Exposição no Instituto Tomie Ohtake reúne obras da padroeira do pop


Leda Catunda é a ponte entre a sua geração, dos anos 1980, e os jovens pintores, como comprova sua mostra individual 'I Love You Baby'

Por Antonio Gonçalves Filho

Há 33 anos, quando Leda Catunda fez sua primeira exposição individual, seus contemporâneos estavam sintonizados com a onda neoexpressionista que marcou a pintura nos anos 1980. Ela, não. Seus interlocutores, na época, eram poucos: Sergio Romagnolo, Leonilson e mais dois ou três nomes. Hoje, graças ao diálogo fácil com a nova geração, ela transita entre jovens artistas como a paulistana Ana Elisa Egreja, nascida em 1983, ano da primeira exposição de Leda, a mineira Ana Prata, três anos mais velha, e o carioca Rafael Alonso, também de 1983, o que faz de Leda Catunda a padroeira pop da novíssima geração, graças à abertura da artista para nova linguagens e sua tentativa de entender, de fato, o que está por trás da cultura de massa e da iconografia da web.

LedaCatunda. Ponte entre a Geração 80 e a novíssima geração de pintores Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Na exposição I Love You Baby, que Leda abre hoje, 10, no Instituto Tomie Ohtake, estão expostos cerca de 80 trabalhos que cobrem o mais recente período de produção da artista (de 2003 em diante) e reafirmam sua ligação com o pop norte-americano – especialmente as “combines’ de Rauschenberg, nas quais o artista texano empregava materiais pouco usuais em assemblages. No caso de Leda, essas “combines” têm uma ligação estreita com o artesanato, o que a aproximaria do pós-moderno Jeff Koons, associado à cultura pop e às referências ao cotidiano.

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 A diferença é que, ao contrário de Koons, ela não vê o mundo com olhar paródico. “Koons é duchampiano, enquanto o repertório de Leda é pictórico”, observa o curador da exposição, Paulo Miyada, que a concebeu como mostra inaugural do projeto Nossas Artistas, criado pelo Instituto Tomie Ohtake para contar a história da arte brasileira por meio da produção de mulheres artistas, de Tarsila do Amaral a Anna Maria Maiolino.

 A modernista Tarsila do Amaral, lembra Leda Catunda, é outra referência de sua pintura, repleta de figuras enigmáticas que têm algum parentesco com os bichos exóticos da criadora do Abaporu. Eles se espalham por toda a mostra, em especial nas gravuras expostas à direita da porta de entrada. A pintura atual, analisa a autora, “é quase uma negação daquela dos anos 1980”. Leda prefere a palavra “tingimento” para se referir aos objetos que cria com molduras almofadadas de manta acrílica e imagens do universo pop. Há na mostra desde pranchas de surfe até recortes de madeira que imitam renda nordestina. “O raciocínio é de collage”, define, assumindo seu lado Kurt Schwitters, o protopop alemão que revolucionou a arte entre os anos 1920 e 1930 com suas colagens dadaístas.

reference
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As de Leda Catunda se aproximam da reciclagem poética de Schwitters ao trabalhar com reverência signos da cultura de massa – anúncios, bichinhos fofos da internet, iconografia das bandas de rock, caveiras dos góticos e selfies. “Quero reforçar o caráter amoroso do fim do capitalismo, do consumo indiscriminado, essa obsessão por pertencer a um grupo”. Ela chegou a dar aulas de pintura para surfistas, que, em reconhecimento, encheram seu ateliê de miniboards e funboards, algumas pintadas pela artista e expostas num imenso painel.

A incorporação desse repertório visual – tanto o dos surfistas como o dos youtubers – não significa que, ao se apropriar dos elementos da cultura de massa, Leda persiga uma estética camp. Ela, como diz Miyada, não é paródica nem elegíaca. “A graça desse trabalho é que Leda não julga, aceita o excesso de imagens de nosso tempo, mas não entra nesse turbilhão”.

A artista, que passou um tempo como artista residente na China, ficou impressionada com o vertiginoso ritmo com que os chineses imprimem imagens do mundo todo nos mais variados suportes. “Eles criam até tecidos africanos com a nova tecnologia, o que dá o que pensar sobre nosso mundo visualmente saturado de imagens”. Duas dessas reflexões, Ásia 1 e Ásia 2, destacam-se na exposição, entre obras que saíram diretamente da observação direta em campo ou das redes sociais na internet.

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Uma delas foi baseada numa modelo real, ex-funcionária da galeria de arte que comercializa o trabalho de Leda, a Fortes Vilaça. A moça, tímida na vida real, é a rainha do selfie na internet. Sua imagem, multiplicada, faz refletir sobre a uniformização cultural que tomou conta do globo e a superexposição em redes sociais de pessoas vulneráveis e reservadas que adotam uma persona para sobreviver em sociedade.

Por fim, uma pesquisa no Google cruzando as palavras sexo e romance renderam outra obra (I Love You So Much) em que casais trocam beijos afetuosos e juras de amor, ampliando o repertório kitsch de Leda.LEDA CATUNDA Instituto Tomie Ohtake. Rua Coropés, 88, tel. 2245-1900. 3ª a dom., 11h/20h. Abertura sexta (10), às 10h. Até 15/1. 

Há 33 anos, quando Leda Catunda fez sua primeira exposição individual, seus contemporâneos estavam sintonizados com a onda neoexpressionista que marcou a pintura nos anos 1980. Ela, não. Seus interlocutores, na época, eram poucos: Sergio Romagnolo, Leonilson e mais dois ou três nomes. Hoje, graças ao diálogo fácil com a nova geração, ela transita entre jovens artistas como a paulistana Ana Elisa Egreja, nascida em 1983, ano da primeira exposição de Leda, a mineira Ana Prata, três anos mais velha, e o carioca Rafael Alonso, também de 1983, o que faz de Leda Catunda a padroeira pop da novíssima geração, graças à abertura da artista para nova linguagens e sua tentativa de entender, de fato, o que está por trás da cultura de massa e da iconografia da web.

LedaCatunda. Ponte entre a Geração 80 e a novíssima geração de pintores Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Na exposição I Love You Baby, que Leda abre hoje, 10, no Instituto Tomie Ohtake, estão expostos cerca de 80 trabalhos que cobrem o mais recente período de produção da artista (de 2003 em diante) e reafirmam sua ligação com o pop norte-americano – especialmente as “combines’ de Rauschenberg, nas quais o artista texano empregava materiais pouco usuais em assemblages. No caso de Leda, essas “combines” têm uma ligação estreita com o artesanato, o que a aproximaria do pós-moderno Jeff Koons, associado à cultura pop e às referências ao cotidiano.

 A diferença é que, ao contrário de Koons, ela não vê o mundo com olhar paródico. “Koons é duchampiano, enquanto o repertório de Leda é pictórico”, observa o curador da exposição, Paulo Miyada, que a concebeu como mostra inaugural do projeto Nossas Artistas, criado pelo Instituto Tomie Ohtake para contar a história da arte brasileira por meio da produção de mulheres artistas, de Tarsila do Amaral a Anna Maria Maiolino.

 A modernista Tarsila do Amaral, lembra Leda Catunda, é outra referência de sua pintura, repleta de figuras enigmáticas que têm algum parentesco com os bichos exóticos da criadora do Abaporu. Eles se espalham por toda a mostra, em especial nas gravuras expostas à direita da porta de entrada. A pintura atual, analisa a autora, “é quase uma negação daquela dos anos 1980”. Leda prefere a palavra “tingimento” para se referir aos objetos que cria com molduras almofadadas de manta acrílica e imagens do universo pop. Há na mostra desde pranchas de surfe até recortes de madeira que imitam renda nordestina. “O raciocínio é de collage”, define, assumindo seu lado Kurt Schwitters, o protopop alemão que revolucionou a arte entre os anos 1920 e 1930 com suas colagens dadaístas.

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As de Leda Catunda se aproximam da reciclagem poética de Schwitters ao trabalhar com reverência signos da cultura de massa – anúncios, bichinhos fofos da internet, iconografia das bandas de rock, caveiras dos góticos e selfies. “Quero reforçar o caráter amoroso do fim do capitalismo, do consumo indiscriminado, essa obsessão por pertencer a um grupo”. Ela chegou a dar aulas de pintura para surfistas, que, em reconhecimento, encheram seu ateliê de miniboards e funboards, algumas pintadas pela artista e expostas num imenso painel.

A incorporação desse repertório visual – tanto o dos surfistas como o dos youtubers – não significa que, ao se apropriar dos elementos da cultura de massa, Leda persiga uma estética camp. Ela, como diz Miyada, não é paródica nem elegíaca. “A graça desse trabalho é que Leda não julga, aceita o excesso de imagens de nosso tempo, mas não entra nesse turbilhão”.

A artista, que passou um tempo como artista residente na China, ficou impressionada com o vertiginoso ritmo com que os chineses imprimem imagens do mundo todo nos mais variados suportes. “Eles criam até tecidos africanos com a nova tecnologia, o que dá o que pensar sobre nosso mundo visualmente saturado de imagens”. Duas dessas reflexões, Ásia 1 e Ásia 2, destacam-se na exposição, entre obras que saíram diretamente da observação direta em campo ou das redes sociais na internet.

Uma delas foi baseada numa modelo real, ex-funcionária da galeria de arte que comercializa o trabalho de Leda, a Fortes Vilaça. A moça, tímida na vida real, é a rainha do selfie na internet. Sua imagem, multiplicada, faz refletir sobre a uniformização cultural que tomou conta do globo e a superexposição em redes sociais de pessoas vulneráveis e reservadas que adotam uma persona para sobreviver em sociedade.

Por fim, uma pesquisa no Google cruzando as palavras sexo e romance renderam outra obra (I Love You So Much) em que casais trocam beijos afetuosos e juras de amor, ampliando o repertório kitsch de Leda.LEDA CATUNDA Instituto Tomie Ohtake. Rua Coropés, 88, tel. 2245-1900. 3ª a dom., 11h/20h. Abertura sexta (10), às 10h. Até 15/1. 

Há 33 anos, quando Leda Catunda fez sua primeira exposição individual, seus contemporâneos estavam sintonizados com a onda neoexpressionista que marcou a pintura nos anos 1980. Ela, não. Seus interlocutores, na época, eram poucos: Sergio Romagnolo, Leonilson e mais dois ou três nomes. Hoje, graças ao diálogo fácil com a nova geração, ela transita entre jovens artistas como a paulistana Ana Elisa Egreja, nascida em 1983, ano da primeira exposição de Leda, a mineira Ana Prata, três anos mais velha, e o carioca Rafael Alonso, também de 1983, o que faz de Leda Catunda a padroeira pop da novíssima geração, graças à abertura da artista para nova linguagens e sua tentativa de entender, de fato, o que está por trás da cultura de massa e da iconografia da web.

LedaCatunda. Ponte entre a Geração 80 e a novíssima geração de pintores Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Na exposição I Love You Baby, que Leda abre hoje, 10, no Instituto Tomie Ohtake, estão expostos cerca de 80 trabalhos que cobrem o mais recente período de produção da artista (de 2003 em diante) e reafirmam sua ligação com o pop norte-americano – especialmente as “combines’ de Rauschenberg, nas quais o artista texano empregava materiais pouco usuais em assemblages. No caso de Leda, essas “combines” têm uma ligação estreita com o artesanato, o que a aproximaria do pós-moderno Jeff Koons, associado à cultura pop e às referências ao cotidiano.

 A diferença é que, ao contrário de Koons, ela não vê o mundo com olhar paródico. “Koons é duchampiano, enquanto o repertório de Leda é pictórico”, observa o curador da exposição, Paulo Miyada, que a concebeu como mostra inaugural do projeto Nossas Artistas, criado pelo Instituto Tomie Ohtake para contar a história da arte brasileira por meio da produção de mulheres artistas, de Tarsila do Amaral a Anna Maria Maiolino.

 A modernista Tarsila do Amaral, lembra Leda Catunda, é outra referência de sua pintura, repleta de figuras enigmáticas que têm algum parentesco com os bichos exóticos da criadora do Abaporu. Eles se espalham por toda a mostra, em especial nas gravuras expostas à direita da porta de entrada. A pintura atual, analisa a autora, “é quase uma negação daquela dos anos 1980”. Leda prefere a palavra “tingimento” para se referir aos objetos que cria com molduras almofadadas de manta acrílica e imagens do universo pop. Há na mostra desde pranchas de surfe até recortes de madeira que imitam renda nordestina. “O raciocínio é de collage”, define, assumindo seu lado Kurt Schwitters, o protopop alemão que revolucionou a arte entre os anos 1920 e 1930 com suas colagens dadaístas.

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As de Leda Catunda se aproximam da reciclagem poética de Schwitters ao trabalhar com reverência signos da cultura de massa – anúncios, bichinhos fofos da internet, iconografia das bandas de rock, caveiras dos góticos e selfies. “Quero reforçar o caráter amoroso do fim do capitalismo, do consumo indiscriminado, essa obsessão por pertencer a um grupo”. Ela chegou a dar aulas de pintura para surfistas, que, em reconhecimento, encheram seu ateliê de miniboards e funboards, algumas pintadas pela artista e expostas num imenso painel.

A incorporação desse repertório visual – tanto o dos surfistas como o dos youtubers – não significa que, ao se apropriar dos elementos da cultura de massa, Leda persiga uma estética camp. Ela, como diz Miyada, não é paródica nem elegíaca. “A graça desse trabalho é que Leda não julga, aceita o excesso de imagens de nosso tempo, mas não entra nesse turbilhão”.

A artista, que passou um tempo como artista residente na China, ficou impressionada com o vertiginoso ritmo com que os chineses imprimem imagens do mundo todo nos mais variados suportes. “Eles criam até tecidos africanos com a nova tecnologia, o que dá o que pensar sobre nosso mundo visualmente saturado de imagens”. Duas dessas reflexões, Ásia 1 e Ásia 2, destacam-se na exposição, entre obras que saíram diretamente da observação direta em campo ou das redes sociais na internet.

Uma delas foi baseada numa modelo real, ex-funcionária da galeria de arte que comercializa o trabalho de Leda, a Fortes Vilaça. A moça, tímida na vida real, é a rainha do selfie na internet. Sua imagem, multiplicada, faz refletir sobre a uniformização cultural que tomou conta do globo e a superexposição em redes sociais de pessoas vulneráveis e reservadas que adotam uma persona para sobreviver em sociedade.

Por fim, uma pesquisa no Google cruzando as palavras sexo e romance renderam outra obra (I Love You So Much) em que casais trocam beijos afetuosos e juras de amor, ampliando o repertório kitsch de Leda.LEDA CATUNDA Instituto Tomie Ohtake. Rua Coropés, 88, tel. 2245-1900. 3ª a dom., 11h/20h. Abertura sexta (10), às 10h. Até 15/1. 

Há 33 anos, quando Leda Catunda fez sua primeira exposição individual, seus contemporâneos estavam sintonizados com a onda neoexpressionista que marcou a pintura nos anos 1980. Ela, não. Seus interlocutores, na época, eram poucos: Sergio Romagnolo, Leonilson e mais dois ou três nomes. Hoje, graças ao diálogo fácil com a nova geração, ela transita entre jovens artistas como a paulistana Ana Elisa Egreja, nascida em 1983, ano da primeira exposição de Leda, a mineira Ana Prata, três anos mais velha, e o carioca Rafael Alonso, também de 1983, o que faz de Leda Catunda a padroeira pop da novíssima geração, graças à abertura da artista para nova linguagens e sua tentativa de entender, de fato, o que está por trás da cultura de massa e da iconografia da web.

LedaCatunda. Ponte entre a Geração 80 e a novíssima geração de pintores Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Na exposição I Love You Baby, que Leda abre hoje, 10, no Instituto Tomie Ohtake, estão expostos cerca de 80 trabalhos que cobrem o mais recente período de produção da artista (de 2003 em diante) e reafirmam sua ligação com o pop norte-americano – especialmente as “combines’ de Rauschenberg, nas quais o artista texano empregava materiais pouco usuais em assemblages. No caso de Leda, essas “combines” têm uma ligação estreita com o artesanato, o que a aproximaria do pós-moderno Jeff Koons, associado à cultura pop e às referências ao cotidiano.

 A diferença é que, ao contrário de Koons, ela não vê o mundo com olhar paródico. “Koons é duchampiano, enquanto o repertório de Leda é pictórico”, observa o curador da exposição, Paulo Miyada, que a concebeu como mostra inaugural do projeto Nossas Artistas, criado pelo Instituto Tomie Ohtake para contar a história da arte brasileira por meio da produção de mulheres artistas, de Tarsila do Amaral a Anna Maria Maiolino.

 A modernista Tarsila do Amaral, lembra Leda Catunda, é outra referência de sua pintura, repleta de figuras enigmáticas que têm algum parentesco com os bichos exóticos da criadora do Abaporu. Eles se espalham por toda a mostra, em especial nas gravuras expostas à direita da porta de entrada. A pintura atual, analisa a autora, “é quase uma negação daquela dos anos 1980”. Leda prefere a palavra “tingimento” para se referir aos objetos que cria com molduras almofadadas de manta acrílica e imagens do universo pop. Há na mostra desde pranchas de surfe até recortes de madeira que imitam renda nordestina. “O raciocínio é de collage”, define, assumindo seu lado Kurt Schwitters, o protopop alemão que revolucionou a arte entre os anos 1920 e 1930 com suas colagens dadaístas.

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As de Leda Catunda se aproximam da reciclagem poética de Schwitters ao trabalhar com reverência signos da cultura de massa – anúncios, bichinhos fofos da internet, iconografia das bandas de rock, caveiras dos góticos e selfies. “Quero reforçar o caráter amoroso do fim do capitalismo, do consumo indiscriminado, essa obsessão por pertencer a um grupo”. Ela chegou a dar aulas de pintura para surfistas, que, em reconhecimento, encheram seu ateliê de miniboards e funboards, algumas pintadas pela artista e expostas num imenso painel.

A incorporação desse repertório visual – tanto o dos surfistas como o dos youtubers – não significa que, ao se apropriar dos elementos da cultura de massa, Leda persiga uma estética camp. Ela, como diz Miyada, não é paródica nem elegíaca. “A graça desse trabalho é que Leda não julga, aceita o excesso de imagens de nosso tempo, mas não entra nesse turbilhão”.

A artista, que passou um tempo como artista residente na China, ficou impressionada com o vertiginoso ritmo com que os chineses imprimem imagens do mundo todo nos mais variados suportes. “Eles criam até tecidos africanos com a nova tecnologia, o que dá o que pensar sobre nosso mundo visualmente saturado de imagens”. Duas dessas reflexões, Ásia 1 e Ásia 2, destacam-se na exposição, entre obras que saíram diretamente da observação direta em campo ou das redes sociais na internet.

Uma delas foi baseada numa modelo real, ex-funcionária da galeria de arte que comercializa o trabalho de Leda, a Fortes Vilaça. A moça, tímida na vida real, é a rainha do selfie na internet. Sua imagem, multiplicada, faz refletir sobre a uniformização cultural que tomou conta do globo e a superexposição em redes sociais de pessoas vulneráveis e reservadas que adotam uma persona para sobreviver em sociedade.

Por fim, uma pesquisa no Google cruzando as palavras sexo e romance renderam outra obra (I Love You So Much) em que casais trocam beijos afetuosos e juras de amor, ampliando o repertório kitsch de Leda.LEDA CATUNDA Instituto Tomie Ohtake. Rua Coropés, 88, tel. 2245-1900. 3ª a dom., 11h/20h. Abertura sexta (10), às 10h. Até 15/1. 

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