Na Mostra, Carloto Cotta vive Fernando Pessoa e jogador parecido com Cristiano Ronaldo


Ator interpreta o poeta no curta 'Como Fernando Pessoa Salvou Portugal' e estreia longa 'Diamantino', filmes que compõem um programa português de primeira linha

Por Luiz Zanin Oricchio

O ator Carloto Cotta se vira tão bem no papel de um astro do futebol quanto no de um craque da literatura. Ele é o protagonista do curta Como Fernando Pessoa Salvou Portugal e do longa Diamantino, filmes que compõem um programa português de primeira linha na 42.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Como Fernando Pessoa, o poeta que se dizia um fingidor, Cotta, trabalhando num escritório de contabilidade, vê-se tentado pelo chefe a assumir um heterônimo com o qual jamais havia sonhado, mesmo em seus maiores delírios poéticos – o de publicitário.  Acontece que o empresário havia conhecido uma bebida norte-americana promissora e resolve introduzi-la em Portugal. Como sabe que o funcionário vira-se muito bem no mundo das palavras, resolve usar seus talentos para algo mais rentável que a literatura.

O poeta Pessoa, agora na pele de um sagaz publicitário, bola um anúncio em forma de haicai: “Primeiro estranha-se; depois entranha-se”. Seria essa a experiência do bebedor de primeira viagem do refrigerante chamado Coca-Louca. Iria do estranhamento à exaltação. Acontece que nem Pessoa e muito menos o seu chefe imaginam o rumo que tal história tomaria num país governado pelo autoritário Oliveira Salazar. O filme, de 20 e poucos minutos, e dirigido por Eugène Green, é um primor de síntese, ironia e sutileza. Baseia-se em fatos reais, mas inventa à vontade. Como, aliás, devem fazer a poesia e a ficção. 

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Cena de 'Como Fernando Pessoa Salvou Portugal' Foto: Les Films du Fleuve

Em Diamantino, Cotta tem mais tempo para desenvolver seu personagem. Se no curta-metragem seu personagem é um dos gênios da literatura mundial, no longa ele será um tipo obviamente inspirado em um dos grandes jogadores de futebol da atualidade, o craque Cristiano Ronaldo, várias vezes eleito melhor do mundo, ídolo da seleção portuguesa e do Real Madrid, agora atuando pela Juventus da Itália. 

Diamantino tem o tipo físico, a vaidade, o topete e o sentimento de poder que o aproximam do Cristiano Ronaldo da realidade. Mas acontece que o filme, dirigido por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, é qualquer coisa, menos realista. Começa com uma hipotética partida final de Copa do Mundo, quando Portugal pode ganhar seu primeiro título mundial. Tudo se decide nos pés de Diamantino, que precisa cobrar um pênalti contra o adversário e levantar a taça. A história parte desse lance capital. 

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A partir de então, entra-se numa trip delirante, em que o herói parece dominado por duas irmãs ambiciosas demais. Elas comandam o império levantado pelo gênio futebolístico e mostram-se implacáveis para ganhar sempre mais. O filme mexe com temas variados como a ambição excessiva, a corrupção, a sociedade do espetáculo levada ao seu ápice, a ascensão da extrema-direita no mundo. Temas demais, que às vezes embaralham um pouco a narrativa mas não lhe tiram agilidade nem contundência. 

O curioso é que Diamantino pode ser visto menos como um bobalhão deslumbrado e mais como um ingênuo fundamental, alguém como o Cândido de Voltaire. Não falta imaginação à história e nem invenção visual ao filme. O cinema em Portugal está batendo um bolão.

O ator Carloto Cotta se vira tão bem no papel de um astro do futebol quanto no de um craque da literatura. Ele é o protagonista do curta Como Fernando Pessoa Salvou Portugal e do longa Diamantino, filmes que compõem um programa português de primeira linha na 42.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Como Fernando Pessoa, o poeta que se dizia um fingidor, Cotta, trabalhando num escritório de contabilidade, vê-se tentado pelo chefe a assumir um heterônimo com o qual jamais havia sonhado, mesmo em seus maiores delírios poéticos – o de publicitário.  Acontece que o empresário havia conhecido uma bebida norte-americana promissora e resolve introduzi-la em Portugal. Como sabe que o funcionário vira-se muito bem no mundo das palavras, resolve usar seus talentos para algo mais rentável que a literatura.

O poeta Pessoa, agora na pele de um sagaz publicitário, bola um anúncio em forma de haicai: “Primeiro estranha-se; depois entranha-se”. Seria essa a experiência do bebedor de primeira viagem do refrigerante chamado Coca-Louca. Iria do estranhamento à exaltação. Acontece que nem Pessoa e muito menos o seu chefe imaginam o rumo que tal história tomaria num país governado pelo autoritário Oliveira Salazar. O filme, de 20 e poucos minutos, e dirigido por Eugène Green, é um primor de síntese, ironia e sutileza. Baseia-se em fatos reais, mas inventa à vontade. Como, aliás, devem fazer a poesia e a ficção. 

Cena de 'Como Fernando Pessoa Salvou Portugal' Foto: Les Films du Fleuve

Em Diamantino, Cotta tem mais tempo para desenvolver seu personagem. Se no curta-metragem seu personagem é um dos gênios da literatura mundial, no longa ele será um tipo obviamente inspirado em um dos grandes jogadores de futebol da atualidade, o craque Cristiano Ronaldo, várias vezes eleito melhor do mundo, ídolo da seleção portuguesa e do Real Madrid, agora atuando pela Juventus da Itália. 

Diamantino tem o tipo físico, a vaidade, o topete e o sentimento de poder que o aproximam do Cristiano Ronaldo da realidade. Mas acontece que o filme, dirigido por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, é qualquer coisa, menos realista. Começa com uma hipotética partida final de Copa do Mundo, quando Portugal pode ganhar seu primeiro título mundial. Tudo se decide nos pés de Diamantino, que precisa cobrar um pênalti contra o adversário e levantar a taça. A história parte desse lance capital. 

A partir de então, entra-se numa trip delirante, em que o herói parece dominado por duas irmãs ambiciosas demais. Elas comandam o império levantado pelo gênio futebolístico e mostram-se implacáveis para ganhar sempre mais. O filme mexe com temas variados como a ambição excessiva, a corrupção, a sociedade do espetáculo levada ao seu ápice, a ascensão da extrema-direita no mundo. Temas demais, que às vezes embaralham um pouco a narrativa mas não lhe tiram agilidade nem contundência. 

O curioso é que Diamantino pode ser visto menos como um bobalhão deslumbrado e mais como um ingênuo fundamental, alguém como o Cândido de Voltaire. Não falta imaginação à história e nem invenção visual ao filme. O cinema em Portugal está batendo um bolão.

O ator Carloto Cotta se vira tão bem no papel de um astro do futebol quanto no de um craque da literatura. Ele é o protagonista do curta Como Fernando Pessoa Salvou Portugal e do longa Diamantino, filmes que compõem um programa português de primeira linha na 42.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Como Fernando Pessoa, o poeta que se dizia um fingidor, Cotta, trabalhando num escritório de contabilidade, vê-se tentado pelo chefe a assumir um heterônimo com o qual jamais havia sonhado, mesmo em seus maiores delírios poéticos – o de publicitário.  Acontece que o empresário havia conhecido uma bebida norte-americana promissora e resolve introduzi-la em Portugal. Como sabe que o funcionário vira-se muito bem no mundo das palavras, resolve usar seus talentos para algo mais rentável que a literatura.

O poeta Pessoa, agora na pele de um sagaz publicitário, bola um anúncio em forma de haicai: “Primeiro estranha-se; depois entranha-se”. Seria essa a experiência do bebedor de primeira viagem do refrigerante chamado Coca-Louca. Iria do estranhamento à exaltação. Acontece que nem Pessoa e muito menos o seu chefe imaginam o rumo que tal história tomaria num país governado pelo autoritário Oliveira Salazar. O filme, de 20 e poucos minutos, e dirigido por Eugène Green, é um primor de síntese, ironia e sutileza. Baseia-se em fatos reais, mas inventa à vontade. Como, aliás, devem fazer a poesia e a ficção. 

Cena de 'Como Fernando Pessoa Salvou Portugal' Foto: Les Films du Fleuve

Em Diamantino, Cotta tem mais tempo para desenvolver seu personagem. Se no curta-metragem seu personagem é um dos gênios da literatura mundial, no longa ele será um tipo obviamente inspirado em um dos grandes jogadores de futebol da atualidade, o craque Cristiano Ronaldo, várias vezes eleito melhor do mundo, ídolo da seleção portuguesa e do Real Madrid, agora atuando pela Juventus da Itália. 

Diamantino tem o tipo físico, a vaidade, o topete e o sentimento de poder que o aproximam do Cristiano Ronaldo da realidade. Mas acontece que o filme, dirigido por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, é qualquer coisa, menos realista. Começa com uma hipotética partida final de Copa do Mundo, quando Portugal pode ganhar seu primeiro título mundial. Tudo se decide nos pés de Diamantino, que precisa cobrar um pênalti contra o adversário e levantar a taça. A história parte desse lance capital. 

A partir de então, entra-se numa trip delirante, em que o herói parece dominado por duas irmãs ambiciosas demais. Elas comandam o império levantado pelo gênio futebolístico e mostram-se implacáveis para ganhar sempre mais. O filme mexe com temas variados como a ambição excessiva, a corrupção, a sociedade do espetáculo levada ao seu ápice, a ascensão da extrema-direita no mundo. Temas demais, que às vezes embaralham um pouco a narrativa mas não lhe tiram agilidade nem contundência. 

O curioso é que Diamantino pode ser visto menos como um bobalhão deslumbrado e mais como um ingênuo fundamental, alguém como o Cândido de Voltaire. Não falta imaginação à história e nem invenção visual ao filme. O cinema em Portugal está batendo um bolão.

O ator Carloto Cotta se vira tão bem no papel de um astro do futebol quanto no de um craque da literatura. Ele é o protagonista do curta Como Fernando Pessoa Salvou Portugal e do longa Diamantino, filmes que compõem um programa português de primeira linha na 42.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Como Fernando Pessoa, o poeta que se dizia um fingidor, Cotta, trabalhando num escritório de contabilidade, vê-se tentado pelo chefe a assumir um heterônimo com o qual jamais havia sonhado, mesmo em seus maiores delírios poéticos – o de publicitário.  Acontece que o empresário havia conhecido uma bebida norte-americana promissora e resolve introduzi-la em Portugal. Como sabe que o funcionário vira-se muito bem no mundo das palavras, resolve usar seus talentos para algo mais rentável que a literatura.

O poeta Pessoa, agora na pele de um sagaz publicitário, bola um anúncio em forma de haicai: “Primeiro estranha-se; depois entranha-se”. Seria essa a experiência do bebedor de primeira viagem do refrigerante chamado Coca-Louca. Iria do estranhamento à exaltação. Acontece que nem Pessoa e muito menos o seu chefe imaginam o rumo que tal história tomaria num país governado pelo autoritário Oliveira Salazar. O filme, de 20 e poucos minutos, e dirigido por Eugène Green, é um primor de síntese, ironia e sutileza. Baseia-se em fatos reais, mas inventa à vontade. Como, aliás, devem fazer a poesia e a ficção. 

Cena de 'Como Fernando Pessoa Salvou Portugal' Foto: Les Films du Fleuve

Em Diamantino, Cotta tem mais tempo para desenvolver seu personagem. Se no curta-metragem seu personagem é um dos gênios da literatura mundial, no longa ele será um tipo obviamente inspirado em um dos grandes jogadores de futebol da atualidade, o craque Cristiano Ronaldo, várias vezes eleito melhor do mundo, ídolo da seleção portuguesa e do Real Madrid, agora atuando pela Juventus da Itália. 

Diamantino tem o tipo físico, a vaidade, o topete e o sentimento de poder que o aproximam do Cristiano Ronaldo da realidade. Mas acontece que o filme, dirigido por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, é qualquer coisa, menos realista. Começa com uma hipotética partida final de Copa do Mundo, quando Portugal pode ganhar seu primeiro título mundial. Tudo se decide nos pés de Diamantino, que precisa cobrar um pênalti contra o adversário e levantar a taça. A história parte desse lance capital. 

A partir de então, entra-se numa trip delirante, em que o herói parece dominado por duas irmãs ambiciosas demais. Elas comandam o império levantado pelo gênio futebolístico e mostram-se implacáveis para ganhar sempre mais. O filme mexe com temas variados como a ambição excessiva, a corrupção, a sociedade do espetáculo levada ao seu ápice, a ascensão da extrema-direita no mundo. Temas demais, que às vezes embaralham um pouco a narrativa mas não lhe tiram agilidade nem contundência. 

O curioso é que Diamantino pode ser visto menos como um bobalhão deslumbrado e mais como um ingênuo fundamental, alguém como o Cândido de Voltaire. Não falta imaginação à história e nem invenção visual ao filme. O cinema em Portugal está batendo um bolão.

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