Em 19 anos, projeto de teatro já atendeu 15 mil detentos no Rio


Presos participam das aulas com autorização da direção da cadeia; comportamento também determina adesão

Por Fabio Grellet

RIO - As aulas que iniciaram Edson Sodré Teixeira, de 54 anos, no mundo teatral integram o projeto Teatro na Prisão, criado em junho de 1997 pela professora Natália Fishe, da Unirio. “Começou como oficina oferecida pela pós-graduação. A ideia era visitar presídios e oferecer aulas de teatro aos detentos. Escolhemos o Lemos de Brito porque era mais perto. Mas o então diretor disse que autorizaria se fosse um projeto contínuo, que não queria projeto temporário. Eram uns 15 alunos. A maioria decidiu continuar.”

Ao longo de 19 anos, o projeto já atendeu cerca de 15 mil detentos, estima ela. “Atendemos a quatro presídios: Evaristo de Moraes, com cerca de 40 homens; Esmeraldino Bandeira, com uns 20; Talavera Bruce, com pouco menos de 40 mulheres; e Unidade Materno-Infantil, ligada à Talavera, com umas 15 mulheres.”

  Foto: Wilton Junior|Estadão
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Os presos interessados se inscrevem para as aulas, mas só participam se autorizados pela direção da cadeia. “O número de alunos em cada aula depende do comportamento do preso e até da estrutura do presídio. Quando há menos agentes penitenciários em serviço fica mais difícil liberar os presos para a aula. Eles aprendem a encenar e vão ensaiando a peça até apresentá-la no presídio.”

Em 2014, a professora ampliou o projeto e passou a reunir, na Unirio, na Urca, zona sul, ex-detentos, presos do semiaberto e parentes para atividades culturais e debates. “Ainda falta estrutura, é preciso bancar o transporte das pessoas, ainda estamos engatinhando.”

Professora teve pai preso e se interessou por rotina

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Em seu projeto de teatro para presos, a Unirio firmou parceria com a Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que mantém programa semelhante. Professora de teatro nesta instituição, Ashley Lucas, de 36 anos, passou a se interessar pela rotina em presídios porque seu pai permaneceu preso ao longo de 20 anos. Da experiência resultou a peça O visitante atrás das grades, encenada pela primeira vez no Brasil na última terça-feira na Penitenciária Evaristo de Moraes, em São Cristóvão (zona norte).

“Quando o pedido de liberdade provisória dele (do pai) foi negado pela terceira vez, passei a querer saber como era a rotina das famílias dos outros presos, como os parentes reagiam a essa situação”, diz. Ela começou a procurar familiares de detentos e fez centenas de entrevistas, além de ter trocado cartas com mais de 400 presidiários.

Os perfis mais interessantes foram reunidos nos 13 personagens do monólogo – em alguns estão reunidas características de mais de um preso. O espetáculo se estende por uma hora e 15 minutos e é sempre interpretado pela própria Ashley, que já conheceu presídios da Europa e do Brasil, além dos americanos.

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“Não dá para dizer que um seja pior que o outro. Tem coisas que são melhores nos Estados Unidos, em outros aspectos os do Brasil são melhores. Aqui tem plantas e banho de sol no pátio, por exemplo. Mas estar na prisão é parecido em qualquer lugar, é muito ruim”, conclui.

RIO - As aulas que iniciaram Edson Sodré Teixeira, de 54 anos, no mundo teatral integram o projeto Teatro na Prisão, criado em junho de 1997 pela professora Natália Fishe, da Unirio. “Começou como oficina oferecida pela pós-graduação. A ideia era visitar presídios e oferecer aulas de teatro aos detentos. Escolhemos o Lemos de Brito porque era mais perto. Mas o então diretor disse que autorizaria se fosse um projeto contínuo, que não queria projeto temporário. Eram uns 15 alunos. A maioria decidiu continuar.”

Ao longo de 19 anos, o projeto já atendeu cerca de 15 mil detentos, estima ela. “Atendemos a quatro presídios: Evaristo de Moraes, com cerca de 40 homens; Esmeraldino Bandeira, com uns 20; Talavera Bruce, com pouco menos de 40 mulheres; e Unidade Materno-Infantil, ligada à Talavera, com umas 15 mulheres.”

  Foto: Wilton Junior|Estadão

Os presos interessados se inscrevem para as aulas, mas só participam se autorizados pela direção da cadeia. “O número de alunos em cada aula depende do comportamento do preso e até da estrutura do presídio. Quando há menos agentes penitenciários em serviço fica mais difícil liberar os presos para a aula. Eles aprendem a encenar e vão ensaiando a peça até apresentá-la no presídio.”

Em 2014, a professora ampliou o projeto e passou a reunir, na Unirio, na Urca, zona sul, ex-detentos, presos do semiaberto e parentes para atividades culturais e debates. “Ainda falta estrutura, é preciso bancar o transporte das pessoas, ainda estamos engatinhando.”

Professora teve pai preso e se interessou por rotina

Em seu projeto de teatro para presos, a Unirio firmou parceria com a Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que mantém programa semelhante. Professora de teatro nesta instituição, Ashley Lucas, de 36 anos, passou a se interessar pela rotina em presídios porque seu pai permaneceu preso ao longo de 20 anos. Da experiência resultou a peça O visitante atrás das grades, encenada pela primeira vez no Brasil na última terça-feira na Penitenciária Evaristo de Moraes, em São Cristóvão (zona norte).

“Quando o pedido de liberdade provisória dele (do pai) foi negado pela terceira vez, passei a querer saber como era a rotina das famílias dos outros presos, como os parentes reagiam a essa situação”, diz. Ela começou a procurar familiares de detentos e fez centenas de entrevistas, além de ter trocado cartas com mais de 400 presidiários.

Os perfis mais interessantes foram reunidos nos 13 personagens do monólogo – em alguns estão reunidas características de mais de um preso. O espetáculo se estende por uma hora e 15 minutos e é sempre interpretado pela própria Ashley, que já conheceu presídios da Europa e do Brasil, além dos americanos.

“Não dá para dizer que um seja pior que o outro. Tem coisas que são melhores nos Estados Unidos, em outros aspectos os do Brasil são melhores. Aqui tem plantas e banho de sol no pátio, por exemplo. Mas estar na prisão é parecido em qualquer lugar, é muito ruim”, conclui.

RIO - As aulas que iniciaram Edson Sodré Teixeira, de 54 anos, no mundo teatral integram o projeto Teatro na Prisão, criado em junho de 1997 pela professora Natália Fishe, da Unirio. “Começou como oficina oferecida pela pós-graduação. A ideia era visitar presídios e oferecer aulas de teatro aos detentos. Escolhemos o Lemos de Brito porque era mais perto. Mas o então diretor disse que autorizaria se fosse um projeto contínuo, que não queria projeto temporário. Eram uns 15 alunos. A maioria decidiu continuar.”

Ao longo de 19 anos, o projeto já atendeu cerca de 15 mil detentos, estima ela. “Atendemos a quatro presídios: Evaristo de Moraes, com cerca de 40 homens; Esmeraldino Bandeira, com uns 20; Talavera Bruce, com pouco menos de 40 mulheres; e Unidade Materno-Infantil, ligada à Talavera, com umas 15 mulheres.”

  Foto: Wilton Junior|Estadão

Os presos interessados se inscrevem para as aulas, mas só participam se autorizados pela direção da cadeia. “O número de alunos em cada aula depende do comportamento do preso e até da estrutura do presídio. Quando há menos agentes penitenciários em serviço fica mais difícil liberar os presos para a aula. Eles aprendem a encenar e vão ensaiando a peça até apresentá-la no presídio.”

Em 2014, a professora ampliou o projeto e passou a reunir, na Unirio, na Urca, zona sul, ex-detentos, presos do semiaberto e parentes para atividades culturais e debates. “Ainda falta estrutura, é preciso bancar o transporte das pessoas, ainda estamos engatinhando.”

Professora teve pai preso e se interessou por rotina

Em seu projeto de teatro para presos, a Unirio firmou parceria com a Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que mantém programa semelhante. Professora de teatro nesta instituição, Ashley Lucas, de 36 anos, passou a se interessar pela rotina em presídios porque seu pai permaneceu preso ao longo de 20 anos. Da experiência resultou a peça O visitante atrás das grades, encenada pela primeira vez no Brasil na última terça-feira na Penitenciária Evaristo de Moraes, em São Cristóvão (zona norte).

“Quando o pedido de liberdade provisória dele (do pai) foi negado pela terceira vez, passei a querer saber como era a rotina das famílias dos outros presos, como os parentes reagiam a essa situação”, diz. Ela começou a procurar familiares de detentos e fez centenas de entrevistas, além de ter trocado cartas com mais de 400 presidiários.

Os perfis mais interessantes foram reunidos nos 13 personagens do monólogo – em alguns estão reunidas características de mais de um preso. O espetáculo se estende por uma hora e 15 minutos e é sempre interpretado pela própria Ashley, que já conheceu presídios da Europa e do Brasil, além dos americanos.

“Não dá para dizer que um seja pior que o outro. Tem coisas que são melhores nos Estados Unidos, em outros aspectos os do Brasil são melhores. Aqui tem plantas e banho de sol no pátio, por exemplo. Mas estar na prisão é parecido em qualquer lugar, é muito ruim”, conclui.

RIO - As aulas que iniciaram Edson Sodré Teixeira, de 54 anos, no mundo teatral integram o projeto Teatro na Prisão, criado em junho de 1997 pela professora Natália Fishe, da Unirio. “Começou como oficina oferecida pela pós-graduação. A ideia era visitar presídios e oferecer aulas de teatro aos detentos. Escolhemos o Lemos de Brito porque era mais perto. Mas o então diretor disse que autorizaria se fosse um projeto contínuo, que não queria projeto temporário. Eram uns 15 alunos. A maioria decidiu continuar.”

Ao longo de 19 anos, o projeto já atendeu cerca de 15 mil detentos, estima ela. “Atendemos a quatro presídios: Evaristo de Moraes, com cerca de 40 homens; Esmeraldino Bandeira, com uns 20; Talavera Bruce, com pouco menos de 40 mulheres; e Unidade Materno-Infantil, ligada à Talavera, com umas 15 mulheres.”

  Foto: Wilton Junior|Estadão

Os presos interessados se inscrevem para as aulas, mas só participam se autorizados pela direção da cadeia. “O número de alunos em cada aula depende do comportamento do preso e até da estrutura do presídio. Quando há menos agentes penitenciários em serviço fica mais difícil liberar os presos para a aula. Eles aprendem a encenar e vão ensaiando a peça até apresentá-la no presídio.”

Em 2014, a professora ampliou o projeto e passou a reunir, na Unirio, na Urca, zona sul, ex-detentos, presos do semiaberto e parentes para atividades culturais e debates. “Ainda falta estrutura, é preciso bancar o transporte das pessoas, ainda estamos engatinhando.”

Professora teve pai preso e se interessou por rotina

Em seu projeto de teatro para presos, a Unirio firmou parceria com a Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que mantém programa semelhante. Professora de teatro nesta instituição, Ashley Lucas, de 36 anos, passou a se interessar pela rotina em presídios porque seu pai permaneceu preso ao longo de 20 anos. Da experiência resultou a peça O visitante atrás das grades, encenada pela primeira vez no Brasil na última terça-feira na Penitenciária Evaristo de Moraes, em São Cristóvão (zona norte).

“Quando o pedido de liberdade provisória dele (do pai) foi negado pela terceira vez, passei a querer saber como era a rotina das famílias dos outros presos, como os parentes reagiam a essa situação”, diz. Ela começou a procurar familiares de detentos e fez centenas de entrevistas, além de ter trocado cartas com mais de 400 presidiários.

Os perfis mais interessantes foram reunidos nos 13 personagens do monólogo – em alguns estão reunidas características de mais de um preso. O espetáculo se estende por uma hora e 15 minutos e é sempre interpretado pela própria Ashley, que já conheceu presídios da Europa e do Brasil, além dos americanos.

“Não dá para dizer que um seja pior que o outro. Tem coisas que são melhores nos Estados Unidos, em outros aspectos os do Brasil são melhores. Aqui tem plantas e banho de sol no pátio, por exemplo. Mas estar na prisão é parecido em qualquer lugar, é muito ruim”, conclui.

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