Ministro diz já estar em preparação 2ª fase de operação de segurança no Rio


Jungmann reafirmou que nova etapa terá como principal objetivo reduzir a capacidade operacional do crime organizado e que militares não ocuparão comunidades, como em 2015

Por Vinicius Neder
Exército ocupam ruas estratégias do Rio de Janeiro neste fim de semana Foto: Marcelo Say/EFE

RIO - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na tarde deste sábado, 29, que já está em curso a preparação da segunda fase da Operação "O Rio Quer Segurança e Paz", que mobiliza 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado do Rio de Janeiro. Data e local de início serão mantidas em segredo. Jungmann reafirmou que não haverá ocupação de comunidades e disse que qualquer forma de crime organizado será combatida, inclusive as milícias.

Neste sábado, as Forças Armadas voltaram a patrulhar as ruas da região metropolitana do Rio. "A próxima etapa será voltada ao nosso principal objetivo: reduzir a capacidade operacional do crime", afirmou o ministro da Defesa. O plano é chegar a "centros de comando e controle, fluxos de arma e drogas", com foco no crime organizado, inclusive as milícias, grupos clandestinos formados por policiais e bombeiros, que também atuam em favelas do Rio.

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Em entrevista após uma reunião de avaliação do segundo dia de operação, Jungmann reafirmou que os militares não farão ocupação de comunidades pobres, como na operação de 2015 em que as Forças Armadas atuaram no policiamento do Complexo da Maré. 

O ministro disse que não serão anunciados os locais das próximas fases da operação e que "só a inteligência permite golpear o crime organizado". "Não vamos antecipar aos adversários informação alguma. Posso dizer que essa primeira etapa (com mais patrulhamento) será curta e essa ostensividade (presença dos militares nas ruas) vai se retrair", afirmou Jungmann. 

A desocupação das ruas, admitiu, pode trazer alguma frustração à população, mas o importante é atacar a capacidade do crime agir e criar uma sensação de segurança que não seja passageira. "Nossa lógica não é a da ostensividade, mas golpear o crime organizado", destacou. 

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Nos primeiros dias da Operação o Rio quer Segurança e Paz o foco foi o reconhecimento de áreas. O comandante da operação, general Mauro Sinott, explicou que as polícias civil e militar estão atuando de maneira conjunta com as forças armadas nesse trabalho, para criar um planejamento integrado.

"Reconhecer significa obtenção de dados. Entender que acessos que tenho a um determinado local para uma operação futura, buscar informações de nível tático", explicou.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, disse que os recursos humanos e materiais das Forças Armadas são fundamentais no atual momento de crise financeira do Estado. Segundo ele, a Polícia Militar tem quatro mil candidatos aprovados em concurso mas não convocados, perdeu quase 3 mil homens ao longo do último ano e meio e deixou de colocar cerca de mil policiais adicionalmente nas ruas. “As polícias estaduais precisam de investimento para que possam com seus próprios recursos atender a demanda de cada Estado, sem precisar pedir apoio federal”, afirmou.

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Apesar de admitir que o Rio tem convivido com casos bárbaros de violência, o secretário disse que um levantamento parcial até a última quinta-feira (27) apontou para uma tendência de redução de indicadores de letalidade violenta em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, véspera das Olimpíadas.

Militares reforçam segurança no Rio; veja fotos

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Forças Armadas reforçam segurança no Rio

Foto: Fábio Motta/Estadao
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Foto: Wilton Junior/Estadão
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Foto: Wilton Junior/ESTADÃO

Ocupação. O ministro passou de helicóptero pelo Centro da cidade, onde atuam fuzileiros navais da Marinha; pelo Arco Metropolitano, rodovia que liga as principais vias de acesso ao Rio, onde atua a 9ª Brigada do Exército; por São Gonçalo e Niterói, cidades vizinhas à capital, onde atua a artilharia divisionária da 1ª Divisão do Exército; e pela Linha vermelha e Avenida Brasil, onde estão militares da Brigada Paraquedista do Exército.

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Os militares também ocuparam a orla da zona sul do Rio e pontos estratégicos das zonas norte e oeste, como os bairros de Guadalupe e Deodoro. No Aterro do Flamengo, que liga a zona sul ao centro da cidade, militares andavam fortemente armados pela ciclovia. A patrulha tinha apoio de pelo menos um caminhão e dois tanques do Exército ao longo do parque.

Decreto. O deslocamento das tropas foi autorizado por decreto do presidente Michel Temer, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 28. A previsão é de que os soldados fiquem no Rio até o fim do ano que vem.

Os militares se juntam ao grupo de agentes federais já destacados para ajudar na segurança no Estado: 620 agentes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eles atuarão em conjunto com outros agentes de segurança pública federal, estadual e municipal.

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Exército ocupam ruas estratégias do Rio de Janeiro neste fim de semana Foto: Marcelo Say/EFE

RIO - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na tarde deste sábado, 29, que já está em curso a preparação da segunda fase da Operação "O Rio Quer Segurança e Paz", que mobiliza 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado do Rio de Janeiro. Data e local de início serão mantidas em segredo. Jungmann reafirmou que não haverá ocupação de comunidades e disse que qualquer forma de crime organizado será combatida, inclusive as milícias.

Neste sábado, as Forças Armadas voltaram a patrulhar as ruas da região metropolitana do Rio. "A próxima etapa será voltada ao nosso principal objetivo: reduzir a capacidade operacional do crime", afirmou o ministro da Defesa. O plano é chegar a "centros de comando e controle, fluxos de arma e drogas", com foco no crime organizado, inclusive as milícias, grupos clandestinos formados por policiais e bombeiros, que também atuam em favelas do Rio.

Em entrevista após uma reunião de avaliação do segundo dia de operação, Jungmann reafirmou que os militares não farão ocupação de comunidades pobres, como na operação de 2015 em que as Forças Armadas atuaram no policiamento do Complexo da Maré. 

O ministro disse que não serão anunciados os locais das próximas fases da operação e que "só a inteligência permite golpear o crime organizado". "Não vamos antecipar aos adversários informação alguma. Posso dizer que essa primeira etapa (com mais patrulhamento) será curta e essa ostensividade (presença dos militares nas ruas) vai se retrair", afirmou Jungmann. 

A desocupação das ruas, admitiu, pode trazer alguma frustração à população, mas o importante é atacar a capacidade do crime agir e criar uma sensação de segurança que não seja passageira. "Nossa lógica não é a da ostensividade, mas golpear o crime organizado", destacou. 

Nos primeiros dias da Operação o Rio quer Segurança e Paz o foco foi o reconhecimento de áreas. O comandante da operação, general Mauro Sinott, explicou que as polícias civil e militar estão atuando de maneira conjunta com as forças armadas nesse trabalho, para criar um planejamento integrado.

"Reconhecer significa obtenção de dados. Entender que acessos que tenho a um determinado local para uma operação futura, buscar informações de nível tático", explicou.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, disse que os recursos humanos e materiais das Forças Armadas são fundamentais no atual momento de crise financeira do Estado. Segundo ele, a Polícia Militar tem quatro mil candidatos aprovados em concurso mas não convocados, perdeu quase 3 mil homens ao longo do último ano e meio e deixou de colocar cerca de mil policiais adicionalmente nas ruas. “As polícias estaduais precisam de investimento para que possam com seus próprios recursos atender a demanda de cada Estado, sem precisar pedir apoio federal”, afirmou.

Apesar de admitir que o Rio tem convivido com casos bárbaros de violência, o secretário disse que um levantamento parcial até a última quinta-feira (27) apontou para uma tendência de redução de indicadores de letalidade violenta em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, véspera das Olimpíadas.

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Ocupação. O ministro passou de helicóptero pelo Centro da cidade, onde atuam fuzileiros navais da Marinha; pelo Arco Metropolitano, rodovia que liga as principais vias de acesso ao Rio, onde atua a 9ª Brigada do Exército; por São Gonçalo e Niterói, cidades vizinhas à capital, onde atua a artilharia divisionária da 1ª Divisão do Exército; e pela Linha vermelha e Avenida Brasil, onde estão militares da Brigada Paraquedista do Exército.

Os militares também ocuparam a orla da zona sul do Rio e pontos estratégicos das zonas norte e oeste, como os bairros de Guadalupe e Deodoro. No Aterro do Flamengo, que liga a zona sul ao centro da cidade, militares andavam fortemente armados pela ciclovia. A patrulha tinha apoio de pelo menos um caminhão e dois tanques do Exército ao longo do parque.

Decreto. O deslocamento das tropas foi autorizado por decreto do presidente Michel Temer, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 28. A previsão é de que os soldados fiquem no Rio até o fim do ano que vem.

Os militares se juntam ao grupo de agentes federais já destacados para ajudar na segurança no Estado: 620 agentes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eles atuarão em conjunto com outros agentes de segurança pública federal, estadual e municipal.

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Exército ocupam ruas estratégias do Rio de Janeiro neste fim de semana Foto: Marcelo Say/EFE

RIO - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na tarde deste sábado, 29, que já está em curso a preparação da segunda fase da Operação "O Rio Quer Segurança e Paz", que mobiliza 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado do Rio de Janeiro. Data e local de início serão mantidas em segredo. Jungmann reafirmou que não haverá ocupação de comunidades e disse que qualquer forma de crime organizado será combatida, inclusive as milícias.

Neste sábado, as Forças Armadas voltaram a patrulhar as ruas da região metropolitana do Rio. "A próxima etapa será voltada ao nosso principal objetivo: reduzir a capacidade operacional do crime", afirmou o ministro da Defesa. O plano é chegar a "centros de comando e controle, fluxos de arma e drogas", com foco no crime organizado, inclusive as milícias, grupos clandestinos formados por policiais e bombeiros, que também atuam em favelas do Rio.

Em entrevista após uma reunião de avaliação do segundo dia de operação, Jungmann reafirmou que os militares não farão ocupação de comunidades pobres, como na operação de 2015 em que as Forças Armadas atuaram no policiamento do Complexo da Maré. 

O ministro disse que não serão anunciados os locais das próximas fases da operação e que "só a inteligência permite golpear o crime organizado". "Não vamos antecipar aos adversários informação alguma. Posso dizer que essa primeira etapa (com mais patrulhamento) será curta e essa ostensividade (presença dos militares nas ruas) vai se retrair", afirmou Jungmann. 

A desocupação das ruas, admitiu, pode trazer alguma frustração à população, mas o importante é atacar a capacidade do crime agir e criar uma sensação de segurança que não seja passageira. "Nossa lógica não é a da ostensividade, mas golpear o crime organizado", destacou. 

Nos primeiros dias da Operação o Rio quer Segurança e Paz o foco foi o reconhecimento de áreas. O comandante da operação, general Mauro Sinott, explicou que as polícias civil e militar estão atuando de maneira conjunta com as forças armadas nesse trabalho, para criar um planejamento integrado.

"Reconhecer significa obtenção de dados. Entender que acessos que tenho a um determinado local para uma operação futura, buscar informações de nível tático", explicou.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, disse que os recursos humanos e materiais das Forças Armadas são fundamentais no atual momento de crise financeira do Estado. Segundo ele, a Polícia Militar tem quatro mil candidatos aprovados em concurso mas não convocados, perdeu quase 3 mil homens ao longo do último ano e meio e deixou de colocar cerca de mil policiais adicionalmente nas ruas. “As polícias estaduais precisam de investimento para que possam com seus próprios recursos atender a demanda de cada Estado, sem precisar pedir apoio federal”, afirmou.

Apesar de admitir que o Rio tem convivido com casos bárbaros de violência, o secretário disse que um levantamento parcial até a última quinta-feira (27) apontou para uma tendência de redução de indicadores de letalidade violenta em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, véspera das Olimpíadas.

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Ocupação. O ministro passou de helicóptero pelo Centro da cidade, onde atuam fuzileiros navais da Marinha; pelo Arco Metropolitano, rodovia que liga as principais vias de acesso ao Rio, onde atua a 9ª Brigada do Exército; por São Gonçalo e Niterói, cidades vizinhas à capital, onde atua a artilharia divisionária da 1ª Divisão do Exército; e pela Linha vermelha e Avenida Brasil, onde estão militares da Brigada Paraquedista do Exército.

Os militares também ocuparam a orla da zona sul do Rio e pontos estratégicos das zonas norte e oeste, como os bairros de Guadalupe e Deodoro. No Aterro do Flamengo, que liga a zona sul ao centro da cidade, militares andavam fortemente armados pela ciclovia. A patrulha tinha apoio de pelo menos um caminhão e dois tanques do Exército ao longo do parque.

Decreto. O deslocamento das tropas foi autorizado por decreto do presidente Michel Temer, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 28. A previsão é de que os soldados fiquem no Rio até o fim do ano que vem.

Os militares se juntam ao grupo de agentes federais já destacados para ajudar na segurança no Estado: 620 agentes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eles atuarão em conjunto com outros agentes de segurança pública federal, estadual e municipal.

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Exército ocupam ruas estratégias do Rio de Janeiro neste fim de semana Foto: Marcelo Say/EFE

RIO - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na tarde deste sábado, 29, que já está em curso a preparação da segunda fase da Operação "O Rio Quer Segurança e Paz", que mobiliza 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado do Rio de Janeiro. Data e local de início serão mantidas em segredo. Jungmann reafirmou que não haverá ocupação de comunidades e disse que qualquer forma de crime organizado será combatida, inclusive as milícias.

Neste sábado, as Forças Armadas voltaram a patrulhar as ruas da região metropolitana do Rio. "A próxima etapa será voltada ao nosso principal objetivo: reduzir a capacidade operacional do crime", afirmou o ministro da Defesa. O plano é chegar a "centros de comando e controle, fluxos de arma e drogas", com foco no crime organizado, inclusive as milícias, grupos clandestinos formados por policiais e bombeiros, que também atuam em favelas do Rio.

Em entrevista após uma reunião de avaliação do segundo dia de operação, Jungmann reafirmou que os militares não farão ocupação de comunidades pobres, como na operação de 2015 em que as Forças Armadas atuaram no policiamento do Complexo da Maré. 

O ministro disse que não serão anunciados os locais das próximas fases da operação e que "só a inteligência permite golpear o crime organizado". "Não vamos antecipar aos adversários informação alguma. Posso dizer que essa primeira etapa (com mais patrulhamento) será curta e essa ostensividade (presença dos militares nas ruas) vai se retrair", afirmou Jungmann. 

A desocupação das ruas, admitiu, pode trazer alguma frustração à população, mas o importante é atacar a capacidade do crime agir e criar uma sensação de segurança que não seja passageira. "Nossa lógica não é a da ostensividade, mas golpear o crime organizado", destacou. 

Nos primeiros dias da Operação o Rio quer Segurança e Paz o foco foi o reconhecimento de áreas. O comandante da operação, general Mauro Sinott, explicou que as polícias civil e militar estão atuando de maneira conjunta com as forças armadas nesse trabalho, para criar um planejamento integrado.

"Reconhecer significa obtenção de dados. Entender que acessos que tenho a um determinado local para uma operação futura, buscar informações de nível tático", explicou.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, disse que os recursos humanos e materiais das Forças Armadas são fundamentais no atual momento de crise financeira do Estado. Segundo ele, a Polícia Militar tem quatro mil candidatos aprovados em concurso mas não convocados, perdeu quase 3 mil homens ao longo do último ano e meio e deixou de colocar cerca de mil policiais adicionalmente nas ruas. “As polícias estaduais precisam de investimento para que possam com seus próprios recursos atender a demanda de cada Estado, sem precisar pedir apoio federal”, afirmou.

Apesar de admitir que o Rio tem convivido com casos bárbaros de violência, o secretário disse que um levantamento parcial até a última quinta-feira (27) apontou para uma tendência de redução de indicadores de letalidade violenta em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, véspera das Olimpíadas.

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Ocupação. O ministro passou de helicóptero pelo Centro da cidade, onde atuam fuzileiros navais da Marinha; pelo Arco Metropolitano, rodovia que liga as principais vias de acesso ao Rio, onde atua a 9ª Brigada do Exército; por São Gonçalo e Niterói, cidades vizinhas à capital, onde atua a artilharia divisionária da 1ª Divisão do Exército; e pela Linha vermelha e Avenida Brasil, onde estão militares da Brigada Paraquedista do Exército.

Os militares também ocuparam a orla da zona sul do Rio e pontos estratégicos das zonas norte e oeste, como os bairros de Guadalupe e Deodoro. No Aterro do Flamengo, que liga a zona sul ao centro da cidade, militares andavam fortemente armados pela ciclovia. A patrulha tinha apoio de pelo menos um caminhão e dois tanques do Exército ao longo do parque.

Decreto. O deslocamento das tropas foi autorizado por decreto do presidente Michel Temer, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 28. A previsão é de que os soldados fiquem no Rio até o fim do ano que vem.

Os militares se juntam ao grupo de agentes federais já destacados para ajudar na segurança no Estado: 620 agentes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eles atuarão em conjunto com outros agentes de segurança pública federal, estadual e municipal.

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