Pesquisadores da Nasa acreditam que a melhor explicação para um trecho de sílica descoberto no solo marciano em março, quando seu veículo explorador Spirit ficou com a roda presa na poeira que recobre a superfície do planeta e acabou realizando uma pequena "escavação" involuntária, é a presença, no passado, de um ambiente perfeito para o desenvolvimento de micróbios. A afirmação foi feita durante um congresso da União Geofísica Americana (AGU), que tem lugar na cidade de de San Francisco. A Nasa concluiu que os depósitos de sílica provavelmente foram produzidos quando uma fonte de água quente, ou de vapor ácido, entrou em contato com rochas vulcânicas. O anúncio está sendo qualificado como uma das descobertas mais significativas do Spirit na superfície de Marte. Na Terra, locais com essas características - nascentes de águas quentes ou fumarolas de vapor - são abundantes em vida microbiana. "A coisa importante é que as implicações para a habitabilidade de Marte no passado são as mesmas" não importa se a sílica foi criada por água ou vapor, explicou Steve Squyres, cientista que chefia a missão. O veículo, que aterrissou na superfície do planeta em 2004, não é equipado para informar se já existiu vida neste local, mas Squyres, cientista que chefia a missão, disse no encontro de San Francisco que uma futura missão deve tentar trazer amostras do material para a Terra para análise. Se tiverem existido bactérias marcianas no local, elas podem ter sido preservadas como minúsculos fósseis, disse o cientista. "Uma das grandes coisas sobre estes depósitos é que a água quente propicia um ambiente em que os micróbios podem se desenvolver, e a precipitação da sílica os envolve e preserva." Tanto a Spirit quanto um outro robô semelhante, Opportunity, continuam a trabalhar por muito mais tempo do que sua missão previa, que era de 90 dias. Opportunity está numa outra área do planeta.
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