Militares reclamam de trabalhar como domésticas para generais


MP investiga funções de taifeiros, pagos com dinheiro público para lavar banheiro, cozinhar, passear com cão...

Por Laura Diniz

Roberto (nome fictício) gasta cerca de R$ 400 por mês para pagar a empregada doméstica que cuida de sua casa e de seus filhos, o que abocanha cerca de um terço de seu salário. Durante cerca de dez anos, ele desempenhou, na residência de generais do Exército, a mesma função que a empregada exerce em sua casa. Os generais, no entanto, não precisaram desembolsar um tostão de seus salários de cerca de R$ 8 mil para remunerá-lo porque as Forças Armadas permitem que oficiais usem militares de baixas patentes - os taifeiros - para fazer serviços domésticos. Os militares são pagos com dinheiro público. Ao tomar conhecimento do assunto, os promotores da Justiça Militar Soel Arpini e Jorge Cesar de Assis, de Santa Maria (RS), instauraram um inquérito civil para apurar a regularidade dessa prática. Por enquanto, a investigação refere-se ao Rio Grande do Sul, mas eles devem propor uma ação de abrangência nacional para tentar obrigar a União a acabar com esse desvio. Na estimativa de Arpini, cerca de 600 taifeiros trabalham em casas de generais nos País - ao custo de aproximadamente R$ 720 mil mensais. A rigor, taifeiros são os homens que cozinham e servem refeições em quartéis e missões, mas foram autorizados por normas internas das Forças Armadas a servir os generais e suas famílias.Desde abril, quando a investigação começou, os promotores já receberam inúmeras manifestações de taifeiros reclamando de situações degradantes que viveram dentro das casas de generais. "Militar tem aquele orgulho de vestir a farda, sabe? Mas a gente tem de tirar a farda, vestir uniforme doméstico e limpar banheiro, passear com cachorro, arrumar cama, lavar roupa da família inteira, inclusive cuecas e calcinhas de genros e noras. E tudo com o dedo da mulher do general na nossa cara", reclama Roberto, que conseguiu, somente a muito custo, se livrar das residências em Brasília e voltar ao cargo de cozinheiro de quartel. Há quem reclame até de trabalhar como motorista para levar a mulher do general ao shopping, à casa de amigos e para fazer outros passeios. A apuração foi brecada, no entanto, pela Procuradoria-Geral da República, que se recusou, por motivos técnico-jurídicos, a encaminhar ofício dos promotores à Presidência da Câmara dos Deputados. O objetivo deles era obter informações sobre uma investigação legislativa, de 1991, sobre o mesmo tema e comparar o que mudou de lá para cá. Os promotores recorreram ao Conselho Nacional do Ministério Público e aguardam resposta para continuar os trabalhos. A preocupação principal de Arpini e de Assis não é nem com os abusos de autoridade relatados pelos taifeiros, porque a maioria dos militares não faz reclamações formais - com medo de retaliações - e o Ministério Público só pode agir com base em provocação específica. "Nosso foco é a prática em si. A utilização de taifeiros realizando tarefas domésticas na residência de seus superiores está em manifesto descompasso com um País que quer ser republicano, onde todos deveriam ser iguais perante a lei", avaliou Arpini. "Não há nada que justifique tal benefício, que soa como uma prática corporativa." Os taifeiros, no entanto, dizem que os tais abusos têm levado grande parte da tropa a recorrer a antidepressivos e ansiolíticos para agüentar o tranco. "Pensei muitas vezes em pegar a pistola e dar um tiro na cara de um", afirmou Pedro (nome fictício), hoje na reserva, mas que serviu como taifeiro por 18 anos no Rio. A escolha da carreira dentro das Forças Armadas se dá logo na entrada. Depois, é muito difícil trocar de função. Segundo João (nome fictício), o cargo de taifeiro é "vendido" como nobre aos jovens militares, porque trabalhar com os generais seria um privilégio. "Sinto que fui iludido", disse o militar. A decisão de trocar de emprego, segundo eles, é difícil porque compromete a estabilidade da família. "A gente não sabe fazer outra coisa, não tem estudo e precisa do salário. O jeito é fazer uns bicos", afirmou João. Para Manoel (nome fictício), o trabalho virou motivo de vergonha. "Eu escondo isso tudo até dos meus filhos." INVESTIGAÇÃO O trabalho dos promotores começou quando tomaram conhecimento, pelo Diário Oficial, de que, em Bagé (RS), um taifeiro havia sido punido por pedir para sair de uma residência e voltar ao quartel. "Esse pedido foi interpretado como uma afronta, uma insubordinação, e o taifeiro, apesar de 26 anos de serviço sem ter cometido nenhuma transgressão disciplinar, foi punido", afirmou Arpini. O promotor refuta o argumento do Exército de que é "coerente" e "compreensível" os taifeiros servirem também a familiares dos generais, que moram na mesma residência. "As Forças Armadas destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos poderes constituídos. Não há nenhuma razão para que militares cumpram essa tarefa, que não tem a menor relação com sua missão constitucional." Ainda segundo o promotor, se houver alguma denúncia específica de abuso e ficar comprovado que o general exagerou no uso de sua autoridade, ele poderá ser processado por improbidade administrativa.

Roberto (nome fictício) gasta cerca de R$ 400 por mês para pagar a empregada doméstica que cuida de sua casa e de seus filhos, o que abocanha cerca de um terço de seu salário. Durante cerca de dez anos, ele desempenhou, na residência de generais do Exército, a mesma função que a empregada exerce em sua casa. Os generais, no entanto, não precisaram desembolsar um tostão de seus salários de cerca de R$ 8 mil para remunerá-lo porque as Forças Armadas permitem que oficiais usem militares de baixas patentes - os taifeiros - para fazer serviços domésticos. Os militares são pagos com dinheiro público. Ao tomar conhecimento do assunto, os promotores da Justiça Militar Soel Arpini e Jorge Cesar de Assis, de Santa Maria (RS), instauraram um inquérito civil para apurar a regularidade dessa prática. Por enquanto, a investigação refere-se ao Rio Grande do Sul, mas eles devem propor uma ação de abrangência nacional para tentar obrigar a União a acabar com esse desvio. Na estimativa de Arpini, cerca de 600 taifeiros trabalham em casas de generais nos País - ao custo de aproximadamente R$ 720 mil mensais. A rigor, taifeiros são os homens que cozinham e servem refeições em quartéis e missões, mas foram autorizados por normas internas das Forças Armadas a servir os generais e suas famílias.Desde abril, quando a investigação começou, os promotores já receberam inúmeras manifestações de taifeiros reclamando de situações degradantes que viveram dentro das casas de generais. "Militar tem aquele orgulho de vestir a farda, sabe? Mas a gente tem de tirar a farda, vestir uniforme doméstico e limpar banheiro, passear com cachorro, arrumar cama, lavar roupa da família inteira, inclusive cuecas e calcinhas de genros e noras. E tudo com o dedo da mulher do general na nossa cara", reclama Roberto, que conseguiu, somente a muito custo, se livrar das residências em Brasília e voltar ao cargo de cozinheiro de quartel. Há quem reclame até de trabalhar como motorista para levar a mulher do general ao shopping, à casa de amigos e para fazer outros passeios. A apuração foi brecada, no entanto, pela Procuradoria-Geral da República, que se recusou, por motivos técnico-jurídicos, a encaminhar ofício dos promotores à Presidência da Câmara dos Deputados. O objetivo deles era obter informações sobre uma investigação legislativa, de 1991, sobre o mesmo tema e comparar o que mudou de lá para cá. Os promotores recorreram ao Conselho Nacional do Ministério Público e aguardam resposta para continuar os trabalhos. A preocupação principal de Arpini e de Assis não é nem com os abusos de autoridade relatados pelos taifeiros, porque a maioria dos militares não faz reclamações formais - com medo de retaliações - e o Ministério Público só pode agir com base em provocação específica. "Nosso foco é a prática em si. A utilização de taifeiros realizando tarefas domésticas na residência de seus superiores está em manifesto descompasso com um País que quer ser republicano, onde todos deveriam ser iguais perante a lei", avaliou Arpini. "Não há nada que justifique tal benefício, que soa como uma prática corporativa." Os taifeiros, no entanto, dizem que os tais abusos têm levado grande parte da tropa a recorrer a antidepressivos e ansiolíticos para agüentar o tranco. "Pensei muitas vezes em pegar a pistola e dar um tiro na cara de um", afirmou Pedro (nome fictício), hoje na reserva, mas que serviu como taifeiro por 18 anos no Rio. A escolha da carreira dentro das Forças Armadas se dá logo na entrada. Depois, é muito difícil trocar de função. Segundo João (nome fictício), o cargo de taifeiro é "vendido" como nobre aos jovens militares, porque trabalhar com os generais seria um privilégio. "Sinto que fui iludido", disse o militar. A decisão de trocar de emprego, segundo eles, é difícil porque compromete a estabilidade da família. "A gente não sabe fazer outra coisa, não tem estudo e precisa do salário. O jeito é fazer uns bicos", afirmou João. Para Manoel (nome fictício), o trabalho virou motivo de vergonha. "Eu escondo isso tudo até dos meus filhos." INVESTIGAÇÃO O trabalho dos promotores começou quando tomaram conhecimento, pelo Diário Oficial, de que, em Bagé (RS), um taifeiro havia sido punido por pedir para sair de uma residência e voltar ao quartel. "Esse pedido foi interpretado como uma afronta, uma insubordinação, e o taifeiro, apesar de 26 anos de serviço sem ter cometido nenhuma transgressão disciplinar, foi punido", afirmou Arpini. O promotor refuta o argumento do Exército de que é "coerente" e "compreensível" os taifeiros servirem também a familiares dos generais, que moram na mesma residência. "As Forças Armadas destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos poderes constituídos. Não há nenhuma razão para que militares cumpram essa tarefa, que não tem a menor relação com sua missão constitucional." Ainda segundo o promotor, se houver alguma denúncia específica de abuso e ficar comprovado que o general exagerou no uso de sua autoridade, ele poderá ser processado por improbidade administrativa.

Roberto (nome fictício) gasta cerca de R$ 400 por mês para pagar a empregada doméstica que cuida de sua casa e de seus filhos, o que abocanha cerca de um terço de seu salário. Durante cerca de dez anos, ele desempenhou, na residência de generais do Exército, a mesma função que a empregada exerce em sua casa. Os generais, no entanto, não precisaram desembolsar um tostão de seus salários de cerca de R$ 8 mil para remunerá-lo porque as Forças Armadas permitem que oficiais usem militares de baixas patentes - os taifeiros - para fazer serviços domésticos. Os militares são pagos com dinheiro público. Ao tomar conhecimento do assunto, os promotores da Justiça Militar Soel Arpini e Jorge Cesar de Assis, de Santa Maria (RS), instauraram um inquérito civil para apurar a regularidade dessa prática. Por enquanto, a investigação refere-se ao Rio Grande do Sul, mas eles devem propor uma ação de abrangência nacional para tentar obrigar a União a acabar com esse desvio. Na estimativa de Arpini, cerca de 600 taifeiros trabalham em casas de generais nos País - ao custo de aproximadamente R$ 720 mil mensais. A rigor, taifeiros são os homens que cozinham e servem refeições em quartéis e missões, mas foram autorizados por normas internas das Forças Armadas a servir os generais e suas famílias.Desde abril, quando a investigação começou, os promotores já receberam inúmeras manifestações de taifeiros reclamando de situações degradantes que viveram dentro das casas de generais. "Militar tem aquele orgulho de vestir a farda, sabe? Mas a gente tem de tirar a farda, vestir uniforme doméstico e limpar banheiro, passear com cachorro, arrumar cama, lavar roupa da família inteira, inclusive cuecas e calcinhas de genros e noras. E tudo com o dedo da mulher do general na nossa cara", reclama Roberto, que conseguiu, somente a muito custo, se livrar das residências em Brasília e voltar ao cargo de cozinheiro de quartel. Há quem reclame até de trabalhar como motorista para levar a mulher do general ao shopping, à casa de amigos e para fazer outros passeios. A apuração foi brecada, no entanto, pela Procuradoria-Geral da República, que se recusou, por motivos técnico-jurídicos, a encaminhar ofício dos promotores à Presidência da Câmara dos Deputados. O objetivo deles era obter informações sobre uma investigação legislativa, de 1991, sobre o mesmo tema e comparar o que mudou de lá para cá. Os promotores recorreram ao Conselho Nacional do Ministério Público e aguardam resposta para continuar os trabalhos. A preocupação principal de Arpini e de Assis não é nem com os abusos de autoridade relatados pelos taifeiros, porque a maioria dos militares não faz reclamações formais - com medo de retaliações - e o Ministério Público só pode agir com base em provocação específica. "Nosso foco é a prática em si. A utilização de taifeiros realizando tarefas domésticas na residência de seus superiores está em manifesto descompasso com um País que quer ser republicano, onde todos deveriam ser iguais perante a lei", avaliou Arpini. "Não há nada que justifique tal benefício, que soa como uma prática corporativa." Os taifeiros, no entanto, dizem que os tais abusos têm levado grande parte da tropa a recorrer a antidepressivos e ansiolíticos para agüentar o tranco. "Pensei muitas vezes em pegar a pistola e dar um tiro na cara de um", afirmou Pedro (nome fictício), hoje na reserva, mas que serviu como taifeiro por 18 anos no Rio. A escolha da carreira dentro das Forças Armadas se dá logo na entrada. Depois, é muito difícil trocar de função. Segundo João (nome fictício), o cargo de taifeiro é "vendido" como nobre aos jovens militares, porque trabalhar com os generais seria um privilégio. "Sinto que fui iludido", disse o militar. A decisão de trocar de emprego, segundo eles, é difícil porque compromete a estabilidade da família. "A gente não sabe fazer outra coisa, não tem estudo e precisa do salário. O jeito é fazer uns bicos", afirmou João. Para Manoel (nome fictício), o trabalho virou motivo de vergonha. "Eu escondo isso tudo até dos meus filhos." INVESTIGAÇÃO O trabalho dos promotores começou quando tomaram conhecimento, pelo Diário Oficial, de que, em Bagé (RS), um taifeiro havia sido punido por pedir para sair de uma residência e voltar ao quartel. "Esse pedido foi interpretado como uma afronta, uma insubordinação, e o taifeiro, apesar de 26 anos de serviço sem ter cometido nenhuma transgressão disciplinar, foi punido", afirmou Arpini. O promotor refuta o argumento do Exército de que é "coerente" e "compreensível" os taifeiros servirem também a familiares dos generais, que moram na mesma residência. "As Forças Armadas destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos poderes constituídos. Não há nenhuma razão para que militares cumpram essa tarefa, que não tem a menor relação com sua missão constitucional." Ainda segundo o promotor, se houver alguma denúncia específica de abuso e ficar comprovado que o general exagerou no uso de sua autoridade, ele poderá ser processado por improbidade administrativa.

Roberto (nome fictício) gasta cerca de R$ 400 por mês para pagar a empregada doméstica que cuida de sua casa e de seus filhos, o que abocanha cerca de um terço de seu salário. Durante cerca de dez anos, ele desempenhou, na residência de generais do Exército, a mesma função que a empregada exerce em sua casa. Os generais, no entanto, não precisaram desembolsar um tostão de seus salários de cerca de R$ 8 mil para remunerá-lo porque as Forças Armadas permitem que oficiais usem militares de baixas patentes - os taifeiros - para fazer serviços domésticos. Os militares são pagos com dinheiro público. Ao tomar conhecimento do assunto, os promotores da Justiça Militar Soel Arpini e Jorge Cesar de Assis, de Santa Maria (RS), instauraram um inquérito civil para apurar a regularidade dessa prática. Por enquanto, a investigação refere-se ao Rio Grande do Sul, mas eles devem propor uma ação de abrangência nacional para tentar obrigar a União a acabar com esse desvio. Na estimativa de Arpini, cerca de 600 taifeiros trabalham em casas de generais nos País - ao custo de aproximadamente R$ 720 mil mensais. A rigor, taifeiros são os homens que cozinham e servem refeições em quartéis e missões, mas foram autorizados por normas internas das Forças Armadas a servir os generais e suas famílias.Desde abril, quando a investigação começou, os promotores já receberam inúmeras manifestações de taifeiros reclamando de situações degradantes que viveram dentro das casas de generais. "Militar tem aquele orgulho de vestir a farda, sabe? Mas a gente tem de tirar a farda, vestir uniforme doméstico e limpar banheiro, passear com cachorro, arrumar cama, lavar roupa da família inteira, inclusive cuecas e calcinhas de genros e noras. E tudo com o dedo da mulher do general na nossa cara", reclama Roberto, que conseguiu, somente a muito custo, se livrar das residências em Brasília e voltar ao cargo de cozinheiro de quartel. Há quem reclame até de trabalhar como motorista para levar a mulher do general ao shopping, à casa de amigos e para fazer outros passeios. A apuração foi brecada, no entanto, pela Procuradoria-Geral da República, que se recusou, por motivos técnico-jurídicos, a encaminhar ofício dos promotores à Presidência da Câmara dos Deputados. O objetivo deles era obter informações sobre uma investigação legislativa, de 1991, sobre o mesmo tema e comparar o que mudou de lá para cá. Os promotores recorreram ao Conselho Nacional do Ministério Público e aguardam resposta para continuar os trabalhos. A preocupação principal de Arpini e de Assis não é nem com os abusos de autoridade relatados pelos taifeiros, porque a maioria dos militares não faz reclamações formais - com medo de retaliações - e o Ministério Público só pode agir com base em provocação específica. "Nosso foco é a prática em si. A utilização de taifeiros realizando tarefas domésticas na residência de seus superiores está em manifesto descompasso com um País que quer ser republicano, onde todos deveriam ser iguais perante a lei", avaliou Arpini. "Não há nada que justifique tal benefício, que soa como uma prática corporativa." Os taifeiros, no entanto, dizem que os tais abusos têm levado grande parte da tropa a recorrer a antidepressivos e ansiolíticos para agüentar o tranco. "Pensei muitas vezes em pegar a pistola e dar um tiro na cara de um", afirmou Pedro (nome fictício), hoje na reserva, mas que serviu como taifeiro por 18 anos no Rio. A escolha da carreira dentro das Forças Armadas se dá logo na entrada. Depois, é muito difícil trocar de função. Segundo João (nome fictício), o cargo de taifeiro é "vendido" como nobre aos jovens militares, porque trabalhar com os generais seria um privilégio. "Sinto que fui iludido", disse o militar. A decisão de trocar de emprego, segundo eles, é difícil porque compromete a estabilidade da família. "A gente não sabe fazer outra coisa, não tem estudo e precisa do salário. O jeito é fazer uns bicos", afirmou João. Para Manoel (nome fictício), o trabalho virou motivo de vergonha. "Eu escondo isso tudo até dos meus filhos." INVESTIGAÇÃO O trabalho dos promotores começou quando tomaram conhecimento, pelo Diário Oficial, de que, em Bagé (RS), um taifeiro havia sido punido por pedir para sair de uma residência e voltar ao quartel. "Esse pedido foi interpretado como uma afronta, uma insubordinação, e o taifeiro, apesar de 26 anos de serviço sem ter cometido nenhuma transgressão disciplinar, foi punido", afirmou Arpini. O promotor refuta o argumento do Exército de que é "coerente" e "compreensível" os taifeiros servirem também a familiares dos generais, que moram na mesma residência. "As Forças Armadas destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos poderes constituídos. Não há nenhuma razão para que militares cumpram essa tarefa, que não tem a menor relação com sua missão constitucional." Ainda segundo o promotor, se houver alguma denúncia específica de abuso e ficar comprovado que o general exagerou no uso de sua autoridade, ele poderá ser processado por improbidade administrativa.

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