativo não vem. Fui cancelado três vezes. Viver aqui é kombucha.

São Paulo, tem um gato dormindo embaixo de um carro roubado. Torci o pé na sua calçada. Aqui já foi uma ciclovia (ainda tem um pouco de tinta). O cemitério das patinetes que iriam revolucionar a mobilidade urbana fica na próxima esquina.

São Paulo, suas florestas de burnout escondem mil segredos: seus touros dourados, seus bandeirantes estáticos e seus foodies magrelos. 

São Paulo, seus vidros fechados, seu passo apertado, sua gente sem ter onde morar. São Paulo, seus apartamentos caros de não mais de 20 metros quadrados. São Paulo, onde eu moro tudo mundo é desassistido, influencer digital ou publicitário. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, olha o povo de fé, na Praça da Sé, queimando o diabo no grito. Alô, Alô, SP, olha a perna do craque, a pedra de crack e as bolinhas de gude. 

A população paulistana chegou a 12.038.175 em 2016 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

São Paulo, presta atenção, tem um gênio saindo do seu narguilé. Pede alguma coisa para comer. Um menino, que largou a escola, vai trazer tudo rapidinho. Deixa uma caixinha e cinco estrelinhas no App. 

São Paulo, as paredes estão descascando e o reboco não está segurando a emoção. Tudo aqui precisa de uma demão ou duas demão de verniz, de educação e de humanidade. 

São Paulo, a corda é bamba, a mesinha do bar é bamba e na sua roda de samba só tem alemão. Brincadeira, irmão, SP é cheia de cintura. Aqui, a gente vai descendo até depois do chão. A gente desce, desce até furar a crosta terrestre. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, seus bebês usam hashi. Seu bolinho de chuva agora é bao. E o nosso caldo de missô ainda vai entornar.

Na fila da lotérica envelhecemos todo dia, São Paulo. 

São Paulo, suas paleterias viraram food parks, seus food parks viraram brigaderias, suas brigaderias viraram esmalterias, suas esmalterias viraram barbearias, suas barbearias continuam firmes e fortes com seus cortes “chavosos” e “blindados”. 

São Paulo, eu tive um sonho estranho. Nele, suas mãos meladas de álcool em gel apertavam o meu pescoço. São Paulo, meu grito foi abafado por uma britadeira. Quem dorme com um barulho desses? 

São Paulo, todo mundo sabe que a saída é o aeroporto. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

*Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

São Paulo, eu não tenho trocado. É no débito mesmo. Não, não é por aproximação. O carro do aplicativo não vem. Fui cancelado três vezes. Viver aqui é kombucha.

São Paulo, tem um gato dormindo embaixo de um carro roubado. Torci o pé na sua calçada. Aqui já foi uma ciclovia (ainda tem um pouco de tinta). O cemitério das patinetes que iriam revolucionar a mobilidade urbana fica na próxima esquina.

São Paulo, suas florestas de burnout escondem mil segredos: seus touros dourados, seus bandeirantes estáticos e seus foodies magrelos. 

São Paulo, seus vidros fechados, seu passo apertado, sua gente sem ter onde morar. São Paulo, seus apartamentos caros de não mais de 20 metros quadrados. São Paulo, onde eu moro tudo mundo é desassistido, influencer digital ou publicitário. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, olha o povo de fé, na Praça da Sé, queimando o diabo no grito. Alô, Alô, SP, olha a perna do craque, a pedra de crack e as bolinhas de gude. 

A população paulistana chegou a 12.038.175 em 2016 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

São Paulo, presta atenção, tem um gênio saindo do seu narguilé. Pede alguma coisa para comer. Um menino, que largou a escola, vai trazer tudo rapidinho. Deixa uma caixinha e cinco estrelinhas no App. 

São Paulo, as paredes estão descascando e o reboco não está segurando a emoção. Tudo aqui precisa de uma demão ou duas demão de verniz, de educação e de humanidade. 

São Paulo, a corda é bamba, a mesinha do bar é bamba e na sua roda de samba só tem alemão. Brincadeira, irmão, SP é cheia de cintura. Aqui, a gente vai descendo até depois do chão. A gente desce, desce até furar a crosta terrestre. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

São Paulo, seus bebês usam hashi. Seu bolinho de chuva agora é bao. E o nosso caldo de missô ainda vai entornar.

Na fila da lotérica envelhecemos todo dia, São Paulo. 

São Paulo, suas paleterias viraram food parks, seus food parks viraram brigaderias, suas brigaderias viraram esmalterias, suas esmalterias viraram barbearias, suas barbearias continuam firmes e fortes com seus cortes “chavosos” e “blindados”. 

São Paulo, eu tive um sonho estranho. Nele, suas mãos meladas de álcool em gel apertavam o meu pescoço. São Paulo, meu grito foi abafado por uma britadeira. Quem dorme com um barulho desses? 

São Paulo, todo mundo sabe que a saída é o aeroporto. 

São Paulo, eu te procurei no Google e deu “Error 404 Not Found”.

*Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.