Polícia do Rio matou 645 pessoas em 2015, diz Human Rights


Relatório da organização aponta ainda que, entre 2005 e 2014, mais de 8 mil pessoas foram mortas por agentes de segurança do Estado

Por Clarissa Thomé

RIO - Entre 2013 e 2015, a polícia do Rio matou cinco vezes mais pessoas do que feriu. Só em 2015, para cada agente morto, policiais mataram 24,8 civis. Os dados fazem parte de relatório O Bom Policial Tem Medo: Os Custos da Violência Policial, da ONG Human Rights Watch (HRW), sobre execuções extrajudiciais cometidas pela polícia fluminense. 

Entre 2006 e 2015, houve 8.021 mortes por policiais. Os pesquisadores criticam a impunidade e cobram que os acusados sejam denunciados. “O Ministério Público dormiu e precisa acordar”, afirmou o pesquisador sênior para o Brasil da HRW, Cesar Muñoz.

Para os autores do estudo, a impunidade levou à retomada do crescimento desse tipo de ocorrência, que havia baixado de 1.300 casos, em 2007, para 400, em 2013. Em 2015, houve 645 mortos em confronto. Dos 3.441 homicídios cometidos pela polícia entre 2010 e 2015, o relatório aponta que se denunciou os responsáveis à Justiça em apenas 15 casos. O MP informa que, nesse período, apresentou denúncia em 278 casos, de 988 investigados pela polícia. 

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A pesquisa da Human Rights Watch reconhece que o número de mortes cometidas por policiais vem caindo, mas chama atenção para um aumento desses casos nos últimos anos Foto: Marcos de Paula/Estadão

“A Polícia Civil faz uma investigação muito deficiente. Mas a responsabilidade final é do Ministério Público”, diz Muñoz. Em nota, o MP informou que vem atuando para “reduzir o número de mortes decorrentes de intervenção policial”.

O relatório analisou 64 casos de mortes cometidas por policiais. Em apenas oito os acusados foram a julgamento; e em quatro houve condenação. Em 36 casos não houve denúncia. Sobre a investigação policial, os peritos não estiveram no local do crime em 52 casos. Em 32, as vítimas foram socorridas, mas 27 chegaram mortas ao hospital, em um indício de que os policiais tentaram alterar o local do crime. As mortes foram à queima-roupa em 20 casos. 

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Pela primeira vez, os pesquisadores da HRW ouviram 30 policiais para entender causas e consequências das mortes. “A cultura do batalhão era essa. Era a morte”, disse um policial. “Eles acreditam que o bom policial é o que elimina o inimigo”, afirmou o coronel da reserva Ubiratan Angelo, ex-comandante-geral da PM. “Essas execuções colocam as comunidades contra a polícia”, afirmou Maria Laura Canineu, diretora da HRW. “Não se pode esperar que o policiamento de proximidade funcione quando se executam membros das comunidades que deveriam proteger.”

reference

Estado. A Secretaria de Estado de Segurança informou, em nota, que vem tomando “as devidas providências”. “Em 2007, o homicídio decorrente de oposição à intervenção policial atingia a taxa de 8,6 por 100 mil habitantes. As medidas tomadas com as UPPs permitiram que em 2013 a taxa declinasse para 2,5. Nos últimos dois anos, a taxa voltou a subir, mas para 3,9 por 100 mil, ou seja, distante da porcentagem anterior.” 

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O Estado informou ainda que as Delegacias de Homicídio assumiram as investigações de mortes decorrentes de ação policial em áreas em que houve maior número de ocorrências desse tipo. E agentes que reduzem a letalidade nas suas áreas de atuação são premiados. 

Os 30 países mais pacíficos do mundo

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O Índice Global da Paz

Foto: Montagem/Wikimedia Commons
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O Índice Global da Paz

Foto: Montagem/Wikimedia Commons
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30º lugar - Malásia

Foto: Reuters
4 | 33

29º lugar - Bulgária

Foto: Bob Dimitrov/Wikimedia Commons
5 | 33

28º lugar - Botsuana

Foto: Shosholoza/Wikimedia Commons
6 | 33

27º lugar - Chile

Foto: Reuters
7 | 33

26º lugar - Croácia

Foto: Daniel Nikolic/Wikimedia Commons
8 | 33

25º lugar - Espanha

Foto: Jubulon/Wikimedia Commons
9 | 33

24º lugar - Eslováquia

Foto: Patrick Hendriksen/Wikimedia Commons
10 | 33

23º lugar - Ilhas Maurício

Foto: Thierry/Wikimedia Commons
11 | 33

22º lugar- Polônia

Foto: Reuters
12 | 33

21º lugar - Holanda

Foto: Reuters
13 | 33

20º lugar - Cingapura

Foto: Reuters
14 | 33

19º lugar - Hungria

Foto: Follet/Wikimedia Commons
15 | 33

18º lugar - Bélgica

Foto: Jean-Pol Grandmont/Wikimedia Commons
16 | 33

17º lugar - Noruega

Foto: Reuters
17 | 33

16º lugar - Alemanha

Foto: AFP
18 | 33

15º lugar - Austrália

Foto: Reuters
19 | 33

14º lugar - Suécia

Foto: AFP
20 | 33

13º lugar - Butão

Foto: Christopher Fynn/Wikimedia Commons
21 | 33

12º lugar - Irlanda

Foto: Phalinn Ooi/Wikimedia Commons
22 | 33

11º lugar - Finlândia

Foto: AFP
23 | 33

10º lugar - Eslovênia

Foto: Wikimedia Commons
24 | 33

9º lugar - Japão

Foto: Reuters
25 | 33

8º lugar - Canadá

Foto: Reuters
26 | 33

7º lugar - Suíça

Foto: Mad Geographer/Wikimedia Commons
27 | 33

6º lugar - República Tcheca

Foto: Rudolf Stricker/Wikimedia Commons
28 | 33

5º lugar - Portugal

Foto: AFP
29 | 33

4º lugar - Nova Zelândia

Foto: Craig/Wikimedia Commons
30 | 33

3º lugar - Áustria

Foto: Thomas Pintaric/Wikimedia Commons
31 | 33

2º lugar - Dinamarca

Foto: Reuters
32 | 33

1º lugar - Islândia

Foto: Christine Zenino/Wikimedia Commons
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105º lugar - Brasil

Foto: Reuters

RIO - Entre 2013 e 2015, a polícia do Rio matou cinco vezes mais pessoas do que feriu. Só em 2015, para cada agente morto, policiais mataram 24,8 civis. Os dados fazem parte de relatório O Bom Policial Tem Medo: Os Custos da Violência Policial, da ONG Human Rights Watch (HRW), sobre execuções extrajudiciais cometidas pela polícia fluminense. 

Entre 2006 e 2015, houve 8.021 mortes por policiais. Os pesquisadores criticam a impunidade e cobram que os acusados sejam denunciados. “O Ministério Público dormiu e precisa acordar”, afirmou o pesquisador sênior para o Brasil da HRW, Cesar Muñoz.

Para os autores do estudo, a impunidade levou à retomada do crescimento desse tipo de ocorrência, que havia baixado de 1.300 casos, em 2007, para 400, em 2013. Em 2015, houve 645 mortos em confronto. Dos 3.441 homicídios cometidos pela polícia entre 2010 e 2015, o relatório aponta que se denunciou os responsáveis à Justiça em apenas 15 casos. O MP informa que, nesse período, apresentou denúncia em 278 casos, de 988 investigados pela polícia. 

A pesquisa da Human Rights Watch reconhece que o número de mortes cometidas por policiais vem caindo, mas chama atenção para um aumento desses casos nos últimos anos Foto: Marcos de Paula/Estadão

“A Polícia Civil faz uma investigação muito deficiente. Mas a responsabilidade final é do Ministério Público”, diz Muñoz. Em nota, o MP informou que vem atuando para “reduzir o número de mortes decorrentes de intervenção policial”.

O relatório analisou 64 casos de mortes cometidas por policiais. Em apenas oito os acusados foram a julgamento; e em quatro houve condenação. Em 36 casos não houve denúncia. Sobre a investigação policial, os peritos não estiveram no local do crime em 52 casos. Em 32, as vítimas foram socorridas, mas 27 chegaram mortas ao hospital, em um indício de que os policiais tentaram alterar o local do crime. As mortes foram à queima-roupa em 20 casos. 

Pela primeira vez, os pesquisadores da HRW ouviram 30 policiais para entender causas e consequências das mortes. “A cultura do batalhão era essa. Era a morte”, disse um policial. “Eles acreditam que o bom policial é o que elimina o inimigo”, afirmou o coronel da reserva Ubiratan Angelo, ex-comandante-geral da PM. “Essas execuções colocam as comunidades contra a polícia”, afirmou Maria Laura Canineu, diretora da HRW. “Não se pode esperar que o policiamento de proximidade funcione quando se executam membros das comunidades que deveriam proteger.”

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Estado. A Secretaria de Estado de Segurança informou, em nota, que vem tomando “as devidas providências”. “Em 2007, o homicídio decorrente de oposição à intervenção policial atingia a taxa de 8,6 por 100 mil habitantes. As medidas tomadas com as UPPs permitiram que em 2013 a taxa declinasse para 2,5. Nos últimos dois anos, a taxa voltou a subir, mas para 3,9 por 100 mil, ou seja, distante da porcentagem anterior.” 

O Estado informou ainda que as Delegacias de Homicídio assumiram as investigações de mortes decorrentes de ação policial em áreas em que houve maior número de ocorrências desse tipo. E agentes que reduzem a letalidade nas suas áreas de atuação são premiados. 

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Foto: Patrick Hendriksen/Wikimedia Commons
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Foto: Thierry/Wikimedia Commons
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22º lugar- Polônia

Foto: Reuters
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21º lugar - Holanda

Foto: Reuters
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20º lugar - Cingapura

Foto: Reuters
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19º lugar - Hungria

Foto: Follet/Wikimedia Commons
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18º lugar - Bélgica

Foto: Jean-Pol Grandmont/Wikimedia Commons
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17º lugar - Noruega

Foto: Reuters
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Foto: AFP
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Foto: Reuters
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RIO - Entre 2013 e 2015, a polícia do Rio matou cinco vezes mais pessoas do que feriu. Só em 2015, para cada agente morto, policiais mataram 24,8 civis. Os dados fazem parte de relatório O Bom Policial Tem Medo: Os Custos da Violência Policial, da ONG Human Rights Watch (HRW), sobre execuções extrajudiciais cometidas pela polícia fluminense. 

Entre 2006 e 2015, houve 8.021 mortes por policiais. Os pesquisadores criticam a impunidade e cobram que os acusados sejam denunciados. “O Ministério Público dormiu e precisa acordar”, afirmou o pesquisador sênior para o Brasil da HRW, Cesar Muñoz.

Para os autores do estudo, a impunidade levou à retomada do crescimento desse tipo de ocorrência, que havia baixado de 1.300 casos, em 2007, para 400, em 2013. Em 2015, houve 645 mortos em confronto. Dos 3.441 homicídios cometidos pela polícia entre 2010 e 2015, o relatório aponta que se denunciou os responsáveis à Justiça em apenas 15 casos. O MP informa que, nesse período, apresentou denúncia em 278 casos, de 988 investigados pela polícia. 

A pesquisa da Human Rights Watch reconhece que o número de mortes cometidas por policiais vem caindo, mas chama atenção para um aumento desses casos nos últimos anos Foto: Marcos de Paula/Estadão

“A Polícia Civil faz uma investigação muito deficiente. Mas a responsabilidade final é do Ministério Público”, diz Muñoz. Em nota, o MP informou que vem atuando para “reduzir o número de mortes decorrentes de intervenção policial”.

O relatório analisou 64 casos de mortes cometidas por policiais. Em apenas oito os acusados foram a julgamento; e em quatro houve condenação. Em 36 casos não houve denúncia. Sobre a investigação policial, os peritos não estiveram no local do crime em 52 casos. Em 32, as vítimas foram socorridas, mas 27 chegaram mortas ao hospital, em um indício de que os policiais tentaram alterar o local do crime. As mortes foram à queima-roupa em 20 casos. 

Pela primeira vez, os pesquisadores da HRW ouviram 30 policiais para entender causas e consequências das mortes. “A cultura do batalhão era essa. Era a morte”, disse um policial. “Eles acreditam que o bom policial é o que elimina o inimigo”, afirmou o coronel da reserva Ubiratan Angelo, ex-comandante-geral da PM. “Essas execuções colocam as comunidades contra a polícia”, afirmou Maria Laura Canineu, diretora da HRW. “Não se pode esperar que o policiamento de proximidade funcione quando se executam membros das comunidades que deveriam proteger.”

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Estado. A Secretaria de Estado de Segurança informou, em nota, que vem tomando “as devidas providências”. “Em 2007, o homicídio decorrente de oposição à intervenção policial atingia a taxa de 8,6 por 100 mil habitantes. As medidas tomadas com as UPPs permitiram que em 2013 a taxa declinasse para 2,5. Nos últimos dois anos, a taxa voltou a subir, mas para 3,9 por 100 mil, ou seja, distante da porcentagem anterior.” 

O Estado informou ainda que as Delegacias de Homicídio assumiram as investigações de mortes decorrentes de ação policial em áreas em que houve maior número de ocorrências desse tipo. E agentes que reduzem a letalidade nas suas áreas de atuação são premiados. 

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RIO - Entre 2013 e 2015, a polícia do Rio matou cinco vezes mais pessoas do que feriu. Só em 2015, para cada agente morto, policiais mataram 24,8 civis. Os dados fazem parte de relatório O Bom Policial Tem Medo: Os Custos da Violência Policial, da ONG Human Rights Watch (HRW), sobre execuções extrajudiciais cometidas pela polícia fluminense. 

Entre 2006 e 2015, houve 8.021 mortes por policiais. Os pesquisadores criticam a impunidade e cobram que os acusados sejam denunciados. “O Ministério Público dormiu e precisa acordar”, afirmou o pesquisador sênior para o Brasil da HRW, Cesar Muñoz.

Para os autores do estudo, a impunidade levou à retomada do crescimento desse tipo de ocorrência, que havia baixado de 1.300 casos, em 2007, para 400, em 2013. Em 2015, houve 645 mortos em confronto. Dos 3.441 homicídios cometidos pela polícia entre 2010 e 2015, o relatório aponta que se denunciou os responsáveis à Justiça em apenas 15 casos. O MP informa que, nesse período, apresentou denúncia em 278 casos, de 988 investigados pela polícia. 

A pesquisa da Human Rights Watch reconhece que o número de mortes cometidas por policiais vem caindo, mas chama atenção para um aumento desses casos nos últimos anos Foto: Marcos de Paula/Estadão

“A Polícia Civil faz uma investigação muito deficiente. Mas a responsabilidade final é do Ministério Público”, diz Muñoz. Em nota, o MP informou que vem atuando para “reduzir o número de mortes decorrentes de intervenção policial”.

O relatório analisou 64 casos de mortes cometidas por policiais. Em apenas oito os acusados foram a julgamento; e em quatro houve condenação. Em 36 casos não houve denúncia. Sobre a investigação policial, os peritos não estiveram no local do crime em 52 casos. Em 32, as vítimas foram socorridas, mas 27 chegaram mortas ao hospital, em um indício de que os policiais tentaram alterar o local do crime. As mortes foram à queima-roupa em 20 casos. 

Pela primeira vez, os pesquisadores da HRW ouviram 30 policiais para entender causas e consequências das mortes. “A cultura do batalhão era essa. Era a morte”, disse um policial. “Eles acreditam que o bom policial é o que elimina o inimigo”, afirmou o coronel da reserva Ubiratan Angelo, ex-comandante-geral da PM. “Essas execuções colocam as comunidades contra a polícia”, afirmou Maria Laura Canineu, diretora da HRW. “Não se pode esperar que o policiamento de proximidade funcione quando se executam membros das comunidades que deveriam proteger.”

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Estado. A Secretaria de Estado de Segurança informou, em nota, que vem tomando “as devidas providências”. “Em 2007, o homicídio decorrente de oposição à intervenção policial atingia a taxa de 8,6 por 100 mil habitantes. As medidas tomadas com as UPPs permitiram que em 2013 a taxa declinasse para 2,5. Nos últimos dois anos, a taxa voltou a subir, mas para 3,9 por 100 mil, ou seja, distante da porcentagem anterior.” 

O Estado informou ainda que as Delegacias de Homicídio assumiram as investigações de mortes decorrentes de ação policial em áreas em que houve maior número de ocorrências desse tipo. E agentes que reduzem a letalidade nas suas áreas de atuação são premiados. 

Os 30 países mais pacíficos do mundo

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