Quando só os garotos amavam os Beatles e os Rolling Stones, eles eram, com muito orgulho, o terror dos pais. O fim do mundo era cabeludo, não no sentido figurado de hoje em dia. Mas, de lá pra cá, tantas foram as ameaças muito mais assustadoras ao planeta, que o ser humano passou a sentir saudades do tempo em que o inimigo tocava na vitrola sem parar.
No Rio, está acontecendo fenômeno parecido com o musical Hair, em cartaz no Teatro Casa Grande. Um terço da plateia no último fim de semana tinha cara de quem passou uma parte da vida achando que os hippies eram o princípio da perdição da humanidade. Tem velhinho agora pagando ingresso só pela sensação gostosa de ter vencido esse medo bobo dos cabeludos de antigamente.