Fico imaginando a cabeça dos lunáticos acordando numa bela manhã como a da última sexta-feira com a notícia de que a Lua está "encolhendo como uma maçã velha e murcha". Deu na edição desta semana da revista Science, a mais conceituada publicação da comunidade científica americana, que a circunferência do satélite natural da Terra já perdeu 100 metros de seu traçado original em consequência do esfriamento do núcleo magnético sob a crosta lunar. Será o princípio do fim do mundo da Lua?
Não sei o que diz a respeito aquele calendário Maia do final dos tempos, mas, ao que tudo indica, vamos ter companhia em 2012 no caminho para o beleléu que se anuncia. Cientistas que estudam o fenômeno nos EUA descartam, por ora, a possibilidade de que o corpo celeste preferido dos namorados desapareça após continuado processo de enrugamento de sua superfície, mas há indícios consideráveis nas imagens capturadas por uma sonda da Nasa de que o esfriamento lunar não fica nada a desejar ao aquecimento global.
Na defesa de seu meio ambiente, entretanto, o lunático poderá se valer do background dos ecologistas terráqueos em matéria de conceitos já consagrados de sobrevivência do nosso planeta. Por exemplo: alguém aí em sã consciência duvida que a Lua precisa de um projeto de desenvolvimento sustentável? Então não precisa perder tempo com essa discussão, certo? Mãos à obra!
Outra coisa também comprovadamente dispensável na batalha que se inicia por uma Lua sustentável é aquela velha mania que todo militante da causa tem de se acorrentar àquilo que quer preservar. Não sei se já tem Greenpeace por lá, mas, a esta altura do fim do mundo na Terra, convenhamos, qualquer lunático radical já deve estar careca de saber que não é por aí! Todo cuidado, porém, é pouco: o ecochatismo, como se sabe, é uma praga universal.
No mais, pensamento positivo: em último caso, vamos todos para Marte!