A noite do piano


Em programa especial, Krystian Järvi rege Prokofiev, Bernstein e Rachmaninov

Por Redação

Os três compositores que tiveram obras executadas anteontem na Sala São Paulo pela Osesp magnificamente regida por Krystian Järvi têm em comum o piano. Todos foram excepcionais pianistas. Prokofiev menos, mas Bernstein e Rachmaninov foram menosprezados como compositores por causa do talento pianístico superlativo (no caso do primeiro, a regência ofuscou até o pianista). O norte-americano sofreu demais durante sua vida inteira, até porque além dos talentos de pianista, maestro e compositor, também triunfou na Broadway. Vamos por partes. Os dois russos até hoje são escada para as novíssimas gerações de virtuoses se afirmarem nos palcos. Foi o caso da excepcional pianista chinesa Yuja Wang, de 24 anos, responsável por uma formidável leitura do dificílimo Concerto no. 3 de Prokofiev. Ela repetiu a cor vermelha no vestido discreto que usou aqui (fizeram furor, recentemente, um vestido vermelho tipo minissaia que usou no Hollywood Bowl e uma microssaia no Festival de Santa Fé).O terceiro de Prokofiev é obra cativa de Martha Argerich, que fez dele seu passaporte para a fama. Pois Yuja, apesar de miudinha, tem um 'punch' surpreendente, técnica superlativa e esbanjou entrosamento com Järvi e a orquestra. Uma performance digna de Martha. No extra, tocou a Dança dos Espíritos de Gluck (minha suspeita virou certeza: todos os que tocam na Sala são avisados de que este é o extra preferido de Nelson Freire).Já em Prokofiev há um pulso regular forte e sempre presente que não escancara, mas evoca a dança. O gênero assume os títulos das duas obras restantes. Na abertura, três danças do musical On the Town, que Bernstein compôs para a Broadway em 1944. É notável como ele toma os temas que compôs para o musical e os transforma em passeios sinfônicos de enorme vitalidade. Seu domínio sobre a escrita orquestral não tem limites - e aí está a diferença entre arremedos populistas e música sinfônica que brinca com tinturas jazzísticas e populares.É o caso, igualmente, das inacreditáveis Danças Sinfônicas de Rachmaninov. Ele faz o que quer com a orquestra. Por isso, virou matriz dos criadores de trilhas de cinema em Hollywood. Dos três, foi quem mais sofreu preconceito como compositor. Formidável pianista, fazia todo tipo de concessões: paráfrases, variações, transcrições... Costumava tocar só 24 das 32 variações de Beethoven em dó menor porque cansavam o público. Fazia isso até com suas próprias obras. E com um sucesso danado. Como compositor, foi malhado pelas vanguardas. O fato é que o mundo musical não aceita que um artista seja igualmente genial regendo, tocando piano e compondo. Certo estava Bernard Shaw, que também foi crítico musical: sugeriu ao pianista-compositor Ferruccio Busoni, um dos maiores virtuoses, que assinasse suas composições com pseudônimo - única maneira de vê-las julgadas com isenção.Houve um variado desfile de dezenas de maestros só este ano na Sala São Paulo. Krystian Järvi, que em 2010 já encantara regendo a Sagração da Primavera, desta vez confirmou que é a melhor batuta que passou por aquele pódio em 2011. Claro, articulado, pratica uma regência elegante que não se esgota no gesto para o público. Modela as frases com um cuidado raro. Ritardandos e retomadas do tempo precisos, que prendem a atenção de quem ouve. Os músicos estavam visivelmente entusiasmados em fazer música com ele. É assim que se constroem grandes interpretações. Crítica João Marcos CoelhoJJJJ ÓTIMOJJJJ ÓTIMO

Os três compositores que tiveram obras executadas anteontem na Sala São Paulo pela Osesp magnificamente regida por Krystian Järvi têm em comum o piano. Todos foram excepcionais pianistas. Prokofiev menos, mas Bernstein e Rachmaninov foram menosprezados como compositores por causa do talento pianístico superlativo (no caso do primeiro, a regência ofuscou até o pianista). O norte-americano sofreu demais durante sua vida inteira, até porque além dos talentos de pianista, maestro e compositor, também triunfou na Broadway. Vamos por partes. Os dois russos até hoje são escada para as novíssimas gerações de virtuoses se afirmarem nos palcos. Foi o caso da excepcional pianista chinesa Yuja Wang, de 24 anos, responsável por uma formidável leitura do dificílimo Concerto no. 3 de Prokofiev. Ela repetiu a cor vermelha no vestido discreto que usou aqui (fizeram furor, recentemente, um vestido vermelho tipo minissaia que usou no Hollywood Bowl e uma microssaia no Festival de Santa Fé).O terceiro de Prokofiev é obra cativa de Martha Argerich, que fez dele seu passaporte para a fama. Pois Yuja, apesar de miudinha, tem um 'punch' surpreendente, técnica superlativa e esbanjou entrosamento com Järvi e a orquestra. Uma performance digna de Martha. No extra, tocou a Dança dos Espíritos de Gluck (minha suspeita virou certeza: todos os que tocam na Sala são avisados de que este é o extra preferido de Nelson Freire).Já em Prokofiev há um pulso regular forte e sempre presente que não escancara, mas evoca a dança. O gênero assume os títulos das duas obras restantes. Na abertura, três danças do musical On the Town, que Bernstein compôs para a Broadway em 1944. É notável como ele toma os temas que compôs para o musical e os transforma em passeios sinfônicos de enorme vitalidade. Seu domínio sobre a escrita orquestral não tem limites - e aí está a diferença entre arremedos populistas e música sinfônica que brinca com tinturas jazzísticas e populares.É o caso, igualmente, das inacreditáveis Danças Sinfônicas de Rachmaninov. Ele faz o que quer com a orquestra. Por isso, virou matriz dos criadores de trilhas de cinema em Hollywood. Dos três, foi quem mais sofreu preconceito como compositor. Formidável pianista, fazia todo tipo de concessões: paráfrases, variações, transcrições... Costumava tocar só 24 das 32 variações de Beethoven em dó menor porque cansavam o público. Fazia isso até com suas próprias obras. E com um sucesso danado. Como compositor, foi malhado pelas vanguardas. O fato é que o mundo musical não aceita que um artista seja igualmente genial regendo, tocando piano e compondo. Certo estava Bernard Shaw, que também foi crítico musical: sugeriu ao pianista-compositor Ferruccio Busoni, um dos maiores virtuoses, que assinasse suas composições com pseudônimo - única maneira de vê-las julgadas com isenção.Houve um variado desfile de dezenas de maestros só este ano na Sala São Paulo. Krystian Järvi, que em 2010 já encantara regendo a Sagração da Primavera, desta vez confirmou que é a melhor batuta que passou por aquele pódio em 2011. Claro, articulado, pratica uma regência elegante que não se esgota no gesto para o público. Modela as frases com um cuidado raro. Ritardandos e retomadas do tempo precisos, que prendem a atenção de quem ouve. Os músicos estavam visivelmente entusiasmados em fazer música com ele. É assim que se constroem grandes interpretações. Crítica João Marcos CoelhoJJJJ ÓTIMOJJJJ ÓTIMO

Os três compositores que tiveram obras executadas anteontem na Sala São Paulo pela Osesp magnificamente regida por Krystian Järvi têm em comum o piano. Todos foram excepcionais pianistas. Prokofiev menos, mas Bernstein e Rachmaninov foram menosprezados como compositores por causa do talento pianístico superlativo (no caso do primeiro, a regência ofuscou até o pianista). O norte-americano sofreu demais durante sua vida inteira, até porque além dos talentos de pianista, maestro e compositor, também triunfou na Broadway. Vamos por partes. Os dois russos até hoje são escada para as novíssimas gerações de virtuoses se afirmarem nos palcos. Foi o caso da excepcional pianista chinesa Yuja Wang, de 24 anos, responsável por uma formidável leitura do dificílimo Concerto no. 3 de Prokofiev. Ela repetiu a cor vermelha no vestido discreto que usou aqui (fizeram furor, recentemente, um vestido vermelho tipo minissaia que usou no Hollywood Bowl e uma microssaia no Festival de Santa Fé).O terceiro de Prokofiev é obra cativa de Martha Argerich, que fez dele seu passaporte para a fama. Pois Yuja, apesar de miudinha, tem um 'punch' surpreendente, técnica superlativa e esbanjou entrosamento com Järvi e a orquestra. Uma performance digna de Martha. No extra, tocou a Dança dos Espíritos de Gluck (minha suspeita virou certeza: todos os que tocam na Sala são avisados de que este é o extra preferido de Nelson Freire).Já em Prokofiev há um pulso regular forte e sempre presente que não escancara, mas evoca a dança. O gênero assume os títulos das duas obras restantes. Na abertura, três danças do musical On the Town, que Bernstein compôs para a Broadway em 1944. É notável como ele toma os temas que compôs para o musical e os transforma em passeios sinfônicos de enorme vitalidade. Seu domínio sobre a escrita orquestral não tem limites - e aí está a diferença entre arremedos populistas e música sinfônica que brinca com tinturas jazzísticas e populares.É o caso, igualmente, das inacreditáveis Danças Sinfônicas de Rachmaninov. Ele faz o que quer com a orquestra. Por isso, virou matriz dos criadores de trilhas de cinema em Hollywood. Dos três, foi quem mais sofreu preconceito como compositor. Formidável pianista, fazia todo tipo de concessões: paráfrases, variações, transcrições... Costumava tocar só 24 das 32 variações de Beethoven em dó menor porque cansavam o público. Fazia isso até com suas próprias obras. E com um sucesso danado. Como compositor, foi malhado pelas vanguardas. O fato é que o mundo musical não aceita que um artista seja igualmente genial regendo, tocando piano e compondo. Certo estava Bernard Shaw, que também foi crítico musical: sugeriu ao pianista-compositor Ferruccio Busoni, um dos maiores virtuoses, que assinasse suas composições com pseudônimo - única maneira de vê-las julgadas com isenção.Houve um variado desfile de dezenas de maestros só este ano na Sala São Paulo. Krystian Järvi, que em 2010 já encantara regendo a Sagração da Primavera, desta vez confirmou que é a melhor batuta que passou por aquele pódio em 2011. Claro, articulado, pratica uma regência elegante que não se esgota no gesto para o público. Modela as frases com um cuidado raro. Ritardandos e retomadas do tempo precisos, que prendem a atenção de quem ouve. Os músicos estavam visivelmente entusiasmados em fazer música com ele. É assim que se constroem grandes interpretações. Crítica João Marcos CoelhoJJJJ ÓTIMOJJJJ ÓTIMO

Os três compositores que tiveram obras executadas anteontem na Sala São Paulo pela Osesp magnificamente regida por Krystian Järvi têm em comum o piano. Todos foram excepcionais pianistas. Prokofiev menos, mas Bernstein e Rachmaninov foram menosprezados como compositores por causa do talento pianístico superlativo (no caso do primeiro, a regência ofuscou até o pianista). O norte-americano sofreu demais durante sua vida inteira, até porque além dos talentos de pianista, maestro e compositor, também triunfou na Broadway. Vamos por partes. Os dois russos até hoje são escada para as novíssimas gerações de virtuoses se afirmarem nos palcos. Foi o caso da excepcional pianista chinesa Yuja Wang, de 24 anos, responsável por uma formidável leitura do dificílimo Concerto no. 3 de Prokofiev. Ela repetiu a cor vermelha no vestido discreto que usou aqui (fizeram furor, recentemente, um vestido vermelho tipo minissaia que usou no Hollywood Bowl e uma microssaia no Festival de Santa Fé).O terceiro de Prokofiev é obra cativa de Martha Argerich, que fez dele seu passaporte para a fama. Pois Yuja, apesar de miudinha, tem um 'punch' surpreendente, técnica superlativa e esbanjou entrosamento com Järvi e a orquestra. Uma performance digna de Martha. No extra, tocou a Dança dos Espíritos de Gluck (minha suspeita virou certeza: todos os que tocam na Sala são avisados de que este é o extra preferido de Nelson Freire).Já em Prokofiev há um pulso regular forte e sempre presente que não escancara, mas evoca a dança. O gênero assume os títulos das duas obras restantes. Na abertura, três danças do musical On the Town, que Bernstein compôs para a Broadway em 1944. É notável como ele toma os temas que compôs para o musical e os transforma em passeios sinfônicos de enorme vitalidade. Seu domínio sobre a escrita orquestral não tem limites - e aí está a diferença entre arremedos populistas e música sinfônica que brinca com tinturas jazzísticas e populares.É o caso, igualmente, das inacreditáveis Danças Sinfônicas de Rachmaninov. Ele faz o que quer com a orquestra. Por isso, virou matriz dos criadores de trilhas de cinema em Hollywood. Dos três, foi quem mais sofreu preconceito como compositor. Formidável pianista, fazia todo tipo de concessões: paráfrases, variações, transcrições... Costumava tocar só 24 das 32 variações de Beethoven em dó menor porque cansavam o público. Fazia isso até com suas próprias obras. E com um sucesso danado. Como compositor, foi malhado pelas vanguardas. O fato é que o mundo musical não aceita que um artista seja igualmente genial regendo, tocando piano e compondo. Certo estava Bernard Shaw, que também foi crítico musical: sugeriu ao pianista-compositor Ferruccio Busoni, um dos maiores virtuoses, que assinasse suas composições com pseudônimo - única maneira de vê-las julgadas com isenção.Houve um variado desfile de dezenas de maestros só este ano na Sala São Paulo. Krystian Järvi, que em 2010 já encantara regendo a Sagração da Primavera, desta vez confirmou que é a melhor batuta que passou por aquele pódio em 2011. Claro, articulado, pratica uma regência elegante que não se esgota no gesto para o público. Modela as frases com um cuidado raro. Ritardandos e retomadas do tempo precisos, que prendem a atenção de quem ouve. Os músicos estavam visivelmente entusiasmados em fazer música com ele. É assim que se constroem grandes interpretações. Crítica João Marcos CoelhoJJJJ ÓTIMOJJJJ ÓTIMO

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