'Vandalismo' movimenta Twitter


Mais de 160 mil tweets analisados entre os dias 21 de junho e 1° de novembro mostram que, em apenas uma semana, a palavra “vandalismo” teve picos de mais de nove mil aparições por dia no Twitter. É o que mostra uma pesquisa exclusiva ao Estado do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que mapeou o termo “vandalismo” e revelou a existência de três grandes grupos com diferentes opiniões e visões.

Por Bruna Almeida, Larissa Fafá e Suellen Amorim

O orientador do Labic, Fábio Malini, explica que mesmo com ideologias diferentes, dois desses grandes grupos concordam entre si ao afirmar que o vandalismo não é justificável, mesmo com ideologias diferentes, os grupos concordam em alguns aspectos. Eles dividem-se entre os usuários que o pesquisador chamou de “rede da propriedade”, que defendem a propriedade privada, e a “rede governista”, que apoia as decisões do governo e vê as depredações como violação dos direitos fundamentais da sociedade . O outro grupo, a “rede das ruas”, porém, justifica os atos como algo necessário na construção de mudanças.

Apesar de defenderem opiniões diferentes, Malini identifica que tanto a rede da propriedade e a rede das ruas pensam que o vandalismo também pode ser praticado pelo Estado de outras formas, com o desvio de dinheiro público, por exemplo. O principal saldo do debate, segundo ele, foi colocar na agenda pública a discussão sobre violência e um pensamento crítico das instituições. “Ampliou-se o conceito de violência e começaram a surgir outros questionamentos. Foi um ponto positivo”.

Como quarto usuário mais ativo à época das grandes manifestações, o cineasta Fernando Malés de Souza mantém o perfil “Roteiro de Cinema” no Twitter. Ele participou de cinco atos, quatro deles em Curitiba e um no Rio de Janeiro, e enxerga a depredação como uma atitude criminosa. Apesar disso, Malés acha interessante que o vandalismo das ruas ajudou a chamar a atenção para os protestos, tanto na grande imprensa quanto nas redes. “Os olhos se voltaram para as manifestações em junho porque elas tiveram como consequência grandes depredações. A imagem da loja quebrada gerou muito mais polêmica do que as cinco pessoas que ficaram cegas durante as manifestações”.

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Da mesma forma que maior parte da rede vê com maus olhos a quebradeira, as pessoas passaram a enxergar os protestos de outra maneira. Na pesquisa realizada pelo Curso Estado de Jornalismo 47% dos entrevistados não voltariam a participar de manifestações por causa da violência. É no que acredita um jovem de Brasília que se desculpou publicamente, após ter se envolvido em ato de depredação. Militante político engajado, ele estava junto a um grupo acusado de quebrar as vidraças de um prédio público federal em junho. Mesmo concordando com atitudes radicais como tática de protesto, o rapaz de 27 anos se arrependeu de ter participado da ação porque avaliou que isso afastou as pessoas das ruas. “Eu vi que na avaliação do senso comum e da população brasileira, se formou uma opinião contrária a esse tipo de ação. E eu acredito ainda que esse seja um dos motivos que fez com que as manifestações perdessem a força”.

Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Onofre dos Santos, a violência dos protestos é um reflexo de não se sentir representado e nem atendido pelo Estado, o que acontece também em outros países. Ele explica que quando os governos não sabem lidar com as necessidades da população, aparecem alternativas mais radicais como resposta, para mostrar insatisfação. E acrescenta que, em todas as vezes, os governos não lidam com os protestos e seus fatores da forma correta. “Ao invés do diálogo e olhar para as demandas pedidas, o estado sempre arrumou formas para desqualificar os movimentos sociais ou ignorá-los”. O professor também lembra que explosões de violência em protestos não são novidade e nem exclusividade de nosso país. “Em qualquer lugar do mundo onde há movimentos de massa, há violência. Acontece desde o século 19, principalmente em países da Europa e suas revoluções”, completa.

O professor da Universidade de São Paulo Pablo Ortellado defende que a banalização do termo vandalismo serve para desqualificar as manifestações, e no caso específico de grupos radicais como os black blocs, dar a entender que são atos irracionais. “O discurso ressalta que são ações violentas, mesmo que as depredações sejam voltadas contra objetos“. Para Ortellado, isso tira o propósito dos grupos de ir contra o capitalismo e a propriedade privada. “Pode-se discutir a ética e se a estratégia funciona, mas existe uma ação pensada na depredação desses grupos: é chamar a atenção para ir contra as instituições, nunca atingir pessoas”, explica.

O orientador do Labic, Fábio Malini, explica que mesmo com ideologias diferentes, dois desses grandes grupos concordam entre si ao afirmar que o vandalismo não é justificável, mesmo com ideologias diferentes, os grupos concordam em alguns aspectos. Eles dividem-se entre os usuários que o pesquisador chamou de “rede da propriedade”, que defendem a propriedade privada, e a “rede governista”, que apoia as decisões do governo e vê as depredações como violação dos direitos fundamentais da sociedade . O outro grupo, a “rede das ruas”, porém, justifica os atos como algo necessário na construção de mudanças.

Apesar de defenderem opiniões diferentes, Malini identifica que tanto a rede da propriedade e a rede das ruas pensam que o vandalismo também pode ser praticado pelo Estado de outras formas, com o desvio de dinheiro público, por exemplo. O principal saldo do debate, segundo ele, foi colocar na agenda pública a discussão sobre violência e um pensamento crítico das instituições. “Ampliou-se o conceito de violência e começaram a surgir outros questionamentos. Foi um ponto positivo”.

Como quarto usuário mais ativo à época das grandes manifestações, o cineasta Fernando Malés de Souza mantém o perfil “Roteiro de Cinema” no Twitter. Ele participou de cinco atos, quatro deles em Curitiba e um no Rio de Janeiro, e enxerga a depredação como uma atitude criminosa. Apesar disso, Malés acha interessante que o vandalismo das ruas ajudou a chamar a atenção para os protestos, tanto na grande imprensa quanto nas redes. “Os olhos se voltaram para as manifestações em junho porque elas tiveram como consequência grandes depredações. A imagem da loja quebrada gerou muito mais polêmica do que as cinco pessoas que ficaram cegas durante as manifestações”.

Da mesma forma que maior parte da rede vê com maus olhos a quebradeira, as pessoas passaram a enxergar os protestos de outra maneira. Na pesquisa realizada pelo Curso Estado de Jornalismo 47% dos entrevistados não voltariam a participar de manifestações por causa da violência. É no que acredita um jovem de Brasília que se desculpou publicamente, após ter se envolvido em ato de depredação. Militante político engajado, ele estava junto a um grupo acusado de quebrar as vidraças de um prédio público federal em junho. Mesmo concordando com atitudes radicais como tática de protesto, o rapaz de 27 anos se arrependeu de ter participado da ação porque avaliou que isso afastou as pessoas das ruas. “Eu vi que na avaliação do senso comum e da população brasileira, se formou uma opinião contrária a esse tipo de ação. E eu acredito ainda que esse seja um dos motivos que fez com que as manifestações perdessem a força”.

Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Onofre dos Santos, a violência dos protestos é um reflexo de não se sentir representado e nem atendido pelo Estado, o que acontece também em outros países. Ele explica que quando os governos não sabem lidar com as necessidades da população, aparecem alternativas mais radicais como resposta, para mostrar insatisfação. E acrescenta que, em todas as vezes, os governos não lidam com os protestos e seus fatores da forma correta. “Ao invés do diálogo e olhar para as demandas pedidas, o estado sempre arrumou formas para desqualificar os movimentos sociais ou ignorá-los”. O professor também lembra que explosões de violência em protestos não são novidade e nem exclusividade de nosso país. “Em qualquer lugar do mundo onde há movimentos de massa, há violência. Acontece desde o século 19, principalmente em países da Europa e suas revoluções”, completa.

O professor da Universidade de São Paulo Pablo Ortellado defende que a banalização do termo vandalismo serve para desqualificar as manifestações, e no caso específico de grupos radicais como os black blocs, dar a entender que são atos irracionais. “O discurso ressalta que são ações violentas, mesmo que as depredações sejam voltadas contra objetos“. Para Ortellado, isso tira o propósito dos grupos de ir contra o capitalismo e a propriedade privada. “Pode-se discutir a ética e se a estratégia funciona, mas existe uma ação pensada na depredação desses grupos: é chamar a atenção para ir contra as instituições, nunca atingir pessoas”, explica.

O orientador do Labic, Fábio Malini, explica que mesmo com ideologias diferentes, dois desses grandes grupos concordam entre si ao afirmar que o vandalismo não é justificável, mesmo com ideologias diferentes, os grupos concordam em alguns aspectos. Eles dividem-se entre os usuários que o pesquisador chamou de “rede da propriedade”, que defendem a propriedade privada, e a “rede governista”, que apoia as decisões do governo e vê as depredações como violação dos direitos fundamentais da sociedade . O outro grupo, a “rede das ruas”, porém, justifica os atos como algo necessário na construção de mudanças.

Apesar de defenderem opiniões diferentes, Malini identifica que tanto a rede da propriedade e a rede das ruas pensam que o vandalismo também pode ser praticado pelo Estado de outras formas, com o desvio de dinheiro público, por exemplo. O principal saldo do debate, segundo ele, foi colocar na agenda pública a discussão sobre violência e um pensamento crítico das instituições. “Ampliou-se o conceito de violência e começaram a surgir outros questionamentos. Foi um ponto positivo”.

Como quarto usuário mais ativo à época das grandes manifestações, o cineasta Fernando Malés de Souza mantém o perfil “Roteiro de Cinema” no Twitter. Ele participou de cinco atos, quatro deles em Curitiba e um no Rio de Janeiro, e enxerga a depredação como uma atitude criminosa. Apesar disso, Malés acha interessante que o vandalismo das ruas ajudou a chamar a atenção para os protestos, tanto na grande imprensa quanto nas redes. “Os olhos se voltaram para as manifestações em junho porque elas tiveram como consequência grandes depredações. A imagem da loja quebrada gerou muito mais polêmica do que as cinco pessoas que ficaram cegas durante as manifestações”.

Da mesma forma que maior parte da rede vê com maus olhos a quebradeira, as pessoas passaram a enxergar os protestos de outra maneira. Na pesquisa realizada pelo Curso Estado de Jornalismo 47% dos entrevistados não voltariam a participar de manifestações por causa da violência. É no que acredita um jovem de Brasília que se desculpou publicamente, após ter se envolvido em ato de depredação. Militante político engajado, ele estava junto a um grupo acusado de quebrar as vidraças de um prédio público federal em junho. Mesmo concordando com atitudes radicais como tática de protesto, o rapaz de 27 anos se arrependeu de ter participado da ação porque avaliou que isso afastou as pessoas das ruas. “Eu vi que na avaliação do senso comum e da população brasileira, se formou uma opinião contrária a esse tipo de ação. E eu acredito ainda que esse seja um dos motivos que fez com que as manifestações perdessem a força”.

Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Onofre dos Santos, a violência dos protestos é um reflexo de não se sentir representado e nem atendido pelo Estado, o que acontece também em outros países. Ele explica que quando os governos não sabem lidar com as necessidades da população, aparecem alternativas mais radicais como resposta, para mostrar insatisfação. E acrescenta que, em todas as vezes, os governos não lidam com os protestos e seus fatores da forma correta. “Ao invés do diálogo e olhar para as demandas pedidas, o estado sempre arrumou formas para desqualificar os movimentos sociais ou ignorá-los”. O professor também lembra que explosões de violência em protestos não são novidade e nem exclusividade de nosso país. “Em qualquer lugar do mundo onde há movimentos de massa, há violência. Acontece desde o século 19, principalmente em países da Europa e suas revoluções”, completa.

O professor da Universidade de São Paulo Pablo Ortellado defende que a banalização do termo vandalismo serve para desqualificar as manifestações, e no caso específico de grupos radicais como os black blocs, dar a entender que são atos irracionais. “O discurso ressalta que são ações violentas, mesmo que as depredações sejam voltadas contra objetos“. Para Ortellado, isso tira o propósito dos grupos de ir contra o capitalismo e a propriedade privada. “Pode-se discutir a ética e se a estratégia funciona, mas existe uma ação pensada na depredação desses grupos: é chamar a atenção para ir contra as instituições, nunca atingir pessoas”, explica.

O orientador do Labic, Fábio Malini, explica que mesmo com ideologias diferentes, dois desses grandes grupos concordam entre si ao afirmar que o vandalismo não é justificável, mesmo com ideologias diferentes, os grupos concordam em alguns aspectos. Eles dividem-se entre os usuários que o pesquisador chamou de “rede da propriedade”, que defendem a propriedade privada, e a “rede governista”, que apoia as decisões do governo e vê as depredações como violação dos direitos fundamentais da sociedade . O outro grupo, a “rede das ruas”, porém, justifica os atos como algo necessário na construção de mudanças.

Apesar de defenderem opiniões diferentes, Malini identifica que tanto a rede da propriedade e a rede das ruas pensam que o vandalismo também pode ser praticado pelo Estado de outras formas, com o desvio de dinheiro público, por exemplo. O principal saldo do debate, segundo ele, foi colocar na agenda pública a discussão sobre violência e um pensamento crítico das instituições. “Ampliou-se o conceito de violência e começaram a surgir outros questionamentos. Foi um ponto positivo”.

Como quarto usuário mais ativo à época das grandes manifestações, o cineasta Fernando Malés de Souza mantém o perfil “Roteiro de Cinema” no Twitter. Ele participou de cinco atos, quatro deles em Curitiba e um no Rio de Janeiro, e enxerga a depredação como uma atitude criminosa. Apesar disso, Malés acha interessante que o vandalismo das ruas ajudou a chamar a atenção para os protestos, tanto na grande imprensa quanto nas redes. “Os olhos se voltaram para as manifestações em junho porque elas tiveram como consequência grandes depredações. A imagem da loja quebrada gerou muito mais polêmica do que as cinco pessoas que ficaram cegas durante as manifestações”.

Da mesma forma que maior parte da rede vê com maus olhos a quebradeira, as pessoas passaram a enxergar os protestos de outra maneira. Na pesquisa realizada pelo Curso Estado de Jornalismo 47% dos entrevistados não voltariam a participar de manifestações por causa da violência. É no que acredita um jovem de Brasília que se desculpou publicamente, após ter se envolvido em ato de depredação. Militante político engajado, ele estava junto a um grupo acusado de quebrar as vidraças de um prédio público federal em junho. Mesmo concordando com atitudes radicais como tática de protesto, o rapaz de 27 anos se arrependeu de ter participado da ação porque avaliou que isso afastou as pessoas das ruas. “Eu vi que na avaliação do senso comum e da população brasileira, se formou uma opinião contrária a esse tipo de ação. E eu acredito ainda que esse seja um dos motivos que fez com que as manifestações perdessem a força”.

Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Onofre dos Santos, a violência dos protestos é um reflexo de não se sentir representado e nem atendido pelo Estado, o que acontece também em outros países. Ele explica que quando os governos não sabem lidar com as necessidades da população, aparecem alternativas mais radicais como resposta, para mostrar insatisfação. E acrescenta que, em todas as vezes, os governos não lidam com os protestos e seus fatores da forma correta. “Ao invés do diálogo e olhar para as demandas pedidas, o estado sempre arrumou formas para desqualificar os movimentos sociais ou ignorá-los”. O professor também lembra que explosões de violência em protestos não são novidade e nem exclusividade de nosso país. “Em qualquer lugar do mundo onde há movimentos de massa, há violência. Acontece desde o século 19, principalmente em países da Europa e suas revoluções”, completa.

O professor da Universidade de São Paulo Pablo Ortellado defende que a banalização do termo vandalismo serve para desqualificar as manifestações, e no caso específico de grupos radicais como os black blocs, dar a entender que são atos irracionais. “O discurso ressalta que são ações violentas, mesmo que as depredações sejam voltadas contra objetos“. Para Ortellado, isso tira o propósito dos grupos de ir contra o capitalismo e a propriedade privada. “Pode-se discutir a ética e se a estratégia funciona, mas existe uma ação pensada na depredação desses grupos: é chamar a atenção para ir contra as instituições, nunca atingir pessoas”, explica.

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