Prévia tucana não tem controle dos votantes


Em áudio obtido pelo ‘Estado’, organizadores admitem que não há como evitar fraudes

Por Pedro Venceslau

Na reunião do PSDB paulista sobre as regras das prévias do partido que definirão o candidato tucano ao governo de São Paulo, dirigentes da sigla admitiram não ter à mão o cadastro de todos os filiados aptos a votar na disputa neste domingo, 18. No encontro, um dos tucanos pede que seja obrigatório o uso de título eleitoral para votar. A medida não teve consenso e um dos participantes minimiza o risco de fraude: “efeito colateral”. 

A constatação foi feita no dia 8 de março, em encontro na sede do partido na zona sul da capital paulista. O Estado teve acesso à gravação feita por um dos participantes da reunião, que teve a presença do vice-prefeito Bruno Covas. Também estavam presentes representantes do prefeito João Doria; do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro; do suplente de senador José Aníbal; e do cientista político Luiz Felipe d’Ávila, concorrentes na disputa interna. 

O prefeito João Doria e o vice-prefeito Bruno Covas Foto: Hélvio Romero/ESTADÃO
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As prévias vão ocorrer em 131 locais de votação – 58 na capital e 73 no interior do Estado. Uma das primeiras perguntas feitas por representantes dos pré-candidatos foi: “Quantos podem votar?” Ninguém sabia exatamente o número. Um dos integrantes da executiva do PSDB disse que, segundo dados externos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 308 mil filiados estariam aptos a votar, mas no partido só constavam 110 mil nomes. 

+++Doria decide revogar decreto que garantia segurança pessoal a ex-prefeitos

Diante das fragilidades da lista, o indicado por Aníbal para a comissão, Luís Sobral, alerta que seria melhor que fosse exigido o título eleitor para evitar fraudes. A proposta foi logo rebatida por um aliado de Doria: “Ninguém anda com título”, afirmou Evandro Losacco. “Essa possibilidade de fraude foi avaliada. Ela tem que ser contemplada como efeito colateral. É muito complicado exigir título eleitoral”, disse em seguida César Gontijo, secretário-geral do PSDB e aliado do prefeito.

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Questionado pelo Estado sobre sua fala, Gontijo afirmou que o “efeito colateral” mencionado “foi sanado”. “Fiquei com essa preocupação depois da reunião. Decidimos que o eleitor leve de preferência o título de eleitor”, disse ele, após ser informado da gravação de suas declarações. O documento, porém, admitiu, não será obrigatório. 

Transporte. Bruno Covas levantou a questão de como o estatuto da prévia deveria tratar do transporte de eleitores. Gontijo diz que, “historicamente”, o partido usa ônibus para transportar filiados em convenções. “Mas isso não é convenção. Há uma disputa de poder”, responde Sobral. “Precisa de uma regra para a imprensa não explorar isso”, interrompe Losacco. 

Sobral sugere que o partido pague o transporte, mas a ideia é descartada por Gontijo – ele alega falta de dinheiro. “Vai ter ônibus de Bertioga levando para votar em Guarujá”, diz Bruno Covas. “Quero me declarar diametralmente contra a possibilidade de liberação desse tipo de contratação. Se for ter transporte, então que o partido pague. Quem tem meio contrata ônibus, quem não tem perde votos?”, questiona Sobral. “Mas isso é óbvio em qualquer lugar do mundo”, diz Bruno Covas. O transporte de eleitores é vetado pela lei na qual se baseia o estatuto da eleição interna do PSDB. A comissão decidiu que será permitido levar filiados para votar, mas o serviço não poderá ser pago pelos pré-candidatos.

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“O que mais me preocupa nessa prévia é a total impossibilidade de fiscalização. Não temos segurança que não vai haver fraudes”, disse Pesaro ao ser questionado pelo Estado sobre a reunião. “Minha equipe está apurando denúncia de que estariam pagando gasolina e ajuda de custo.”

“Isso virou uma esbórnia”, afirmou Aníbal. Segundo ele, transporte de eleitor “é crime e pode levar à impugnação das prévias”. “As prévias foram organizadas de forma açodada”, disse d’Ávila. Em nota, Bruno Covas afirmou que o que foi discutido na reunião foi votado pela executiva.

Na reunião do PSDB paulista sobre as regras das prévias do partido que definirão o candidato tucano ao governo de São Paulo, dirigentes da sigla admitiram não ter à mão o cadastro de todos os filiados aptos a votar na disputa neste domingo, 18. No encontro, um dos tucanos pede que seja obrigatório o uso de título eleitoral para votar. A medida não teve consenso e um dos participantes minimiza o risco de fraude: “efeito colateral”. 

A constatação foi feita no dia 8 de março, em encontro na sede do partido na zona sul da capital paulista. O Estado teve acesso à gravação feita por um dos participantes da reunião, que teve a presença do vice-prefeito Bruno Covas. Também estavam presentes representantes do prefeito João Doria; do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro; do suplente de senador José Aníbal; e do cientista político Luiz Felipe d’Ávila, concorrentes na disputa interna. 

O prefeito João Doria e o vice-prefeito Bruno Covas Foto: Hélvio Romero/ESTADÃO

As prévias vão ocorrer em 131 locais de votação – 58 na capital e 73 no interior do Estado. Uma das primeiras perguntas feitas por representantes dos pré-candidatos foi: “Quantos podem votar?” Ninguém sabia exatamente o número. Um dos integrantes da executiva do PSDB disse que, segundo dados externos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 308 mil filiados estariam aptos a votar, mas no partido só constavam 110 mil nomes. 

+++Doria decide revogar decreto que garantia segurança pessoal a ex-prefeitos

Diante das fragilidades da lista, o indicado por Aníbal para a comissão, Luís Sobral, alerta que seria melhor que fosse exigido o título eleitor para evitar fraudes. A proposta foi logo rebatida por um aliado de Doria: “Ninguém anda com título”, afirmou Evandro Losacco. “Essa possibilidade de fraude foi avaliada. Ela tem que ser contemplada como efeito colateral. É muito complicado exigir título eleitoral”, disse em seguida César Gontijo, secretário-geral do PSDB e aliado do prefeito.

Questionado pelo Estado sobre sua fala, Gontijo afirmou que o “efeito colateral” mencionado “foi sanado”. “Fiquei com essa preocupação depois da reunião. Decidimos que o eleitor leve de preferência o título de eleitor”, disse ele, após ser informado da gravação de suas declarações. O documento, porém, admitiu, não será obrigatório. 

Transporte. Bruno Covas levantou a questão de como o estatuto da prévia deveria tratar do transporte de eleitores. Gontijo diz que, “historicamente”, o partido usa ônibus para transportar filiados em convenções. “Mas isso não é convenção. Há uma disputa de poder”, responde Sobral. “Precisa de uma regra para a imprensa não explorar isso”, interrompe Losacco. 

Sobral sugere que o partido pague o transporte, mas a ideia é descartada por Gontijo – ele alega falta de dinheiro. “Vai ter ônibus de Bertioga levando para votar em Guarujá”, diz Bruno Covas. “Quero me declarar diametralmente contra a possibilidade de liberação desse tipo de contratação. Se for ter transporte, então que o partido pague. Quem tem meio contrata ônibus, quem não tem perde votos?”, questiona Sobral. “Mas isso é óbvio em qualquer lugar do mundo”, diz Bruno Covas. O transporte de eleitores é vetado pela lei na qual se baseia o estatuto da eleição interna do PSDB. A comissão decidiu que será permitido levar filiados para votar, mas o serviço não poderá ser pago pelos pré-candidatos.

“O que mais me preocupa nessa prévia é a total impossibilidade de fiscalização. Não temos segurança que não vai haver fraudes”, disse Pesaro ao ser questionado pelo Estado sobre a reunião. “Minha equipe está apurando denúncia de que estariam pagando gasolina e ajuda de custo.”

“Isso virou uma esbórnia”, afirmou Aníbal. Segundo ele, transporte de eleitor “é crime e pode levar à impugnação das prévias”. “As prévias foram organizadas de forma açodada”, disse d’Ávila. Em nota, Bruno Covas afirmou que o que foi discutido na reunião foi votado pela executiva.

Na reunião do PSDB paulista sobre as regras das prévias do partido que definirão o candidato tucano ao governo de São Paulo, dirigentes da sigla admitiram não ter à mão o cadastro de todos os filiados aptos a votar na disputa neste domingo, 18. No encontro, um dos tucanos pede que seja obrigatório o uso de título eleitoral para votar. A medida não teve consenso e um dos participantes minimiza o risco de fraude: “efeito colateral”. 

A constatação foi feita no dia 8 de março, em encontro na sede do partido na zona sul da capital paulista. O Estado teve acesso à gravação feita por um dos participantes da reunião, que teve a presença do vice-prefeito Bruno Covas. Também estavam presentes representantes do prefeito João Doria; do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro; do suplente de senador José Aníbal; e do cientista político Luiz Felipe d’Ávila, concorrentes na disputa interna. 

O prefeito João Doria e o vice-prefeito Bruno Covas Foto: Hélvio Romero/ESTADÃO

As prévias vão ocorrer em 131 locais de votação – 58 na capital e 73 no interior do Estado. Uma das primeiras perguntas feitas por representantes dos pré-candidatos foi: “Quantos podem votar?” Ninguém sabia exatamente o número. Um dos integrantes da executiva do PSDB disse que, segundo dados externos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 308 mil filiados estariam aptos a votar, mas no partido só constavam 110 mil nomes. 

+++Doria decide revogar decreto que garantia segurança pessoal a ex-prefeitos

Diante das fragilidades da lista, o indicado por Aníbal para a comissão, Luís Sobral, alerta que seria melhor que fosse exigido o título eleitor para evitar fraudes. A proposta foi logo rebatida por um aliado de Doria: “Ninguém anda com título”, afirmou Evandro Losacco. “Essa possibilidade de fraude foi avaliada. Ela tem que ser contemplada como efeito colateral. É muito complicado exigir título eleitoral”, disse em seguida César Gontijo, secretário-geral do PSDB e aliado do prefeito.

Questionado pelo Estado sobre sua fala, Gontijo afirmou que o “efeito colateral” mencionado “foi sanado”. “Fiquei com essa preocupação depois da reunião. Decidimos que o eleitor leve de preferência o título de eleitor”, disse ele, após ser informado da gravação de suas declarações. O documento, porém, admitiu, não será obrigatório. 

Transporte. Bruno Covas levantou a questão de como o estatuto da prévia deveria tratar do transporte de eleitores. Gontijo diz que, “historicamente”, o partido usa ônibus para transportar filiados em convenções. “Mas isso não é convenção. Há uma disputa de poder”, responde Sobral. “Precisa de uma regra para a imprensa não explorar isso”, interrompe Losacco. 

Sobral sugere que o partido pague o transporte, mas a ideia é descartada por Gontijo – ele alega falta de dinheiro. “Vai ter ônibus de Bertioga levando para votar em Guarujá”, diz Bruno Covas. “Quero me declarar diametralmente contra a possibilidade de liberação desse tipo de contratação. Se for ter transporte, então que o partido pague. Quem tem meio contrata ônibus, quem não tem perde votos?”, questiona Sobral. “Mas isso é óbvio em qualquer lugar do mundo”, diz Bruno Covas. O transporte de eleitores é vetado pela lei na qual se baseia o estatuto da eleição interna do PSDB. A comissão decidiu que será permitido levar filiados para votar, mas o serviço não poderá ser pago pelos pré-candidatos.

“O que mais me preocupa nessa prévia é a total impossibilidade de fiscalização. Não temos segurança que não vai haver fraudes”, disse Pesaro ao ser questionado pelo Estado sobre a reunião. “Minha equipe está apurando denúncia de que estariam pagando gasolina e ajuda de custo.”

“Isso virou uma esbórnia”, afirmou Aníbal. Segundo ele, transporte de eleitor “é crime e pode levar à impugnação das prévias”. “As prévias foram organizadas de forma açodada”, disse d’Ávila. Em nota, Bruno Covas afirmou que o que foi discutido na reunião foi votado pela executiva.

Na reunião do PSDB paulista sobre as regras das prévias do partido que definirão o candidato tucano ao governo de São Paulo, dirigentes da sigla admitiram não ter à mão o cadastro de todos os filiados aptos a votar na disputa neste domingo, 18. No encontro, um dos tucanos pede que seja obrigatório o uso de título eleitoral para votar. A medida não teve consenso e um dos participantes minimiza o risco de fraude: “efeito colateral”. 

A constatação foi feita no dia 8 de março, em encontro na sede do partido na zona sul da capital paulista. O Estado teve acesso à gravação feita por um dos participantes da reunião, que teve a presença do vice-prefeito Bruno Covas. Também estavam presentes representantes do prefeito João Doria; do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro; do suplente de senador José Aníbal; e do cientista político Luiz Felipe d’Ávila, concorrentes na disputa interna. 

O prefeito João Doria e o vice-prefeito Bruno Covas Foto: Hélvio Romero/ESTADÃO

As prévias vão ocorrer em 131 locais de votação – 58 na capital e 73 no interior do Estado. Uma das primeiras perguntas feitas por representantes dos pré-candidatos foi: “Quantos podem votar?” Ninguém sabia exatamente o número. Um dos integrantes da executiva do PSDB disse que, segundo dados externos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 308 mil filiados estariam aptos a votar, mas no partido só constavam 110 mil nomes. 

+++Doria decide revogar decreto que garantia segurança pessoal a ex-prefeitos

Diante das fragilidades da lista, o indicado por Aníbal para a comissão, Luís Sobral, alerta que seria melhor que fosse exigido o título eleitor para evitar fraudes. A proposta foi logo rebatida por um aliado de Doria: “Ninguém anda com título”, afirmou Evandro Losacco. “Essa possibilidade de fraude foi avaliada. Ela tem que ser contemplada como efeito colateral. É muito complicado exigir título eleitoral”, disse em seguida César Gontijo, secretário-geral do PSDB e aliado do prefeito.

Questionado pelo Estado sobre sua fala, Gontijo afirmou que o “efeito colateral” mencionado “foi sanado”. “Fiquei com essa preocupação depois da reunião. Decidimos que o eleitor leve de preferência o título de eleitor”, disse ele, após ser informado da gravação de suas declarações. O documento, porém, admitiu, não será obrigatório. 

Transporte. Bruno Covas levantou a questão de como o estatuto da prévia deveria tratar do transporte de eleitores. Gontijo diz que, “historicamente”, o partido usa ônibus para transportar filiados em convenções. “Mas isso não é convenção. Há uma disputa de poder”, responde Sobral. “Precisa de uma regra para a imprensa não explorar isso”, interrompe Losacco. 

Sobral sugere que o partido pague o transporte, mas a ideia é descartada por Gontijo – ele alega falta de dinheiro. “Vai ter ônibus de Bertioga levando para votar em Guarujá”, diz Bruno Covas. “Quero me declarar diametralmente contra a possibilidade de liberação desse tipo de contratação. Se for ter transporte, então que o partido pague. Quem tem meio contrata ônibus, quem não tem perde votos?”, questiona Sobral. “Mas isso é óbvio em qualquer lugar do mundo”, diz Bruno Covas. O transporte de eleitores é vetado pela lei na qual se baseia o estatuto da eleição interna do PSDB. A comissão decidiu que será permitido levar filiados para votar, mas o serviço não poderá ser pago pelos pré-candidatos.

“O que mais me preocupa nessa prévia é a total impossibilidade de fiscalização. Não temos segurança que não vai haver fraudes”, disse Pesaro ao ser questionado pelo Estado sobre a reunião. “Minha equipe está apurando denúncia de que estariam pagando gasolina e ajuda de custo.”

“Isso virou uma esbórnia”, afirmou Aníbal. Segundo ele, transporte de eleitor “é crime e pode levar à impugnação das prévias”. “As prévias foram organizadas de forma açodada”, disse d’Ávila. Em nota, Bruno Covas afirmou que o que foi discutido na reunião foi votado pela executiva.

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