Troca de e-mails indica que Vale sabia de problema em sensores de barragem


Polícia Federal teve acesso a mensagens de engenheiros de dois dias antes do desastre, destacando leituras ‘discrepantes’ de equipamentos colhidas no dia 10 de janeiro; técnico preso sugere que situação exigiria evacuação emergencial

Por Fabio Serapião e Ricardo Galhardo

BRASÍLIA - A Polícia Federal identificou em e-mails trocados por funcionários da Vale e da consultoria alemã Tüv Süd que a empresa de mineração já sabia de problemas com sensores da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), dois dias antes do rompimento que matou 150 pessoas e deixou 182 desaparecidos. As informações constam do depoimento do engenheiro Makoto Namba, coordenador de projetos da empresa Tüv Süd.

Lama de barragem da mina Córrego do Feijão atingiu área administrativa da Vale e comunidade, deixando 150 mortos e 182 desaparecidos Foto: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS

No depoimento aos policiais, ao ser questionado sobre o que faria se tivesse um filho no local e soubesse das informações contidas na troca de e-mails, Namba disse que o mandaria sair imediatamente. E afirmou que acionaria a Vale para disparar o plano de emergência. A informação foi revelada nesta quarta-feira, 6, pela repórter Andreia Sadi, da GloboNews, e confirmada pelo Estado.

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A barragem de Brumadinho se rompeu em 25 de janeiro. Os e-mails foram trocados entre os dias 23 e 24, antevéspera e véspera da tragédia e citam dados “discrepantes” colhidos no dia 10 de janeiro, ou seja, 15 dias antes da tragédia. Funcionários de uma terceirizada da Vale também participam da discussão.O Estado mostrou nesta quarta que o relatório da Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem, trabalhava com uma margem de segurança muito baixa para a hipótese da liquefação dos rejeitos – fenômeno apontado como a provável causa do colapso.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

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Animais

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Dificuldade no resgate

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

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Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
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Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Foto: Wilton Junior/Estadão
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Batalha pela Vida

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Estrada

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30 | 37

Carro atolado

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31 | 37

Helicoptero

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32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

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34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Os funcionários da Tüv Süd André Jum Yassuda e Makoto Namba prestaram depoimento ao delegado Luiz Augusto Nogueira, da Polícia Federal de Minas, e responderam perguntas sobre os e-mails em posse da PF. Os dois foram presos na semana passada e tiveram ordem de soltura expedida na terça-feira, 5, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF disse que não comentaria o caso, porque o inquérito está sob sigilo.

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Questionado a respeito de “dados discrepantes obtidos através da leitura dos instrumentos automatizados (piezômetros) no dia 10/01/2019, instalados na barragem B1 do CCF (Complexo Córrego do Feijão), bem como acerca do não funcionamento de 5 (cinco) piezômetros automatizados”, Namba afirmou que os dados dos sensores só foram levados a seu conhecimento pela Vale após o rompimento.

Namba também afirmou à PF que se sentiu pressionado por um funcionário da Vale durante reunião para falar sobre a assinatura do laudo de estabilidade da barragem feito por ele. De acordo com o engenheiro, o funcionário o questionou se a Tüv Süd iria assinar a declaração de estabilidade. Embora a princípio tenha respondido que só assinaria após o cumprimento de suas recomendações, recuou e avalizou a segurança da barragem por se sentir pressionado.

Ele também disse à PF ter conhecimento sobre nascente de água próxima do reservatório da barragem, o que poderia comprometer sua estabilidade. Segundo ele, “a água excedente corria para dentro da barragem”. “O declarante não sabe dizer ao certo, mas pode afirmar que desde o fim de julho/2018 foi construída uma barreira e colocada uma tubulação na nascente para desviar a água do reservatório”, diz trecho do relatório da PF sobre o relato.

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Segundo ele, ainda em setembro solicitou à Vale a construção de um equipamento específico (SUMP) para que o excedente de água fosse retirado da barragem. Sobre a localização do refeitório e da sede administrativa da empresa, destruídos pelo rompimento e onde estavam algumas das vítimas, o engenheiro disse que, se o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) mostrou que estavam no caminho da lama, a Vale deveria ter transferido todas essas construções para outros locais.

Defesa

A Tüv Süd, por nota, afirmou que a deu início a uma investigação. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir para uma investigação abrangente desse caso”, diz a nota. Segundo a empresa, além de contratar um escritório para apuração independente, será contratado “um especialista” para avaliar questões técnicas. Disse ainda não poder dar informações adicionais por causa da investigação em andamento por autoridades brasileiras. 

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Também por nota, a Vale afirmou que colabora “proativamente e da forma mais célere possível com todas as autoridades que investigam as causas do rompimento da barragem”. Conforme a empresa, foram entregues voluntariamente documentos e e-mails, “no segundo dia útil após o evento, para procuradores da República e delegado da Polícia Federal.” Disse, porém, que não faz comentários sobre particularidades da investigação. / COLABORARAM FAUSTO MACEDO e JULIA AFFONSO

BRASÍLIA - A Polícia Federal identificou em e-mails trocados por funcionários da Vale e da consultoria alemã Tüv Süd que a empresa de mineração já sabia de problemas com sensores da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), dois dias antes do rompimento que matou 150 pessoas e deixou 182 desaparecidos. As informações constam do depoimento do engenheiro Makoto Namba, coordenador de projetos da empresa Tüv Süd.

Lama de barragem da mina Córrego do Feijão atingiu área administrativa da Vale e comunidade, deixando 150 mortos e 182 desaparecidos Foto: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS

No depoimento aos policiais, ao ser questionado sobre o que faria se tivesse um filho no local e soubesse das informações contidas na troca de e-mails, Namba disse que o mandaria sair imediatamente. E afirmou que acionaria a Vale para disparar o plano de emergência. A informação foi revelada nesta quarta-feira, 6, pela repórter Andreia Sadi, da GloboNews, e confirmada pelo Estado.

A barragem de Brumadinho se rompeu em 25 de janeiro. Os e-mails foram trocados entre os dias 23 e 24, antevéspera e véspera da tragédia e citam dados “discrepantes” colhidos no dia 10 de janeiro, ou seja, 15 dias antes da tragédia. Funcionários de uma terceirizada da Vale também participam da discussão.O Estado mostrou nesta quarta que o relatório da Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem, trabalhava com uma margem de segurança muito baixa para a hipótese da liquefação dos rejeitos – fenômeno apontado como a provável causa do colapso.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

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Animais

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Dificuldade no resgate

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Tragédia em Minas Gerais

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8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Corpo encontrado

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Ponte

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Área devastada

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Equipe de resgate

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Resgate aéreo

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Os funcionários da Tüv Süd André Jum Yassuda e Makoto Namba prestaram depoimento ao delegado Luiz Augusto Nogueira, da Polícia Federal de Minas, e responderam perguntas sobre os e-mails em posse da PF. Os dois foram presos na semana passada e tiveram ordem de soltura expedida na terça-feira, 5, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF disse que não comentaria o caso, porque o inquérito está sob sigilo.

Questionado a respeito de “dados discrepantes obtidos através da leitura dos instrumentos automatizados (piezômetros) no dia 10/01/2019, instalados na barragem B1 do CCF (Complexo Córrego do Feijão), bem como acerca do não funcionamento de 5 (cinco) piezômetros automatizados”, Namba afirmou que os dados dos sensores só foram levados a seu conhecimento pela Vale após o rompimento.

Namba também afirmou à PF que se sentiu pressionado por um funcionário da Vale durante reunião para falar sobre a assinatura do laudo de estabilidade da barragem feito por ele. De acordo com o engenheiro, o funcionário o questionou se a Tüv Süd iria assinar a declaração de estabilidade. Embora a princípio tenha respondido que só assinaria após o cumprimento de suas recomendações, recuou e avalizou a segurança da barragem por se sentir pressionado.

Ele também disse à PF ter conhecimento sobre nascente de água próxima do reservatório da barragem, o que poderia comprometer sua estabilidade. Segundo ele, “a água excedente corria para dentro da barragem”. “O declarante não sabe dizer ao certo, mas pode afirmar que desde o fim de julho/2018 foi construída uma barreira e colocada uma tubulação na nascente para desviar a água do reservatório”, diz trecho do relatório da PF sobre o relato.

Segundo ele, ainda em setembro solicitou à Vale a construção de um equipamento específico (SUMP) para que o excedente de água fosse retirado da barragem. Sobre a localização do refeitório e da sede administrativa da empresa, destruídos pelo rompimento e onde estavam algumas das vítimas, o engenheiro disse que, se o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) mostrou que estavam no caminho da lama, a Vale deveria ter transferido todas essas construções para outros locais.

Defesa

A Tüv Süd, por nota, afirmou que a deu início a uma investigação. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir para uma investigação abrangente desse caso”, diz a nota. Segundo a empresa, além de contratar um escritório para apuração independente, será contratado “um especialista” para avaliar questões técnicas. Disse ainda não poder dar informações adicionais por causa da investigação em andamento por autoridades brasileiras. 

Também por nota, a Vale afirmou que colabora “proativamente e da forma mais célere possível com todas as autoridades que investigam as causas do rompimento da barragem”. Conforme a empresa, foram entregues voluntariamente documentos e e-mails, “no segundo dia útil após o evento, para procuradores da República e delegado da Polícia Federal.” Disse, porém, que não faz comentários sobre particularidades da investigação. / COLABORARAM FAUSTO MACEDO e JULIA AFFONSO

BRASÍLIA - A Polícia Federal identificou em e-mails trocados por funcionários da Vale e da consultoria alemã Tüv Süd que a empresa de mineração já sabia de problemas com sensores da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), dois dias antes do rompimento que matou 150 pessoas e deixou 182 desaparecidos. As informações constam do depoimento do engenheiro Makoto Namba, coordenador de projetos da empresa Tüv Süd.

Lama de barragem da mina Córrego do Feijão atingiu área administrativa da Vale e comunidade, deixando 150 mortos e 182 desaparecidos Foto: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS

No depoimento aos policiais, ao ser questionado sobre o que faria se tivesse um filho no local e soubesse das informações contidas na troca de e-mails, Namba disse que o mandaria sair imediatamente. E afirmou que acionaria a Vale para disparar o plano de emergência. A informação foi revelada nesta quarta-feira, 6, pela repórter Andreia Sadi, da GloboNews, e confirmada pelo Estado.

A barragem de Brumadinho se rompeu em 25 de janeiro. Os e-mails foram trocados entre os dias 23 e 24, antevéspera e véspera da tragédia e citam dados “discrepantes” colhidos no dia 10 de janeiro, ou seja, 15 dias antes da tragédia. Funcionários de uma terceirizada da Vale também participam da discussão.O Estado mostrou nesta quarta que o relatório da Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem, trabalhava com uma margem de segurança muito baixa para a hipótese da liquefação dos rejeitos – fenômeno apontado como a provável causa do colapso.

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Catástrofe ambiental e humana

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Animais

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Dificuldade no resgate

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Presidente Bolsonaro

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Batalha pela Vida

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Estrada

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Carro atolado

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Helicoptero

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Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

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Corpo encontrado

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Ponte

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Área devastada

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36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Os funcionários da Tüv Süd André Jum Yassuda e Makoto Namba prestaram depoimento ao delegado Luiz Augusto Nogueira, da Polícia Federal de Minas, e responderam perguntas sobre os e-mails em posse da PF. Os dois foram presos na semana passada e tiveram ordem de soltura expedida na terça-feira, 5, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF disse que não comentaria o caso, porque o inquérito está sob sigilo.

Questionado a respeito de “dados discrepantes obtidos através da leitura dos instrumentos automatizados (piezômetros) no dia 10/01/2019, instalados na barragem B1 do CCF (Complexo Córrego do Feijão), bem como acerca do não funcionamento de 5 (cinco) piezômetros automatizados”, Namba afirmou que os dados dos sensores só foram levados a seu conhecimento pela Vale após o rompimento.

Namba também afirmou à PF que se sentiu pressionado por um funcionário da Vale durante reunião para falar sobre a assinatura do laudo de estabilidade da barragem feito por ele. De acordo com o engenheiro, o funcionário o questionou se a Tüv Süd iria assinar a declaração de estabilidade. Embora a princípio tenha respondido que só assinaria após o cumprimento de suas recomendações, recuou e avalizou a segurança da barragem por se sentir pressionado.

Ele também disse à PF ter conhecimento sobre nascente de água próxima do reservatório da barragem, o que poderia comprometer sua estabilidade. Segundo ele, “a água excedente corria para dentro da barragem”. “O declarante não sabe dizer ao certo, mas pode afirmar que desde o fim de julho/2018 foi construída uma barreira e colocada uma tubulação na nascente para desviar a água do reservatório”, diz trecho do relatório da PF sobre o relato.

Segundo ele, ainda em setembro solicitou à Vale a construção de um equipamento específico (SUMP) para que o excedente de água fosse retirado da barragem. Sobre a localização do refeitório e da sede administrativa da empresa, destruídos pelo rompimento e onde estavam algumas das vítimas, o engenheiro disse que, se o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) mostrou que estavam no caminho da lama, a Vale deveria ter transferido todas essas construções para outros locais.

Defesa

A Tüv Süd, por nota, afirmou que a deu início a uma investigação. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir para uma investigação abrangente desse caso”, diz a nota. Segundo a empresa, além de contratar um escritório para apuração independente, será contratado “um especialista” para avaliar questões técnicas. Disse ainda não poder dar informações adicionais por causa da investigação em andamento por autoridades brasileiras. 

Também por nota, a Vale afirmou que colabora “proativamente e da forma mais célere possível com todas as autoridades que investigam as causas do rompimento da barragem”. Conforme a empresa, foram entregues voluntariamente documentos e e-mails, “no segundo dia útil após o evento, para procuradores da República e delegado da Polícia Federal.” Disse, porém, que não faz comentários sobre particularidades da investigação. / COLABORARAM FAUSTO MACEDO e JULIA AFFONSO

BRASÍLIA - A Polícia Federal identificou em e-mails trocados por funcionários da Vale e da consultoria alemã Tüv Süd que a empresa de mineração já sabia de problemas com sensores da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), dois dias antes do rompimento que matou 150 pessoas e deixou 182 desaparecidos. As informações constam do depoimento do engenheiro Makoto Namba, coordenador de projetos da empresa Tüv Süd.

Lama de barragem da mina Córrego do Feijão atingiu área administrativa da Vale e comunidade, deixando 150 mortos e 182 desaparecidos Foto: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS

No depoimento aos policiais, ao ser questionado sobre o que faria se tivesse um filho no local e soubesse das informações contidas na troca de e-mails, Namba disse que o mandaria sair imediatamente. E afirmou que acionaria a Vale para disparar o plano de emergência. A informação foi revelada nesta quarta-feira, 6, pela repórter Andreia Sadi, da GloboNews, e confirmada pelo Estado.

A barragem de Brumadinho se rompeu em 25 de janeiro. Os e-mails foram trocados entre os dias 23 e 24, antevéspera e véspera da tragédia e citam dados “discrepantes” colhidos no dia 10 de janeiro, ou seja, 15 dias antes da tragédia. Funcionários de uma terceirizada da Vale também participam da discussão.O Estado mostrou nesta quarta que o relatório da Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem, trabalhava com uma margem de segurança muito baixa para a hipótese da liquefação dos rejeitos – fenômeno apontado como a provável causa do colapso.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

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Catástrofe ambiental e humana

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Animais

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Tragédia em Minas Gerais

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7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Batalha pela Vida

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Estrada

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30 | 37

Carro atolado

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Helicoptero

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32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

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Corpo encontrado

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Ponte

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Área devastada

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Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
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Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Os funcionários da Tüv Süd André Jum Yassuda e Makoto Namba prestaram depoimento ao delegado Luiz Augusto Nogueira, da Polícia Federal de Minas, e responderam perguntas sobre os e-mails em posse da PF. Os dois foram presos na semana passada e tiveram ordem de soltura expedida na terça-feira, 5, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF disse que não comentaria o caso, porque o inquérito está sob sigilo.

Questionado a respeito de “dados discrepantes obtidos através da leitura dos instrumentos automatizados (piezômetros) no dia 10/01/2019, instalados na barragem B1 do CCF (Complexo Córrego do Feijão), bem como acerca do não funcionamento de 5 (cinco) piezômetros automatizados”, Namba afirmou que os dados dos sensores só foram levados a seu conhecimento pela Vale após o rompimento.

Namba também afirmou à PF que se sentiu pressionado por um funcionário da Vale durante reunião para falar sobre a assinatura do laudo de estabilidade da barragem feito por ele. De acordo com o engenheiro, o funcionário o questionou se a Tüv Süd iria assinar a declaração de estabilidade. Embora a princípio tenha respondido que só assinaria após o cumprimento de suas recomendações, recuou e avalizou a segurança da barragem por se sentir pressionado.

Ele também disse à PF ter conhecimento sobre nascente de água próxima do reservatório da barragem, o que poderia comprometer sua estabilidade. Segundo ele, “a água excedente corria para dentro da barragem”. “O declarante não sabe dizer ao certo, mas pode afirmar que desde o fim de julho/2018 foi construída uma barreira e colocada uma tubulação na nascente para desviar a água do reservatório”, diz trecho do relatório da PF sobre o relato.

Segundo ele, ainda em setembro solicitou à Vale a construção de um equipamento específico (SUMP) para que o excedente de água fosse retirado da barragem. Sobre a localização do refeitório e da sede administrativa da empresa, destruídos pelo rompimento e onde estavam algumas das vítimas, o engenheiro disse que, se o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) mostrou que estavam no caminho da lama, a Vale deveria ter transferido todas essas construções para outros locais.

Defesa

A Tüv Süd, por nota, afirmou que a deu início a uma investigação. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir para uma investigação abrangente desse caso”, diz a nota. Segundo a empresa, além de contratar um escritório para apuração independente, será contratado “um especialista” para avaliar questões técnicas. Disse ainda não poder dar informações adicionais por causa da investigação em andamento por autoridades brasileiras. 

Também por nota, a Vale afirmou que colabora “proativamente e da forma mais célere possível com todas as autoridades que investigam as causas do rompimento da barragem”. Conforme a empresa, foram entregues voluntariamente documentos e e-mails, “no segundo dia útil após o evento, para procuradores da República e delegado da Polícia Federal.” Disse, porém, que não faz comentários sobre particularidades da investigação. / COLABORARAM FAUSTO MACEDO e JULIA AFFONSO

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