Como ter filhos e viajar a trabalho


Avise a criança com antecedência sobre suas viagens para ela se preparar

Por Monica Nobrega
Atualização:
Voar de madrugada com criança é um erro que se comete em nome de passagens mais baratas Foto: José Patrício/Estadão

Boa parte do meu trabalho durante a semana que passou foi entrevistar candidatas e candidatos a uma vaga de emprego que inclui viajar muito. Obviamente não perguntamos a ninguém sobre filhos. (Atenção, empregadores: é assim que deve ser. Se a pessoa, sendo mãe ou pai, se candidatou à vaga, é porque tem as alternativas encaminhadas em casa. É uma questão pessoal que não diz respeito a quem contrata.) 

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Por outro lado, faz 13 anos que trabalho viajando, mais da metade desse tempo sendo mãe de uma criança cujo pai também está frequentemente na estrada. Fiquei pensando, então, que

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tenho algumas sugestões a dar à nova ou ao novo colega de trabalho, caso essa pessoa tenha filhos

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PREPARAÇÃO DO TERRENO 

 

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Meu filho é apegado à rotina. Assim, a melhor estratégia para a minha família sempre foi avisar o quanto antes das viagens da mãe e do pai e dar à criança um tempo para entender e assimilar as mudanças temporárias que as ausências trazem. Os avós vêm cuidar dele, o horário escolar pode ser estendido durante alguns dias:

quanto mais tempo para processar, melhor a aceitação

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MOTIVOS CERTOS

 

Se você diz à criança que precisa trabalhar para pagar a escola, a festa de aniversário e o presente de Natal, está transferindo a ela a culpa por suas ausências. A criança pode começar a achar que basta desistir da escola, da festa e do presente para que mamãe ou papai estejam por perto.

Sugiro focar a conversa nos aspectos positivos de viajar a trabalho

. O destino da viagem, o que vai dar tempo de conhecer, o próprio fato de que mamãe e papai trabalham em algo que ainda por cima permite conhecer o mundo. Ao destacar estes aspectos, você incentiva seus filhos a persistirem nos próprios sonhos. Você educa pessoas resilientes – com sorte, forma novos viajantes. 

CONTAGEM REGRESSIVA

  

Tenho uma amiga que, dias antes do embarque, monta com o filho um calendário dos dias de ausência da mamãe. Um

calendário bonitão

, decorado, cheio de colagens e espaço para o pequeno anotar o que fez a cada dia. Assim, ele mesmo faz a contagem de quanto falta para o retorno da mãe. E ainda tem uma ferramenta para expressar criativamente suas angústias. 

INDEPENDÊNCIA

 

Mensagens de áudio e chamadas de vídeo estão aí para ajudar: você consegue falar com seus filhos (e quem está responsável pelos cuidados) quando quiser mesmo estando em outro continente. Mas

recomendo não exagerar no monitoramento.

Meu filho adora sentir que confio nele e ter autonomia para decidir quando quer me fazer uma ligação. 

DELEGAR A AUTORIDADE

  

A consequência direta da sugestão anterior é que você precisa confiar em quem cuida das crianças na sua ausência. O que significa

aceitar que nem tudo sai do seu jeito

. E tudo bem: a hora do sono, os programas de televisão, o cardápio do jantar você conserta na volta. 

O bônus disso tudo, pode reparar, é que seus filhos crescem, ficam um pouco mais independentes, fortalecem vínculos com outras pessoas. Todo mundo ganha com a ausência dos pais de vez em quando. 

PRESENTES EM MÃO DUPLA

 

Taí um tema que me tira o sono desde que meu menino era bebê. Não quero que encare os presentes como uma compensação por minha ausência, mas acho incrível quando encontro pelo mundo algo que é a cara dele. Nosso meio termo foi mudando com o tempo.

Quando ele era menorzinho, eu esperava dias para dar o presente, de modo a desvinculá-lo da minha ausência. Hoje, nós dois combinamos que cada um planeja uma surpresa para entregar ao outro no nosso reencontro. Acredito que, desta forma, consigo mostrar que

o poder de compra não é mais importante que a criatividade

. Eu ganho lindos desenhos e bonequinhos de sucata; ele, brinquedos que custam caríssimo no Brasil e uns poucos dólares no exterior. As finanças da família comemoram. 

DESACANSO, SIM

 

Mães e pais sabem que alguns dias longe das crianças, ainda que sejam dias de intenso trabalho, são necessariamente um descanso. No mínimo, você poderá se dar ao luxo de um jantar calmo, um drinque, uma noite de sono sem interrupções.

Abandone a culpa

e aproveite a vida adulta. Você merece. 

*Envie sua pergunta para viagem.estado@estadao.com.

Voar de madrugada com criança é um erro que se comete em nome de passagens mais baratas Foto: José Patrício/Estadão

Boa parte do meu trabalho durante a semana que passou foi entrevistar candidatas e candidatos a uma vaga de emprego que inclui viajar muito. Obviamente não perguntamos a ninguém sobre filhos. (Atenção, empregadores: é assim que deve ser. Se a pessoa, sendo mãe ou pai, se candidatou à vaga, é porque tem as alternativas encaminhadas em casa. É uma questão pessoal que não diz respeito a quem contrata.) 

Por outro lado, faz 13 anos que trabalho viajando, mais da metade desse tempo sendo mãe de uma criança cujo pai também está frequentemente na estrada. Fiquei pensando, então, que

tenho algumas sugestões a dar à nova ou ao novo colega de trabalho, caso essa pessoa tenha filhos

PREPARAÇÃO DO TERRENO 

 

Meu filho é apegado à rotina. Assim, a melhor estratégia para a minha família sempre foi avisar o quanto antes das viagens da mãe e do pai e dar à criança um tempo para entender e assimilar as mudanças temporárias que as ausências trazem. Os avós vêm cuidar dele, o horário escolar pode ser estendido durante alguns dias:

quanto mais tempo para processar, melhor a aceitação

MOTIVOS CERTOS

 

Se você diz à criança que precisa trabalhar para pagar a escola, a festa de aniversário e o presente de Natal, está transferindo a ela a culpa por suas ausências. A criança pode começar a achar que basta desistir da escola, da festa e do presente para que mamãe ou papai estejam por perto.

Sugiro focar a conversa nos aspectos positivos de viajar a trabalho

. O destino da viagem, o que vai dar tempo de conhecer, o próprio fato de que mamãe e papai trabalham em algo que ainda por cima permite conhecer o mundo. Ao destacar estes aspectos, você incentiva seus filhos a persistirem nos próprios sonhos. Você educa pessoas resilientes – com sorte, forma novos viajantes. 

CONTAGEM REGRESSIVA

  

Tenho uma amiga que, dias antes do embarque, monta com o filho um calendário dos dias de ausência da mamãe. Um

calendário bonitão

, decorado, cheio de colagens e espaço para o pequeno anotar o que fez a cada dia. Assim, ele mesmo faz a contagem de quanto falta para o retorno da mãe. E ainda tem uma ferramenta para expressar criativamente suas angústias. 

INDEPENDÊNCIA

 

Mensagens de áudio e chamadas de vídeo estão aí para ajudar: você consegue falar com seus filhos (e quem está responsável pelos cuidados) quando quiser mesmo estando em outro continente. Mas

recomendo não exagerar no monitoramento.

Meu filho adora sentir que confio nele e ter autonomia para decidir quando quer me fazer uma ligação. 

DELEGAR A AUTORIDADE

  

A consequência direta da sugestão anterior é que você precisa confiar em quem cuida das crianças na sua ausência. O que significa

aceitar que nem tudo sai do seu jeito

. E tudo bem: a hora do sono, os programas de televisão, o cardápio do jantar você conserta na volta. 

O bônus disso tudo, pode reparar, é que seus filhos crescem, ficam um pouco mais independentes, fortalecem vínculos com outras pessoas. Todo mundo ganha com a ausência dos pais de vez em quando. 

PRESENTES EM MÃO DUPLA

 

Taí um tema que me tira o sono desde que meu menino era bebê. Não quero que encare os presentes como uma compensação por minha ausência, mas acho incrível quando encontro pelo mundo algo que é a cara dele. Nosso meio termo foi mudando com o tempo.

Quando ele era menorzinho, eu esperava dias para dar o presente, de modo a desvinculá-lo da minha ausência. Hoje, nós dois combinamos que cada um planeja uma surpresa para entregar ao outro no nosso reencontro. Acredito que, desta forma, consigo mostrar que

o poder de compra não é mais importante que a criatividade

. Eu ganho lindos desenhos e bonequinhos de sucata; ele, brinquedos que custam caríssimo no Brasil e uns poucos dólares no exterior. As finanças da família comemoram. 

DESACANSO, SIM

 

Mães e pais sabem que alguns dias longe das crianças, ainda que sejam dias de intenso trabalho, são necessariamente um descanso. No mínimo, você poderá se dar ao luxo de um jantar calmo, um drinque, uma noite de sono sem interrupções.

Abandone a culpa

e aproveite a vida adulta. Você merece. 

*Envie sua pergunta para viagem.estado@estadao.com.

Voar de madrugada com criança é um erro que se comete em nome de passagens mais baratas Foto: José Patrício/Estadão

Boa parte do meu trabalho durante a semana que passou foi entrevistar candidatas e candidatos a uma vaga de emprego que inclui viajar muito. Obviamente não perguntamos a ninguém sobre filhos. (Atenção, empregadores: é assim que deve ser. Se a pessoa, sendo mãe ou pai, se candidatou à vaga, é porque tem as alternativas encaminhadas em casa. É uma questão pessoal que não diz respeito a quem contrata.) 

Por outro lado, faz 13 anos que trabalho viajando, mais da metade desse tempo sendo mãe de uma criança cujo pai também está frequentemente na estrada. Fiquei pensando, então, que

tenho algumas sugestões a dar à nova ou ao novo colega de trabalho, caso essa pessoa tenha filhos

PREPARAÇÃO DO TERRENO 

 

Meu filho é apegado à rotina. Assim, a melhor estratégia para a minha família sempre foi avisar o quanto antes das viagens da mãe e do pai e dar à criança um tempo para entender e assimilar as mudanças temporárias que as ausências trazem. Os avós vêm cuidar dele, o horário escolar pode ser estendido durante alguns dias:

quanto mais tempo para processar, melhor a aceitação

MOTIVOS CERTOS

 

Se você diz à criança que precisa trabalhar para pagar a escola, a festa de aniversário e o presente de Natal, está transferindo a ela a culpa por suas ausências. A criança pode começar a achar que basta desistir da escola, da festa e do presente para que mamãe ou papai estejam por perto.

Sugiro focar a conversa nos aspectos positivos de viajar a trabalho

. O destino da viagem, o que vai dar tempo de conhecer, o próprio fato de que mamãe e papai trabalham em algo que ainda por cima permite conhecer o mundo. Ao destacar estes aspectos, você incentiva seus filhos a persistirem nos próprios sonhos. Você educa pessoas resilientes – com sorte, forma novos viajantes. 

CONTAGEM REGRESSIVA

  

Tenho uma amiga que, dias antes do embarque, monta com o filho um calendário dos dias de ausência da mamãe. Um

calendário bonitão

, decorado, cheio de colagens e espaço para o pequeno anotar o que fez a cada dia. Assim, ele mesmo faz a contagem de quanto falta para o retorno da mãe. E ainda tem uma ferramenta para expressar criativamente suas angústias. 

INDEPENDÊNCIA

 

Mensagens de áudio e chamadas de vídeo estão aí para ajudar: você consegue falar com seus filhos (e quem está responsável pelos cuidados) quando quiser mesmo estando em outro continente. Mas

recomendo não exagerar no monitoramento.

Meu filho adora sentir que confio nele e ter autonomia para decidir quando quer me fazer uma ligação. 

DELEGAR A AUTORIDADE

  

A consequência direta da sugestão anterior é que você precisa confiar em quem cuida das crianças na sua ausência. O que significa

aceitar que nem tudo sai do seu jeito

. E tudo bem: a hora do sono, os programas de televisão, o cardápio do jantar você conserta na volta. 

O bônus disso tudo, pode reparar, é que seus filhos crescem, ficam um pouco mais independentes, fortalecem vínculos com outras pessoas. Todo mundo ganha com a ausência dos pais de vez em quando. 

PRESENTES EM MÃO DUPLA

 

Taí um tema que me tira o sono desde que meu menino era bebê. Não quero que encare os presentes como uma compensação por minha ausência, mas acho incrível quando encontro pelo mundo algo que é a cara dele. Nosso meio termo foi mudando com o tempo.

Quando ele era menorzinho, eu esperava dias para dar o presente, de modo a desvinculá-lo da minha ausência. Hoje, nós dois combinamos que cada um planeja uma surpresa para entregar ao outro no nosso reencontro. Acredito que, desta forma, consigo mostrar que

o poder de compra não é mais importante que a criatividade

. Eu ganho lindos desenhos e bonequinhos de sucata; ele, brinquedos que custam caríssimo no Brasil e uns poucos dólares no exterior. As finanças da família comemoram. 

DESACANSO, SIM

 

Mães e pais sabem que alguns dias longe das crianças, ainda que sejam dias de intenso trabalho, são necessariamente um descanso. No mínimo, você poderá se dar ao luxo de um jantar calmo, um drinque, uma noite de sono sem interrupções.

Abandone a culpa

e aproveite a vida adulta. Você merece. 

*Envie sua pergunta para viagem.estado@estadao.com.

Voar de madrugada com criança é um erro que se comete em nome de passagens mais baratas Foto: José Patrício/Estadão

Boa parte do meu trabalho durante a semana que passou foi entrevistar candidatas e candidatos a uma vaga de emprego que inclui viajar muito. Obviamente não perguntamos a ninguém sobre filhos. (Atenção, empregadores: é assim que deve ser. Se a pessoa, sendo mãe ou pai, se candidatou à vaga, é porque tem as alternativas encaminhadas em casa. É uma questão pessoal que não diz respeito a quem contrata.) 

Por outro lado, faz 13 anos que trabalho viajando, mais da metade desse tempo sendo mãe de uma criança cujo pai também está frequentemente na estrada. Fiquei pensando, então, que

tenho algumas sugestões a dar à nova ou ao novo colega de trabalho, caso essa pessoa tenha filhos

PREPARAÇÃO DO TERRENO 

 

Meu filho é apegado à rotina. Assim, a melhor estratégia para a minha família sempre foi avisar o quanto antes das viagens da mãe e do pai e dar à criança um tempo para entender e assimilar as mudanças temporárias que as ausências trazem. Os avós vêm cuidar dele, o horário escolar pode ser estendido durante alguns dias:

quanto mais tempo para processar, melhor a aceitação

MOTIVOS CERTOS

 

Se você diz à criança que precisa trabalhar para pagar a escola, a festa de aniversário e o presente de Natal, está transferindo a ela a culpa por suas ausências. A criança pode começar a achar que basta desistir da escola, da festa e do presente para que mamãe ou papai estejam por perto.

Sugiro focar a conversa nos aspectos positivos de viajar a trabalho

. O destino da viagem, o que vai dar tempo de conhecer, o próprio fato de que mamãe e papai trabalham em algo que ainda por cima permite conhecer o mundo. Ao destacar estes aspectos, você incentiva seus filhos a persistirem nos próprios sonhos. Você educa pessoas resilientes – com sorte, forma novos viajantes. 

CONTAGEM REGRESSIVA

  

Tenho uma amiga que, dias antes do embarque, monta com o filho um calendário dos dias de ausência da mamãe. Um

calendário bonitão

, decorado, cheio de colagens e espaço para o pequeno anotar o que fez a cada dia. Assim, ele mesmo faz a contagem de quanto falta para o retorno da mãe. E ainda tem uma ferramenta para expressar criativamente suas angústias. 

INDEPENDÊNCIA

 

Mensagens de áudio e chamadas de vídeo estão aí para ajudar: você consegue falar com seus filhos (e quem está responsável pelos cuidados) quando quiser mesmo estando em outro continente. Mas

recomendo não exagerar no monitoramento.

Meu filho adora sentir que confio nele e ter autonomia para decidir quando quer me fazer uma ligação. 

DELEGAR A AUTORIDADE

  

A consequência direta da sugestão anterior é que você precisa confiar em quem cuida das crianças na sua ausência. O que significa

aceitar que nem tudo sai do seu jeito

. E tudo bem: a hora do sono, os programas de televisão, o cardápio do jantar você conserta na volta. 

O bônus disso tudo, pode reparar, é que seus filhos crescem, ficam um pouco mais independentes, fortalecem vínculos com outras pessoas. Todo mundo ganha com a ausência dos pais de vez em quando. 

PRESENTES EM MÃO DUPLA

 

Taí um tema que me tira o sono desde que meu menino era bebê. Não quero que encare os presentes como uma compensação por minha ausência, mas acho incrível quando encontro pelo mundo algo que é a cara dele. Nosso meio termo foi mudando com o tempo.

Quando ele era menorzinho, eu esperava dias para dar o presente, de modo a desvinculá-lo da minha ausência. Hoje, nós dois combinamos que cada um planeja uma surpresa para entregar ao outro no nosso reencontro. Acredito que, desta forma, consigo mostrar que

o poder de compra não é mais importante que a criatividade

. Eu ganho lindos desenhos e bonequinhos de sucata; ele, brinquedos que custam caríssimo no Brasil e uns poucos dólares no exterior. As finanças da família comemoram. 

DESACANSO, SIM

 

Mães e pais sabem que alguns dias longe das crianças, ainda que sejam dias de intenso trabalho, são necessariamente um descanso. No mínimo, você poderá se dar ao luxo de um jantar calmo, um drinque, uma noite de sono sem interrupções.

Abandone a culpa

e aproveite a vida adulta. Você merece. 

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