RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) instaurou dois processos administrativos para apurar o uso de drones e o salto de quatro paraquedistas durante o desfile da Portela, na noite de segunda-feira, 16.
Em nota, a agência informou que a operação dos veículos aéreos não tripulados (VANTs) é proibida em áreas densamente povoadas e sem o Certificado de Autorização de Voo Experimental. Só nas arquibancadas, frisas e camarotes do sambódromo havia 72 mil pessoas. De acordo com o texto divulgado pela agência, na última quinta-feira, 12, os operadores dos drones solicitaram à Anac informações sobre a operação dos equipamentos e foram avisados sobre os procedimentos que deveriam ser adotados. Mas não formalizaram a intenção de utilizá-los.
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"Diante das operações com os drones sem a devida autorização e fora das regras da Agência, foi aberto um processo administrativo para notificar a escola e o operador responsável pelos equipamentos com o objetivo de obter mais informações, que serão analisadas para eventuais autuações. O infrator estará ainda sujeito a ações de responsabilidade civil e penal", informa a nota.
No enredo sobre o aniversário do Rio de Janeiro, a Portela usou 450 drones, informou o carnavalesco Alexandre Louzada, que representavam mini águias, uma para cada ano da cidade. O desfile teve ainda uma águia-robô, que sobrevoou a Sapucaí, e três drones-bola no carro que reproduzia o estádio do Maracanã.
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Antes do desfile, quatro paraquedistas com efeitos especiais na roupa saltaram de um helicóptero a uma altura de 850 metros. Eles eram liderados pelo campeão mundial de skysurf Gui Pádua. Os paraquedas tinham inscrição com o nome da escola.
De acordo com a Força Aérea Brasileira, foi expedido um Notam, documento com informações sobre o local e horário do pouso dos paraquedistas, que serve de alerta para outros aviadores que estejam na região. Mas a Anac também instaurou processo administrativo para apurar em que condições foi realizado o lançamento dos paraquedistas. "Para o lançamento de paraquedistas, o piloto deve possuir licença LPDQ e obedecer diversos requisitos de segurança expedidos pelos regulamentos da Agência, tais como o número de ocupantes da aeronave, a procedência da mesma aeronave, entre outros fatores", explicou a agência, na nota.
A Portela nas havia se pronunciado até as 18h10 desta quinta-feira.