Análise: '15h17 - Trem para Paris' é obra guiada por uma ética e que, por isso, parece tão límpida


Currículo de Clint Eastwood tem filmes de peso importantíssimo para história do cinema

Por Luiz Zanin Oricchio

Como todo ator de grande sucesso, Clint Eastwood também começou sua carreira de diretor sob certa desconfiança. No entanto, após alguns ensaios iniciais, o Clint diretor mostrou a que vinha com Coração de Caçador (1990), aventura máscula, inspirada em Hemingway e com fundo metafísico. Havia pensamento naquele homem seco e brusco como seus personagens, eis a surpresa a ser constatada.

O diretor. Com sua obra longa e sólida, Clint Eastwood faz uma interpretação da América Foto: Carlo Allegri/Reuters

+++ Clint Eastwood conta como usou personagens reais em '15h17 - Trem para Paris'Os Imperdoáveis (1992) marcaria não só o ressurgimento de um gênero passado - o faroeste - como sua obsolescência. Era como se Clint ressuscitasse o gênero que admirava apenas para matá-lo em seguida com o tom crepuscular imprimido a essa tragédia da vingança.+++ Crítica: Clint Eastwood cria, em 'Sully', uma epopeia sobre o herói e outros que fazem a diferença Em 1995, nova surpresa e, desta vez, um ponto de fato fora da curva, com o Clint romântico de As Pontes de Madison, contracenando com Meryl Streep.Caubóis do Espaço (2000), com sua tentativa de resgate dos velhos astronautas, derrapa um tanto na pieguice. Mas a manutenção da nota emocional, sem excessos, voltaria com o excepcional Menina de Ouro.+++ Tom Hanks interpreta piloto herói em novo filme de Clint Eastwood O tema da guerra passa ao primeiro plano com A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima (2006), desconcertante díptico em que são contemplados os dois lados do conflito, os americanos e os japoneses. Sua meditação sobre a vida do seu país prossegue em filmes como Gran Torino (2008), J. Edgard (2011), Sniper Americano (2014) e Sully - O Herói do Rio Hudson (2016).+++ Clint Eastwood, o xerife de Hollywood, completa 85 anos De fato, através dessa obra longa e sólida é possível aplicar um filtro de interpretação da América. Aquela dos patriarcas, da conquista do Oeste, dos valores sólidos e que tentam sobreviver ao vale-tudo contemporâneo, como a bravura, a lealdade, a amizade viril expressa com economia de palavras, o caráter reto. Valores herdados e dos quais Clint não abre mão. No entanto, em seus melhores filmes ele os problematiza, sem deles abdicar. Motivo pelo qual são tão bons. Em tempos fluidos, seu cinema é guiado por uma ética e, por isso, parece tão límpido.   

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Como todo ator de grande sucesso, Clint Eastwood também começou sua carreira de diretor sob certa desconfiança. No entanto, após alguns ensaios iniciais, o Clint diretor mostrou a que vinha com Coração de Caçador (1990), aventura máscula, inspirada em Hemingway e com fundo metafísico. Havia pensamento naquele homem seco e brusco como seus personagens, eis a surpresa a ser constatada.

O diretor. Com sua obra longa e sólida, Clint Eastwood faz uma interpretação da América Foto: Carlo Allegri/Reuters

+++ Clint Eastwood conta como usou personagens reais em '15h17 - Trem para Paris'Os Imperdoáveis (1992) marcaria não só o ressurgimento de um gênero passado - o faroeste - como sua obsolescência. Era como se Clint ressuscitasse o gênero que admirava apenas para matá-lo em seguida com o tom crepuscular imprimido a essa tragédia da vingança.+++ Crítica: Clint Eastwood cria, em 'Sully', uma epopeia sobre o herói e outros que fazem a diferença Em 1995, nova surpresa e, desta vez, um ponto de fato fora da curva, com o Clint romântico de As Pontes de Madison, contracenando com Meryl Streep.Caubóis do Espaço (2000), com sua tentativa de resgate dos velhos astronautas, derrapa um tanto na pieguice. Mas a manutenção da nota emocional, sem excessos, voltaria com o excepcional Menina de Ouro.+++ Tom Hanks interpreta piloto herói em novo filme de Clint Eastwood O tema da guerra passa ao primeiro plano com A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima (2006), desconcertante díptico em que são contemplados os dois lados do conflito, os americanos e os japoneses. Sua meditação sobre a vida do seu país prossegue em filmes como Gran Torino (2008), J. Edgard (2011), Sniper Americano (2014) e Sully - O Herói do Rio Hudson (2016).+++ Clint Eastwood, o xerife de Hollywood, completa 85 anos De fato, através dessa obra longa e sólida é possível aplicar um filtro de interpretação da América. Aquela dos patriarcas, da conquista do Oeste, dos valores sólidos e que tentam sobreviver ao vale-tudo contemporâneo, como a bravura, a lealdade, a amizade viril expressa com economia de palavras, o caráter reto. Valores herdados e dos quais Clint não abre mão. No entanto, em seus melhores filmes ele os problematiza, sem deles abdicar. Motivo pelo qual são tão bons. Em tempos fluidos, seu cinema é guiado por uma ética e, por isso, parece tão límpido.   

Como todo ator de grande sucesso, Clint Eastwood também começou sua carreira de diretor sob certa desconfiança. No entanto, após alguns ensaios iniciais, o Clint diretor mostrou a que vinha com Coração de Caçador (1990), aventura máscula, inspirada em Hemingway e com fundo metafísico. Havia pensamento naquele homem seco e brusco como seus personagens, eis a surpresa a ser constatada.

O diretor. Com sua obra longa e sólida, Clint Eastwood faz uma interpretação da América Foto: Carlo Allegri/Reuters

+++ Clint Eastwood conta como usou personagens reais em '15h17 - Trem para Paris'Os Imperdoáveis (1992) marcaria não só o ressurgimento de um gênero passado - o faroeste - como sua obsolescência. Era como se Clint ressuscitasse o gênero que admirava apenas para matá-lo em seguida com o tom crepuscular imprimido a essa tragédia da vingança.+++ Crítica: Clint Eastwood cria, em 'Sully', uma epopeia sobre o herói e outros que fazem a diferença Em 1995, nova surpresa e, desta vez, um ponto de fato fora da curva, com o Clint romântico de As Pontes de Madison, contracenando com Meryl Streep.Caubóis do Espaço (2000), com sua tentativa de resgate dos velhos astronautas, derrapa um tanto na pieguice. Mas a manutenção da nota emocional, sem excessos, voltaria com o excepcional Menina de Ouro.+++ Tom Hanks interpreta piloto herói em novo filme de Clint Eastwood O tema da guerra passa ao primeiro plano com A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima (2006), desconcertante díptico em que são contemplados os dois lados do conflito, os americanos e os japoneses. Sua meditação sobre a vida do seu país prossegue em filmes como Gran Torino (2008), J. Edgard (2011), Sniper Americano (2014) e Sully - O Herói do Rio Hudson (2016).+++ Clint Eastwood, o xerife de Hollywood, completa 85 anos De fato, através dessa obra longa e sólida é possível aplicar um filtro de interpretação da América. Aquela dos patriarcas, da conquista do Oeste, dos valores sólidos e que tentam sobreviver ao vale-tudo contemporâneo, como a bravura, a lealdade, a amizade viril expressa com economia de palavras, o caráter reto. Valores herdados e dos quais Clint não abre mão. No entanto, em seus melhores filmes ele os problematiza, sem deles abdicar. Motivo pelo qual são tão bons. Em tempos fluidos, seu cinema é guiado por uma ética e, por isso, parece tão límpido.   

Como todo ator de grande sucesso, Clint Eastwood também começou sua carreira de diretor sob certa desconfiança. No entanto, após alguns ensaios iniciais, o Clint diretor mostrou a que vinha com Coração de Caçador (1990), aventura máscula, inspirada em Hemingway e com fundo metafísico. Havia pensamento naquele homem seco e brusco como seus personagens, eis a surpresa a ser constatada.

O diretor. Com sua obra longa e sólida, Clint Eastwood faz uma interpretação da América Foto: Carlo Allegri/Reuters

+++ Clint Eastwood conta como usou personagens reais em '15h17 - Trem para Paris'Os Imperdoáveis (1992) marcaria não só o ressurgimento de um gênero passado - o faroeste - como sua obsolescência. Era como se Clint ressuscitasse o gênero que admirava apenas para matá-lo em seguida com o tom crepuscular imprimido a essa tragédia da vingança.+++ Crítica: Clint Eastwood cria, em 'Sully', uma epopeia sobre o herói e outros que fazem a diferença Em 1995, nova surpresa e, desta vez, um ponto de fato fora da curva, com o Clint romântico de As Pontes de Madison, contracenando com Meryl Streep.Caubóis do Espaço (2000), com sua tentativa de resgate dos velhos astronautas, derrapa um tanto na pieguice. Mas a manutenção da nota emocional, sem excessos, voltaria com o excepcional Menina de Ouro.+++ Tom Hanks interpreta piloto herói em novo filme de Clint Eastwood O tema da guerra passa ao primeiro plano com A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima (2006), desconcertante díptico em que são contemplados os dois lados do conflito, os americanos e os japoneses. Sua meditação sobre a vida do seu país prossegue em filmes como Gran Torino (2008), J. Edgard (2011), Sniper Americano (2014) e Sully - O Herói do Rio Hudson (2016).+++ Clint Eastwood, o xerife de Hollywood, completa 85 anos De fato, através dessa obra longa e sólida é possível aplicar um filtro de interpretação da América. Aquela dos patriarcas, da conquista do Oeste, dos valores sólidos e que tentam sobreviver ao vale-tudo contemporâneo, como a bravura, a lealdade, a amizade viril expressa com economia de palavras, o caráter reto. Valores herdados e dos quais Clint não abre mão. No entanto, em seus melhores filmes ele os problematiza, sem deles abdicar. Motivo pelo qual são tão bons. Em tempos fluidos, seu cinema é guiado por uma ética e, por isso, parece tão límpido.   

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