RIO - O delegado Henrique Pessoa, preso por tentativa de homicídio após disparar contra um homem em audiência de conciliação na noite desta quarta-feira, 3, em Copacabana, na zona sul, deixou a delegacia às 12h43, após ser beneficiado por um pedido de liberdade provisória concedido no plantão judiciário. Ao sair da 13ª DP (Ipanema), onde passou a noite, o delegado afirmou que agiu em legítima defesa após ser agredido e hostilizado por um grupo de fiéis.
Pessoa, entretanto, admitiu que, ao efetuar o disparo, sabia da possibilidade de que alguém fosse atingido. "Essa é uma possibilidade toda vez que você faz um disparo naquelas circunstâncias, mas o intuito era de me defender plenamente", justificou o policial.
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O delegado informou que vai fazer exame de corpo de delito e registrar boletim de ocorrência por conta das agressões.
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"Eu fui linchado. Tomei chute, caí ao lado de um carro, tomei chute na cabeça e nas pernas, nas costas, precisaram dois policiais e dois populares me cobrirem com seus corpos ou a coisa teria sido muito mais grave", afirmou, sem admitir ter dado uma cabeçada no pastor da Geração Jesus Cristo, Tupirani da Hora Lores - entretanto, mais cedo, o advogado de Pessoa, Alexandre Dumans, havia confirmado a agressão.
"Ele (o pastor) fez uma convocação pública para a audiência, compareceram pelo menos 16 pessoas, e no momento em que saía da sala eu fui cercado, hostilizado, eles me fecharam a saída e eu fui obrigado a tentar abrir, até com uma certa virilidade. E à medida em que fui saindo e eles se dirigiram a mim, fui obrigado a fazer uso da arma para tentar me preservar", afirmou o delegado.
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O delegado alegou que é perseguido por Tupirani há cinco anos. "Desde 2009 que esse pastor me persegue, agride, denigre, faz referências maldosas, nada elogiosas em relação a mim, minha atividade profissional, minha filha, minha esposa", declarou. "E ultimamente eu tenho processado ele judicialmente. Eu nunca tomei outra atitude se não por medidas judiciais cabíveis, seja no âmbito civil o criminal", disse.
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Já o advogado Dumans lembrou que Pessoa realizou apenas um disparo. "Se ele quisesse matar alguém, teria disparado logo cinco, seis tiros de uma vez. Mas deu um só, para baixo, o que prova a legítima defesa."
O caso está sendo investigado na 12ª DP (Copacabana), mas, por ser um policial civil, o delegado ficou preso em outra unidade, para não haver interferência nas investigações.