Podcasts e playlists invadem o mundo das artes


Galerias, museus e iniciativas independentes usam plataformas de áudio para abordar produções, temas históricos e o colecionismo

Por Júlia Corrêa

Embora se fale em uma abertura gradual, ainda é difícil saber ao certo quando será possível visitar galerias e museus brasileiros com segurança. Enquanto isso, há várias opções para quem é antenado nesse universo. Muitas instituições estão aproveitando as redes sociais para, dentro do possível, se manterem ativas. Outro recurso que vem ganhando força na tarefa de conectar o público à arte são os podcasts.

"Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”, diz professor. Foto: Unsplash

O Fama Museu, com sede em Itu, acaba de lançar o seu, disponível nas plataformas Spotify, Deezer, Google Podcasts, Anchor e Apple Podcasts. Dedicado à história da arte, o programa, dividido em seis episódios, é narrado pelo professor Luiz Armando Bagolin. Sempre às sextas-feiras, ele explora um novo tema. Até o momento, já foram ao ar programas sobre os pintores de Maurício de Nassau, o Barroco Brasileiro, as obras de Aleijadinho e Debret e os artistas viajantes. O último, em 17 de julho, será sobre a produção de Almeida Júnior.

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Bagolin explica que a ideia inicial era que ele ministrasse um curso presencial e intensivo sobre história da arte brasileira, que, em função da pandemia, acabou sendo adiado. Foi então que Marcos Amaro, presidente do museu, sugeriu que ele fizesse “pequenos resumos” de cada aula no formato de podcasts.

Sobre possíveis limitações desse tipo de ferramenta, Bagolin avalia que as imagens podem, sim, fazer falta ao apenas se falar sobre certas obras de arte. Mas, em sua visão “a internet hoje disponibiliza rapidamente as imagens para quem desejar conhecê-las”. Ainda sobre esse aspecto, o professor complementa: “busquei sempre frisar nos áudios os exemplos de obras conhecidas para o repertório dos historiadores da arte. Mas o programa é para todos os interessados. Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”.

Arte brasileira. Luiz Armando Bagolin conduz podcast do Fama Museu. Foto: Iara Morselli/Estadão
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Lançado em março, logo que isolamento social teve início no Brasil, o podcast Arte Contemporânea: da Casca ao Caroço é uma iniciativa da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), disponível no Spotify, no Google Podcasts ou no Anchor. A proposta é reunir entrevistados que vão desde artistas até representantes de galerias associadas à entidade. Até o momento, os episódios incluem discussões como a arte como alento em tempos difíceis, as iniciativas de galerias durante o isolamento social, além de conversa sobre exposições como a da artista Vivian Caccuri, da galeria A Gentil Carioca.

Outra novidade é o podcast Museu & Histórias, do Museu Histórico Nacional. Lançados em junho no Spotify, os programas têm como convidados profissionais e colaboradores da instituição. Em um dos episódios, por exemplo, a museóloga Paula Aranha, do Núcleo de Acervo de Numismática, destaca a importância da coleção de moedas do museu.

Anteriores. Ainda no fim de 2019, antes da pandemia, a Galeria Millan criou uma série de podcasts dedicados à produção de artistas que representa. Entre os episódios, disponíveis no Spotify, há um em comemoração aos 60 anos de Paulo Pasta, com diálogo entre o galerista André Millan e o tradutor e professor Samuel Titan Jr. Também está disponível um episódio sobre Nelson Felix, em que o próprio artista conversa com o filósofo Claudio Oliveira sobre o tempo, tema bastante explorado na sua produção.

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Dedicado aos temas da pintura e do desenho, o Arte Academia Podcast, idealizado pelo artista Emerson Ferrandini, funciona desde julho do ano passado, nas plataformas Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Google Play Music e Stitcher. Emerson mora nos Estados Unidos, onde cursa mestrado no Laguna College of Art and Design. A iniciativa tem relação direta com a sua rotina de estudos.

Como explica no episódio de estreia, ele leva cerca de uma hora para ir e uma hora para voltar da faculdade. Depois de um ano ouvindo podcasts para otimizar o tempo nesses trajetos diários, ele sentiu vontade de criar o seu, que inclui conversas com artistas, professores, donos de galeria e restauradores. Além disso, ele ainda usa a ferramenta para compartilhar a sua própria experiência como estudante de arte em outro país.

Criada pela colecionadora Esther Constantino, a plataforma multimídia Arte Que Acontece também inclui podcasts. Intitulados Conversas que Acontecem, os programas, no ar desde novembro do ano passado, abordam temas como o colecionismo e a arte em meios digitais.

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Multimídia.Plataforma de Esther Constantino também aposta no formato. Foto: Iara Morselli/Estadão

“A plataforma em si já nasceu com a proposta de tentar alcançar os usuários de várias formas, com informações sobre arte. O podcast veio para facilitar a vida de quem está em trânsito”, explica Esther, ressaltando que o conteúdo se dirige tanto para iniciados no universo das artes quanto para quem quer passar a se informar sobre a área. “Nós temos o cuidado de não constranger nossos usuários falando de um modo inacessível. A ideia é aproximar as pessoas.” Uma segunda temporada de episódios estava prevista para ser gravada em abril, durante a SP-Arte, evento que teve de ser cancelado por causa da pandemia.

Playlists. Nesse meio tempo, outra aposta da plataforma Arte Que Acontece foi ganhando espaço: as playlists. Toda quinta-feira, um artista apresenta um compilado de músicas que tem ouvido no momento. Ivan Grilo, Dalton de Paula, Regina Parra e Rodolpho Parigi estão entre os nomes que já participaram do projeto, pensado, sobretudo, para o público mais jovem. “O interessante é que são playlists das quais os artistas fazem uso durante o processo criativo. Se você conhece o trabalho de cada um e ouve as músicas, consegue perceber relações”, comenta Esther.

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Seguindo caminho semelhante, a Pinacoteca acaba de lançar o que chama de “#pinadecasa acústico”, outra ação que une música e artes visuais. Cerca de 45 pessoas, entre artistas, curadores, jornalistas e funcionários do museu, foram convidadas a escolher uma obra favorita de arte brasileira e criar uma playlist a partir do trabalho. Todas elas ficarão disponíveis no Spotify da Pinacoteca. Até o momento, é possível encontrar as seleções da artista Regina Parra, da escritora Djamila Ribeiro e de Dom João Baptista, monge do Mosteiro de São Bento.

Outro museu que conta com uma série de playlists disponíveis no Spotify é o MAM, que lançou este ano a ação #MAMParaOuvir. As seleções musicais permitem ao público relembrar algumas das exposições que passaram pelo museu, como a mostra Passado/Futuro/Presente e o 36º Panorama de Arte Brasileira, que teve o sertão como tema. 

Embora se fale em uma abertura gradual, ainda é difícil saber ao certo quando será possível visitar galerias e museus brasileiros com segurança. Enquanto isso, há várias opções para quem é antenado nesse universo. Muitas instituições estão aproveitando as redes sociais para, dentro do possível, se manterem ativas. Outro recurso que vem ganhando força na tarefa de conectar o público à arte são os podcasts.

"Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”, diz professor. Foto: Unsplash

O Fama Museu, com sede em Itu, acaba de lançar o seu, disponível nas plataformas Spotify, Deezer, Google Podcasts, Anchor e Apple Podcasts. Dedicado à história da arte, o programa, dividido em seis episódios, é narrado pelo professor Luiz Armando Bagolin. Sempre às sextas-feiras, ele explora um novo tema. Até o momento, já foram ao ar programas sobre os pintores de Maurício de Nassau, o Barroco Brasileiro, as obras de Aleijadinho e Debret e os artistas viajantes. O último, em 17 de julho, será sobre a produção de Almeida Júnior.

Bagolin explica que a ideia inicial era que ele ministrasse um curso presencial e intensivo sobre história da arte brasileira, que, em função da pandemia, acabou sendo adiado. Foi então que Marcos Amaro, presidente do museu, sugeriu que ele fizesse “pequenos resumos” de cada aula no formato de podcasts.

Sobre possíveis limitações desse tipo de ferramenta, Bagolin avalia que as imagens podem, sim, fazer falta ao apenas se falar sobre certas obras de arte. Mas, em sua visão “a internet hoje disponibiliza rapidamente as imagens para quem desejar conhecê-las”. Ainda sobre esse aspecto, o professor complementa: “busquei sempre frisar nos áudios os exemplos de obras conhecidas para o repertório dos historiadores da arte. Mas o programa é para todos os interessados. Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”.

Arte brasileira. Luiz Armando Bagolin conduz podcast do Fama Museu. Foto: Iara Morselli/Estadão

Lançado em março, logo que isolamento social teve início no Brasil, o podcast Arte Contemporânea: da Casca ao Caroço é uma iniciativa da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), disponível no Spotify, no Google Podcasts ou no Anchor. A proposta é reunir entrevistados que vão desde artistas até representantes de galerias associadas à entidade. Até o momento, os episódios incluem discussões como a arte como alento em tempos difíceis, as iniciativas de galerias durante o isolamento social, além de conversa sobre exposições como a da artista Vivian Caccuri, da galeria A Gentil Carioca.

Outra novidade é o podcast Museu & Histórias, do Museu Histórico Nacional. Lançados em junho no Spotify, os programas têm como convidados profissionais e colaboradores da instituição. Em um dos episódios, por exemplo, a museóloga Paula Aranha, do Núcleo de Acervo de Numismática, destaca a importância da coleção de moedas do museu.

Anteriores. Ainda no fim de 2019, antes da pandemia, a Galeria Millan criou uma série de podcasts dedicados à produção de artistas que representa. Entre os episódios, disponíveis no Spotify, há um em comemoração aos 60 anos de Paulo Pasta, com diálogo entre o galerista André Millan e o tradutor e professor Samuel Titan Jr. Também está disponível um episódio sobre Nelson Felix, em que o próprio artista conversa com o filósofo Claudio Oliveira sobre o tempo, tema bastante explorado na sua produção.

Dedicado aos temas da pintura e do desenho, o Arte Academia Podcast, idealizado pelo artista Emerson Ferrandini, funciona desde julho do ano passado, nas plataformas Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Google Play Music e Stitcher. Emerson mora nos Estados Unidos, onde cursa mestrado no Laguna College of Art and Design. A iniciativa tem relação direta com a sua rotina de estudos.

Como explica no episódio de estreia, ele leva cerca de uma hora para ir e uma hora para voltar da faculdade. Depois de um ano ouvindo podcasts para otimizar o tempo nesses trajetos diários, ele sentiu vontade de criar o seu, que inclui conversas com artistas, professores, donos de galeria e restauradores. Além disso, ele ainda usa a ferramenta para compartilhar a sua própria experiência como estudante de arte em outro país.

Criada pela colecionadora Esther Constantino, a plataforma multimídia Arte Que Acontece também inclui podcasts. Intitulados Conversas que Acontecem, os programas, no ar desde novembro do ano passado, abordam temas como o colecionismo e a arte em meios digitais.

Multimídia.Plataforma de Esther Constantino também aposta no formato. Foto: Iara Morselli/Estadão

“A plataforma em si já nasceu com a proposta de tentar alcançar os usuários de várias formas, com informações sobre arte. O podcast veio para facilitar a vida de quem está em trânsito”, explica Esther, ressaltando que o conteúdo se dirige tanto para iniciados no universo das artes quanto para quem quer passar a se informar sobre a área. “Nós temos o cuidado de não constranger nossos usuários falando de um modo inacessível. A ideia é aproximar as pessoas.” Uma segunda temporada de episódios estava prevista para ser gravada em abril, durante a SP-Arte, evento que teve de ser cancelado por causa da pandemia.

Playlists. Nesse meio tempo, outra aposta da plataforma Arte Que Acontece foi ganhando espaço: as playlists. Toda quinta-feira, um artista apresenta um compilado de músicas que tem ouvido no momento. Ivan Grilo, Dalton de Paula, Regina Parra e Rodolpho Parigi estão entre os nomes que já participaram do projeto, pensado, sobretudo, para o público mais jovem. “O interessante é que são playlists das quais os artistas fazem uso durante o processo criativo. Se você conhece o trabalho de cada um e ouve as músicas, consegue perceber relações”, comenta Esther.

Seguindo caminho semelhante, a Pinacoteca acaba de lançar o que chama de “#pinadecasa acústico”, outra ação que une música e artes visuais. Cerca de 45 pessoas, entre artistas, curadores, jornalistas e funcionários do museu, foram convidadas a escolher uma obra favorita de arte brasileira e criar uma playlist a partir do trabalho. Todas elas ficarão disponíveis no Spotify da Pinacoteca. Até o momento, é possível encontrar as seleções da artista Regina Parra, da escritora Djamila Ribeiro e de Dom João Baptista, monge do Mosteiro de São Bento.

Outro museu que conta com uma série de playlists disponíveis no Spotify é o MAM, que lançou este ano a ação #MAMParaOuvir. As seleções musicais permitem ao público relembrar algumas das exposições que passaram pelo museu, como a mostra Passado/Futuro/Presente e o 36º Panorama de Arte Brasileira, que teve o sertão como tema. 

Embora se fale em uma abertura gradual, ainda é difícil saber ao certo quando será possível visitar galerias e museus brasileiros com segurança. Enquanto isso, há várias opções para quem é antenado nesse universo. Muitas instituições estão aproveitando as redes sociais para, dentro do possível, se manterem ativas. Outro recurso que vem ganhando força na tarefa de conectar o público à arte são os podcasts.

"Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”, diz professor. Foto: Unsplash

O Fama Museu, com sede em Itu, acaba de lançar o seu, disponível nas plataformas Spotify, Deezer, Google Podcasts, Anchor e Apple Podcasts. Dedicado à história da arte, o programa, dividido em seis episódios, é narrado pelo professor Luiz Armando Bagolin. Sempre às sextas-feiras, ele explora um novo tema. Até o momento, já foram ao ar programas sobre os pintores de Maurício de Nassau, o Barroco Brasileiro, as obras de Aleijadinho e Debret e os artistas viajantes. O último, em 17 de julho, será sobre a produção de Almeida Júnior.

Bagolin explica que a ideia inicial era que ele ministrasse um curso presencial e intensivo sobre história da arte brasileira, que, em função da pandemia, acabou sendo adiado. Foi então que Marcos Amaro, presidente do museu, sugeriu que ele fizesse “pequenos resumos” de cada aula no formato de podcasts.

Sobre possíveis limitações desse tipo de ferramenta, Bagolin avalia que as imagens podem, sim, fazer falta ao apenas se falar sobre certas obras de arte. Mas, em sua visão “a internet hoje disponibiliza rapidamente as imagens para quem desejar conhecê-las”. Ainda sobre esse aspecto, o professor complementa: “busquei sempre frisar nos áudios os exemplos de obras conhecidas para o repertório dos historiadores da arte. Mas o programa é para todos os interessados. Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”.

Arte brasileira. Luiz Armando Bagolin conduz podcast do Fama Museu. Foto: Iara Morselli/Estadão

Lançado em março, logo que isolamento social teve início no Brasil, o podcast Arte Contemporânea: da Casca ao Caroço é uma iniciativa da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), disponível no Spotify, no Google Podcasts ou no Anchor. A proposta é reunir entrevistados que vão desde artistas até representantes de galerias associadas à entidade. Até o momento, os episódios incluem discussões como a arte como alento em tempos difíceis, as iniciativas de galerias durante o isolamento social, além de conversa sobre exposições como a da artista Vivian Caccuri, da galeria A Gentil Carioca.

Outra novidade é o podcast Museu & Histórias, do Museu Histórico Nacional. Lançados em junho no Spotify, os programas têm como convidados profissionais e colaboradores da instituição. Em um dos episódios, por exemplo, a museóloga Paula Aranha, do Núcleo de Acervo de Numismática, destaca a importância da coleção de moedas do museu.

Anteriores. Ainda no fim de 2019, antes da pandemia, a Galeria Millan criou uma série de podcasts dedicados à produção de artistas que representa. Entre os episódios, disponíveis no Spotify, há um em comemoração aos 60 anos de Paulo Pasta, com diálogo entre o galerista André Millan e o tradutor e professor Samuel Titan Jr. Também está disponível um episódio sobre Nelson Felix, em que o próprio artista conversa com o filósofo Claudio Oliveira sobre o tempo, tema bastante explorado na sua produção.

Dedicado aos temas da pintura e do desenho, o Arte Academia Podcast, idealizado pelo artista Emerson Ferrandini, funciona desde julho do ano passado, nas plataformas Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Google Play Music e Stitcher. Emerson mora nos Estados Unidos, onde cursa mestrado no Laguna College of Art and Design. A iniciativa tem relação direta com a sua rotina de estudos.

Como explica no episódio de estreia, ele leva cerca de uma hora para ir e uma hora para voltar da faculdade. Depois de um ano ouvindo podcasts para otimizar o tempo nesses trajetos diários, ele sentiu vontade de criar o seu, que inclui conversas com artistas, professores, donos de galeria e restauradores. Além disso, ele ainda usa a ferramenta para compartilhar a sua própria experiência como estudante de arte em outro país.

Criada pela colecionadora Esther Constantino, a plataforma multimídia Arte Que Acontece também inclui podcasts. Intitulados Conversas que Acontecem, os programas, no ar desde novembro do ano passado, abordam temas como o colecionismo e a arte em meios digitais.

Multimídia.Plataforma de Esther Constantino também aposta no formato. Foto: Iara Morselli/Estadão

“A plataforma em si já nasceu com a proposta de tentar alcançar os usuários de várias formas, com informações sobre arte. O podcast veio para facilitar a vida de quem está em trânsito”, explica Esther, ressaltando que o conteúdo se dirige tanto para iniciados no universo das artes quanto para quem quer passar a se informar sobre a área. “Nós temos o cuidado de não constranger nossos usuários falando de um modo inacessível. A ideia é aproximar as pessoas.” Uma segunda temporada de episódios estava prevista para ser gravada em abril, durante a SP-Arte, evento que teve de ser cancelado por causa da pandemia.

Playlists. Nesse meio tempo, outra aposta da plataforma Arte Que Acontece foi ganhando espaço: as playlists. Toda quinta-feira, um artista apresenta um compilado de músicas que tem ouvido no momento. Ivan Grilo, Dalton de Paula, Regina Parra e Rodolpho Parigi estão entre os nomes que já participaram do projeto, pensado, sobretudo, para o público mais jovem. “O interessante é que são playlists das quais os artistas fazem uso durante o processo criativo. Se você conhece o trabalho de cada um e ouve as músicas, consegue perceber relações”, comenta Esther.

Seguindo caminho semelhante, a Pinacoteca acaba de lançar o que chama de “#pinadecasa acústico”, outra ação que une música e artes visuais. Cerca de 45 pessoas, entre artistas, curadores, jornalistas e funcionários do museu, foram convidadas a escolher uma obra favorita de arte brasileira e criar uma playlist a partir do trabalho. Todas elas ficarão disponíveis no Spotify da Pinacoteca. Até o momento, é possível encontrar as seleções da artista Regina Parra, da escritora Djamila Ribeiro e de Dom João Baptista, monge do Mosteiro de São Bento.

Outro museu que conta com uma série de playlists disponíveis no Spotify é o MAM, que lançou este ano a ação #MAMParaOuvir. As seleções musicais permitem ao público relembrar algumas das exposições que passaram pelo museu, como a mostra Passado/Futuro/Presente e o 36º Panorama de Arte Brasileira, que teve o sertão como tema. 

Embora se fale em uma abertura gradual, ainda é difícil saber ao certo quando será possível visitar galerias e museus brasileiros com segurança. Enquanto isso, há várias opções para quem é antenado nesse universo. Muitas instituições estão aproveitando as redes sociais para, dentro do possível, se manterem ativas. Outro recurso que vem ganhando força na tarefa de conectar o público à arte são os podcasts.

"Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”, diz professor. Foto: Unsplash

O Fama Museu, com sede em Itu, acaba de lançar o seu, disponível nas plataformas Spotify, Deezer, Google Podcasts, Anchor e Apple Podcasts. Dedicado à história da arte, o programa, dividido em seis episódios, é narrado pelo professor Luiz Armando Bagolin. Sempre às sextas-feiras, ele explora um novo tema. Até o momento, já foram ao ar programas sobre os pintores de Maurício de Nassau, o Barroco Brasileiro, as obras de Aleijadinho e Debret e os artistas viajantes. O último, em 17 de julho, será sobre a produção de Almeida Júnior.

Bagolin explica que a ideia inicial era que ele ministrasse um curso presencial e intensivo sobre história da arte brasileira, que, em função da pandemia, acabou sendo adiado. Foi então que Marcos Amaro, presidente do museu, sugeriu que ele fizesse “pequenos resumos” de cada aula no formato de podcasts.

Sobre possíveis limitações desse tipo de ferramenta, Bagolin avalia que as imagens podem, sim, fazer falta ao apenas se falar sobre certas obras de arte. Mas, em sua visão “a internet hoje disponibiliza rapidamente as imagens para quem desejar conhecê-las”. Ainda sobre esse aspecto, o professor complementa: “busquei sempre frisar nos áudios os exemplos de obras conhecidas para o repertório dos historiadores da arte. Mas o programa é para todos os interessados. Os podcasts são obras a serem completadas pelo olhar de quem os ouve”.

Arte brasileira. Luiz Armando Bagolin conduz podcast do Fama Museu. Foto: Iara Morselli/Estadão

Lançado em março, logo que isolamento social teve início no Brasil, o podcast Arte Contemporânea: da Casca ao Caroço é uma iniciativa da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), disponível no Spotify, no Google Podcasts ou no Anchor. A proposta é reunir entrevistados que vão desde artistas até representantes de galerias associadas à entidade. Até o momento, os episódios incluem discussões como a arte como alento em tempos difíceis, as iniciativas de galerias durante o isolamento social, além de conversa sobre exposições como a da artista Vivian Caccuri, da galeria A Gentil Carioca.

Outra novidade é o podcast Museu & Histórias, do Museu Histórico Nacional. Lançados em junho no Spotify, os programas têm como convidados profissionais e colaboradores da instituição. Em um dos episódios, por exemplo, a museóloga Paula Aranha, do Núcleo de Acervo de Numismática, destaca a importância da coleção de moedas do museu.

Anteriores. Ainda no fim de 2019, antes da pandemia, a Galeria Millan criou uma série de podcasts dedicados à produção de artistas que representa. Entre os episódios, disponíveis no Spotify, há um em comemoração aos 60 anos de Paulo Pasta, com diálogo entre o galerista André Millan e o tradutor e professor Samuel Titan Jr. Também está disponível um episódio sobre Nelson Felix, em que o próprio artista conversa com o filósofo Claudio Oliveira sobre o tempo, tema bastante explorado na sua produção.

Dedicado aos temas da pintura e do desenho, o Arte Academia Podcast, idealizado pelo artista Emerson Ferrandini, funciona desde julho do ano passado, nas plataformas Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Google Play Music e Stitcher. Emerson mora nos Estados Unidos, onde cursa mestrado no Laguna College of Art and Design. A iniciativa tem relação direta com a sua rotina de estudos.

Como explica no episódio de estreia, ele leva cerca de uma hora para ir e uma hora para voltar da faculdade. Depois de um ano ouvindo podcasts para otimizar o tempo nesses trajetos diários, ele sentiu vontade de criar o seu, que inclui conversas com artistas, professores, donos de galeria e restauradores. Além disso, ele ainda usa a ferramenta para compartilhar a sua própria experiência como estudante de arte em outro país.

Criada pela colecionadora Esther Constantino, a plataforma multimídia Arte Que Acontece também inclui podcasts. Intitulados Conversas que Acontecem, os programas, no ar desde novembro do ano passado, abordam temas como o colecionismo e a arte em meios digitais.

Multimídia.Plataforma de Esther Constantino também aposta no formato. Foto: Iara Morselli/Estadão

“A plataforma em si já nasceu com a proposta de tentar alcançar os usuários de várias formas, com informações sobre arte. O podcast veio para facilitar a vida de quem está em trânsito”, explica Esther, ressaltando que o conteúdo se dirige tanto para iniciados no universo das artes quanto para quem quer passar a se informar sobre a área. “Nós temos o cuidado de não constranger nossos usuários falando de um modo inacessível. A ideia é aproximar as pessoas.” Uma segunda temporada de episódios estava prevista para ser gravada em abril, durante a SP-Arte, evento que teve de ser cancelado por causa da pandemia.

Playlists. Nesse meio tempo, outra aposta da plataforma Arte Que Acontece foi ganhando espaço: as playlists. Toda quinta-feira, um artista apresenta um compilado de músicas que tem ouvido no momento. Ivan Grilo, Dalton de Paula, Regina Parra e Rodolpho Parigi estão entre os nomes que já participaram do projeto, pensado, sobretudo, para o público mais jovem. “O interessante é que são playlists das quais os artistas fazem uso durante o processo criativo. Se você conhece o trabalho de cada um e ouve as músicas, consegue perceber relações”, comenta Esther.

Seguindo caminho semelhante, a Pinacoteca acaba de lançar o que chama de “#pinadecasa acústico”, outra ação que une música e artes visuais. Cerca de 45 pessoas, entre artistas, curadores, jornalistas e funcionários do museu, foram convidadas a escolher uma obra favorita de arte brasileira e criar uma playlist a partir do trabalho. Todas elas ficarão disponíveis no Spotify da Pinacoteca. Até o momento, é possível encontrar as seleções da artista Regina Parra, da escritora Djamila Ribeiro e de Dom João Baptista, monge do Mosteiro de São Bento.

Outro museu que conta com uma série de playlists disponíveis no Spotify é o MAM, que lançou este ano a ação #MAMParaOuvir. As seleções musicais permitem ao público relembrar algumas das exposições que passaram pelo museu, como a mostra Passado/Futuro/Presente e o 36º Panorama de Arte Brasileira, que teve o sertão como tema. 

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