Cantor e guitarrista Kurt Vile fala sobre seu disco


Músico que descreve seu trabalho como 'folk épico' abre show de Thurston Moore em São Paulo

Por Roberto Nascimento

Folk épico é o termo usado por Kurt Vile para descrever suas canções, híbridas de psicodelia com soft rock setentista, tocadas e produzidas na veia caseira do indie rock moderno. É uma combinação curiosa, que ilustra a maturidade artística do cantor e guitarrista de 32 anos, 4 álbuns e alguns EPs, pois tais influências só se moldam em algo coerente através de um longo trabalho de experimentação, neste caso, a única maneira de combinar Velvet Underground, John Fahey e Pavement em algo único e harmonioso. "As raízes são folk", conta Kurt em entrevista ao Estado, "mas há tons de psicodelia". "Em Ghost Town, por exemplo, o gesto é abrangente, meio épico, saca?", completa. A entrevista é concedida enquanto o músico faz um pit stop a caminho de Richmond, Virginia, durante uma turnê que vem a São Paulo no dia 12 de abril, para um aguardado show no Cine Joia, em que Vile abrirá para o grande guitarrista Thurston Moore, do Sonic Youth. Ghost Town, a canção a que Kurt se refere é um dos pontos altos de seu último disco, o elogiado Smoke Ring For My Halo. Nela, uma letra cantada com o sotaque de Lou Reed, se perpetua sobre um devaneio espaçoso, com camadas de distorção e violão de aço. É delicada como o estágio de sono em que temos noção da realidade, mas ainda não acordamos. "Eu sempre trabalhei neste campo de influências. No passado, com a minha outra banda, eu pensava mais em psicodelia", conta, mas aí comecei a me aprofundar mais em meu trabalho. A outra banda de Vile é a War on Drugs, expoente da pequena cena de Filadélfia, onde o músico cresceu e vive até hoje, que também tem os pilares do rock setentista como norte. Kurt toca na War on Drugs, e membros da War on Drugs fazem parte de seu grupo, os Violators. Em ambas as bandas, seu trabalho indica um enciclopédico conhecimento do violão e da guitarra americana, especificamente as de expoentes dos anos 70.

Os dedilhados meditativos do violonista de folk John Fahey estão presentes, assim como os riffs de Bruce Springsteen e Tom Petty, heróis da música de estrada, para ser ouvida enquanto se dirige. "Sempre sonhei com a guitarra. Toquei trompete na escola, mas quando tinha 15 gravei uma música na casa de um amigo. Quando ouvi sabia que era isto que queria fazer da vida", conta Kurt, que não tirou diploma em universidade e decidiu trabalhar em uma série de empregos temporários, como operador de empilhadeira, para se sustentar. Além dos mestres da época áurea do rock de FM, não se deixa de pensar em Lou Reed quando se escuta a forma com que Vile pronuncia melodias. O sotaque, as gírias e a elocução de Reed são centrais às suas canções. "Lou Reed sempre foi uma influência. Acho que ele é a referência mais básica. Hoje em dia eu penso menos nele. Com o tempo me interessei também por Dylan e Neil Young. Mas ninguém ganha do Lou Reed. Tanta gente roubou o estilo dele. Os Feelies, os Modern Lovers..." conta ele. Quando a reportagem pergunta se as matérias apontando as influências de Kurt Vile não o incomodam, e se a ideia de "roubar" algo de outro artista não indica a falta de criatividade, a resposta é confiante: "Não. Os grandes são aqueles que copiam e simplesmente aceitam isto. Os Stones copiaram Jimmy Reed, Bo Diddley, Chuck Berry. Keith Richards pegou muita coisa do Ry Cooder. Mas todos gostamos do fato de que discos dos Stones existem, não é? Afinal, eles são os Stones", diz. A gama de influências de Vile é típica de um ávido colecionador de vinil. Em algumas entrevistas de 2009, o cantor fala de sua obsessão com o disco ao vivo raro de Neil Young. É de Young, outra grande influência, boa parte do lirismo que rege os primeiros trabalhos de Vile, como Childish Prodigy, seu lançamento inicial pela histórica gravadora independente Matador. "Hoje em dia, eu ainda compro bastante coisa. Mas dei uma sossegada. Meus camaradas são os connaisseurs. Eu tenho ouvido e comprado coisas mais pop, tipo Gene Clark. E também coisas de Los Angeles, como Tim Buckley, Graham Parsons e John Prine", acrescenta.

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Thurston Moore e Kurt Vile. Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82. 12/04, 21h. R$ 140 e R$ 70 (meia entrada).

Folk épico é o termo usado por Kurt Vile para descrever suas canções, híbridas de psicodelia com soft rock setentista, tocadas e produzidas na veia caseira do indie rock moderno. É uma combinação curiosa, que ilustra a maturidade artística do cantor e guitarrista de 32 anos, 4 álbuns e alguns EPs, pois tais influências só se moldam em algo coerente através de um longo trabalho de experimentação, neste caso, a única maneira de combinar Velvet Underground, John Fahey e Pavement em algo único e harmonioso. "As raízes são folk", conta Kurt em entrevista ao Estado, "mas há tons de psicodelia". "Em Ghost Town, por exemplo, o gesto é abrangente, meio épico, saca?", completa. A entrevista é concedida enquanto o músico faz um pit stop a caminho de Richmond, Virginia, durante uma turnê que vem a São Paulo no dia 12 de abril, para um aguardado show no Cine Joia, em que Vile abrirá para o grande guitarrista Thurston Moore, do Sonic Youth. Ghost Town, a canção a que Kurt se refere é um dos pontos altos de seu último disco, o elogiado Smoke Ring For My Halo. Nela, uma letra cantada com o sotaque de Lou Reed, se perpetua sobre um devaneio espaçoso, com camadas de distorção e violão de aço. É delicada como o estágio de sono em que temos noção da realidade, mas ainda não acordamos. "Eu sempre trabalhei neste campo de influências. No passado, com a minha outra banda, eu pensava mais em psicodelia", conta, mas aí comecei a me aprofundar mais em meu trabalho. A outra banda de Vile é a War on Drugs, expoente da pequena cena de Filadélfia, onde o músico cresceu e vive até hoje, que também tem os pilares do rock setentista como norte. Kurt toca na War on Drugs, e membros da War on Drugs fazem parte de seu grupo, os Violators. Em ambas as bandas, seu trabalho indica um enciclopédico conhecimento do violão e da guitarra americana, especificamente as de expoentes dos anos 70.

Os dedilhados meditativos do violonista de folk John Fahey estão presentes, assim como os riffs de Bruce Springsteen e Tom Petty, heróis da música de estrada, para ser ouvida enquanto se dirige. "Sempre sonhei com a guitarra. Toquei trompete na escola, mas quando tinha 15 gravei uma música na casa de um amigo. Quando ouvi sabia que era isto que queria fazer da vida", conta Kurt, que não tirou diploma em universidade e decidiu trabalhar em uma série de empregos temporários, como operador de empilhadeira, para se sustentar. Além dos mestres da época áurea do rock de FM, não se deixa de pensar em Lou Reed quando se escuta a forma com que Vile pronuncia melodias. O sotaque, as gírias e a elocução de Reed são centrais às suas canções. "Lou Reed sempre foi uma influência. Acho que ele é a referência mais básica. Hoje em dia eu penso menos nele. Com o tempo me interessei também por Dylan e Neil Young. Mas ninguém ganha do Lou Reed. Tanta gente roubou o estilo dele. Os Feelies, os Modern Lovers..." conta ele. Quando a reportagem pergunta se as matérias apontando as influências de Kurt Vile não o incomodam, e se a ideia de "roubar" algo de outro artista não indica a falta de criatividade, a resposta é confiante: "Não. Os grandes são aqueles que copiam e simplesmente aceitam isto. Os Stones copiaram Jimmy Reed, Bo Diddley, Chuck Berry. Keith Richards pegou muita coisa do Ry Cooder. Mas todos gostamos do fato de que discos dos Stones existem, não é? Afinal, eles são os Stones", diz. A gama de influências de Vile é típica de um ávido colecionador de vinil. Em algumas entrevistas de 2009, o cantor fala de sua obsessão com o disco ao vivo raro de Neil Young. É de Young, outra grande influência, boa parte do lirismo que rege os primeiros trabalhos de Vile, como Childish Prodigy, seu lançamento inicial pela histórica gravadora independente Matador. "Hoje em dia, eu ainda compro bastante coisa. Mas dei uma sossegada. Meus camaradas são os connaisseurs. Eu tenho ouvido e comprado coisas mais pop, tipo Gene Clark. E também coisas de Los Angeles, como Tim Buckley, Graham Parsons e John Prine", acrescenta.

 

Thurston Moore e Kurt Vile. Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82. 12/04, 21h. R$ 140 e R$ 70 (meia entrada).

Folk épico é o termo usado por Kurt Vile para descrever suas canções, híbridas de psicodelia com soft rock setentista, tocadas e produzidas na veia caseira do indie rock moderno. É uma combinação curiosa, que ilustra a maturidade artística do cantor e guitarrista de 32 anos, 4 álbuns e alguns EPs, pois tais influências só se moldam em algo coerente através de um longo trabalho de experimentação, neste caso, a única maneira de combinar Velvet Underground, John Fahey e Pavement em algo único e harmonioso. "As raízes são folk", conta Kurt em entrevista ao Estado, "mas há tons de psicodelia". "Em Ghost Town, por exemplo, o gesto é abrangente, meio épico, saca?", completa. A entrevista é concedida enquanto o músico faz um pit stop a caminho de Richmond, Virginia, durante uma turnê que vem a São Paulo no dia 12 de abril, para um aguardado show no Cine Joia, em que Vile abrirá para o grande guitarrista Thurston Moore, do Sonic Youth. Ghost Town, a canção a que Kurt se refere é um dos pontos altos de seu último disco, o elogiado Smoke Ring For My Halo. Nela, uma letra cantada com o sotaque de Lou Reed, se perpetua sobre um devaneio espaçoso, com camadas de distorção e violão de aço. É delicada como o estágio de sono em que temos noção da realidade, mas ainda não acordamos. "Eu sempre trabalhei neste campo de influências. No passado, com a minha outra banda, eu pensava mais em psicodelia", conta, mas aí comecei a me aprofundar mais em meu trabalho. A outra banda de Vile é a War on Drugs, expoente da pequena cena de Filadélfia, onde o músico cresceu e vive até hoje, que também tem os pilares do rock setentista como norte. Kurt toca na War on Drugs, e membros da War on Drugs fazem parte de seu grupo, os Violators. Em ambas as bandas, seu trabalho indica um enciclopédico conhecimento do violão e da guitarra americana, especificamente as de expoentes dos anos 70.

Os dedilhados meditativos do violonista de folk John Fahey estão presentes, assim como os riffs de Bruce Springsteen e Tom Petty, heróis da música de estrada, para ser ouvida enquanto se dirige. "Sempre sonhei com a guitarra. Toquei trompete na escola, mas quando tinha 15 gravei uma música na casa de um amigo. Quando ouvi sabia que era isto que queria fazer da vida", conta Kurt, que não tirou diploma em universidade e decidiu trabalhar em uma série de empregos temporários, como operador de empilhadeira, para se sustentar. Além dos mestres da época áurea do rock de FM, não se deixa de pensar em Lou Reed quando se escuta a forma com que Vile pronuncia melodias. O sotaque, as gírias e a elocução de Reed são centrais às suas canções. "Lou Reed sempre foi uma influência. Acho que ele é a referência mais básica. Hoje em dia eu penso menos nele. Com o tempo me interessei também por Dylan e Neil Young. Mas ninguém ganha do Lou Reed. Tanta gente roubou o estilo dele. Os Feelies, os Modern Lovers..." conta ele. Quando a reportagem pergunta se as matérias apontando as influências de Kurt Vile não o incomodam, e se a ideia de "roubar" algo de outro artista não indica a falta de criatividade, a resposta é confiante: "Não. Os grandes são aqueles que copiam e simplesmente aceitam isto. Os Stones copiaram Jimmy Reed, Bo Diddley, Chuck Berry. Keith Richards pegou muita coisa do Ry Cooder. Mas todos gostamos do fato de que discos dos Stones existem, não é? Afinal, eles são os Stones", diz. A gama de influências de Vile é típica de um ávido colecionador de vinil. Em algumas entrevistas de 2009, o cantor fala de sua obsessão com o disco ao vivo raro de Neil Young. É de Young, outra grande influência, boa parte do lirismo que rege os primeiros trabalhos de Vile, como Childish Prodigy, seu lançamento inicial pela histórica gravadora independente Matador. "Hoje em dia, eu ainda compro bastante coisa. Mas dei uma sossegada. Meus camaradas são os connaisseurs. Eu tenho ouvido e comprado coisas mais pop, tipo Gene Clark. E também coisas de Los Angeles, como Tim Buckley, Graham Parsons e John Prine", acrescenta.

 

Thurston Moore e Kurt Vile. Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82. 12/04, 21h. R$ 140 e R$ 70 (meia entrada).

Folk épico é o termo usado por Kurt Vile para descrever suas canções, híbridas de psicodelia com soft rock setentista, tocadas e produzidas na veia caseira do indie rock moderno. É uma combinação curiosa, que ilustra a maturidade artística do cantor e guitarrista de 32 anos, 4 álbuns e alguns EPs, pois tais influências só se moldam em algo coerente através de um longo trabalho de experimentação, neste caso, a única maneira de combinar Velvet Underground, John Fahey e Pavement em algo único e harmonioso. "As raízes são folk", conta Kurt em entrevista ao Estado, "mas há tons de psicodelia". "Em Ghost Town, por exemplo, o gesto é abrangente, meio épico, saca?", completa. A entrevista é concedida enquanto o músico faz um pit stop a caminho de Richmond, Virginia, durante uma turnê que vem a São Paulo no dia 12 de abril, para um aguardado show no Cine Joia, em que Vile abrirá para o grande guitarrista Thurston Moore, do Sonic Youth. Ghost Town, a canção a que Kurt se refere é um dos pontos altos de seu último disco, o elogiado Smoke Ring For My Halo. Nela, uma letra cantada com o sotaque de Lou Reed, se perpetua sobre um devaneio espaçoso, com camadas de distorção e violão de aço. É delicada como o estágio de sono em que temos noção da realidade, mas ainda não acordamos. "Eu sempre trabalhei neste campo de influências. No passado, com a minha outra banda, eu pensava mais em psicodelia", conta, mas aí comecei a me aprofundar mais em meu trabalho. A outra banda de Vile é a War on Drugs, expoente da pequena cena de Filadélfia, onde o músico cresceu e vive até hoje, que também tem os pilares do rock setentista como norte. Kurt toca na War on Drugs, e membros da War on Drugs fazem parte de seu grupo, os Violators. Em ambas as bandas, seu trabalho indica um enciclopédico conhecimento do violão e da guitarra americana, especificamente as de expoentes dos anos 70.

Os dedilhados meditativos do violonista de folk John Fahey estão presentes, assim como os riffs de Bruce Springsteen e Tom Petty, heróis da música de estrada, para ser ouvida enquanto se dirige. "Sempre sonhei com a guitarra. Toquei trompete na escola, mas quando tinha 15 gravei uma música na casa de um amigo. Quando ouvi sabia que era isto que queria fazer da vida", conta Kurt, que não tirou diploma em universidade e decidiu trabalhar em uma série de empregos temporários, como operador de empilhadeira, para se sustentar. Além dos mestres da época áurea do rock de FM, não se deixa de pensar em Lou Reed quando se escuta a forma com que Vile pronuncia melodias. O sotaque, as gírias e a elocução de Reed são centrais às suas canções. "Lou Reed sempre foi uma influência. Acho que ele é a referência mais básica. Hoje em dia eu penso menos nele. Com o tempo me interessei também por Dylan e Neil Young. Mas ninguém ganha do Lou Reed. Tanta gente roubou o estilo dele. Os Feelies, os Modern Lovers..." conta ele. Quando a reportagem pergunta se as matérias apontando as influências de Kurt Vile não o incomodam, e se a ideia de "roubar" algo de outro artista não indica a falta de criatividade, a resposta é confiante: "Não. Os grandes são aqueles que copiam e simplesmente aceitam isto. Os Stones copiaram Jimmy Reed, Bo Diddley, Chuck Berry. Keith Richards pegou muita coisa do Ry Cooder. Mas todos gostamos do fato de que discos dos Stones existem, não é? Afinal, eles são os Stones", diz. A gama de influências de Vile é típica de um ávido colecionador de vinil. Em algumas entrevistas de 2009, o cantor fala de sua obsessão com o disco ao vivo raro de Neil Young. É de Young, outra grande influência, boa parte do lirismo que rege os primeiros trabalhos de Vile, como Childish Prodigy, seu lançamento inicial pela histórica gravadora independente Matador. "Hoje em dia, eu ainda compro bastante coisa. Mas dei uma sossegada. Meus camaradas são os connaisseurs. Eu tenho ouvido e comprado coisas mais pop, tipo Gene Clark. E também coisas de Los Angeles, como Tim Buckley, Graham Parsons e John Prine", acrescenta.

 

Thurston Moore e Kurt Vile. Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82. 12/04, 21h. R$ 140 e R$ 70 (meia entrada).

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