Grávida, deficiente físico e 'casal da Vale' estão entre desaparecidos em Brumadinho


Parentes pressionam por mais informações e acompanham atividades de buscas dos bombeiros. 'Já estamos perdendo a esperança', diz amiga de desaparecida

Por Felipe Resk

Três dias após o rompimento da barragem 1 da Vale do Córrego do Feijão, moradores de Brumadinho vivem uma corrida contra o tempo em busca por seus desaparecidos. Segundo último balanço do Corpo de Bombeiros, o mar de lama deixou, até o momento um rastro de 58 mortos e outros 305 parentes, amigos ou vizinhos de quem não se tem notícia desde a tragédia. Entre os desaparecidos, há mulher grávida, deficiente físico e até um "casal da Vale".

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

Na lista de desaparecidos divulgada pela empresa, consta o nome de Juliana Resende, de 33 anos, que é analista em um armazém da mineradora. Também na relação, aparece Dennis Silva, de 34, técnico de planejamento e controle.

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Segundo familiares, os dois se conheceram na empresa, começaram a namorar pouco depois e casaram. Recentemente, a família até cresceu. Há cerca de dez meses, vieram os primeiros filhos. Dois meninos: gêmeos. "Quando estava começando a construir uma família, acontece uma catástrofe dessa", afirma Alese Junior Resende, de 19 anos, irmão de Juliana.

Por causa da pouca idade, as crianças ainda não sabem que os pais estão sumidos nem que a família suspeita que podem ser encontrados sem vida, sob a lama. "Os meninos são muito novos para saber o que aconteceu, mas estão inquietos desde sexta. Não ficam mais do mesmo jeito. Acho que, querendo ou não, eles sentem", diz.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
13 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
14 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
18 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
20 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
25 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
26 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
27 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19
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À família, contaram que Juliana estaria em uma reunião quando a barragem estourou. "As pessoas dizem que ela pegou a mochila, colocou nas costas e foi para outro lugar. De lá, a gente não sabe mais de nada", conta Resende. "Notícia não tem nenhuma, nem boa nem ruim."

Segundo o irmão, os parentes ficaram incomodados após os bombeiros anunciarem a suspensão de buscas por boa parte deste domingo, 27. Os bloqueios na cidade também impediram de tentarem achá-los por conta própria. "Esse trem todo deixa a família ainda mais angustiada", afirma. "É um descaso com a população."

"Minha mãe já chorou muito, agora está mais calma. A gente dá chá para ela, ela reza para Nossa Senhora de Aparecida o tempo todo", diz Resende. "Na sexta, ela perdeu o horário do trabalho. Só que ela nunca, nunca, nunca faltou ao serviço, então pegou o carro e foi para lá. Parece que Deus não queria..." 

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Angústia também vive a família de Juliana Esteves da Cruz Aguiar, de 28 anos, funcionária administrativa da Vale. "Falei com o esposo dela várias vezes, estão muito abalados", conta a amiga Amanda Miranda, que diz conhecer ao menos mais sete pessoas que continuam desaparecidas. "Tanto em Brumadinho quanto nas cidades vizinhas todo mundo está de luto. Você vai ao mercado e fica aquele silêncio, ninguém fala nada."

Segundo amiga, Juliana havia voltado a trabalhar neste mês, após licença maternidade. "Ela tem uma filha de quatro meses e um menino que completou 2 anos em dezembro."

Já a cabeleireira Letícia Mara, de 20 anos, quer saber o paradeiro da mãe, Sueli de Fátima Marcos, de 39, que é portadora de uma má-formação congênita no pé. Funcionária da Vale há mais de 10 anos, ela estava na mineradora no momento que a barragem estourou. "Minha mãe tem deficiência física, não sei se ela conseguiu fugir. Ela não aguenta correr. Estava em horário de almoço, a gente não sabe se ela estava no refeitório ou na usina", diz Letícia. "Estamos tentando manter a calma ao máximo possível. Só que uma hora um acaba desmoronando e todo mundo fica triste junto. Não tem o que fazer."

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Namorada de Everton Guilherme Ferreira Gomes, de 20 anos, outro desaparecido da lista da Vale, a estudante Camila de Amorim, também de 20, diz ter esperança de encontrá-lo. "Estamos marcando os bombeiros e transmissoras de TV pelo Instagram", conta. Para ela, o namorado pode ter corrido para uma mata e perdido o contato desde então. "Tenho certeza que vamos encontrar o Everton. Tem muita gente pedindo pela vida dele."

Pousada foi engolida por lama

Eram 11h05 quando a administradora de empresas Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, mandou sua última mensagem no Whatsapp, avisando que havia chegado bem a Belo Horizonte na sexta-feira. Grávida de quatro meses e estudando na Austrália, estava no seu primeiro dia de férias no Brasil.

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O plano era se reunir com o noivo e a família dele, então hospedados na Pousada Nova Estância, em uma área de mata em Brumadinho. "Depois disso, ela não retornou mais. Nem ela nem ninguém", conta a amiga Vanessa Stagine, de 35 anos. O que todos sabem: após a barragem da Vale romper, a pousada foi destroçada pela lama. "A família do noivo já estava lá, mas a gente não sabe se ela chegou ou não", diz a amiga.

Com a tragédia, funcionários e hóspedes da Nova Estância engordaram a lista de desaparecidos. Embora nenhum deles conste entre as vítimas identificadas pela Polícia Civil, a rede Number One chegou a divulgar nota informando a morte do proprietário da pousada, Márcio Paulo Mascarenhas, fundador da escola de inglês, além da mulher dele e de um filho. 

Já sobre Fernanda, não há notícias. "A gente está na internet, procurando em grupos com mais de 300 pessoas, ninguém sabe de nada", conta Vanessa, que mora em Curitiba, a cidade natal da amiga desaparecida.

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Também não foram encontrados o noivo Luis Taliberti Ribeiro Silva, de 33 anos, o sogro Adriano Ribeiro da Silva, de 60, a sogra Maria Lourdes Ribeiro, de 58, e a cunhada. A família atua no setor imobiliário no interior de São Paulo. Fernanda espera um menino. "É a primeira gravidez. Ela estava muito contente com tudo", conta Vanessa. "O pior é não conseguir informação. Já estamos perdendo a esperança."

Três dias após o rompimento da barragem 1 da Vale do Córrego do Feijão, moradores de Brumadinho vivem uma corrida contra o tempo em busca por seus desaparecidos. Segundo último balanço do Corpo de Bombeiros, o mar de lama deixou, até o momento um rastro de 58 mortos e outros 305 parentes, amigos ou vizinhos de quem não se tem notícia desde a tragédia. Entre os desaparecidos, há mulher grávida, deficiente físico e até um "casal da Vale".

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

Na lista de desaparecidos divulgada pela empresa, consta o nome de Juliana Resende, de 33 anos, que é analista em um armazém da mineradora. Também na relação, aparece Dennis Silva, de 34, técnico de planejamento e controle.

Segundo familiares, os dois se conheceram na empresa, começaram a namorar pouco depois e casaram. Recentemente, a família até cresceu. Há cerca de dez meses, vieram os primeiros filhos. Dois meninos: gêmeos. "Quando estava começando a construir uma família, acontece uma catástrofe dessa", afirma Alese Junior Resende, de 19 anos, irmão de Juliana.

Por causa da pouca idade, as crianças ainda não sabem que os pais estão sumidos nem que a família suspeita que podem ser encontrados sem vida, sob a lama. "Os meninos são muito novos para saber o que aconteceu, mas estão inquietos desde sexta. Não ficam mais do mesmo jeito. Acho que, querendo ou não, eles sentem", diz.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
14 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
18 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
20 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
25 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
26 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
27 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

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36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

À família, contaram que Juliana estaria em uma reunião quando a barragem estourou. "As pessoas dizem que ela pegou a mochila, colocou nas costas e foi para outro lugar. De lá, a gente não sabe mais de nada", conta Resende. "Notícia não tem nenhuma, nem boa nem ruim."

Segundo o irmão, os parentes ficaram incomodados após os bombeiros anunciarem a suspensão de buscas por boa parte deste domingo, 27. Os bloqueios na cidade também impediram de tentarem achá-los por conta própria. "Esse trem todo deixa a família ainda mais angustiada", afirma. "É um descaso com a população."

"Minha mãe já chorou muito, agora está mais calma. A gente dá chá para ela, ela reza para Nossa Senhora de Aparecida o tempo todo", diz Resende. "Na sexta, ela perdeu o horário do trabalho. Só que ela nunca, nunca, nunca faltou ao serviço, então pegou o carro e foi para lá. Parece que Deus não queria..." 

Angústia também vive a família de Juliana Esteves da Cruz Aguiar, de 28 anos, funcionária administrativa da Vale. "Falei com o esposo dela várias vezes, estão muito abalados", conta a amiga Amanda Miranda, que diz conhecer ao menos mais sete pessoas que continuam desaparecidas. "Tanto em Brumadinho quanto nas cidades vizinhas todo mundo está de luto. Você vai ao mercado e fica aquele silêncio, ninguém fala nada."

Segundo amiga, Juliana havia voltado a trabalhar neste mês, após licença maternidade. "Ela tem uma filha de quatro meses e um menino que completou 2 anos em dezembro."

Já a cabeleireira Letícia Mara, de 20 anos, quer saber o paradeiro da mãe, Sueli de Fátima Marcos, de 39, que é portadora de uma má-formação congênita no pé. Funcionária da Vale há mais de 10 anos, ela estava na mineradora no momento que a barragem estourou. "Minha mãe tem deficiência física, não sei se ela conseguiu fugir. Ela não aguenta correr. Estava em horário de almoço, a gente não sabe se ela estava no refeitório ou na usina", diz Letícia. "Estamos tentando manter a calma ao máximo possível. Só que uma hora um acaba desmoronando e todo mundo fica triste junto. Não tem o que fazer."

Namorada de Everton Guilherme Ferreira Gomes, de 20 anos, outro desaparecido da lista da Vale, a estudante Camila de Amorim, também de 20, diz ter esperança de encontrá-lo. "Estamos marcando os bombeiros e transmissoras de TV pelo Instagram", conta. Para ela, o namorado pode ter corrido para uma mata e perdido o contato desde então. "Tenho certeza que vamos encontrar o Everton. Tem muita gente pedindo pela vida dele."

Pousada foi engolida por lama

Eram 11h05 quando a administradora de empresas Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, mandou sua última mensagem no Whatsapp, avisando que havia chegado bem a Belo Horizonte na sexta-feira. Grávida de quatro meses e estudando na Austrália, estava no seu primeiro dia de férias no Brasil.

O plano era se reunir com o noivo e a família dele, então hospedados na Pousada Nova Estância, em uma área de mata em Brumadinho. "Depois disso, ela não retornou mais. Nem ela nem ninguém", conta a amiga Vanessa Stagine, de 35 anos. O que todos sabem: após a barragem da Vale romper, a pousada foi destroçada pela lama. "A família do noivo já estava lá, mas a gente não sabe se ela chegou ou não", diz a amiga.

Com a tragédia, funcionários e hóspedes da Nova Estância engordaram a lista de desaparecidos. Embora nenhum deles conste entre as vítimas identificadas pela Polícia Civil, a rede Number One chegou a divulgar nota informando a morte do proprietário da pousada, Márcio Paulo Mascarenhas, fundador da escola de inglês, além da mulher dele e de um filho. 

Já sobre Fernanda, não há notícias. "A gente está na internet, procurando em grupos com mais de 300 pessoas, ninguém sabe de nada", conta Vanessa, que mora em Curitiba, a cidade natal da amiga desaparecida.

Também não foram encontrados o noivo Luis Taliberti Ribeiro Silva, de 33 anos, o sogro Adriano Ribeiro da Silva, de 60, a sogra Maria Lourdes Ribeiro, de 58, e a cunhada. A família atua no setor imobiliário no interior de São Paulo. Fernanda espera um menino. "É a primeira gravidez. Ela estava muito contente com tudo", conta Vanessa. "O pior é não conseguir informação. Já estamos perdendo a esperança."

Três dias após o rompimento da barragem 1 da Vale do Córrego do Feijão, moradores de Brumadinho vivem uma corrida contra o tempo em busca por seus desaparecidos. Segundo último balanço do Corpo de Bombeiros, o mar de lama deixou, até o momento um rastro de 58 mortos e outros 305 parentes, amigos ou vizinhos de quem não se tem notícia desde a tragédia. Entre os desaparecidos, há mulher grávida, deficiente físico e até um "casal da Vale".

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

Na lista de desaparecidos divulgada pela empresa, consta o nome de Juliana Resende, de 33 anos, que é analista em um armazém da mineradora. Também na relação, aparece Dennis Silva, de 34, técnico de planejamento e controle.

Segundo familiares, os dois se conheceram na empresa, começaram a namorar pouco depois e casaram. Recentemente, a família até cresceu. Há cerca de dez meses, vieram os primeiros filhos. Dois meninos: gêmeos. "Quando estava começando a construir uma família, acontece uma catástrofe dessa", afirma Alese Junior Resende, de 19 anos, irmão de Juliana.

Por causa da pouca idade, as crianças ainda não sabem que os pais estão sumidos nem que a família suspeita que podem ser encontrados sem vida, sob a lama. "Os meninos são muito novos para saber o que aconteceu, mas estão inquietos desde sexta. Não ficam mais do mesmo jeito. Acho que, querendo ou não, eles sentem", diz.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
13 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
14 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
18 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
20 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
25 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
26 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
27 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

À família, contaram que Juliana estaria em uma reunião quando a barragem estourou. "As pessoas dizem que ela pegou a mochila, colocou nas costas e foi para outro lugar. De lá, a gente não sabe mais de nada", conta Resende. "Notícia não tem nenhuma, nem boa nem ruim."

Segundo o irmão, os parentes ficaram incomodados após os bombeiros anunciarem a suspensão de buscas por boa parte deste domingo, 27. Os bloqueios na cidade também impediram de tentarem achá-los por conta própria. "Esse trem todo deixa a família ainda mais angustiada", afirma. "É um descaso com a população."

"Minha mãe já chorou muito, agora está mais calma. A gente dá chá para ela, ela reza para Nossa Senhora de Aparecida o tempo todo", diz Resende. "Na sexta, ela perdeu o horário do trabalho. Só que ela nunca, nunca, nunca faltou ao serviço, então pegou o carro e foi para lá. Parece que Deus não queria..." 

Angústia também vive a família de Juliana Esteves da Cruz Aguiar, de 28 anos, funcionária administrativa da Vale. "Falei com o esposo dela várias vezes, estão muito abalados", conta a amiga Amanda Miranda, que diz conhecer ao menos mais sete pessoas que continuam desaparecidas. "Tanto em Brumadinho quanto nas cidades vizinhas todo mundo está de luto. Você vai ao mercado e fica aquele silêncio, ninguém fala nada."

Segundo amiga, Juliana havia voltado a trabalhar neste mês, após licença maternidade. "Ela tem uma filha de quatro meses e um menino que completou 2 anos em dezembro."

Já a cabeleireira Letícia Mara, de 20 anos, quer saber o paradeiro da mãe, Sueli de Fátima Marcos, de 39, que é portadora de uma má-formação congênita no pé. Funcionária da Vale há mais de 10 anos, ela estava na mineradora no momento que a barragem estourou. "Minha mãe tem deficiência física, não sei se ela conseguiu fugir. Ela não aguenta correr. Estava em horário de almoço, a gente não sabe se ela estava no refeitório ou na usina", diz Letícia. "Estamos tentando manter a calma ao máximo possível. Só que uma hora um acaba desmoronando e todo mundo fica triste junto. Não tem o que fazer."

Namorada de Everton Guilherme Ferreira Gomes, de 20 anos, outro desaparecido da lista da Vale, a estudante Camila de Amorim, também de 20, diz ter esperança de encontrá-lo. "Estamos marcando os bombeiros e transmissoras de TV pelo Instagram", conta. Para ela, o namorado pode ter corrido para uma mata e perdido o contato desde então. "Tenho certeza que vamos encontrar o Everton. Tem muita gente pedindo pela vida dele."

Pousada foi engolida por lama

Eram 11h05 quando a administradora de empresas Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, mandou sua última mensagem no Whatsapp, avisando que havia chegado bem a Belo Horizonte na sexta-feira. Grávida de quatro meses e estudando na Austrália, estava no seu primeiro dia de férias no Brasil.

O plano era se reunir com o noivo e a família dele, então hospedados na Pousada Nova Estância, em uma área de mata em Brumadinho. "Depois disso, ela não retornou mais. Nem ela nem ninguém", conta a amiga Vanessa Stagine, de 35 anos. O que todos sabem: após a barragem da Vale romper, a pousada foi destroçada pela lama. "A família do noivo já estava lá, mas a gente não sabe se ela chegou ou não", diz a amiga.

Com a tragédia, funcionários e hóspedes da Nova Estância engordaram a lista de desaparecidos. Embora nenhum deles conste entre as vítimas identificadas pela Polícia Civil, a rede Number One chegou a divulgar nota informando a morte do proprietário da pousada, Márcio Paulo Mascarenhas, fundador da escola de inglês, além da mulher dele e de um filho. 

Já sobre Fernanda, não há notícias. "A gente está na internet, procurando em grupos com mais de 300 pessoas, ninguém sabe de nada", conta Vanessa, que mora em Curitiba, a cidade natal da amiga desaparecida.

Também não foram encontrados o noivo Luis Taliberti Ribeiro Silva, de 33 anos, o sogro Adriano Ribeiro da Silva, de 60, a sogra Maria Lourdes Ribeiro, de 58, e a cunhada. A família atua no setor imobiliário no interior de São Paulo. Fernanda espera um menino. "É a primeira gravidez. Ela estava muito contente com tudo", conta Vanessa. "O pior é não conseguir informação. Já estamos perdendo a esperança."

Três dias após o rompimento da barragem 1 da Vale do Córrego do Feijão, moradores de Brumadinho vivem uma corrida contra o tempo em busca por seus desaparecidos. Segundo último balanço do Corpo de Bombeiros, o mar de lama deixou, até o momento um rastro de 58 mortos e outros 305 parentes, amigos ou vizinhos de quem não se tem notícia desde a tragédia. Entre os desaparecidos, há mulher grávida, deficiente físico e até um "casal da Vale".

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

Na lista de desaparecidos divulgada pela empresa, consta o nome de Juliana Resende, de 33 anos, que é analista em um armazém da mineradora. Também na relação, aparece Dennis Silva, de 34, técnico de planejamento e controle.

Segundo familiares, os dois se conheceram na empresa, começaram a namorar pouco depois e casaram. Recentemente, a família até cresceu. Há cerca de dez meses, vieram os primeiros filhos. Dois meninos: gêmeos. "Quando estava começando a construir uma família, acontece uma catástrofe dessa", afirma Alese Junior Resende, de 19 anos, irmão de Juliana.

Por causa da pouca idade, as crianças ainda não sabem que os pais estão sumidos nem que a família suspeita que podem ser encontrados sem vida, sob a lama. "Os meninos são muito novos para saber o que aconteceu, mas estão inquietos desde sexta. Não ficam mais do mesmo jeito. Acho que, querendo ou não, eles sentem", diz.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

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Tragédia em Minas Gerais

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Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Catástrofe ambiental e humana

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4 | 37

Animais

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Dificuldade no resgate

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6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

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24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Batalha pela Vida

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Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
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Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
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Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
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Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
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Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
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Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

À família, contaram que Juliana estaria em uma reunião quando a barragem estourou. "As pessoas dizem que ela pegou a mochila, colocou nas costas e foi para outro lugar. De lá, a gente não sabe mais de nada", conta Resende. "Notícia não tem nenhuma, nem boa nem ruim."

Segundo o irmão, os parentes ficaram incomodados após os bombeiros anunciarem a suspensão de buscas por boa parte deste domingo, 27. Os bloqueios na cidade também impediram de tentarem achá-los por conta própria. "Esse trem todo deixa a família ainda mais angustiada", afirma. "É um descaso com a população."

"Minha mãe já chorou muito, agora está mais calma. A gente dá chá para ela, ela reza para Nossa Senhora de Aparecida o tempo todo", diz Resende. "Na sexta, ela perdeu o horário do trabalho. Só que ela nunca, nunca, nunca faltou ao serviço, então pegou o carro e foi para lá. Parece que Deus não queria..." 

Angústia também vive a família de Juliana Esteves da Cruz Aguiar, de 28 anos, funcionária administrativa da Vale. "Falei com o esposo dela várias vezes, estão muito abalados", conta a amiga Amanda Miranda, que diz conhecer ao menos mais sete pessoas que continuam desaparecidas. "Tanto em Brumadinho quanto nas cidades vizinhas todo mundo está de luto. Você vai ao mercado e fica aquele silêncio, ninguém fala nada."

Segundo amiga, Juliana havia voltado a trabalhar neste mês, após licença maternidade. "Ela tem uma filha de quatro meses e um menino que completou 2 anos em dezembro."

Já a cabeleireira Letícia Mara, de 20 anos, quer saber o paradeiro da mãe, Sueli de Fátima Marcos, de 39, que é portadora de uma má-formação congênita no pé. Funcionária da Vale há mais de 10 anos, ela estava na mineradora no momento que a barragem estourou. "Minha mãe tem deficiência física, não sei se ela conseguiu fugir. Ela não aguenta correr. Estava em horário de almoço, a gente não sabe se ela estava no refeitório ou na usina", diz Letícia. "Estamos tentando manter a calma ao máximo possível. Só que uma hora um acaba desmoronando e todo mundo fica triste junto. Não tem o que fazer."

Namorada de Everton Guilherme Ferreira Gomes, de 20 anos, outro desaparecido da lista da Vale, a estudante Camila de Amorim, também de 20, diz ter esperança de encontrá-lo. "Estamos marcando os bombeiros e transmissoras de TV pelo Instagram", conta. Para ela, o namorado pode ter corrido para uma mata e perdido o contato desde então. "Tenho certeza que vamos encontrar o Everton. Tem muita gente pedindo pela vida dele."

Pousada foi engolida por lama

Eram 11h05 quando a administradora de empresas Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, mandou sua última mensagem no Whatsapp, avisando que havia chegado bem a Belo Horizonte na sexta-feira. Grávida de quatro meses e estudando na Austrália, estava no seu primeiro dia de férias no Brasil.

O plano era se reunir com o noivo e a família dele, então hospedados na Pousada Nova Estância, em uma área de mata em Brumadinho. "Depois disso, ela não retornou mais. Nem ela nem ninguém", conta a amiga Vanessa Stagine, de 35 anos. O que todos sabem: após a barragem da Vale romper, a pousada foi destroçada pela lama. "A família do noivo já estava lá, mas a gente não sabe se ela chegou ou não", diz a amiga.

Com a tragédia, funcionários e hóspedes da Nova Estância engordaram a lista de desaparecidos. Embora nenhum deles conste entre as vítimas identificadas pela Polícia Civil, a rede Number One chegou a divulgar nota informando a morte do proprietário da pousada, Márcio Paulo Mascarenhas, fundador da escola de inglês, além da mulher dele e de um filho. 

Já sobre Fernanda, não há notícias. "A gente está na internet, procurando em grupos com mais de 300 pessoas, ninguém sabe de nada", conta Vanessa, que mora em Curitiba, a cidade natal da amiga desaparecida.

Também não foram encontrados o noivo Luis Taliberti Ribeiro Silva, de 33 anos, o sogro Adriano Ribeiro da Silva, de 60, a sogra Maria Lourdes Ribeiro, de 58, e a cunhada. A família atua no setor imobiliário no interior de São Paulo. Fernanda espera um menino. "É a primeira gravidez. Ela estava muito contente com tudo", conta Vanessa. "O pior é não conseguir informação. Já estamos perdendo a esperança."

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