O mal súbito que vitimou uma jurada antes mesmo do julgamento começar - o organismo dela decerto pressentiu o pior - fez mais uma vítima na abertura dos trabalhos de ontem no tribunal.
Antes de pedir atendimento médico, o tal sujeito resistiu firme aos relatos dramáticos sobre fuzilamentos através das grades, socos, pauladas, estocadas, corpos amontoados, cascatas de sangue, súplicas de indefesos, atrocidades comparadas às dos campos de concentração.
Suas imunidades ao mal-estar generalizado só foram quebradas uma noite mal dormida depois de ouvir o ex-governador Fleury Filho dizer que "a entrada da PM no Carandiru foi absolutamente necessária e legítima".
Ou seja, os 111 mortos do Carandiru não tiram o sono do responsável político pelo massacre: "Havia presos se matando e minha polícia nunca se omitiu!"
Argh!
Enfim, melhoras aí para o jurado! A ex-autoridade em questão não tem cura!