Em 2016, Masp fará sua revisão crítica


Curadora da equipe do museu, Julieta González detalha projetos de exposições que serão apresentadas no próximo ano no museu

Por Camila Molina

Curadora de arte moderna e contemporânea do Masp, a venezuelana Julieta González está preparando uma mostra do argentino León Ferrari (1920-2013) prevista para ser inaugurada em setembro. “O museu tem uma representação bastante significativa de suas obras”, diz. A exposição vai destacar, como ela conta, um conjunto de peças gráficas realizadas pelo artista durante seus “anos paulistas”, ou seja, o período em que viveu em São Paulo, entre 1976 e 1991, exilado de seu país. “León Ferrari fugiu da Argentina no auge da ditadura, teve seu filho assassinado, e aqui produziu muitos trabalhos que têm a ver com a repressão e que falam de uma sociedade normalizada”, comenta.

A venezuelana Julieta González, curadora adjunta de arte moderna e conteporânea do Masp Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Prestes a assumir, em julho, a diretoria e a curadoria geral do Museu Jumex depois de atuar no Museu Rufino Tamayo – ambos na Cidade do México, onde vive desde 2012 –, Julieta González foi convidada no ano passado pelo diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, a ser uma das curadoras adjuntas da equipe da instituição brasileira (as outras são Rosângela Rennó e Patrícia Carta, responsáveis, respectivamente, por fotografia e moda). Já é, como explica, um trabalho à distância – “venho a São Paulo a cada três meses, por duas semanas”. Outra característica de sua atuação, afirma, é desenvolver projetos propostos de antemão por Pedrosa. “É menos propositivo da minha parte”, define.

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Segundo a venezuelana, que diz conhecer o diretor artístico do Masp há 13 anos e ter com ele “uma larga história profissional” – das parcerias, ressalta-se a da 2.ª Trienal Poligráfica de San Juan, Porto Rico, em 2009 –, a “proximidade intelectual” entre os dois a levou a aceitar o convite. “Na verdade, nos encontramos em um ponto de nossas pesquisas que é muito próximo de certas ideias que (a arquiteta) Lina Bo Bardi tinha para o Masp, como a inclusão da arte popular.”

Nesse sentido, Julieta González confirma o já anunciado resgate da exposição A Mão do Povo Brasileiro (1969), concebida por Lina Bo Bardi, como destaque da programação do museu para 2016. “Vai ser um ano de revisão crítica”, declara. A curadora adjunta de arte moderna e contemporânea completa que faz parte do projeto curatorial de Adriano Pedrosa revisitar mostras históricas do Masp com o intuito de “renovar” visões de questões apresentadas em momentos do passado.

Sendo assim, ela também cita para 2016 a realização de projetos expositivos que tomam como partido Playground (1969), de Nelson Leirner, outra das primeiras exposições apresentadas na sede do Masp na Avenida Paulista – e que tomou o vão livre do museu –, e Grande São Paulo (1976), concebida na época por Pietro Maria Bardi e pela fotógrafa Claudia Andujar – a ser desenvolvida agora por Pedrosa e Rosângela Rennó.

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A Mão do Povo Brasileiro refere-se à ideia de incorporar arte popular dentro de uma narrativa mais ampla e valorizá-la. A Lina (Bo Bardi) fez um statement muito importante com essa exposição, realizada com o diretor de teatro de Salvador, Martim Gonçalves, e com o (cineasta) Glauber Rocha”, diz Julieta. “É importante revisitar esse momento em que a arte popular estava no imaginário das vanguardas artísticas do País e faz essa entrada triunfal no museu, quase que como uma instalação.”

Para a venezuelana, que também se dedica a uma pesquisa particular que resultará na mostra Memórias do Subdesenvolvimento, a ser apresentada em 2017 no Museu de Arte Contemporânea de San Diego, nos EUA, Lina Bo Bardi estava preocupada com o destino da arte popular quando desenvolveu A Mão do Povo Brasileiro. “Ela diz que essa arte estava a ponto de desaparecer com a cultura de massas, com a tecnologia”, conta. “Estive na Bahia e entrevistei o artista sertanejo Juraci Dórea. Ele disse que tudo mudou no sertão, a paisagem, nós, nossa relação com os objetos, mas a única coisa que não muda é a pobreza.”

Já o resgate de Playground, de Nelson Leirner – também apresentada em 1969 no MAM do Rio –, está relacionado, explica a curadora, a “retomar a ideia do jogo, do lúdico, na experiência do museu”. “Queremos fazer uma exposição mais experiencial, mais participativa”, enumera ela. “Vamos convidar artistas nacionais e estrangeiros contemporâneos que trabalham sobre o giro pedagógico e a relação com o público.” A mostra vai ocupar o segundo subsolo do Masp – e algumas performances poderão ocorrer no vão livre.

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Especializada nas práticas artísticas dos anos 60 e 70, define Julieta, seu interesse pelo Brasil é mais amplo – e antigo – do que o atual trabalho no Masp. Ela também prepara para o Bronx Museum, de Nova York (do qual já foi curadora), uma mostra (prevista para 2017) que vai relacionar o crítico brasileiro Mário Pedrosa (1900-1981) e os artistas “pouco revistos lá fora” Almir Mavignier, Ivan Serpa e Abraham Palatnik. “A ideia é voltar para o momento em que os três trabalharam juntos no ateliê do Engenho de Dentro, no Rio, com a doutora Nise da Silveira.”

Curadora de arte moderna e contemporânea do Masp, a venezuelana Julieta González está preparando uma mostra do argentino León Ferrari (1920-2013) prevista para ser inaugurada em setembro. “O museu tem uma representação bastante significativa de suas obras”, diz. A exposição vai destacar, como ela conta, um conjunto de peças gráficas realizadas pelo artista durante seus “anos paulistas”, ou seja, o período em que viveu em São Paulo, entre 1976 e 1991, exilado de seu país. “León Ferrari fugiu da Argentina no auge da ditadura, teve seu filho assassinado, e aqui produziu muitos trabalhos que têm a ver com a repressão e que falam de uma sociedade normalizada”, comenta.

A venezuelana Julieta González, curadora adjunta de arte moderna e conteporânea do Masp Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Prestes a assumir, em julho, a diretoria e a curadoria geral do Museu Jumex depois de atuar no Museu Rufino Tamayo – ambos na Cidade do México, onde vive desde 2012 –, Julieta González foi convidada no ano passado pelo diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, a ser uma das curadoras adjuntas da equipe da instituição brasileira (as outras são Rosângela Rennó e Patrícia Carta, responsáveis, respectivamente, por fotografia e moda). Já é, como explica, um trabalho à distância – “venho a São Paulo a cada três meses, por duas semanas”. Outra característica de sua atuação, afirma, é desenvolver projetos propostos de antemão por Pedrosa. “É menos propositivo da minha parte”, define.

Segundo a venezuelana, que diz conhecer o diretor artístico do Masp há 13 anos e ter com ele “uma larga história profissional” – das parcerias, ressalta-se a da 2.ª Trienal Poligráfica de San Juan, Porto Rico, em 2009 –, a “proximidade intelectual” entre os dois a levou a aceitar o convite. “Na verdade, nos encontramos em um ponto de nossas pesquisas que é muito próximo de certas ideias que (a arquiteta) Lina Bo Bardi tinha para o Masp, como a inclusão da arte popular.”

Nesse sentido, Julieta González confirma o já anunciado resgate da exposição A Mão do Povo Brasileiro (1969), concebida por Lina Bo Bardi, como destaque da programação do museu para 2016. “Vai ser um ano de revisão crítica”, declara. A curadora adjunta de arte moderna e contemporânea completa que faz parte do projeto curatorial de Adriano Pedrosa revisitar mostras históricas do Masp com o intuito de “renovar” visões de questões apresentadas em momentos do passado.

Sendo assim, ela também cita para 2016 a realização de projetos expositivos que tomam como partido Playground (1969), de Nelson Leirner, outra das primeiras exposições apresentadas na sede do Masp na Avenida Paulista – e que tomou o vão livre do museu –, e Grande São Paulo (1976), concebida na época por Pietro Maria Bardi e pela fotógrafa Claudia Andujar – a ser desenvolvida agora por Pedrosa e Rosângela Rennó.

A Mão do Povo Brasileiro refere-se à ideia de incorporar arte popular dentro de uma narrativa mais ampla e valorizá-la. A Lina (Bo Bardi) fez um statement muito importante com essa exposição, realizada com o diretor de teatro de Salvador, Martim Gonçalves, e com o (cineasta) Glauber Rocha”, diz Julieta. “É importante revisitar esse momento em que a arte popular estava no imaginário das vanguardas artísticas do País e faz essa entrada triunfal no museu, quase que como uma instalação.”

Para a venezuelana, que também se dedica a uma pesquisa particular que resultará na mostra Memórias do Subdesenvolvimento, a ser apresentada em 2017 no Museu de Arte Contemporânea de San Diego, nos EUA, Lina Bo Bardi estava preocupada com o destino da arte popular quando desenvolveu A Mão do Povo Brasileiro. “Ela diz que essa arte estava a ponto de desaparecer com a cultura de massas, com a tecnologia”, conta. “Estive na Bahia e entrevistei o artista sertanejo Juraci Dórea. Ele disse que tudo mudou no sertão, a paisagem, nós, nossa relação com os objetos, mas a única coisa que não muda é a pobreza.”

Já o resgate de Playground, de Nelson Leirner – também apresentada em 1969 no MAM do Rio –, está relacionado, explica a curadora, a “retomar a ideia do jogo, do lúdico, na experiência do museu”. “Queremos fazer uma exposição mais experiencial, mais participativa”, enumera ela. “Vamos convidar artistas nacionais e estrangeiros contemporâneos que trabalham sobre o giro pedagógico e a relação com o público.” A mostra vai ocupar o segundo subsolo do Masp – e algumas performances poderão ocorrer no vão livre.

Especializada nas práticas artísticas dos anos 60 e 70, define Julieta, seu interesse pelo Brasil é mais amplo – e antigo – do que o atual trabalho no Masp. Ela também prepara para o Bronx Museum, de Nova York (do qual já foi curadora), uma mostra (prevista para 2017) que vai relacionar o crítico brasileiro Mário Pedrosa (1900-1981) e os artistas “pouco revistos lá fora” Almir Mavignier, Ivan Serpa e Abraham Palatnik. “A ideia é voltar para o momento em que os três trabalharam juntos no ateliê do Engenho de Dentro, no Rio, com a doutora Nise da Silveira.”

Curadora de arte moderna e contemporânea do Masp, a venezuelana Julieta González está preparando uma mostra do argentino León Ferrari (1920-2013) prevista para ser inaugurada em setembro. “O museu tem uma representação bastante significativa de suas obras”, diz. A exposição vai destacar, como ela conta, um conjunto de peças gráficas realizadas pelo artista durante seus “anos paulistas”, ou seja, o período em que viveu em São Paulo, entre 1976 e 1991, exilado de seu país. “León Ferrari fugiu da Argentina no auge da ditadura, teve seu filho assassinado, e aqui produziu muitos trabalhos que têm a ver com a repressão e que falam de uma sociedade normalizada”, comenta.

A venezuelana Julieta González, curadora adjunta de arte moderna e conteporânea do Masp Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Prestes a assumir, em julho, a diretoria e a curadoria geral do Museu Jumex depois de atuar no Museu Rufino Tamayo – ambos na Cidade do México, onde vive desde 2012 –, Julieta González foi convidada no ano passado pelo diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, a ser uma das curadoras adjuntas da equipe da instituição brasileira (as outras são Rosângela Rennó e Patrícia Carta, responsáveis, respectivamente, por fotografia e moda). Já é, como explica, um trabalho à distância – “venho a São Paulo a cada três meses, por duas semanas”. Outra característica de sua atuação, afirma, é desenvolver projetos propostos de antemão por Pedrosa. “É menos propositivo da minha parte”, define.

Segundo a venezuelana, que diz conhecer o diretor artístico do Masp há 13 anos e ter com ele “uma larga história profissional” – das parcerias, ressalta-se a da 2.ª Trienal Poligráfica de San Juan, Porto Rico, em 2009 –, a “proximidade intelectual” entre os dois a levou a aceitar o convite. “Na verdade, nos encontramos em um ponto de nossas pesquisas que é muito próximo de certas ideias que (a arquiteta) Lina Bo Bardi tinha para o Masp, como a inclusão da arte popular.”

Nesse sentido, Julieta González confirma o já anunciado resgate da exposição A Mão do Povo Brasileiro (1969), concebida por Lina Bo Bardi, como destaque da programação do museu para 2016. “Vai ser um ano de revisão crítica”, declara. A curadora adjunta de arte moderna e contemporânea completa que faz parte do projeto curatorial de Adriano Pedrosa revisitar mostras históricas do Masp com o intuito de “renovar” visões de questões apresentadas em momentos do passado.

Sendo assim, ela também cita para 2016 a realização de projetos expositivos que tomam como partido Playground (1969), de Nelson Leirner, outra das primeiras exposições apresentadas na sede do Masp na Avenida Paulista – e que tomou o vão livre do museu –, e Grande São Paulo (1976), concebida na época por Pietro Maria Bardi e pela fotógrafa Claudia Andujar – a ser desenvolvida agora por Pedrosa e Rosângela Rennó.

A Mão do Povo Brasileiro refere-se à ideia de incorporar arte popular dentro de uma narrativa mais ampla e valorizá-la. A Lina (Bo Bardi) fez um statement muito importante com essa exposição, realizada com o diretor de teatro de Salvador, Martim Gonçalves, e com o (cineasta) Glauber Rocha”, diz Julieta. “É importante revisitar esse momento em que a arte popular estava no imaginário das vanguardas artísticas do País e faz essa entrada triunfal no museu, quase que como uma instalação.”

Para a venezuelana, que também se dedica a uma pesquisa particular que resultará na mostra Memórias do Subdesenvolvimento, a ser apresentada em 2017 no Museu de Arte Contemporânea de San Diego, nos EUA, Lina Bo Bardi estava preocupada com o destino da arte popular quando desenvolveu A Mão do Povo Brasileiro. “Ela diz que essa arte estava a ponto de desaparecer com a cultura de massas, com a tecnologia”, conta. “Estive na Bahia e entrevistei o artista sertanejo Juraci Dórea. Ele disse que tudo mudou no sertão, a paisagem, nós, nossa relação com os objetos, mas a única coisa que não muda é a pobreza.”

Já o resgate de Playground, de Nelson Leirner – também apresentada em 1969 no MAM do Rio –, está relacionado, explica a curadora, a “retomar a ideia do jogo, do lúdico, na experiência do museu”. “Queremos fazer uma exposição mais experiencial, mais participativa”, enumera ela. “Vamos convidar artistas nacionais e estrangeiros contemporâneos que trabalham sobre o giro pedagógico e a relação com o público.” A mostra vai ocupar o segundo subsolo do Masp – e algumas performances poderão ocorrer no vão livre.

Especializada nas práticas artísticas dos anos 60 e 70, define Julieta, seu interesse pelo Brasil é mais amplo – e antigo – do que o atual trabalho no Masp. Ela também prepara para o Bronx Museum, de Nova York (do qual já foi curadora), uma mostra (prevista para 2017) que vai relacionar o crítico brasileiro Mário Pedrosa (1900-1981) e os artistas “pouco revistos lá fora” Almir Mavignier, Ivan Serpa e Abraham Palatnik. “A ideia é voltar para o momento em que os três trabalharam juntos no ateliê do Engenho de Dentro, no Rio, com a doutora Nise da Silveira.”

Curadora de arte moderna e contemporânea do Masp, a venezuelana Julieta González está preparando uma mostra do argentino León Ferrari (1920-2013) prevista para ser inaugurada em setembro. “O museu tem uma representação bastante significativa de suas obras”, diz. A exposição vai destacar, como ela conta, um conjunto de peças gráficas realizadas pelo artista durante seus “anos paulistas”, ou seja, o período em que viveu em São Paulo, entre 1976 e 1991, exilado de seu país. “León Ferrari fugiu da Argentina no auge da ditadura, teve seu filho assassinado, e aqui produziu muitos trabalhos que têm a ver com a repressão e que falam de uma sociedade normalizada”, comenta.

A venezuelana Julieta González, curadora adjunta de arte moderna e conteporânea do Masp Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Prestes a assumir, em julho, a diretoria e a curadoria geral do Museu Jumex depois de atuar no Museu Rufino Tamayo – ambos na Cidade do México, onde vive desde 2012 –, Julieta González foi convidada no ano passado pelo diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, a ser uma das curadoras adjuntas da equipe da instituição brasileira (as outras são Rosângela Rennó e Patrícia Carta, responsáveis, respectivamente, por fotografia e moda). Já é, como explica, um trabalho à distância – “venho a São Paulo a cada três meses, por duas semanas”. Outra característica de sua atuação, afirma, é desenvolver projetos propostos de antemão por Pedrosa. “É menos propositivo da minha parte”, define.

Segundo a venezuelana, que diz conhecer o diretor artístico do Masp há 13 anos e ter com ele “uma larga história profissional” – das parcerias, ressalta-se a da 2.ª Trienal Poligráfica de San Juan, Porto Rico, em 2009 –, a “proximidade intelectual” entre os dois a levou a aceitar o convite. “Na verdade, nos encontramos em um ponto de nossas pesquisas que é muito próximo de certas ideias que (a arquiteta) Lina Bo Bardi tinha para o Masp, como a inclusão da arte popular.”

Nesse sentido, Julieta González confirma o já anunciado resgate da exposição A Mão do Povo Brasileiro (1969), concebida por Lina Bo Bardi, como destaque da programação do museu para 2016. “Vai ser um ano de revisão crítica”, declara. A curadora adjunta de arte moderna e contemporânea completa que faz parte do projeto curatorial de Adriano Pedrosa revisitar mostras históricas do Masp com o intuito de “renovar” visões de questões apresentadas em momentos do passado.

Sendo assim, ela também cita para 2016 a realização de projetos expositivos que tomam como partido Playground (1969), de Nelson Leirner, outra das primeiras exposições apresentadas na sede do Masp na Avenida Paulista – e que tomou o vão livre do museu –, e Grande São Paulo (1976), concebida na época por Pietro Maria Bardi e pela fotógrafa Claudia Andujar – a ser desenvolvida agora por Pedrosa e Rosângela Rennó.

A Mão do Povo Brasileiro refere-se à ideia de incorporar arte popular dentro de uma narrativa mais ampla e valorizá-la. A Lina (Bo Bardi) fez um statement muito importante com essa exposição, realizada com o diretor de teatro de Salvador, Martim Gonçalves, e com o (cineasta) Glauber Rocha”, diz Julieta. “É importante revisitar esse momento em que a arte popular estava no imaginário das vanguardas artísticas do País e faz essa entrada triunfal no museu, quase que como uma instalação.”

Para a venezuelana, que também se dedica a uma pesquisa particular que resultará na mostra Memórias do Subdesenvolvimento, a ser apresentada em 2017 no Museu de Arte Contemporânea de San Diego, nos EUA, Lina Bo Bardi estava preocupada com o destino da arte popular quando desenvolveu A Mão do Povo Brasileiro. “Ela diz que essa arte estava a ponto de desaparecer com a cultura de massas, com a tecnologia”, conta. “Estive na Bahia e entrevistei o artista sertanejo Juraci Dórea. Ele disse que tudo mudou no sertão, a paisagem, nós, nossa relação com os objetos, mas a única coisa que não muda é a pobreza.”

Já o resgate de Playground, de Nelson Leirner – também apresentada em 1969 no MAM do Rio –, está relacionado, explica a curadora, a “retomar a ideia do jogo, do lúdico, na experiência do museu”. “Queremos fazer uma exposição mais experiencial, mais participativa”, enumera ela. “Vamos convidar artistas nacionais e estrangeiros contemporâneos que trabalham sobre o giro pedagógico e a relação com o público.” A mostra vai ocupar o segundo subsolo do Masp – e algumas performances poderão ocorrer no vão livre.

Especializada nas práticas artísticas dos anos 60 e 70, define Julieta, seu interesse pelo Brasil é mais amplo – e antigo – do que o atual trabalho no Masp. Ela também prepara para o Bronx Museum, de Nova York (do qual já foi curadora), uma mostra (prevista para 2017) que vai relacionar o crítico brasileiro Mário Pedrosa (1900-1981) e os artistas “pouco revistos lá fora” Almir Mavignier, Ivan Serpa e Abraham Palatnik. “A ideia é voltar para o momento em que os três trabalharam juntos no ateliê do Engenho de Dentro, no Rio, com a doutora Nise da Silveira.”

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