O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens nos EUA. Até agora, não há cura para a doença. Se o câncer de próstata reaparecer após os tratamentos de cirurgia e radioterapia, geralmente o próximo passo é a supressão do hormônio masculino testosterona - que inibe o crescimento de células cancerosas, já que o tumor se alimenta disso. Entretanto, com o tempo o câncer desenvolve maneiras de resistir a isso, tornando-se muito agressivo. Isso pode levar à metástase para a medula óssea, pulmões e gânglios linfáticos.
Em experiências em laboratório, os pesquisadores aplicaram suco de romã sobre células cancerosas da próstata, que eram resistentes à testosterona. A equipe descobriu que o suco fez com que a adesão celular aumentasse, dificultando o processo de ruptura e, consequentemente, a diminuição da migração destas células para outras partes do corpo. Em seguida, a equipe identificou grupos de ingredientes ativos que tinham um impacto sobre a adesão e migração celular: fenilpropanoides, ácidos hidrobenzoico, flavonas e conjugados de ácidos graxos.
"Porque os genes e proteínas envolvidos no movimento das células cancerosas de próstata são essencialmente os mesmos que aqueles envolvidos no movimento de outros tipos de células cancerosas, os mesmos componentes modificados, o suco pode ter um impacto muito maior no tratamento do câncer", explica Manuela Martins-Green, responsável pelo trabalho.
De acordo com a pesquisadora, a explicação estaria em uma proteína produzida pela medula óssea, que faz com que células cancerosas se mudem para os ossos com o intuito de formar novos tumores. O suco de romã é capaz de inibir esta proteína, impedindo o processo. Agora, a equipe planeja fazer testes adicionais em animais para determinar se esta estratégia pode evitar a metástase sem efeitos colaterais.