ABL abre inscrições para sucessão de Roberto Campos


Ex-ministro herdou de Dias Gomes a cadeira de número 21, que desde a criação da Academia Brasileira foi marcada pela alternância ideológica de seus ocupantes

Por Agencia Estado

A cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupada até ontem pelo ex-ministro Roberto Campos, era rotulada de "cadeira da liberdade" por seus antecessores, mas a ela Campos acrescentou, corretamente, outro adjetivo: era também a "cadeira do ecletismo". Por ironia da história, nos 104 anos da ABL, por ali, alternaram-se liberais, integralistas e comunistas. Fundador da cadeira 21, o jornalista José do Patrocínio foi um dos próceres defensores da abolição da escravidão no Brasil imperial, ao lado de Joaquim Nabuco. Ao contrário de Nabuco, um monarquista liberal, Patrocínio militou nas hostes republicanas na juventude, mas depois rendeu-se à causa monarquista, opondo-se ao patrono da cadeira por ele mesmo indicado: o poeta romântico e também jornalista Joaquim Serra. Convicto abolicionista como Patrocínio, Joaquim Serra declarava seu amor ao Positivismo, de Augusto Comte, inspirador da República brasileira. "Se outros títulos lhe faltassem, bastaria lembrar que a legenda republicana ´Ordem e Progresso´ foi título do jornal de província que fundara em 1862", lembrou Roberto Campos, em seu discurso de posse, em 26 setembro de 1999. Patrocínio foi sucedido por Mário de Alencar, filho do romancista José de Alencar, autor do clássico indianista Guarani e conservador monarquista por princípio. O filho, porém, não seguiu o pai, nem os liberais, foi um "neutralista" nos dizeres de Campos. "É justamente por esse caráter neutralista que faz dele o único apolítico dos ocupantes da cadeira 21", acrescenta o jornalista e imortal Murilo Mello Filho. A partir de Mário de Alencar, a alternância entre liberais e comunistas foi uma constante. Em 1926, com a morte do autor de Castelo de Areia, assume a 21 o diplomata Olegário Mariano, que, segundo o próprio Campos, foi "um conservador getulista". "Ele também foi simpatizante do movimento integralista", ressaltou Murilo Mello Filho. Mariano foi substituído, em 1959, pelo jornalista Álvaro Moreyra um dos articuladores da Semana de Arte Moderna, em 1922, e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A tradição da alternância ideológica manteve-se com a indicação, em 1965, do romancista baiano Adonias Filho. Integralista, o escritor foi um dos maiores defensores da revolução de 1964. O ex-integralista foi substituído por outro comunista, o dramaturgo e escritor Dias Gomes, em 1991, que, sob protestos de intelectuais de esquerda e de sua esposa, Bernadeth Lyzio, acabou cedendo o lugar para Roberto Campos, oito anos depois. Na época da eleição do ex-ministro, Bernadeth ameaçou, como forma de protesto, retirar o corpo do marido do mausoléu da ABL. No dia da posse de Campos, o cartunista Jaguar chegou a colocar três ovos na porta da ABL. "É para que o novo imortal chegue à academia pisando em ovos, assim como todos os que votaram nele" disse. O ex-ministro se resguardou para responder aos ataques apenas em seu discurso de posse, no qual enalteceu Dias Gomes e sua obra, mas também não deixou de lembrar o regime militar. "No Brasil, tivemos um autoritarismo encabulado, que admitia o pluripartidarismo, que mantinha, ainda que manipuladas, instituições democráticas", afirmou, lembrando que, na ocasião, "a única opção ao golpe seria o autoritarismo de esquerda" que segundo ele, seria "rígido e sanguinário". O atual presidente da ABL, Tarcísio Padilha, não quis comentar sobre quem poderá assumir a cadeira 21. "Como acadêmico e presidente da Casa não posso me manifestar sobre esse assunto", disse. A ABL promove nesta quinta a Sessão da Saudade, depois da qual serão abertas oficialmente as inscrições para os candidatos à sucessão do economista. A eleição deve acontecer em março de 2002. Se depender da história, o próximo ocupante da 21 deverá ser um progressista, mas é o próprio Tarcísio quem desfaz qualquer rumor nesse sentido. "A alternância ideológica da 21 é pura coincidência. Cada eleição é uma eleição", disse. Independente da linha de pensamento do futuro imortal, a corrida já está aberta.

A cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupada até ontem pelo ex-ministro Roberto Campos, era rotulada de "cadeira da liberdade" por seus antecessores, mas a ela Campos acrescentou, corretamente, outro adjetivo: era também a "cadeira do ecletismo". Por ironia da história, nos 104 anos da ABL, por ali, alternaram-se liberais, integralistas e comunistas. Fundador da cadeira 21, o jornalista José do Patrocínio foi um dos próceres defensores da abolição da escravidão no Brasil imperial, ao lado de Joaquim Nabuco. Ao contrário de Nabuco, um monarquista liberal, Patrocínio militou nas hostes republicanas na juventude, mas depois rendeu-se à causa monarquista, opondo-se ao patrono da cadeira por ele mesmo indicado: o poeta romântico e também jornalista Joaquim Serra. Convicto abolicionista como Patrocínio, Joaquim Serra declarava seu amor ao Positivismo, de Augusto Comte, inspirador da República brasileira. "Se outros títulos lhe faltassem, bastaria lembrar que a legenda republicana ´Ordem e Progresso´ foi título do jornal de província que fundara em 1862", lembrou Roberto Campos, em seu discurso de posse, em 26 setembro de 1999. Patrocínio foi sucedido por Mário de Alencar, filho do romancista José de Alencar, autor do clássico indianista Guarani e conservador monarquista por princípio. O filho, porém, não seguiu o pai, nem os liberais, foi um "neutralista" nos dizeres de Campos. "É justamente por esse caráter neutralista que faz dele o único apolítico dos ocupantes da cadeira 21", acrescenta o jornalista e imortal Murilo Mello Filho. A partir de Mário de Alencar, a alternância entre liberais e comunistas foi uma constante. Em 1926, com a morte do autor de Castelo de Areia, assume a 21 o diplomata Olegário Mariano, que, segundo o próprio Campos, foi "um conservador getulista". "Ele também foi simpatizante do movimento integralista", ressaltou Murilo Mello Filho. Mariano foi substituído, em 1959, pelo jornalista Álvaro Moreyra um dos articuladores da Semana de Arte Moderna, em 1922, e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A tradição da alternância ideológica manteve-se com a indicação, em 1965, do romancista baiano Adonias Filho. Integralista, o escritor foi um dos maiores defensores da revolução de 1964. O ex-integralista foi substituído por outro comunista, o dramaturgo e escritor Dias Gomes, em 1991, que, sob protestos de intelectuais de esquerda e de sua esposa, Bernadeth Lyzio, acabou cedendo o lugar para Roberto Campos, oito anos depois. Na época da eleição do ex-ministro, Bernadeth ameaçou, como forma de protesto, retirar o corpo do marido do mausoléu da ABL. No dia da posse de Campos, o cartunista Jaguar chegou a colocar três ovos na porta da ABL. "É para que o novo imortal chegue à academia pisando em ovos, assim como todos os que votaram nele" disse. O ex-ministro se resguardou para responder aos ataques apenas em seu discurso de posse, no qual enalteceu Dias Gomes e sua obra, mas também não deixou de lembrar o regime militar. "No Brasil, tivemos um autoritarismo encabulado, que admitia o pluripartidarismo, que mantinha, ainda que manipuladas, instituições democráticas", afirmou, lembrando que, na ocasião, "a única opção ao golpe seria o autoritarismo de esquerda" que segundo ele, seria "rígido e sanguinário". O atual presidente da ABL, Tarcísio Padilha, não quis comentar sobre quem poderá assumir a cadeira 21. "Como acadêmico e presidente da Casa não posso me manifestar sobre esse assunto", disse. A ABL promove nesta quinta a Sessão da Saudade, depois da qual serão abertas oficialmente as inscrições para os candidatos à sucessão do economista. A eleição deve acontecer em março de 2002. Se depender da história, o próximo ocupante da 21 deverá ser um progressista, mas é o próprio Tarcísio quem desfaz qualquer rumor nesse sentido. "A alternância ideológica da 21 é pura coincidência. Cada eleição é uma eleição", disse. Independente da linha de pensamento do futuro imortal, a corrida já está aberta.

A cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupada até ontem pelo ex-ministro Roberto Campos, era rotulada de "cadeira da liberdade" por seus antecessores, mas a ela Campos acrescentou, corretamente, outro adjetivo: era também a "cadeira do ecletismo". Por ironia da história, nos 104 anos da ABL, por ali, alternaram-se liberais, integralistas e comunistas. Fundador da cadeira 21, o jornalista José do Patrocínio foi um dos próceres defensores da abolição da escravidão no Brasil imperial, ao lado de Joaquim Nabuco. Ao contrário de Nabuco, um monarquista liberal, Patrocínio militou nas hostes republicanas na juventude, mas depois rendeu-se à causa monarquista, opondo-se ao patrono da cadeira por ele mesmo indicado: o poeta romântico e também jornalista Joaquim Serra. Convicto abolicionista como Patrocínio, Joaquim Serra declarava seu amor ao Positivismo, de Augusto Comte, inspirador da República brasileira. "Se outros títulos lhe faltassem, bastaria lembrar que a legenda republicana ´Ordem e Progresso´ foi título do jornal de província que fundara em 1862", lembrou Roberto Campos, em seu discurso de posse, em 26 setembro de 1999. Patrocínio foi sucedido por Mário de Alencar, filho do romancista José de Alencar, autor do clássico indianista Guarani e conservador monarquista por princípio. O filho, porém, não seguiu o pai, nem os liberais, foi um "neutralista" nos dizeres de Campos. "É justamente por esse caráter neutralista que faz dele o único apolítico dos ocupantes da cadeira 21", acrescenta o jornalista e imortal Murilo Mello Filho. A partir de Mário de Alencar, a alternância entre liberais e comunistas foi uma constante. Em 1926, com a morte do autor de Castelo de Areia, assume a 21 o diplomata Olegário Mariano, que, segundo o próprio Campos, foi "um conservador getulista". "Ele também foi simpatizante do movimento integralista", ressaltou Murilo Mello Filho. Mariano foi substituído, em 1959, pelo jornalista Álvaro Moreyra um dos articuladores da Semana de Arte Moderna, em 1922, e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A tradição da alternância ideológica manteve-se com a indicação, em 1965, do romancista baiano Adonias Filho. Integralista, o escritor foi um dos maiores defensores da revolução de 1964. O ex-integralista foi substituído por outro comunista, o dramaturgo e escritor Dias Gomes, em 1991, que, sob protestos de intelectuais de esquerda e de sua esposa, Bernadeth Lyzio, acabou cedendo o lugar para Roberto Campos, oito anos depois. Na época da eleição do ex-ministro, Bernadeth ameaçou, como forma de protesto, retirar o corpo do marido do mausoléu da ABL. No dia da posse de Campos, o cartunista Jaguar chegou a colocar três ovos na porta da ABL. "É para que o novo imortal chegue à academia pisando em ovos, assim como todos os que votaram nele" disse. O ex-ministro se resguardou para responder aos ataques apenas em seu discurso de posse, no qual enalteceu Dias Gomes e sua obra, mas também não deixou de lembrar o regime militar. "No Brasil, tivemos um autoritarismo encabulado, que admitia o pluripartidarismo, que mantinha, ainda que manipuladas, instituições democráticas", afirmou, lembrando que, na ocasião, "a única opção ao golpe seria o autoritarismo de esquerda" que segundo ele, seria "rígido e sanguinário". O atual presidente da ABL, Tarcísio Padilha, não quis comentar sobre quem poderá assumir a cadeira 21. "Como acadêmico e presidente da Casa não posso me manifestar sobre esse assunto", disse. A ABL promove nesta quinta a Sessão da Saudade, depois da qual serão abertas oficialmente as inscrições para os candidatos à sucessão do economista. A eleição deve acontecer em março de 2002. Se depender da história, o próximo ocupante da 21 deverá ser um progressista, mas é o próprio Tarcísio quem desfaz qualquer rumor nesse sentido. "A alternância ideológica da 21 é pura coincidência. Cada eleição é uma eleição", disse. Independente da linha de pensamento do futuro imortal, a corrida já está aberta.

A cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupada até ontem pelo ex-ministro Roberto Campos, era rotulada de "cadeira da liberdade" por seus antecessores, mas a ela Campos acrescentou, corretamente, outro adjetivo: era também a "cadeira do ecletismo". Por ironia da história, nos 104 anos da ABL, por ali, alternaram-se liberais, integralistas e comunistas. Fundador da cadeira 21, o jornalista José do Patrocínio foi um dos próceres defensores da abolição da escravidão no Brasil imperial, ao lado de Joaquim Nabuco. Ao contrário de Nabuco, um monarquista liberal, Patrocínio militou nas hostes republicanas na juventude, mas depois rendeu-se à causa monarquista, opondo-se ao patrono da cadeira por ele mesmo indicado: o poeta romântico e também jornalista Joaquim Serra. Convicto abolicionista como Patrocínio, Joaquim Serra declarava seu amor ao Positivismo, de Augusto Comte, inspirador da República brasileira. "Se outros títulos lhe faltassem, bastaria lembrar que a legenda republicana ´Ordem e Progresso´ foi título do jornal de província que fundara em 1862", lembrou Roberto Campos, em seu discurso de posse, em 26 setembro de 1999. Patrocínio foi sucedido por Mário de Alencar, filho do romancista José de Alencar, autor do clássico indianista Guarani e conservador monarquista por princípio. O filho, porém, não seguiu o pai, nem os liberais, foi um "neutralista" nos dizeres de Campos. "É justamente por esse caráter neutralista que faz dele o único apolítico dos ocupantes da cadeira 21", acrescenta o jornalista e imortal Murilo Mello Filho. A partir de Mário de Alencar, a alternância entre liberais e comunistas foi uma constante. Em 1926, com a morte do autor de Castelo de Areia, assume a 21 o diplomata Olegário Mariano, que, segundo o próprio Campos, foi "um conservador getulista". "Ele também foi simpatizante do movimento integralista", ressaltou Murilo Mello Filho. Mariano foi substituído, em 1959, pelo jornalista Álvaro Moreyra um dos articuladores da Semana de Arte Moderna, em 1922, e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A tradição da alternância ideológica manteve-se com a indicação, em 1965, do romancista baiano Adonias Filho. Integralista, o escritor foi um dos maiores defensores da revolução de 1964. O ex-integralista foi substituído por outro comunista, o dramaturgo e escritor Dias Gomes, em 1991, que, sob protestos de intelectuais de esquerda e de sua esposa, Bernadeth Lyzio, acabou cedendo o lugar para Roberto Campos, oito anos depois. Na época da eleição do ex-ministro, Bernadeth ameaçou, como forma de protesto, retirar o corpo do marido do mausoléu da ABL. No dia da posse de Campos, o cartunista Jaguar chegou a colocar três ovos na porta da ABL. "É para que o novo imortal chegue à academia pisando em ovos, assim como todos os que votaram nele" disse. O ex-ministro se resguardou para responder aos ataques apenas em seu discurso de posse, no qual enalteceu Dias Gomes e sua obra, mas também não deixou de lembrar o regime militar. "No Brasil, tivemos um autoritarismo encabulado, que admitia o pluripartidarismo, que mantinha, ainda que manipuladas, instituições democráticas", afirmou, lembrando que, na ocasião, "a única opção ao golpe seria o autoritarismo de esquerda" que segundo ele, seria "rígido e sanguinário". O atual presidente da ABL, Tarcísio Padilha, não quis comentar sobre quem poderá assumir a cadeira 21. "Como acadêmico e presidente da Casa não posso me manifestar sobre esse assunto", disse. A ABL promove nesta quinta a Sessão da Saudade, depois da qual serão abertas oficialmente as inscrições para os candidatos à sucessão do economista. A eleição deve acontecer em março de 2002. Se depender da história, o próximo ocupante da 21 deverá ser um progressista, mas é o próprio Tarcísio quem desfaz qualquer rumor nesse sentido. "A alternância ideológica da 21 é pura coincidência. Cada eleição é uma eleição", disse. Independente da linha de pensamento do futuro imortal, a corrida já está aberta.

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