LONDRES - A diretora de cinema Kathryn Bigelow disse nesta semana que gostaria que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assistisse ao seu novo filme, Detroit, e que este poderia ajudar a humanizá-lo em um momento no qual a tensão racial está abalando a nação.
Detroit é um olhar implacável sobre os tumultos do verão de 1967 na cidade norte-americana que lhe dá título, quando as tensões entre moradores negros e uma força policial predominantemente branca emergiram. Críticos disseram que o filme é poderoso, mas difícil de assistir.
"O filme é uma espécie de acusação da disseminação do racismo. E obviamente vimos essa disseminação ocorrendo mais uma vez alguns dias atrás em Charlottesville", disse Bigelow aos repórteres por ocasião da estreia britânica da produção em Londres.
Trump alimentou a tensão depois de uma manifestação de nacionalistas brancos em Charlottesville, na Virgínia, no último final de semana, ao culpar tanto extremistas de direita quanto de esquerda pela violência e ressuscitando um debate intenso sobre as relações raciais no país.
Bigelow disse que "o encorajaria (Trump) a ver o filme só na esperança de que possa humanizá-lo, talvez algo que é inimaginável para ele".
"Mas minha pequena plataforma é como cineasta e espero que tenha enviado uma mensagem ao mundo de que temos que começar a falar sobre a desigualdade", acrescentou. Detroit estreou nos cinemas dos EUA no início deste mês e chega à Europa em setembro.