Arte feita de razão e emoção


Waltercio Caldas em duas mostras simultâneas no Rio

Por Roberta Pennafort

Salas e Abismos.

A relação da obra com o ambiente

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Quase 40 anos depois de participar de seu primeiro salão de arte, Waltercio Caldas abre duas exposições no Rio. Na Galeria Anita Schwartz (Gávea) está sua produção mais recente. E no Museu de Arte Moderna, o espaço em que o artista plástico carioca estudou - nos anos 60, com Ivan Serpa, quando ainda era um jovem que buscava diálogo com a obra dos que o instigavam - e debutou, no Salão de Verão de 1971. O museu agora abriga trabalhos de momentos marcantes de sua carreira, como as bienais de Veneza de 1997 e de 2007. A galeria da Gávea foi totalmente ocupada por suas esculturas de médio e grande porte, além de trabalhos em papel. Tudo inédito para os brasileiros. A abertura ao público será no dia 16.A ideia é que curadores e colecionadores estrangeiros que estejam no País para a Bienal (25/9 a 12/12) passem pelo Rio para ver Waltercio, que está no acervo de alguns dos principais museus do mundo e também nas ruas, com esculturas em espaços públicos.A mostra do MAM, aberta a partir de hoje, reproduz Salas e Abismos, exibida com sucesso no Museu Vale, em Vila Velha (ES), até fevereiro - em quatro meses, foram mais de 20 mil visitantes, segundo sua produtora, Suzy Muniz. Em ambas, a discussão da relação da obra com o ambiente em que está inserida. "Não é uma retrospectiva, tanto que em 40 anos participei de 32 salas, e aqui só 12 estão contempladas", explicou Waltercio na semana passada, no MAM. "A única coisa que me move é o espectador. É de certa forma para o desconhecido que os artistas trabalham. Talvez nossa única função seja melhorar esse desconhecido", adiantou. Ao Rio, Salas e Abismos veio com mais trabalhos. Quatro são os últimos módulos da série que ele concebeu para a Bienal de Veneza de 97. Outros três - O Jogo do Romance, Quarto Amarelo e Esculturas para Todos os Materiais Não Transparentes - complementam o que foi a Vila Velha.São trabalhos que misturam projeções, música e objetos. Se no Quarto a tinta que recobre parte da parede curva do espaço expositivo se expande e hipnotiza o olhar, as Esculturas intrigam por confundir o espectador: sete pares de semiesferas de madeira, granito, mármore, bronze, alumínio e ônix ficam dispostas no chão de modo que nunca se consiga ver as faces achatadas das duas, só de uma.Chicletes. Doze ambientes vão repercutindo um no outro. Na entrada está o mais recente de todos, Silêncio do Mundo, instalação toda negra; em seguida se chega à claridade total de A Velocidade (1983), em que foram usadas mais de 6 mil caixinhas de chiclete, colocadas sobre duas paredes brancas paralelas."Em vez da relação cronológica, optei pela poética entre as obras. Meu trabalho não se move assim, e sim pelo adensamento de núcleos. Hoje, me dou a liberdade de tratar de temas dos anos 70, de modo atual. Esse é um aspecto fundamental: trabalhar com o tempo como matéria maleável", disse ainda.Uma afirmação que o norteia, atribuída a Lygia Clark, é "cérebro também é víscera". O que significa dizer que pensamento e emoção não só podem, como devem andar juntos, na vida e no fazer artístico. "Um artista que não é capaz de enfrentar a tensão que existe entre pensamento e sensibilidade deveria abandonar a atividade, porque é nessa junção que reside a possibilidade da arte."

Salas e Abismos.

A relação da obra com o ambiente

 

 

 

 

 

 

Quase 40 anos depois de participar de seu primeiro salão de arte, Waltercio Caldas abre duas exposições no Rio. Na Galeria Anita Schwartz (Gávea) está sua produção mais recente. E no Museu de Arte Moderna, o espaço em que o artista plástico carioca estudou - nos anos 60, com Ivan Serpa, quando ainda era um jovem que buscava diálogo com a obra dos que o instigavam - e debutou, no Salão de Verão de 1971. O museu agora abriga trabalhos de momentos marcantes de sua carreira, como as bienais de Veneza de 1997 e de 2007. A galeria da Gávea foi totalmente ocupada por suas esculturas de médio e grande porte, além de trabalhos em papel. Tudo inédito para os brasileiros. A abertura ao público será no dia 16.A ideia é que curadores e colecionadores estrangeiros que estejam no País para a Bienal (25/9 a 12/12) passem pelo Rio para ver Waltercio, que está no acervo de alguns dos principais museus do mundo e também nas ruas, com esculturas em espaços públicos.A mostra do MAM, aberta a partir de hoje, reproduz Salas e Abismos, exibida com sucesso no Museu Vale, em Vila Velha (ES), até fevereiro - em quatro meses, foram mais de 20 mil visitantes, segundo sua produtora, Suzy Muniz. Em ambas, a discussão da relação da obra com o ambiente em que está inserida. "Não é uma retrospectiva, tanto que em 40 anos participei de 32 salas, e aqui só 12 estão contempladas", explicou Waltercio na semana passada, no MAM. "A única coisa que me move é o espectador. É de certa forma para o desconhecido que os artistas trabalham. Talvez nossa única função seja melhorar esse desconhecido", adiantou. Ao Rio, Salas e Abismos veio com mais trabalhos. Quatro são os últimos módulos da série que ele concebeu para a Bienal de Veneza de 97. Outros três - O Jogo do Romance, Quarto Amarelo e Esculturas para Todos os Materiais Não Transparentes - complementam o que foi a Vila Velha.São trabalhos que misturam projeções, música e objetos. Se no Quarto a tinta que recobre parte da parede curva do espaço expositivo se expande e hipnotiza o olhar, as Esculturas intrigam por confundir o espectador: sete pares de semiesferas de madeira, granito, mármore, bronze, alumínio e ônix ficam dispostas no chão de modo que nunca se consiga ver as faces achatadas das duas, só de uma.Chicletes. Doze ambientes vão repercutindo um no outro. Na entrada está o mais recente de todos, Silêncio do Mundo, instalação toda negra; em seguida se chega à claridade total de A Velocidade (1983), em que foram usadas mais de 6 mil caixinhas de chiclete, colocadas sobre duas paredes brancas paralelas."Em vez da relação cronológica, optei pela poética entre as obras. Meu trabalho não se move assim, e sim pelo adensamento de núcleos. Hoje, me dou a liberdade de tratar de temas dos anos 70, de modo atual. Esse é um aspecto fundamental: trabalhar com o tempo como matéria maleável", disse ainda.Uma afirmação que o norteia, atribuída a Lygia Clark, é "cérebro também é víscera". O que significa dizer que pensamento e emoção não só podem, como devem andar juntos, na vida e no fazer artístico. "Um artista que não é capaz de enfrentar a tensão que existe entre pensamento e sensibilidade deveria abandonar a atividade, porque é nessa junção que reside a possibilidade da arte."

Salas e Abismos.

A relação da obra com o ambiente

 

 

 

 

 

 

Quase 40 anos depois de participar de seu primeiro salão de arte, Waltercio Caldas abre duas exposições no Rio. Na Galeria Anita Schwartz (Gávea) está sua produção mais recente. E no Museu de Arte Moderna, o espaço em que o artista plástico carioca estudou - nos anos 60, com Ivan Serpa, quando ainda era um jovem que buscava diálogo com a obra dos que o instigavam - e debutou, no Salão de Verão de 1971. O museu agora abriga trabalhos de momentos marcantes de sua carreira, como as bienais de Veneza de 1997 e de 2007. A galeria da Gávea foi totalmente ocupada por suas esculturas de médio e grande porte, além de trabalhos em papel. Tudo inédito para os brasileiros. A abertura ao público será no dia 16.A ideia é que curadores e colecionadores estrangeiros que estejam no País para a Bienal (25/9 a 12/12) passem pelo Rio para ver Waltercio, que está no acervo de alguns dos principais museus do mundo e também nas ruas, com esculturas em espaços públicos.A mostra do MAM, aberta a partir de hoje, reproduz Salas e Abismos, exibida com sucesso no Museu Vale, em Vila Velha (ES), até fevereiro - em quatro meses, foram mais de 20 mil visitantes, segundo sua produtora, Suzy Muniz. Em ambas, a discussão da relação da obra com o ambiente em que está inserida. "Não é uma retrospectiva, tanto que em 40 anos participei de 32 salas, e aqui só 12 estão contempladas", explicou Waltercio na semana passada, no MAM. "A única coisa que me move é o espectador. É de certa forma para o desconhecido que os artistas trabalham. Talvez nossa única função seja melhorar esse desconhecido", adiantou. Ao Rio, Salas e Abismos veio com mais trabalhos. Quatro são os últimos módulos da série que ele concebeu para a Bienal de Veneza de 97. Outros três - O Jogo do Romance, Quarto Amarelo e Esculturas para Todos os Materiais Não Transparentes - complementam o que foi a Vila Velha.São trabalhos que misturam projeções, música e objetos. Se no Quarto a tinta que recobre parte da parede curva do espaço expositivo se expande e hipnotiza o olhar, as Esculturas intrigam por confundir o espectador: sete pares de semiesferas de madeira, granito, mármore, bronze, alumínio e ônix ficam dispostas no chão de modo que nunca se consiga ver as faces achatadas das duas, só de uma.Chicletes. Doze ambientes vão repercutindo um no outro. Na entrada está o mais recente de todos, Silêncio do Mundo, instalação toda negra; em seguida se chega à claridade total de A Velocidade (1983), em que foram usadas mais de 6 mil caixinhas de chiclete, colocadas sobre duas paredes brancas paralelas."Em vez da relação cronológica, optei pela poética entre as obras. Meu trabalho não se move assim, e sim pelo adensamento de núcleos. Hoje, me dou a liberdade de tratar de temas dos anos 70, de modo atual. Esse é um aspecto fundamental: trabalhar com o tempo como matéria maleável", disse ainda.Uma afirmação que o norteia, atribuída a Lygia Clark, é "cérebro também é víscera". O que significa dizer que pensamento e emoção não só podem, como devem andar juntos, na vida e no fazer artístico. "Um artista que não é capaz de enfrentar a tensão que existe entre pensamento e sensibilidade deveria abandonar a atividade, porque é nessa junção que reside a possibilidade da arte."

Salas e Abismos.

A relação da obra com o ambiente

 

 

 

 

 

 

Quase 40 anos depois de participar de seu primeiro salão de arte, Waltercio Caldas abre duas exposições no Rio. Na Galeria Anita Schwartz (Gávea) está sua produção mais recente. E no Museu de Arte Moderna, o espaço em que o artista plástico carioca estudou - nos anos 60, com Ivan Serpa, quando ainda era um jovem que buscava diálogo com a obra dos que o instigavam - e debutou, no Salão de Verão de 1971. O museu agora abriga trabalhos de momentos marcantes de sua carreira, como as bienais de Veneza de 1997 e de 2007. A galeria da Gávea foi totalmente ocupada por suas esculturas de médio e grande porte, além de trabalhos em papel. Tudo inédito para os brasileiros. A abertura ao público será no dia 16.A ideia é que curadores e colecionadores estrangeiros que estejam no País para a Bienal (25/9 a 12/12) passem pelo Rio para ver Waltercio, que está no acervo de alguns dos principais museus do mundo e também nas ruas, com esculturas em espaços públicos.A mostra do MAM, aberta a partir de hoje, reproduz Salas e Abismos, exibida com sucesso no Museu Vale, em Vila Velha (ES), até fevereiro - em quatro meses, foram mais de 20 mil visitantes, segundo sua produtora, Suzy Muniz. Em ambas, a discussão da relação da obra com o ambiente em que está inserida. "Não é uma retrospectiva, tanto que em 40 anos participei de 32 salas, e aqui só 12 estão contempladas", explicou Waltercio na semana passada, no MAM. "A única coisa que me move é o espectador. É de certa forma para o desconhecido que os artistas trabalham. Talvez nossa única função seja melhorar esse desconhecido", adiantou. Ao Rio, Salas e Abismos veio com mais trabalhos. Quatro são os últimos módulos da série que ele concebeu para a Bienal de Veneza de 97. Outros três - O Jogo do Romance, Quarto Amarelo e Esculturas para Todos os Materiais Não Transparentes - complementam o que foi a Vila Velha.São trabalhos que misturam projeções, música e objetos. Se no Quarto a tinta que recobre parte da parede curva do espaço expositivo se expande e hipnotiza o olhar, as Esculturas intrigam por confundir o espectador: sete pares de semiesferas de madeira, granito, mármore, bronze, alumínio e ônix ficam dispostas no chão de modo que nunca se consiga ver as faces achatadas das duas, só de uma.Chicletes. Doze ambientes vão repercutindo um no outro. Na entrada está o mais recente de todos, Silêncio do Mundo, instalação toda negra; em seguida se chega à claridade total de A Velocidade (1983), em que foram usadas mais de 6 mil caixinhas de chiclete, colocadas sobre duas paredes brancas paralelas."Em vez da relação cronológica, optei pela poética entre as obras. Meu trabalho não se move assim, e sim pelo adensamento de núcleos. Hoje, me dou a liberdade de tratar de temas dos anos 70, de modo atual. Esse é um aspecto fundamental: trabalhar com o tempo como matéria maleável", disse ainda.Uma afirmação que o norteia, atribuída a Lygia Clark, é "cérebro também é víscera". O que significa dizer que pensamento e emoção não só podem, como devem andar juntos, na vida e no fazer artístico. "Um artista que não é capaz de enfrentar a tensão que existe entre pensamento e sensibilidade deveria abandonar a atividade, porque é nessa junção que reside a possibilidade da arte."

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