Cientistas encontram partículas da bomba atômica em praia perto de Hiroshima


Achado, 74 anos depois da explosão que destruiu a cidade japonesa, mostra o quanto a ação humana sobre o ambiente pode ser devastadora

Por Roberta Jansen

RIO - Mais de 70 anos depois do lançamento da bomba atômica de Hiroshima, cientistas descobrem partículas da explosão que destruiu completamente a cidade japonesa em uma praia da região, revelando o quanto a ação humana sobre o ambiente pode ser devastadora mesmo depois de tantas décadas.

Especialista em vida marinha, o geólogo Mario Wannier selecionava, metodicamente, partículas em amostras de areia recolhidas das praias da península de Motoujina, no Japão, quando se deparou com algo inesperado: um grande número de pequeninas esferas de vidro.

Bomba que atingiu Hiroshima em 6 de agosto de 1945 Foto: REUTERS/U.S. Army/Hiroshima Peace Memorial Museum
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O trabalho de Wannier, que já está aposentado, era comparar material biológico recolhido nas areias de diferentes praias num esforço para reunir informações sobre a saúde dos ecossistemas marinhos regionais. O trabalho envolvia o exame da areia sob o microscópio e a separação das diferentes partículas encontradas para avaliação mais acurada.

“Eu já vi centenas de amostras das praias do Sudeste Asiático e sou capaz de diferenciar, imediatamente, grãos minerais de partículas criadas provenientes de animais e plantas; isso é muito fácil”, afirmou o especialista.

Nas amostras de areia provenientes de Motoujina ele encontrou amostras de organismos unicelulares comuns naquela região.

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“Mas havia algo mais....e era tão óbvio quando eu olhava para as amostras”, disse. “Não tinha como não ver aquelas partículas arredondadas e de um material parecido com vidro.”

As partículas tinham de 0,5 milímetro a 1 milímetro. Embora algumas se parecessem com as encontradas em áreas de impacto de meteoritos - em que as temperaturas são tão altas que transformam areia em vidro -, outras eram um pouco diferentes e Wannier teve dificuldades para identificá-las.

Foram anos de experiências no Laboratório de Berkeley e estudos na Universidade da Califórnia. Os esforços científicos revelaram partículas únicas, nunca vistas antes, com uma composição química incomum, misturas minerais inusitadas e formadas em um ambiente de alta temperatura e pressão.

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Depois dessa descoberta, Wannier viajou ao Japão para colher mais amostras de areia da praia da mesma região, próxima à cidade de Hiroshima. Nas novas amostras ele voltou a encontrar o mesmo tipo de partícula. O fato de terem sido coletadas perto de Hiroshima levantou a suspeita de que elas poderiam estar relacionadas à explosão da bomba atômica que devastou a cidade em 6 de agosto de 1945, deixando pelo menos 70 mil mortos. Estima-se que 90% da cidade tenha sido completamente destruída.

“Este foi, de longe, o pior evento realizado pelo homem”, avalia Wannier sobre a explosão da bomba. “Você tinha uma cidade inteira e um minuto depois você não tinha mais cidade. Então a pergunta é: onde está a cidade? Onde está todo esse material? Foi muito importante descobrir essas partículas. É uma história e tanto."

Os experimentos realizados revelaram que as partículas encontradas pelo geólogo se formaram em condições extremas, com temperaturas de até 1.800º Celsius. Os cientistas também comprovaram que a composição das partículas coincidia com a dos materiais mais comuns em Hiroshima na ocasião do bombardeio, como concreto, mármore, aço e borracha.

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Takashi Morita tinha 21 anos quando explodiu a bomba de Hiroshima. Ao todo, cerca de 30% da população de Hiroshima foi morta pela explosão e os consequentes incêndios. Além disso, outras 70 mil ficaram feridas. Hoje, 73 anos depois, o presidente da Associação dos Sobreviventes da bomba atômica no Brasil ainda mantém vivas as lembranças em sua memória.

RIO - Mais de 70 anos depois do lançamento da bomba atômica de Hiroshima, cientistas descobrem partículas da explosão que destruiu completamente a cidade japonesa em uma praia da região, revelando o quanto a ação humana sobre o ambiente pode ser devastadora mesmo depois de tantas décadas.

Especialista em vida marinha, o geólogo Mario Wannier selecionava, metodicamente, partículas em amostras de areia recolhidas das praias da península de Motoujina, no Japão, quando se deparou com algo inesperado: um grande número de pequeninas esferas de vidro.

Bomba que atingiu Hiroshima em 6 de agosto de 1945 Foto: REUTERS/U.S. Army/Hiroshima Peace Memorial Museum

O trabalho de Wannier, que já está aposentado, era comparar material biológico recolhido nas areias de diferentes praias num esforço para reunir informações sobre a saúde dos ecossistemas marinhos regionais. O trabalho envolvia o exame da areia sob o microscópio e a separação das diferentes partículas encontradas para avaliação mais acurada.

“Eu já vi centenas de amostras das praias do Sudeste Asiático e sou capaz de diferenciar, imediatamente, grãos minerais de partículas criadas provenientes de animais e plantas; isso é muito fácil”, afirmou o especialista.

Nas amostras de areia provenientes de Motoujina ele encontrou amostras de organismos unicelulares comuns naquela região.

“Mas havia algo mais....e era tão óbvio quando eu olhava para as amostras”, disse. “Não tinha como não ver aquelas partículas arredondadas e de um material parecido com vidro.”

As partículas tinham de 0,5 milímetro a 1 milímetro. Embora algumas se parecessem com as encontradas em áreas de impacto de meteoritos - em que as temperaturas são tão altas que transformam areia em vidro -, outras eram um pouco diferentes e Wannier teve dificuldades para identificá-las.

Foram anos de experiências no Laboratório de Berkeley e estudos na Universidade da Califórnia. Os esforços científicos revelaram partículas únicas, nunca vistas antes, com uma composição química incomum, misturas minerais inusitadas e formadas em um ambiente de alta temperatura e pressão.

Depois dessa descoberta, Wannier viajou ao Japão para colher mais amostras de areia da praia da mesma região, próxima à cidade de Hiroshima. Nas novas amostras ele voltou a encontrar o mesmo tipo de partícula. O fato de terem sido coletadas perto de Hiroshima levantou a suspeita de que elas poderiam estar relacionadas à explosão da bomba atômica que devastou a cidade em 6 de agosto de 1945, deixando pelo menos 70 mil mortos. Estima-se que 90% da cidade tenha sido completamente destruída.

“Este foi, de longe, o pior evento realizado pelo homem”, avalia Wannier sobre a explosão da bomba. “Você tinha uma cidade inteira e um minuto depois você não tinha mais cidade. Então a pergunta é: onde está a cidade? Onde está todo esse material? Foi muito importante descobrir essas partículas. É uma história e tanto."

Os experimentos realizados revelaram que as partículas encontradas pelo geólogo se formaram em condições extremas, com temperaturas de até 1.800º Celsius. Os cientistas também comprovaram que a composição das partículas coincidia com a dos materiais mais comuns em Hiroshima na ocasião do bombardeio, como concreto, mármore, aço e borracha.

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Takashi Morita tinha 21 anos quando explodiu a bomba de Hiroshima. Ao todo, cerca de 30% da população de Hiroshima foi morta pela explosão e os consequentes incêndios. Além disso, outras 70 mil ficaram feridas. Hoje, 73 anos depois, o presidente da Associação dos Sobreviventes da bomba atômica no Brasil ainda mantém vivas as lembranças em sua memória.

RIO - Mais de 70 anos depois do lançamento da bomba atômica de Hiroshima, cientistas descobrem partículas da explosão que destruiu completamente a cidade japonesa em uma praia da região, revelando o quanto a ação humana sobre o ambiente pode ser devastadora mesmo depois de tantas décadas.

Especialista em vida marinha, o geólogo Mario Wannier selecionava, metodicamente, partículas em amostras de areia recolhidas das praias da península de Motoujina, no Japão, quando se deparou com algo inesperado: um grande número de pequeninas esferas de vidro.

Bomba que atingiu Hiroshima em 6 de agosto de 1945 Foto: REUTERS/U.S. Army/Hiroshima Peace Memorial Museum

O trabalho de Wannier, que já está aposentado, era comparar material biológico recolhido nas areias de diferentes praias num esforço para reunir informações sobre a saúde dos ecossistemas marinhos regionais. O trabalho envolvia o exame da areia sob o microscópio e a separação das diferentes partículas encontradas para avaliação mais acurada.

“Eu já vi centenas de amostras das praias do Sudeste Asiático e sou capaz de diferenciar, imediatamente, grãos minerais de partículas criadas provenientes de animais e plantas; isso é muito fácil”, afirmou o especialista.

Nas amostras de areia provenientes de Motoujina ele encontrou amostras de organismos unicelulares comuns naquela região.

“Mas havia algo mais....e era tão óbvio quando eu olhava para as amostras”, disse. “Não tinha como não ver aquelas partículas arredondadas e de um material parecido com vidro.”

As partículas tinham de 0,5 milímetro a 1 milímetro. Embora algumas se parecessem com as encontradas em áreas de impacto de meteoritos - em que as temperaturas são tão altas que transformam areia em vidro -, outras eram um pouco diferentes e Wannier teve dificuldades para identificá-las.

Foram anos de experiências no Laboratório de Berkeley e estudos na Universidade da Califórnia. Os esforços científicos revelaram partículas únicas, nunca vistas antes, com uma composição química incomum, misturas minerais inusitadas e formadas em um ambiente de alta temperatura e pressão.

Depois dessa descoberta, Wannier viajou ao Japão para colher mais amostras de areia da praia da mesma região, próxima à cidade de Hiroshima. Nas novas amostras ele voltou a encontrar o mesmo tipo de partícula. O fato de terem sido coletadas perto de Hiroshima levantou a suspeita de que elas poderiam estar relacionadas à explosão da bomba atômica que devastou a cidade em 6 de agosto de 1945, deixando pelo menos 70 mil mortos. Estima-se que 90% da cidade tenha sido completamente destruída.

“Este foi, de longe, o pior evento realizado pelo homem”, avalia Wannier sobre a explosão da bomba. “Você tinha uma cidade inteira e um minuto depois você não tinha mais cidade. Então a pergunta é: onde está a cidade? Onde está todo esse material? Foi muito importante descobrir essas partículas. É uma história e tanto."

Os experimentos realizados revelaram que as partículas encontradas pelo geólogo se formaram em condições extremas, com temperaturas de até 1.800º Celsius. Os cientistas também comprovaram que a composição das partículas coincidia com a dos materiais mais comuns em Hiroshima na ocasião do bombardeio, como concreto, mármore, aço e borracha.

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Takashi Morita tinha 21 anos quando explodiu a bomba de Hiroshima. Ao todo, cerca de 30% da população de Hiroshima foi morta pela explosão e os consequentes incêndios. Além disso, outras 70 mil ficaram feridas. Hoje, 73 anos depois, o presidente da Associação dos Sobreviventes da bomba atômica no Brasil ainda mantém vivas as lembranças em sua memória.

RIO - Mais de 70 anos depois do lançamento da bomba atômica de Hiroshima, cientistas descobrem partículas da explosão que destruiu completamente a cidade japonesa em uma praia da região, revelando o quanto a ação humana sobre o ambiente pode ser devastadora mesmo depois de tantas décadas.

Especialista em vida marinha, o geólogo Mario Wannier selecionava, metodicamente, partículas em amostras de areia recolhidas das praias da península de Motoujina, no Japão, quando se deparou com algo inesperado: um grande número de pequeninas esferas de vidro.

Bomba que atingiu Hiroshima em 6 de agosto de 1945 Foto: REUTERS/U.S. Army/Hiroshima Peace Memorial Museum

O trabalho de Wannier, que já está aposentado, era comparar material biológico recolhido nas areias de diferentes praias num esforço para reunir informações sobre a saúde dos ecossistemas marinhos regionais. O trabalho envolvia o exame da areia sob o microscópio e a separação das diferentes partículas encontradas para avaliação mais acurada.

“Eu já vi centenas de amostras das praias do Sudeste Asiático e sou capaz de diferenciar, imediatamente, grãos minerais de partículas criadas provenientes de animais e plantas; isso é muito fácil”, afirmou o especialista.

Nas amostras de areia provenientes de Motoujina ele encontrou amostras de organismos unicelulares comuns naquela região.

“Mas havia algo mais....e era tão óbvio quando eu olhava para as amostras”, disse. “Não tinha como não ver aquelas partículas arredondadas e de um material parecido com vidro.”

As partículas tinham de 0,5 milímetro a 1 milímetro. Embora algumas se parecessem com as encontradas em áreas de impacto de meteoritos - em que as temperaturas são tão altas que transformam areia em vidro -, outras eram um pouco diferentes e Wannier teve dificuldades para identificá-las.

Foram anos de experiências no Laboratório de Berkeley e estudos na Universidade da Califórnia. Os esforços científicos revelaram partículas únicas, nunca vistas antes, com uma composição química incomum, misturas minerais inusitadas e formadas em um ambiente de alta temperatura e pressão.

Depois dessa descoberta, Wannier viajou ao Japão para colher mais amostras de areia da praia da mesma região, próxima à cidade de Hiroshima. Nas novas amostras ele voltou a encontrar o mesmo tipo de partícula. O fato de terem sido coletadas perto de Hiroshima levantou a suspeita de que elas poderiam estar relacionadas à explosão da bomba atômica que devastou a cidade em 6 de agosto de 1945, deixando pelo menos 70 mil mortos. Estima-se que 90% da cidade tenha sido completamente destruída.

“Este foi, de longe, o pior evento realizado pelo homem”, avalia Wannier sobre a explosão da bomba. “Você tinha uma cidade inteira e um minuto depois você não tinha mais cidade. Então a pergunta é: onde está a cidade? Onde está todo esse material? Foi muito importante descobrir essas partículas. É uma história e tanto."

Os experimentos realizados revelaram que as partículas encontradas pelo geólogo se formaram em condições extremas, com temperaturas de até 1.800º Celsius. Os cientistas também comprovaram que a composição das partículas coincidia com a dos materiais mais comuns em Hiroshima na ocasião do bombardeio, como concreto, mármore, aço e borracha.

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Takashi Morita tinha 21 anos quando explodiu a bomba de Hiroshima. Ao todo, cerca de 30% da população de Hiroshima foi morta pela explosão e os consequentes incêndios. Além disso, outras 70 mil ficaram feridas. Hoje, 73 anos depois, o presidente da Associação dos Sobreviventes da bomba atômica no Brasil ainda mantém vivas as lembranças em sua memória.

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