TERESÓPOLIS - O incêndio que atinge o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana fluminense, já consumiu mais de 600 hectares, de acordo com a administração do parque, que tem 20 mil hectares de extensão. Até o momento, não é possível calcular quantos animais morreram ou ficaram feridos e a perda de biodiversidade de Mata Atlântica. Também não há previsão para extinção completa dos focos de incêndio.
Apenas dois animais foram resgatados - um filhote de paca, que morreu, e um ouriço que teve o pelo chamuscado, a cauda e as quatro patas queimadas. Os biólogos do parque acreditam que os bichos ainda consigam se esconder na mata, mas que em breve devem se aproximar das casas.
De acordo com o chefe do parque, Leandro Goulart, 42 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBIO) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estavam acampados nos arredores da Cachoeira da Macumba, onde o foco de incêndio foi extinto na noite desta quinta-feira, 16.
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Desde as 4h30 desta sexta-feira, 17, um grupo de 25 brigadistas abre uma trilha para chegar ao Pico do Mamute, um local de difícil acesso, onde está o principal foco da queimada. O percurso deve levar cerca de dez horas.
O helicóptero que ajudava a equipe a chegar no locais de difícil acesso foi danificado na quinta-feira e não há previsão de substituição.
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O fogo se aproxima da Trilha da Travessia, de 30 quilômetros de extensão, que atravessa o parque e liga Teresópolis a Petrópolis. Por segurança, todas as trilhas foram fechadas, incluindo a Caminhos da Serra do Mar, a primeira de longo percurso do País, com 68 quilômetros.
Outra dificuldade enfrentada pelos brigadistas é um fenômeno natural conhecido como "fogo de tufa", característico desta região de Mata Atlântica. As chamas correm por baixo do chão, queimando as raízes das árvores. A olho nu, apenas a fumaça aparece.
"Ainda é muito perigoso. Há risco de alguém pisar em falso e abrir uma vala que colocaria o fogo novamente em contato com as folhas secas", disse a bióloga do parque, Fabiane Pereira.
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Equipes do Corpo de Bombeiros trabalham em outras áreas nos arredores do parque, principalmente na cidade vizinha de Petrópolis, onde as chamas chegam perto das casas.