A agência das Nações Unidas responsável pela segurança da navegação e prevenção da poluição marinha anunciou novas medidas de controle sobre a água usada como lastro dos navios. A falta de cuidado em muitas embarcações tem feito com que a água contendo espécies típicas de uma região do planeta contamine outros ecossistemas, provocando desequilíbrios. O caso mais grave no Brasil é o do mexilhão dourado, originário da Ásia. O pequeno molusco invasor foi detectado na América do Sul pela primeira vez em 1991, no porto de Buenos Aires, e sete anos depois já havia exemplares no delta do Rio Jacuí, na região portuária de Porto Alegre. Recentemente foram encontrados espécimes no Pantanal Matogrossense e o Ministério do Meio Ambiente teme que atinjam a bacia do Rio Amazonas. Nesta sexta-feira, a Organização Marítima Internacional (IMO) lançou a nova Convenção Internacional para Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimento de Navios. Para entrar em vigor, entretanto, o texto deverá ser ratificado por pelo menos 30 países que representem 35% da tonelagem da frota mundial. A IMO vem trabalhando sobre o assunto há cerca de dez anos, num processo difícil por causa das implicações econômicas das medidas. A nova convenção estabelece padrões de controle de espécies invasoras, além de exigências de controle de patógenos, vírus e bactérias - suspeita-se que o vibrião da cólera tenha sido introduzido no Brasil e no Golfo do México por água de lastro. A troca da água deve ser feita em alto mar, no mínimo a 200 milhas da costa ou a 200 metros de profundidade, pelo menos menos três vezes. Países com algum tipo de emergência sanitária poderão indicar áreas específicas para troca de lastro.
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