Sindicato ainda não cumpriu decisão que ordena fim de greve em Bangu


Agentes penitenciários até 24 horas para suspender paralisação; mesmo com cancelamento de visitas, algumas pessoas foram a Gericinó

Por Constança Rezende

RIO - A greve dos funcionários do sistema penal continuou, nesta quinta-feira, 19, pelo terceiro dia consecutivo, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. O Tribunal de Justiça do Rio determinou, na quarta-feira, que a paralisação acabasse. Os agentes tinham até 24 horas para cumprir a medida, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O pedido na Justiça foi feito pelo governo fluminense.

Apesar da greve, que cancelou as visitas de familiares dos presos, algumas pessoas insistiram nesta quinta em ir até o complexo para tentar entrar e ver seus parentes. Foi o caso de Maria Nascimento, de 82 anos. Ela veio de Campo Grande para visitar o neto de 30 anos, preso por tráfico de drogas há cinco anos. 

'Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele', diz Maria Nascimento, de 82 anos, que tentou visitar o neto de 30 Foto: Constança Rezende/Estadão
continua após a publicidade

"Cada dia de visita é uma despedida nossa. Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele. Ele chora muito quando eu venho, fui eu quem o criou", disse a senhora, emocionada. "Eu sabia do cancelamento da visita, mas vai que eles deixam. Cada vinda minha aqui é um sacrifício. Ele não tinha nada na ficha criminal, antes disso."

Na decisão do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro destacou a crise no sistema carcerário do País e alegou que a proibição da visitação dos presos pelos parentes "fere a dignidade e o exercício de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)".

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penal avisou que recorrerá da decisão. O presidente do órgão, Gutembergue de Oliveira, disse que a decisão do TJ foi "política".

continua após a publicidade

1 preso custa R$ 4.129 por mês no Amazonas; veja valor em outros Estados

1 | 6

Rondônia: R$ 3 mil

Foto: Divulgação
2 | 6

Presídios federais: R$ 3,3 mil

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
3 | 6

Amazonas: R$ 4.129

Foto: AFP
4 | 6

Paraná: R$ 2.393

Foto: Roberto Custodio/JORNAL DE LONDRINA
5 | 6

Rio Grande do Sul: R$ 1.799

Foto: Divulgação
6 | 6

São Paulo: R$ 1.450

Foto: CELIO MESSIAS

"A abusividade por parte do governo é muito maior do que a nossa. Estamos pautados por elementos justíssimos. Agora, é claro que sabemos que esta é uma decisão política (de interromper a greve), que não tem sustentação técnica. Abusiva é a conduta do governo, que não faz nada para diminuir a população carcerária", afirmou. 

Nesta quinta, a Seap divulgou a informação de que um preso morreu na Cadeia Pública Pedro Melo da Silva, que fica no Complexo, no último dia 16. Diego Maradona Silva Souza foi encontrado morto na cela. No comunicado, não são informadas as causas da morte.

continua após a publicidade

Apesar disso, fontes ligadas o sistema carcerário ouvidas pelo Estado disseram que o preso teria sido morto por outros detentos. Ele teria sido preso em flagrante por estupro de vulnerável.

A Seap informou que Souza estava preso em uma cela chamada "seguro" - dedicada a presos com risco de morte, como os acusados por crimes sexuais. 

RIO - A greve dos funcionários do sistema penal continuou, nesta quinta-feira, 19, pelo terceiro dia consecutivo, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. O Tribunal de Justiça do Rio determinou, na quarta-feira, que a paralisação acabasse. Os agentes tinham até 24 horas para cumprir a medida, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O pedido na Justiça foi feito pelo governo fluminense.

Apesar da greve, que cancelou as visitas de familiares dos presos, algumas pessoas insistiram nesta quinta em ir até o complexo para tentar entrar e ver seus parentes. Foi o caso de Maria Nascimento, de 82 anos. Ela veio de Campo Grande para visitar o neto de 30 anos, preso por tráfico de drogas há cinco anos. 

'Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele', diz Maria Nascimento, de 82 anos, que tentou visitar o neto de 30 Foto: Constança Rezende/Estadão

"Cada dia de visita é uma despedida nossa. Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele. Ele chora muito quando eu venho, fui eu quem o criou", disse a senhora, emocionada. "Eu sabia do cancelamento da visita, mas vai que eles deixam. Cada vinda minha aqui é um sacrifício. Ele não tinha nada na ficha criminal, antes disso."

Na decisão do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro destacou a crise no sistema carcerário do País e alegou que a proibição da visitação dos presos pelos parentes "fere a dignidade e o exercício de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)".

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penal avisou que recorrerá da decisão. O presidente do órgão, Gutembergue de Oliveira, disse que a decisão do TJ foi "política".

1 preso custa R$ 4.129 por mês no Amazonas; veja valor em outros Estados

1 | 6

Rondônia: R$ 3 mil

Foto: Divulgação
2 | 6

Presídios federais: R$ 3,3 mil

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
3 | 6

Amazonas: R$ 4.129

Foto: AFP
4 | 6

Paraná: R$ 2.393

Foto: Roberto Custodio/JORNAL DE LONDRINA
5 | 6

Rio Grande do Sul: R$ 1.799

Foto: Divulgação
6 | 6

São Paulo: R$ 1.450

Foto: CELIO MESSIAS

"A abusividade por parte do governo é muito maior do que a nossa. Estamos pautados por elementos justíssimos. Agora, é claro que sabemos que esta é uma decisão política (de interromper a greve), que não tem sustentação técnica. Abusiva é a conduta do governo, que não faz nada para diminuir a população carcerária", afirmou. 

Nesta quinta, a Seap divulgou a informação de que um preso morreu na Cadeia Pública Pedro Melo da Silva, que fica no Complexo, no último dia 16. Diego Maradona Silva Souza foi encontrado morto na cela. No comunicado, não são informadas as causas da morte.

Apesar disso, fontes ligadas o sistema carcerário ouvidas pelo Estado disseram que o preso teria sido morto por outros detentos. Ele teria sido preso em flagrante por estupro de vulnerável.

A Seap informou que Souza estava preso em uma cela chamada "seguro" - dedicada a presos com risco de morte, como os acusados por crimes sexuais. 

RIO - A greve dos funcionários do sistema penal continuou, nesta quinta-feira, 19, pelo terceiro dia consecutivo, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. O Tribunal de Justiça do Rio determinou, na quarta-feira, que a paralisação acabasse. Os agentes tinham até 24 horas para cumprir a medida, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O pedido na Justiça foi feito pelo governo fluminense.

Apesar da greve, que cancelou as visitas de familiares dos presos, algumas pessoas insistiram nesta quinta em ir até o complexo para tentar entrar e ver seus parentes. Foi o caso de Maria Nascimento, de 82 anos. Ela veio de Campo Grande para visitar o neto de 30 anos, preso por tráfico de drogas há cinco anos. 

'Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele', diz Maria Nascimento, de 82 anos, que tentou visitar o neto de 30 Foto: Constança Rezende/Estadão

"Cada dia de visita é uma despedida nossa. Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele. Ele chora muito quando eu venho, fui eu quem o criou", disse a senhora, emocionada. "Eu sabia do cancelamento da visita, mas vai que eles deixam. Cada vinda minha aqui é um sacrifício. Ele não tinha nada na ficha criminal, antes disso."

Na decisão do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro destacou a crise no sistema carcerário do País e alegou que a proibição da visitação dos presos pelos parentes "fere a dignidade e o exercício de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)".

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penal avisou que recorrerá da decisão. O presidente do órgão, Gutembergue de Oliveira, disse que a decisão do TJ foi "política".

1 preso custa R$ 4.129 por mês no Amazonas; veja valor em outros Estados

1 | 6

Rondônia: R$ 3 mil

Foto: Divulgação
2 | 6

Presídios federais: R$ 3,3 mil

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
3 | 6

Amazonas: R$ 4.129

Foto: AFP
4 | 6

Paraná: R$ 2.393

Foto: Roberto Custodio/JORNAL DE LONDRINA
5 | 6

Rio Grande do Sul: R$ 1.799

Foto: Divulgação
6 | 6

São Paulo: R$ 1.450

Foto: CELIO MESSIAS

"A abusividade por parte do governo é muito maior do que a nossa. Estamos pautados por elementos justíssimos. Agora, é claro que sabemos que esta é uma decisão política (de interromper a greve), que não tem sustentação técnica. Abusiva é a conduta do governo, que não faz nada para diminuir a população carcerária", afirmou. 

Nesta quinta, a Seap divulgou a informação de que um preso morreu na Cadeia Pública Pedro Melo da Silva, que fica no Complexo, no último dia 16. Diego Maradona Silva Souza foi encontrado morto na cela. No comunicado, não são informadas as causas da morte.

Apesar disso, fontes ligadas o sistema carcerário ouvidas pelo Estado disseram que o preso teria sido morto por outros detentos. Ele teria sido preso em flagrante por estupro de vulnerável.

A Seap informou que Souza estava preso em uma cela chamada "seguro" - dedicada a presos com risco de morte, como os acusados por crimes sexuais. 

RIO - A greve dos funcionários do sistema penal continuou, nesta quinta-feira, 19, pelo terceiro dia consecutivo, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. O Tribunal de Justiça do Rio determinou, na quarta-feira, que a paralisação acabasse. Os agentes tinham até 24 horas para cumprir a medida, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O pedido na Justiça foi feito pelo governo fluminense.

Apesar da greve, que cancelou as visitas de familiares dos presos, algumas pessoas insistiram nesta quinta em ir até o complexo para tentar entrar e ver seus parentes. Foi o caso de Maria Nascimento, de 82 anos. Ela veio de Campo Grande para visitar o neto de 30 anos, preso por tráfico de drogas há cinco anos. 

'Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele', diz Maria Nascimento, de 82 anos, que tentou visitar o neto de 30 Foto: Constança Rezende/Estadão

"Cada dia de visita é uma despedida nossa. Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele. Ele chora muito quando eu venho, fui eu quem o criou", disse a senhora, emocionada. "Eu sabia do cancelamento da visita, mas vai que eles deixam. Cada vinda minha aqui é um sacrifício. Ele não tinha nada na ficha criminal, antes disso."

Na decisão do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro destacou a crise no sistema carcerário do País e alegou que a proibição da visitação dos presos pelos parentes "fere a dignidade e o exercício de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)".

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penal avisou que recorrerá da decisão. O presidente do órgão, Gutembergue de Oliveira, disse que a decisão do TJ foi "política".

1 preso custa R$ 4.129 por mês no Amazonas; veja valor em outros Estados

1 | 6

Rondônia: R$ 3 mil

Foto: Divulgação
2 | 6

Presídios federais: R$ 3,3 mil

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
3 | 6

Amazonas: R$ 4.129

Foto: AFP
4 | 6

Paraná: R$ 2.393

Foto: Roberto Custodio/JORNAL DE LONDRINA
5 | 6

Rio Grande do Sul: R$ 1.799

Foto: Divulgação
6 | 6

São Paulo: R$ 1.450

Foto: CELIO MESSIAS

"A abusividade por parte do governo é muito maior do que a nossa. Estamos pautados por elementos justíssimos. Agora, é claro que sabemos que esta é uma decisão política (de interromper a greve), que não tem sustentação técnica. Abusiva é a conduta do governo, que não faz nada para diminuir a população carcerária", afirmou. 

Nesta quinta, a Seap divulgou a informação de que um preso morreu na Cadeia Pública Pedro Melo da Silva, que fica no Complexo, no último dia 16. Diego Maradona Silva Souza foi encontrado morto na cela. No comunicado, não são informadas as causas da morte.

Apesar disso, fontes ligadas o sistema carcerário ouvidas pelo Estado disseram que o preso teria sido morto por outros detentos. Ele teria sido preso em flagrante por estupro de vulnerável.

A Seap informou que Souza estava preso em uma cela chamada "seguro" - dedicada a presos com risco de morte, como os acusados por crimes sexuais. 

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.