RIO - Ainda sem data definitiva para deixar o Complexo de Favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, a Força de Pacificação terá na próxima quarta-feira, 6, sua terceira troca oficial de comando: de uma Brigada de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para outra, de Juiz de Fora, em Minas Gerais. A substituição das Forças Armadas pela Polícia Militar, por meio de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), estava inicialmente prevista para 31 de julho, mas o governo do Rio pediu a permanência do Exército por mais tempo.
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Os PMs que trabalharão nas UPPs da Maré já estariam formados, mas, em razão da eleição, por exemplo, precisarão ser empregados em outras ações. No fim de semana, o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou, ao comentar sobre um militar do Exército baleado mais cedo na Maré: "Precisamos dessa ajuda do Exército. Se fazem isso com o Exército, imagina a dificuldade que temos com a Polícia Militar". E completou: "Quero que fiquem o máximo que puderem ficar. Pedi, a princípio, até julho, pedi até outubro e pedirei até quando precisar".
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O pedido mais recente é até 31 de outubro. Na quarta-feira, às 17h, o comando da Força de Pacificação (FPac) da Maré será passado oficialmente da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, de Santa Maria, para a 4ª Brigada de Infantaria Leve, de Juiz de Fora. Segundo o Exército, desde 28 de julho a tropa vem sendo substituída gradualmente por militares que atuam no Rio e em Minas. A substituição, de acordo com o Comando Militar do Leste (CML), não foi motivada por nenhum fato em especial - seguem os "planejamentos regulares da Operação São Francisco", nome dado à ocupação da Maré.
Segundo nota da CML, o "Disque-Pacificação" - (21) 3105-9717 - recebeu até o momento cerca de mil informações por meio da canal, criado para denúncias, críticas e sugestões. O CML informou que 265 pessoas foram presas entre a ocupação e 27 de maio; houve também 163 ações de apreensão de drogas, além de 46 veículos e 44 motocicletas apreendidas.