Talento em dose dupla


Em São Paulo, os britânicos Max Lamb e Peter Marigold falam sobre o novo design

Por Marcelo Lima, REPORTAGEM, Gilberto Jr e FOTO

Uma agressividade e uma urgência que encarnam bem o espírito anárquico, algo punk, da capital inglesa. Um quê de romantismo, mas sem exagerar na dose. Na intersecção entre o design e a arte, os trabalhos de Peter Marigold, de 37 anos, e Max Lamb, de 31, guardam muito em comum. Ex-alunos - e até hoje amigos - do cultuado Royal College of Art, eles encarnam à perfeição os mandamentos do atual viver hi-low, transitando da produção industrial ao mais declarado artesanato com a mesma desenvoltura. E elegância.

 

De passagem por São Paulo, para uma palestra patrocinada pelo Sindimóveis de Bento Gonçalves (RS), eles falaram com exclusividade ao Casa sobre o novo design, Londres e inspirações. Se é que, em se tratando deles, uma coisa pode ser separada da outra.

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Em 2005, vocês participaram da Design Mart, exposição que apresentava os novos nomes do design britânico, sob a perspectiva de Libby Sellers, então curadora do Design Museum de Londres. Seis anos depois, vocês frequentam as listas dos talentos mais promissores do século 21, além das principais exposições internacionais. Como essa guinada influenciou o trabalho de vocês?

 

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Peter Marigold: A exposição foi decisiva para minha carreira. Durante o último ano no Royal College, eu via o design sob a perspectiva da grande indústria. Me imaginava empregado de uma grande companhia e, portanto, sujeito a regras rígidas, alheias aos meus desejos e necessidades. A exposição deixou claro que existia uma outra porta: a possibilidade de criar e manufaturar meus objetos.

 

Max Lamb: Essencialmente, muito pouco. Ganhei visibilidade, acabei contratado pelo designer Tom Dixon, com quem trabalhei por um ano e conheci de perto o funcionamento do sistema design. Nunca, no entanto, deixei de criar, experimentar materiais e produzir meus próprios objetos, o que continuo a fazer até hoje. Acredito que cada um cria sua realidade. A minha está nas experimentações.

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Vocês desfrutam uma situação privilegiada entre os jovens designers. Continuam fiéis a suas convicções, alheios ao apelo da grande indústria, mas, nem por isso, são menos favorecidos do ponto de vista profissional e econômico. Qual a receita do sucesso para um jovem profissional?

 

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PM: Gostaria de dizer que eu não tenho nada contra a indústria. Eles é que não me procuram (risos). Acho perfeitamente possível manter a integridade trabalhando na produção em grande escala. Apenas é preciso estar atento a todas as etapas envolvidas no processo.

 

Quanto à receita, diria que, antes de mais nada, é preciso ter espaço em casa. Um quarto, uma garagem, um quintal. É fundamental que o designer disponha de um lugar para experimentar.

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ML: Concordo integralmente. Acho importante também frequentar o maior número possível de workshops e oficinas. Ver como se cria na prática, como se manipulam instrumentos e ferramentas para se chegar a determinados fins. E não ser preguiçoso (risos).

 

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Quais pessoas vocês consideram fundamentais na formação de vocês?

PM: Diria não uma pessoa, mas muitas: todos os estudantes japoneses que encontrei no início de meus estudos, por exemplo. Além do designer, também japonês, Gen Suzuki, que hoje vive e trabalha em Boston. Eles me ensinaram a ser mais reflexivo e atento.

 

ML: O designer de interiores tailandês Ou Baholyodhin, com quem trabalhei logo depois de concluir o curso no Royal College. Tanto pelo contato com diversos materiais e técnicas que ele me proporcionou quanto por sua atitude positiva e motivadora. Ele me incentivava a participar de todo e qualquer concurso. Acabei tomando gosto e aprendendo muito.

 

O que unifica, aos olhos do mundo, o design produzido hoje na Grã Bretanha? Existe um British Design?

PM: Particularmente não gosto de rótulos. Mas, ao menos em relação ao design produzido em Londres, percebo uma pluralidade de linguagens. Consequência clara do cosmopolitismo da cidade. Acredito que se há algo de comum nos projetos, seria essa diversidade.

 

ML: Acho que, à parte a carência em muitas áreas, existe uma vontade de se ir à frente. De fazer, sejam quais forem as condições. Além de um certo silêncio sobre a própria condição de ser britânico. Os nosso produtos preferem se calar em relação a isso.

 

O que vocês andam fazendo? O que vem por aí?

PM: Estou desenvolvendo novas peças de madeira que serão apresentadas na galeria Dilmos, no próximo Salão do Móvel de Milão, em abril, e depois pela loja SCP, de Londres, em setembro. Comecei também a trabalhar com luz para uma empresa japonesa e estou gostando muito.

 

ML: Um sistema de estantes de matéria plástica para uma empresa de Nova York, que deve ser lançado no segundo semestre. Além disso, continuo fascinado por pedras. Pela forma como me conduzem e me dizem em que móvel elas querem se ver transformadas.

 

 

 

 

 

 

1 - De Peter Marigold, armário produzido com lascas de madeira

2 - Do mesmo designer, mesa de centro com retalhos de madeira

3 - Marigold usou madeira bruta nos bancos com acabamento de laca

4 - A luminária com um legume na base está sendo desenvolvida por Marigold para uma empresa japonesa

5 - De Max Lamb, colheres de argila cobertas com liga metálica

6- Lamb criou a mesinha de alumínio a partir de um molde feito em areia de praia

7 - A poltrona dobrável de aço inoxidável cortado a laser também é de Lamb

8 - Cadeira esculpida na pedra, um dos materiais preferidos de Max Lamb

 

Uma agressividade e uma urgência que encarnam bem o espírito anárquico, algo punk, da capital inglesa. Um quê de romantismo, mas sem exagerar na dose. Na intersecção entre o design e a arte, os trabalhos de Peter Marigold, de 37 anos, e Max Lamb, de 31, guardam muito em comum. Ex-alunos - e até hoje amigos - do cultuado Royal College of Art, eles encarnam à perfeição os mandamentos do atual viver hi-low, transitando da produção industrial ao mais declarado artesanato com a mesma desenvoltura. E elegância.

 

De passagem por São Paulo, para uma palestra patrocinada pelo Sindimóveis de Bento Gonçalves (RS), eles falaram com exclusividade ao Casa sobre o novo design, Londres e inspirações. Se é que, em se tratando deles, uma coisa pode ser separada da outra.

 

Em 2005, vocês participaram da Design Mart, exposição que apresentava os novos nomes do design britânico, sob a perspectiva de Libby Sellers, então curadora do Design Museum de Londres. Seis anos depois, vocês frequentam as listas dos talentos mais promissores do século 21, além das principais exposições internacionais. Como essa guinada influenciou o trabalho de vocês?

 

Peter Marigold: A exposição foi decisiva para minha carreira. Durante o último ano no Royal College, eu via o design sob a perspectiva da grande indústria. Me imaginava empregado de uma grande companhia e, portanto, sujeito a regras rígidas, alheias aos meus desejos e necessidades. A exposição deixou claro que existia uma outra porta: a possibilidade de criar e manufaturar meus objetos.

 

Max Lamb: Essencialmente, muito pouco. Ganhei visibilidade, acabei contratado pelo designer Tom Dixon, com quem trabalhei por um ano e conheci de perto o funcionamento do sistema design. Nunca, no entanto, deixei de criar, experimentar materiais e produzir meus próprios objetos, o que continuo a fazer até hoje. Acredito que cada um cria sua realidade. A minha está nas experimentações.

 

Vocês desfrutam uma situação privilegiada entre os jovens designers. Continuam fiéis a suas convicções, alheios ao apelo da grande indústria, mas, nem por isso, são menos favorecidos do ponto de vista profissional e econômico. Qual a receita do sucesso para um jovem profissional?

 

PM: Gostaria de dizer que eu não tenho nada contra a indústria. Eles é que não me procuram (risos). Acho perfeitamente possível manter a integridade trabalhando na produção em grande escala. Apenas é preciso estar atento a todas as etapas envolvidas no processo.

 

Quanto à receita, diria que, antes de mais nada, é preciso ter espaço em casa. Um quarto, uma garagem, um quintal. É fundamental que o designer disponha de um lugar para experimentar.

 

ML: Concordo integralmente. Acho importante também frequentar o maior número possível de workshops e oficinas. Ver como se cria na prática, como se manipulam instrumentos e ferramentas para se chegar a determinados fins. E não ser preguiçoso (risos).

 

Quais pessoas vocês consideram fundamentais na formação de vocês?

PM: Diria não uma pessoa, mas muitas: todos os estudantes japoneses que encontrei no início de meus estudos, por exemplo. Além do designer, também japonês, Gen Suzuki, que hoje vive e trabalha em Boston. Eles me ensinaram a ser mais reflexivo e atento.

 

ML: O designer de interiores tailandês Ou Baholyodhin, com quem trabalhei logo depois de concluir o curso no Royal College. Tanto pelo contato com diversos materiais e técnicas que ele me proporcionou quanto por sua atitude positiva e motivadora. Ele me incentivava a participar de todo e qualquer concurso. Acabei tomando gosto e aprendendo muito.

 

O que unifica, aos olhos do mundo, o design produzido hoje na Grã Bretanha? Existe um British Design?

PM: Particularmente não gosto de rótulos. Mas, ao menos em relação ao design produzido em Londres, percebo uma pluralidade de linguagens. Consequência clara do cosmopolitismo da cidade. Acredito que se há algo de comum nos projetos, seria essa diversidade.

 

ML: Acho que, à parte a carência em muitas áreas, existe uma vontade de se ir à frente. De fazer, sejam quais forem as condições. Além de um certo silêncio sobre a própria condição de ser britânico. Os nosso produtos preferem se calar em relação a isso.

 

O que vocês andam fazendo? O que vem por aí?

PM: Estou desenvolvendo novas peças de madeira que serão apresentadas na galeria Dilmos, no próximo Salão do Móvel de Milão, em abril, e depois pela loja SCP, de Londres, em setembro. Comecei também a trabalhar com luz para uma empresa japonesa e estou gostando muito.

 

ML: Um sistema de estantes de matéria plástica para uma empresa de Nova York, que deve ser lançado no segundo semestre. Além disso, continuo fascinado por pedras. Pela forma como me conduzem e me dizem em que móvel elas querem se ver transformadas.

 

 

 

 

 

 

1 - De Peter Marigold, armário produzido com lascas de madeira

2 - Do mesmo designer, mesa de centro com retalhos de madeira

3 - Marigold usou madeira bruta nos bancos com acabamento de laca

4 - A luminária com um legume na base está sendo desenvolvida por Marigold para uma empresa japonesa

5 - De Max Lamb, colheres de argila cobertas com liga metálica

6- Lamb criou a mesinha de alumínio a partir de um molde feito em areia de praia

7 - A poltrona dobrável de aço inoxidável cortado a laser também é de Lamb

8 - Cadeira esculpida na pedra, um dos materiais preferidos de Max Lamb

 

Uma agressividade e uma urgência que encarnam bem o espírito anárquico, algo punk, da capital inglesa. Um quê de romantismo, mas sem exagerar na dose. Na intersecção entre o design e a arte, os trabalhos de Peter Marigold, de 37 anos, e Max Lamb, de 31, guardam muito em comum. Ex-alunos - e até hoje amigos - do cultuado Royal College of Art, eles encarnam à perfeição os mandamentos do atual viver hi-low, transitando da produção industrial ao mais declarado artesanato com a mesma desenvoltura. E elegância.

 

De passagem por São Paulo, para uma palestra patrocinada pelo Sindimóveis de Bento Gonçalves (RS), eles falaram com exclusividade ao Casa sobre o novo design, Londres e inspirações. Se é que, em se tratando deles, uma coisa pode ser separada da outra.

 

Em 2005, vocês participaram da Design Mart, exposição que apresentava os novos nomes do design britânico, sob a perspectiva de Libby Sellers, então curadora do Design Museum de Londres. Seis anos depois, vocês frequentam as listas dos talentos mais promissores do século 21, além das principais exposições internacionais. Como essa guinada influenciou o trabalho de vocês?

 

Peter Marigold: A exposição foi decisiva para minha carreira. Durante o último ano no Royal College, eu via o design sob a perspectiva da grande indústria. Me imaginava empregado de uma grande companhia e, portanto, sujeito a regras rígidas, alheias aos meus desejos e necessidades. A exposição deixou claro que existia uma outra porta: a possibilidade de criar e manufaturar meus objetos.

 

Max Lamb: Essencialmente, muito pouco. Ganhei visibilidade, acabei contratado pelo designer Tom Dixon, com quem trabalhei por um ano e conheci de perto o funcionamento do sistema design. Nunca, no entanto, deixei de criar, experimentar materiais e produzir meus próprios objetos, o que continuo a fazer até hoje. Acredito que cada um cria sua realidade. A minha está nas experimentações.

 

Vocês desfrutam uma situação privilegiada entre os jovens designers. Continuam fiéis a suas convicções, alheios ao apelo da grande indústria, mas, nem por isso, são menos favorecidos do ponto de vista profissional e econômico. Qual a receita do sucesso para um jovem profissional?

 

PM: Gostaria de dizer que eu não tenho nada contra a indústria. Eles é que não me procuram (risos). Acho perfeitamente possível manter a integridade trabalhando na produção em grande escala. Apenas é preciso estar atento a todas as etapas envolvidas no processo.

 

Quanto à receita, diria que, antes de mais nada, é preciso ter espaço em casa. Um quarto, uma garagem, um quintal. É fundamental que o designer disponha de um lugar para experimentar.

 

ML: Concordo integralmente. Acho importante também frequentar o maior número possível de workshops e oficinas. Ver como se cria na prática, como se manipulam instrumentos e ferramentas para se chegar a determinados fins. E não ser preguiçoso (risos).

 

Quais pessoas vocês consideram fundamentais na formação de vocês?

PM: Diria não uma pessoa, mas muitas: todos os estudantes japoneses que encontrei no início de meus estudos, por exemplo. Além do designer, também japonês, Gen Suzuki, que hoje vive e trabalha em Boston. Eles me ensinaram a ser mais reflexivo e atento.

 

ML: O designer de interiores tailandês Ou Baholyodhin, com quem trabalhei logo depois de concluir o curso no Royal College. Tanto pelo contato com diversos materiais e técnicas que ele me proporcionou quanto por sua atitude positiva e motivadora. Ele me incentivava a participar de todo e qualquer concurso. Acabei tomando gosto e aprendendo muito.

 

O que unifica, aos olhos do mundo, o design produzido hoje na Grã Bretanha? Existe um British Design?

PM: Particularmente não gosto de rótulos. Mas, ao menos em relação ao design produzido em Londres, percebo uma pluralidade de linguagens. Consequência clara do cosmopolitismo da cidade. Acredito que se há algo de comum nos projetos, seria essa diversidade.

 

ML: Acho que, à parte a carência em muitas áreas, existe uma vontade de se ir à frente. De fazer, sejam quais forem as condições. Além de um certo silêncio sobre a própria condição de ser britânico. Os nosso produtos preferem se calar em relação a isso.

 

O que vocês andam fazendo? O que vem por aí?

PM: Estou desenvolvendo novas peças de madeira que serão apresentadas na galeria Dilmos, no próximo Salão do Móvel de Milão, em abril, e depois pela loja SCP, de Londres, em setembro. Comecei também a trabalhar com luz para uma empresa japonesa e estou gostando muito.

 

ML: Um sistema de estantes de matéria plástica para uma empresa de Nova York, que deve ser lançado no segundo semestre. Além disso, continuo fascinado por pedras. Pela forma como me conduzem e me dizem em que móvel elas querem se ver transformadas.

 

 

 

 

 

 

1 - De Peter Marigold, armário produzido com lascas de madeira

2 - Do mesmo designer, mesa de centro com retalhos de madeira

3 - Marigold usou madeira bruta nos bancos com acabamento de laca

4 - A luminária com um legume na base está sendo desenvolvida por Marigold para uma empresa japonesa

5 - De Max Lamb, colheres de argila cobertas com liga metálica

6- Lamb criou a mesinha de alumínio a partir de um molde feito em areia de praia

7 - A poltrona dobrável de aço inoxidável cortado a laser também é de Lamb

8 - Cadeira esculpida na pedra, um dos materiais preferidos de Max Lamb

 

Uma agressividade e uma urgência que encarnam bem o espírito anárquico, algo punk, da capital inglesa. Um quê de romantismo, mas sem exagerar na dose. Na intersecção entre o design e a arte, os trabalhos de Peter Marigold, de 37 anos, e Max Lamb, de 31, guardam muito em comum. Ex-alunos - e até hoje amigos - do cultuado Royal College of Art, eles encarnam à perfeição os mandamentos do atual viver hi-low, transitando da produção industrial ao mais declarado artesanato com a mesma desenvoltura. E elegância.

 

De passagem por São Paulo, para uma palestra patrocinada pelo Sindimóveis de Bento Gonçalves (RS), eles falaram com exclusividade ao Casa sobre o novo design, Londres e inspirações. Se é que, em se tratando deles, uma coisa pode ser separada da outra.

 

Em 2005, vocês participaram da Design Mart, exposição que apresentava os novos nomes do design britânico, sob a perspectiva de Libby Sellers, então curadora do Design Museum de Londres. Seis anos depois, vocês frequentam as listas dos talentos mais promissores do século 21, além das principais exposições internacionais. Como essa guinada influenciou o trabalho de vocês?

 

Peter Marigold: A exposição foi decisiva para minha carreira. Durante o último ano no Royal College, eu via o design sob a perspectiva da grande indústria. Me imaginava empregado de uma grande companhia e, portanto, sujeito a regras rígidas, alheias aos meus desejos e necessidades. A exposição deixou claro que existia uma outra porta: a possibilidade de criar e manufaturar meus objetos.

 

Max Lamb: Essencialmente, muito pouco. Ganhei visibilidade, acabei contratado pelo designer Tom Dixon, com quem trabalhei por um ano e conheci de perto o funcionamento do sistema design. Nunca, no entanto, deixei de criar, experimentar materiais e produzir meus próprios objetos, o que continuo a fazer até hoje. Acredito que cada um cria sua realidade. A minha está nas experimentações.

 

Vocês desfrutam uma situação privilegiada entre os jovens designers. Continuam fiéis a suas convicções, alheios ao apelo da grande indústria, mas, nem por isso, são menos favorecidos do ponto de vista profissional e econômico. Qual a receita do sucesso para um jovem profissional?

 

PM: Gostaria de dizer que eu não tenho nada contra a indústria. Eles é que não me procuram (risos). Acho perfeitamente possível manter a integridade trabalhando na produção em grande escala. Apenas é preciso estar atento a todas as etapas envolvidas no processo.

 

Quanto à receita, diria que, antes de mais nada, é preciso ter espaço em casa. Um quarto, uma garagem, um quintal. É fundamental que o designer disponha de um lugar para experimentar.

 

ML: Concordo integralmente. Acho importante também frequentar o maior número possível de workshops e oficinas. Ver como se cria na prática, como se manipulam instrumentos e ferramentas para se chegar a determinados fins. E não ser preguiçoso (risos).

 

Quais pessoas vocês consideram fundamentais na formação de vocês?

PM: Diria não uma pessoa, mas muitas: todos os estudantes japoneses que encontrei no início de meus estudos, por exemplo. Além do designer, também japonês, Gen Suzuki, que hoje vive e trabalha em Boston. Eles me ensinaram a ser mais reflexivo e atento.

 

ML: O designer de interiores tailandês Ou Baholyodhin, com quem trabalhei logo depois de concluir o curso no Royal College. Tanto pelo contato com diversos materiais e técnicas que ele me proporcionou quanto por sua atitude positiva e motivadora. Ele me incentivava a participar de todo e qualquer concurso. Acabei tomando gosto e aprendendo muito.

 

O que unifica, aos olhos do mundo, o design produzido hoje na Grã Bretanha? Existe um British Design?

PM: Particularmente não gosto de rótulos. Mas, ao menos em relação ao design produzido em Londres, percebo uma pluralidade de linguagens. Consequência clara do cosmopolitismo da cidade. Acredito que se há algo de comum nos projetos, seria essa diversidade.

 

ML: Acho que, à parte a carência em muitas áreas, existe uma vontade de se ir à frente. De fazer, sejam quais forem as condições. Além de um certo silêncio sobre a própria condição de ser britânico. Os nosso produtos preferem se calar em relação a isso.

 

O que vocês andam fazendo? O que vem por aí?

PM: Estou desenvolvendo novas peças de madeira que serão apresentadas na galeria Dilmos, no próximo Salão do Móvel de Milão, em abril, e depois pela loja SCP, de Londres, em setembro. Comecei também a trabalhar com luz para uma empresa japonesa e estou gostando muito.

 

ML: Um sistema de estantes de matéria plástica para uma empresa de Nova York, que deve ser lançado no segundo semestre. Além disso, continuo fascinado por pedras. Pela forma como me conduzem e me dizem em que móvel elas querem se ver transformadas.

 

 

 

 

 

 

1 - De Peter Marigold, armário produzido com lascas de madeira

2 - Do mesmo designer, mesa de centro com retalhos de madeira

3 - Marigold usou madeira bruta nos bancos com acabamento de laca

4 - A luminária com um legume na base está sendo desenvolvida por Marigold para uma empresa japonesa

5 - De Max Lamb, colheres de argila cobertas com liga metálica

6- Lamb criou a mesinha de alumínio a partir de um molde feito em areia de praia

7 - A poltrona dobrável de aço inoxidável cortado a laser também é de Lamb

8 - Cadeira esculpida na pedra, um dos materiais preferidos de Max Lamb

 

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