O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, foi cobrado em audiência no Senado sobre os preços dos combustíveis no Brasil, classificados como altos em relação à média internacional, mas disse que a companhia vai aguardar para eventuais mudanças. "Temos hoje uma defasagem, em relação à média internacional, gigantesca. E ao meu ver, e pela exposição própria que Vossa Senhoria acabou de dizer aí, em função de caixa da Petrobras, que ela não está realizando (a redução)", afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Gabrielli repetiu que a empresa só fará mudanças nos valores quando o mercado se estabilizar, acrescentando que no momento a tendência dos preços do petróleo é de alta, e não de baixa. "A empresa vai se ajustar no longo prazo aos preços internacionais, isso é inevitável. Não é porque o governo precisa reduzir a inflação e etc que nós vamos fazer uma política ou outra", afirmou o executivo, que voltou a citar impostos e margens de lucro na distribuição como fatores do custo elevado ao consumidor final. "O preço da gasolina na refinaria é mais barato no Brasil que nos Estados Unidos", disse ele. Jereissati, no entanto, afirmou que a estatal também controla boa parte da distribuição, o que não a isentaria da questão da margem de lucro no varejo. A Petrobras mexeu nos preços dos combustíveis pela última vez, e para cima, em maio do ano passado. Desde então, os valores internacionais do petróleo caíram drasticamente, mas nenhum novo ajuste foi realizado. (Reportagem de Fernando Exman)
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