'Cantinflas' recupera memória do cômico, mas falha ao discutir personagem


Longa faz resgate justo, mas feito apenas pela metade

Por Luiz Zanin Oricchio

Cantinflas - A Magia da Comédia, de Sebastián del Amo, não tenta ser uma cinebiografia completa de Mario Moreno, o célebre cômico mexicano. Tem, como ponto de partida, o jovem pobre que descobre no talento humorístico a forma de escapar à miséria. E, como de chegada, a filmagem de A Volta ao Mundo em 80 Dias, com Michael Todd, que lhe garante a fama universal.

Depois desse sucesso, baseado na obra de Julio Verne, sua carreira ainda teria muito chão pela frente. O filme é de 1956 e tem David Niven como o aventureiro Phileas Fogg e Cantinflas como seu esperto valete, Passepartout. Mario Moreno morreria apenas em 1993, com a idade de 81 anos, mas, de fato, esse é o seu ápice. 

Essa opção permite a Del Amo examinar o fenômeno Cantinflas do nascimento do personagem à consolidação, passando por suas etapas intermediárias. A saber, as primeiras tentativas de emprego, a passagem pelo teatro de variedades, o cinema, o sucesso local, o casamento duradouro e tumultuado com Valentina Ivanova, as armadilhas da fama, o reencontro consigo mesmo. É uma vida completa, essa que vai do anonimato à glória. 

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O ator que interpreta Cantinflas, Óscar Jaenada, tem carisma e se parece fisicamente com Mario Moreno. Esse é um dos problemas do cinema ao lidar com rostos muito conhecidos. Ou se aceita a convenção de que aquilo tudo é uma reinvenção, e os atores não precisam necessariamente se parecer aos personagens retratados, ou se busca a semelhança perfeita com a figura pública real, tal como a de Morgan Freeman com Nelson Mandela. Neste caso, o ator que representa Cantinflas sai-se bem, inclusive na mímica; já os outros personagens, não. O caso mais gritante é o de Chaplin, que não se parece em nada ao criador de Carlitos. 

Pode-se também dizer que, embora informativo e divertido, Cantinflas - A Magia da Comédia poderia ser um pouco mais sofisticado, ou mesmo mais caprichado do ponto de vista cinematográfico. Não é por representar um artista popular que um filme pode se permitir o desleixo cinematográfico como aparece em certas passagens. Além do mais, mesmo limitando-se no tempo, o longa deixa de explorar temas centrais na trajetória de Mario Moreno, a principal delas o estabelecimento do personagem Cantinflas. Esta é apenas insinuada, quando deveria ser o próprio núcleo de uma homenagem crítica ao ídolo. 

Desta forma, a figura de Cantinflas, embora recuperada, ainda permanece envolta em trevas para o público. Fica o mérito de haver restituído a memória deste que foi um dos reis indiscutíveis da comédia popular, e que esteve meio esquecido nos últimos anos. Só por realizar esse trabalho, ainda que de forma parcial, Cantinflas - A Magia da Comédia se justifica. 

Cantinflas - A Magia da Comédia, de Sebastián del Amo, não tenta ser uma cinebiografia completa de Mario Moreno, o célebre cômico mexicano. Tem, como ponto de partida, o jovem pobre que descobre no talento humorístico a forma de escapar à miséria. E, como de chegada, a filmagem de A Volta ao Mundo em 80 Dias, com Michael Todd, que lhe garante a fama universal.

Depois desse sucesso, baseado na obra de Julio Verne, sua carreira ainda teria muito chão pela frente. O filme é de 1956 e tem David Niven como o aventureiro Phileas Fogg e Cantinflas como seu esperto valete, Passepartout. Mario Moreno morreria apenas em 1993, com a idade de 81 anos, mas, de fato, esse é o seu ápice. 

Essa opção permite a Del Amo examinar o fenômeno Cantinflas do nascimento do personagem à consolidação, passando por suas etapas intermediárias. A saber, as primeiras tentativas de emprego, a passagem pelo teatro de variedades, o cinema, o sucesso local, o casamento duradouro e tumultuado com Valentina Ivanova, as armadilhas da fama, o reencontro consigo mesmo. É uma vida completa, essa que vai do anonimato à glória. 

O ator que interpreta Cantinflas, Óscar Jaenada, tem carisma e se parece fisicamente com Mario Moreno. Esse é um dos problemas do cinema ao lidar com rostos muito conhecidos. Ou se aceita a convenção de que aquilo tudo é uma reinvenção, e os atores não precisam necessariamente se parecer aos personagens retratados, ou se busca a semelhança perfeita com a figura pública real, tal como a de Morgan Freeman com Nelson Mandela. Neste caso, o ator que representa Cantinflas sai-se bem, inclusive na mímica; já os outros personagens, não. O caso mais gritante é o de Chaplin, que não se parece em nada ao criador de Carlitos. 

Pode-se também dizer que, embora informativo e divertido, Cantinflas - A Magia da Comédia poderia ser um pouco mais sofisticado, ou mesmo mais caprichado do ponto de vista cinematográfico. Não é por representar um artista popular que um filme pode se permitir o desleixo cinematográfico como aparece em certas passagens. Além do mais, mesmo limitando-se no tempo, o longa deixa de explorar temas centrais na trajetória de Mario Moreno, a principal delas o estabelecimento do personagem Cantinflas. Esta é apenas insinuada, quando deveria ser o próprio núcleo de uma homenagem crítica ao ídolo. 

Desta forma, a figura de Cantinflas, embora recuperada, ainda permanece envolta em trevas para o público. Fica o mérito de haver restituído a memória deste que foi um dos reis indiscutíveis da comédia popular, e que esteve meio esquecido nos últimos anos. Só por realizar esse trabalho, ainda que de forma parcial, Cantinflas - A Magia da Comédia se justifica. 

Cantinflas - A Magia da Comédia, de Sebastián del Amo, não tenta ser uma cinebiografia completa de Mario Moreno, o célebre cômico mexicano. Tem, como ponto de partida, o jovem pobre que descobre no talento humorístico a forma de escapar à miséria. E, como de chegada, a filmagem de A Volta ao Mundo em 80 Dias, com Michael Todd, que lhe garante a fama universal.

Depois desse sucesso, baseado na obra de Julio Verne, sua carreira ainda teria muito chão pela frente. O filme é de 1956 e tem David Niven como o aventureiro Phileas Fogg e Cantinflas como seu esperto valete, Passepartout. Mario Moreno morreria apenas em 1993, com a idade de 81 anos, mas, de fato, esse é o seu ápice. 

Essa opção permite a Del Amo examinar o fenômeno Cantinflas do nascimento do personagem à consolidação, passando por suas etapas intermediárias. A saber, as primeiras tentativas de emprego, a passagem pelo teatro de variedades, o cinema, o sucesso local, o casamento duradouro e tumultuado com Valentina Ivanova, as armadilhas da fama, o reencontro consigo mesmo. É uma vida completa, essa que vai do anonimato à glória. 

O ator que interpreta Cantinflas, Óscar Jaenada, tem carisma e se parece fisicamente com Mario Moreno. Esse é um dos problemas do cinema ao lidar com rostos muito conhecidos. Ou se aceita a convenção de que aquilo tudo é uma reinvenção, e os atores não precisam necessariamente se parecer aos personagens retratados, ou se busca a semelhança perfeita com a figura pública real, tal como a de Morgan Freeman com Nelson Mandela. Neste caso, o ator que representa Cantinflas sai-se bem, inclusive na mímica; já os outros personagens, não. O caso mais gritante é o de Chaplin, que não se parece em nada ao criador de Carlitos. 

Pode-se também dizer que, embora informativo e divertido, Cantinflas - A Magia da Comédia poderia ser um pouco mais sofisticado, ou mesmo mais caprichado do ponto de vista cinematográfico. Não é por representar um artista popular que um filme pode se permitir o desleixo cinematográfico como aparece em certas passagens. Além do mais, mesmo limitando-se no tempo, o longa deixa de explorar temas centrais na trajetória de Mario Moreno, a principal delas o estabelecimento do personagem Cantinflas. Esta é apenas insinuada, quando deveria ser o próprio núcleo de uma homenagem crítica ao ídolo. 

Desta forma, a figura de Cantinflas, embora recuperada, ainda permanece envolta em trevas para o público. Fica o mérito de haver restituído a memória deste que foi um dos reis indiscutíveis da comédia popular, e que esteve meio esquecido nos últimos anos. Só por realizar esse trabalho, ainda que de forma parcial, Cantinflas - A Magia da Comédia se justifica. 

Cantinflas - A Magia da Comédia, de Sebastián del Amo, não tenta ser uma cinebiografia completa de Mario Moreno, o célebre cômico mexicano. Tem, como ponto de partida, o jovem pobre que descobre no talento humorístico a forma de escapar à miséria. E, como de chegada, a filmagem de A Volta ao Mundo em 80 Dias, com Michael Todd, que lhe garante a fama universal.

Depois desse sucesso, baseado na obra de Julio Verne, sua carreira ainda teria muito chão pela frente. O filme é de 1956 e tem David Niven como o aventureiro Phileas Fogg e Cantinflas como seu esperto valete, Passepartout. Mario Moreno morreria apenas em 1993, com a idade de 81 anos, mas, de fato, esse é o seu ápice. 

Essa opção permite a Del Amo examinar o fenômeno Cantinflas do nascimento do personagem à consolidação, passando por suas etapas intermediárias. A saber, as primeiras tentativas de emprego, a passagem pelo teatro de variedades, o cinema, o sucesso local, o casamento duradouro e tumultuado com Valentina Ivanova, as armadilhas da fama, o reencontro consigo mesmo. É uma vida completa, essa que vai do anonimato à glória. 

O ator que interpreta Cantinflas, Óscar Jaenada, tem carisma e se parece fisicamente com Mario Moreno. Esse é um dos problemas do cinema ao lidar com rostos muito conhecidos. Ou se aceita a convenção de que aquilo tudo é uma reinvenção, e os atores não precisam necessariamente se parecer aos personagens retratados, ou se busca a semelhança perfeita com a figura pública real, tal como a de Morgan Freeman com Nelson Mandela. Neste caso, o ator que representa Cantinflas sai-se bem, inclusive na mímica; já os outros personagens, não. O caso mais gritante é o de Chaplin, que não se parece em nada ao criador de Carlitos. 

Pode-se também dizer que, embora informativo e divertido, Cantinflas - A Magia da Comédia poderia ser um pouco mais sofisticado, ou mesmo mais caprichado do ponto de vista cinematográfico. Não é por representar um artista popular que um filme pode se permitir o desleixo cinematográfico como aparece em certas passagens. Além do mais, mesmo limitando-se no tempo, o longa deixa de explorar temas centrais na trajetória de Mario Moreno, a principal delas o estabelecimento do personagem Cantinflas. Esta é apenas insinuada, quando deveria ser o próprio núcleo de uma homenagem crítica ao ídolo. 

Desta forma, a figura de Cantinflas, embora recuperada, ainda permanece envolta em trevas para o público. Fica o mérito de haver restituído a memória deste que foi um dos reis indiscutíveis da comédia popular, e que esteve meio esquecido nos últimos anos. Só por realizar esse trabalho, ainda que de forma parcial, Cantinflas - A Magia da Comédia se justifica. 

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