O outro lado da notícia


Publicações da imprensa nipo-brasileira discutem e redefinem sua função na comunidade

Por Tatiane Matheus

Influência da internet, maior cobertura de temas locais, mudanças no público leitor. As principais questões da mídia mundial também fazem parte do dia-a-dia da imprensa nipônica no País. Mas não são as únicas: jornais como São Paulo Shimbun e Nikkey Shimbun, que somam 50 mil exemplares por dia, têm como missão para os próximos anos discutir e redefinir seu papel na comunidade. Afinal, se no início de sua existência eles foram a única forma de os imigrantes saberem o que ocorria no Brasil e no Japão, agora as informações chegam em quantidade, seja pela internet ou pela televisão. E até a questão central - ter um jornal escrito em japonês - está sendo repensada. O Nikkey Shimbun, por exemplo, decidiu lançar um semanal em português, batizado de Jornal Nippak. "O concorrente (São Paulo Shimbun) tem uma página em português e nós fazíamos o mesmo. Mas sentimos a necessidade de criar um filho nissei", conta Raul Takaki, diretor-presidente. A antropóloga Célia Sakurai, autora do recém-lançado livro Os Japoneses (Ed. Contexto), diz que o desafio é ainda maior. "Além de superar a barreira da língua, os jornais devem mudar o enfoque." Um caminho possível - e que já está sendo trilhado - é deixar a cobertura cada vez mais voltada para a comunidade. Mesmo porque as notícias sobre o Japão estão mais do que disponíveis, no original, e as matérias sobre o Brasil podem ser lidas na imprensa nacional. O São Paulo Shimbun, além da página em português, tem uma versão na internet. "Mas nosso perfil de público ainda é o imigrante que lê em japonês. Cada assinante que morre é um leitor a menos", conta Nobuko Kojo, assistente da direção. Por isso mesmo, o jornal já estuda sua reformulação. Veículos mais novos completam a lista de publicações japonesas. É o caso do Nippo-Brasil, voltado para os dekasseguis, e da revista Made in Japan. Primeiros jornais O primeiro jornal japonês no País foi o Nambei, que surgiu em 1916. Com tantos imigrantes chegando, ocorreu um boom: em 1933, havia 20 publicações periódicas, 5 jornais e 15 revistas, lidas por 90% das famílias orientais. Os mais influentes eram publicados em São Paulo: Nippak Shimbun (1916), Burajiru Jiho (1917), Seishu Shino (1932) e Nippon Shimbun (1932). Em suas páginas, eles traziam de notícias sobre o Japão a recados entre parentes que estavam em outras cidades. "Os jornais chegavam ao Interior de trem e acabavam promovendo a integração dos imigrantes", explica a jornalista Célia Obe Oi. A 2.ª Guerra Mundial foi um duro golpe para os jornais japoneses, proibidos de circular. Quando eles voltaram à ativa, as notícias eram outras. Muitos imigrantes estavam trocando o Interior pela Capital e o Brasil já não era um lugar para enriquecer, mas um novo lar. Dessa época são o São Paulo Shimbun (1946), o Jornal Paulista (1947) e O Diário Nippak (1949) - em 1998, os dois últimos se fundiram para formar o Nikkey Shimbun.

Influência da internet, maior cobertura de temas locais, mudanças no público leitor. As principais questões da mídia mundial também fazem parte do dia-a-dia da imprensa nipônica no País. Mas não são as únicas: jornais como São Paulo Shimbun e Nikkey Shimbun, que somam 50 mil exemplares por dia, têm como missão para os próximos anos discutir e redefinir seu papel na comunidade. Afinal, se no início de sua existência eles foram a única forma de os imigrantes saberem o que ocorria no Brasil e no Japão, agora as informações chegam em quantidade, seja pela internet ou pela televisão. E até a questão central - ter um jornal escrito em japonês - está sendo repensada. O Nikkey Shimbun, por exemplo, decidiu lançar um semanal em português, batizado de Jornal Nippak. "O concorrente (São Paulo Shimbun) tem uma página em português e nós fazíamos o mesmo. Mas sentimos a necessidade de criar um filho nissei", conta Raul Takaki, diretor-presidente. A antropóloga Célia Sakurai, autora do recém-lançado livro Os Japoneses (Ed. Contexto), diz que o desafio é ainda maior. "Além de superar a barreira da língua, os jornais devem mudar o enfoque." Um caminho possível - e que já está sendo trilhado - é deixar a cobertura cada vez mais voltada para a comunidade. Mesmo porque as notícias sobre o Japão estão mais do que disponíveis, no original, e as matérias sobre o Brasil podem ser lidas na imprensa nacional. O São Paulo Shimbun, além da página em português, tem uma versão na internet. "Mas nosso perfil de público ainda é o imigrante que lê em japonês. Cada assinante que morre é um leitor a menos", conta Nobuko Kojo, assistente da direção. Por isso mesmo, o jornal já estuda sua reformulação. Veículos mais novos completam a lista de publicações japonesas. É o caso do Nippo-Brasil, voltado para os dekasseguis, e da revista Made in Japan. Primeiros jornais O primeiro jornal japonês no País foi o Nambei, que surgiu em 1916. Com tantos imigrantes chegando, ocorreu um boom: em 1933, havia 20 publicações periódicas, 5 jornais e 15 revistas, lidas por 90% das famílias orientais. Os mais influentes eram publicados em São Paulo: Nippak Shimbun (1916), Burajiru Jiho (1917), Seishu Shino (1932) e Nippon Shimbun (1932). Em suas páginas, eles traziam de notícias sobre o Japão a recados entre parentes que estavam em outras cidades. "Os jornais chegavam ao Interior de trem e acabavam promovendo a integração dos imigrantes", explica a jornalista Célia Obe Oi. A 2.ª Guerra Mundial foi um duro golpe para os jornais japoneses, proibidos de circular. Quando eles voltaram à ativa, as notícias eram outras. Muitos imigrantes estavam trocando o Interior pela Capital e o Brasil já não era um lugar para enriquecer, mas um novo lar. Dessa época são o São Paulo Shimbun (1946), o Jornal Paulista (1947) e O Diário Nippak (1949) - em 1998, os dois últimos se fundiram para formar o Nikkey Shimbun.

Influência da internet, maior cobertura de temas locais, mudanças no público leitor. As principais questões da mídia mundial também fazem parte do dia-a-dia da imprensa nipônica no País. Mas não são as únicas: jornais como São Paulo Shimbun e Nikkey Shimbun, que somam 50 mil exemplares por dia, têm como missão para os próximos anos discutir e redefinir seu papel na comunidade. Afinal, se no início de sua existência eles foram a única forma de os imigrantes saberem o que ocorria no Brasil e no Japão, agora as informações chegam em quantidade, seja pela internet ou pela televisão. E até a questão central - ter um jornal escrito em japonês - está sendo repensada. O Nikkey Shimbun, por exemplo, decidiu lançar um semanal em português, batizado de Jornal Nippak. "O concorrente (São Paulo Shimbun) tem uma página em português e nós fazíamos o mesmo. Mas sentimos a necessidade de criar um filho nissei", conta Raul Takaki, diretor-presidente. A antropóloga Célia Sakurai, autora do recém-lançado livro Os Japoneses (Ed. Contexto), diz que o desafio é ainda maior. "Além de superar a barreira da língua, os jornais devem mudar o enfoque." Um caminho possível - e que já está sendo trilhado - é deixar a cobertura cada vez mais voltada para a comunidade. Mesmo porque as notícias sobre o Japão estão mais do que disponíveis, no original, e as matérias sobre o Brasil podem ser lidas na imprensa nacional. O São Paulo Shimbun, além da página em português, tem uma versão na internet. "Mas nosso perfil de público ainda é o imigrante que lê em japonês. Cada assinante que morre é um leitor a menos", conta Nobuko Kojo, assistente da direção. Por isso mesmo, o jornal já estuda sua reformulação. Veículos mais novos completam a lista de publicações japonesas. É o caso do Nippo-Brasil, voltado para os dekasseguis, e da revista Made in Japan. Primeiros jornais O primeiro jornal japonês no País foi o Nambei, que surgiu em 1916. Com tantos imigrantes chegando, ocorreu um boom: em 1933, havia 20 publicações periódicas, 5 jornais e 15 revistas, lidas por 90% das famílias orientais. Os mais influentes eram publicados em São Paulo: Nippak Shimbun (1916), Burajiru Jiho (1917), Seishu Shino (1932) e Nippon Shimbun (1932). Em suas páginas, eles traziam de notícias sobre o Japão a recados entre parentes que estavam em outras cidades. "Os jornais chegavam ao Interior de trem e acabavam promovendo a integração dos imigrantes", explica a jornalista Célia Obe Oi. A 2.ª Guerra Mundial foi um duro golpe para os jornais japoneses, proibidos de circular. Quando eles voltaram à ativa, as notícias eram outras. Muitos imigrantes estavam trocando o Interior pela Capital e o Brasil já não era um lugar para enriquecer, mas um novo lar. Dessa época são o São Paulo Shimbun (1946), o Jornal Paulista (1947) e O Diário Nippak (1949) - em 1998, os dois últimos se fundiram para formar o Nikkey Shimbun.

Influência da internet, maior cobertura de temas locais, mudanças no público leitor. As principais questões da mídia mundial também fazem parte do dia-a-dia da imprensa nipônica no País. Mas não são as únicas: jornais como São Paulo Shimbun e Nikkey Shimbun, que somam 50 mil exemplares por dia, têm como missão para os próximos anos discutir e redefinir seu papel na comunidade. Afinal, se no início de sua existência eles foram a única forma de os imigrantes saberem o que ocorria no Brasil e no Japão, agora as informações chegam em quantidade, seja pela internet ou pela televisão. E até a questão central - ter um jornal escrito em japonês - está sendo repensada. O Nikkey Shimbun, por exemplo, decidiu lançar um semanal em português, batizado de Jornal Nippak. "O concorrente (São Paulo Shimbun) tem uma página em português e nós fazíamos o mesmo. Mas sentimos a necessidade de criar um filho nissei", conta Raul Takaki, diretor-presidente. A antropóloga Célia Sakurai, autora do recém-lançado livro Os Japoneses (Ed. Contexto), diz que o desafio é ainda maior. "Além de superar a barreira da língua, os jornais devem mudar o enfoque." Um caminho possível - e que já está sendo trilhado - é deixar a cobertura cada vez mais voltada para a comunidade. Mesmo porque as notícias sobre o Japão estão mais do que disponíveis, no original, e as matérias sobre o Brasil podem ser lidas na imprensa nacional. O São Paulo Shimbun, além da página em português, tem uma versão na internet. "Mas nosso perfil de público ainda é o imigrante que lê em japonês. Cada assinante que morre é um leitor a menos", conta Nobuko Kojo, assistente da direção. Por isso mesmo, o jornal já estuda sua reformulação. Veículos mais novos completam a lista de publicações japonesas. É o caso do Nippo-Brasil, voltado para os dekasseguis, e da revista Made in Japan. Primeiros jornais O primeiro jornal japonês no País foi o Nambei, que surgiu em 1916. Com tantos imigrantes chegando, ocorreu um boom: em 1933, havia 20 publicações periódicas, 5 jornais e 15 revistas, lidas por 90% das famílias orientais. Os mais influentes eram publicados em São Paulo: Nippak Shimbun (1916), Burajiru Jiho (1917), Seishu Shino (1932) e Nippon Shimbun (1932). Em suas páginas, eles traziam de notícias sobre o Japão a recados entre parentes que estavam em outras cidades. "Os jornais chegavam ao Interior de trem e acabavam promovendo a integração dos imigrantes", explica a jornalista Célia Obe Oi. A 2.ª Guerra Mundial foi um duro golpe para os jornais japoneses, proibidos de circular. Quando eles voltaram à ativa, as notícias eram outras. Muitos imigrantes estavam trocando o Interior pela Capital e o Brasil já não era um lugar para enriquecer, mas um novo lar. Dessa época são o São Paulo Shimbun (1946), o Jornal Paulista (1947) e O Diário Nippak (1949) - em 1998, os dois últimos se fundiram para formar o Nikkey Shimbun.

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