Em 'Jonas', Criolo interpreta um traficante da Vila Madalena


Longa de Lô Politi tem bons momentos ao mostrar a improvável história de amor entre os personagens vividos por Jesuíta Barbosa e Laura Neiva

Por Luiz Zanin Oricchio

Em tempos bíblicos, nada mais adequado que recordar a história do profeta que, de acordo as Escrituras, ao desobedecer a Deus, foi punido pela tempestade que afundou seu barco e engolido “por um grande peixe”. Jonas, da diretora Lô Politi, do personagem da Bíblia, guarda apenas o nome, pelo menos em princípio. Vivido por Jesuíta Barbosa, Jonas é filho da empregada da casa e sua devoção é profana: está apaixonado pela filha da patroa, Branca (Laura Neiva).

O filme, em cartaz, tem um pouco do tom dos amores impossíveis, tanto pela diferença de classes como de temperamentos. Branca é rica, Jonas é pobre. Ele é tímido, ela, esperta e sedutora. Não fazem lá um par muito harmônico. E, no entanto, o amor, como se sabe, pode trilhar caminhos bem avessos à normalidade e ao bom senso.

reference
continua após a publicidade

Desse modo, Jonas vai se decidir por um ato extremo ao sequestrar a garota. O cativeiro será no insólito ventre de uma baleia – na verdade, um carro alegórico de escola de samba estacionado num desses terrenos em volta do Sambódromo que acumulam os restos dos desfiles, depois de terminado o carnaval. Para quem passa por lá, compõem uma paisagem fantasmagórica. Restos de carros alegóricos, carcaças expostas ao sol e à chuva, frutos da criatividade popular já despidos da efêmera magia usufruída durante o tempo cronometrado dos desfiles. Deles se desprende a melancolia que têm as coisas quando perdem sua função.

De modo que passa a ser natural que esse ventre de baleia de madeira e matéria plástica passe a abrigar um amor desesperado da cidade, sem um improvável final feliz.

A situação, em si, parece um tanto inverossímil, mas melhora quando nela pensamos como uma certa alegoria. Na aspereza de uma cidade cinza, o ventre da baleia de plástico pode ser até um espaço mais acolhedor, mais cálido, pelo menos.

continua após a publicidade

O filme procura também sua ambientação nas ruas da cidade, infla-se de certo conteúdo social e põe em cena tipos populares. O rapper Criolo, por exemplo, interpreta um traficante da Vila Madalena. A escola do bairro, aquela na qual se insere a baleia cenográfica, é a muito amada Pérola Negra. A diretora trabalha com a câmera ora nervosa, em tom documental, ora com a placidez de um comercial de produtos matinais. Tudo prepara para um grand finale, que não convém antecipar.

Tudo isso para dizer que o filme possui qualidades, mas, às vezes, hesita no rumo a tomar pela história. Oscila entre um naturalismo, às vezes, consciente e uma opção alegórica que também não se completa. Jesuíta, conhecido por trabalhos como Tatuagem e Praia do Futuro, é o ator que se conhece, carismático e sem ostentações interpretativas. Empresta verdade ao personagem, mesmo que este corra risco de naufrágio várias vezes ao longo do filme.

Em tempos bíblicos, nada mais adequado que recordar a história do profeta que, de acordo as Escrituras, ao desobedecer a Deus, foi punido pela tempestade que afundou seu barco e engolido “por um grande peixe”. Jonas, da diretora Lô Politi, do personagem da Bíblia, guarda apenas o nome, pelo menos em princípio. Vivido por Jesuíta Barbosa, Jonas é filho da empregada da casa e sua devoção é profana: está apaixonado pela filha da patroa, Branca (Laura Neiva).

O filme, em cartaz, tem um pouco do tom dos amores impossíveis, tanto pela diferença de classes como de temperamentos. Branca é rica, Jonas é pobre. Ele é tímido, ela, esperta e sedutora. Não fazem lá um par muito harmônico. E, no entanto, o amor, como se sabe, pode trilhar caminhos bem avessos à normalidade e ao bom senso.

reference

Desse modo, Jonas vai se decidir por um ato extremo ao sequestrar a garota. O cativeiro será no insólito ventre de uma baleia – na verdade, um carro alegórico de escola de samba estacionado num desses terrenos em volta do Sambódromo que acumulam os restos dos desfiles, depois de terminado o carnaval. Para quem passa por lá, compõem uma paisagem fantasmagórica. Restos de carros alegóricos, carcaças expostas ao sol e à chuva, frutos da criatividade popular já despidos da efêmera magia usufruída durante o tempo cronometrado dos desfiles. Deles se desprende a melancolia que têm as coisas quando perdem sua função.

De modo que passa a ser natural que esse ventre de baleia de madeira e matéria plástica passe a abrigar um amor desesperado da cidade, sem um improvável final feliz.

A situação, em si, parece um tanto inverossímil, mas melhora quando nela pensamos como uma certa alegoria. Na aspereza de uma cidade cinza, o ventre da baleia de plástico pode ser até um espaço mais acolhedor, mais cálido, pelo menos.

O filme procura também sua ambientação nas ruas da cidade, infla-se de certo conteúdo social e põe em cena tipos populares. O rapper Criolo, por exemplo, interpreta um traficante da Vila Madalena. A escola do bairro, aquela na qual se insere a baleia cenográfica, é a muito amada Pérola Negra. A diretora trabalha com a câmera ora nervosa, em tom documental, ora com a placidez de um comercial de produtos matinais. Tudo prepara para um grand finale, que não convém antecipar.

Tudo isso para dizer que o filme possui qualidades, mas, às vezes, hesita no rumo a tomar pela história. Oscila entre um naturalismo, às vezes, consciente e uma opção alegórica que também não se completa. Jesuíta, conhecido por trabalhos como Tatuagem e Praia do Futuro, é o ator que se conhece, carismático e sem ostentações interpretativas. Empresta verdade ao personagem, mesmo que este corra risco de naufrágio várias vezes ao longo do filme.

Em tempos bíblicos, nada mais adequado que recordar a história do profeta que, de acordo as Escrituras, ao desobedecer a Deus, foi punido pela tempestade que afundou seu barco e engolido “por um grande peixe”. Jonas, da diretora Lô Politi, do personagem da Bíblia, guarda apenas o nome, pelo menos em princípio. Vivido por Jesuíta Barbosa, Jonas é filho da empregada da casa e sua devoção é profana: está apaixonado pela filha da patroa, Branca (Laura Neiva).

O filme, em cartaz, tem um pouco do tom dos amores impossíveis, tanto pela diferença de classes como de temperamentos. Branca é rica, Jonas é pobre. Ele é tímido, ela, esperta e sedutora. Não fazem lá um par muito harmônico. E, no entanto, o amor, como se sabe, pode trilhar caminhos bem avessos à normalidade e ao bom senso.

reference

Desse modo, Jonas vai se decidir por um ato extremo ao sequestrar a garota. O cativeiro será no insólito ventre de uma baleia – na verdade, um carro alegórico de escola de samba estacionado num desses terrenos em volta do Sambódromo que acumulam os restos dos desfiles, depois de terminado o carnaval. Para quem passa por lá, compõem uma paisagem fantasmagórica. Restos de carros alegóricos, carcaças expostas ao sol e à chuva, frutos da criatividade popular já despidos da efêmera magia usufruída durante o tempo cronometrado dos desfiles. Deles se desprende a melancolia que têm as coisas quando perdem sua função.

De modo que passa a ser natural que esse ventre de baleia de madeira e matéria plástica passe a abrigar um amor desesperado da cidade, sem um improvável final feliz.

A situação, em si, parece um tanto inverossímil, mas melhora quando nela pensamos como uma certa alegoria. Na aspereza de uma cidade cinza, o ventre da baleia de plástico pode ser até um espaço mais acolhedor, mais cálido, pelo menos.

O filme procura também sua ambientação nas ruas da cidade, infla-se de certo conteúdo social e põe em cena tipos populares. O rapper Criolo, por exemplo, interpreta um traficante da Vila Madalena. A escola do bairro, aquela na qual se insere a baleia cenográfica, é a muito amada Pérola Negra. A diretora trabalha com a câmera ora nervosa, em tom documental, ora com a placidez de um comercial de produtos matinais. Tudo prepara para um grand finale, que não convém antecipar.

Tudo isso para dizer que o filme possui qualidades, mas, às vezes, hesita no rumo a tomar pela história. Oscila entre um naturalismo, às vezes, consciente e uma opção alegórica que também não se completa. Jesuíta, conhecido por trabalhos como Tatuagem e Praia do Futuro, é o ator que se conhece, carismático e sem ostentações interpretativas. Empresta verdade ao personagem, mesmo que este corra risco de naufrágio várias vezes ao longo do filme.

Em tempos bíblicos, nada mais adequado que recordar a história do profeta que, de acordo as Escrituras, ao desobedecer a Deus, foi punido pela tempestade que afundou seu barco e engolido “por um grande peixe”. Jonas, da diretora Lô Politi, do personagem da Bíblia, guarda apenas o nome, pelo menos em princípio. Vivido por Jesuíta Barbosa, Jonas é filho da empregada da casa e sua devoção é profana: está apaixonado pela filha da patroa, Branca (Laura Neiva).

O filme, em cartaz, tem um pouco do tom dos amores impossíveis, tanto pela diferença de classes como de temperamentos. Branca é rica, Jonas é pobre. Ele é tímido, ela, esperta e sedutora. Não fazem lá um par muito harmônico. E, no entanto, o amor, como se sabe, pode trilhar caminhos bem avessos à normalidade e ao bom senso.

reference

Desse modo, Jonas vai se decidir por um ato extremo ao sequestrar a garota. O cativeiro será no insólito ventre de uma baleia – na verdade, um carro alegórico de escola de samba estacionado num desses terrenos em volta do Sambódromo que acumulam os restos dos desfiles, depois de terminado o carnaval. Para quem passa por lá, compõem uma paisagem fantasmagórica. Restos de carros alegóricos, carcaças expostas ao sol e à chuva, frutos da criatividade popular já despidos da efêmera magia usufruída durante o tempo cronometrado dos desfiles. Deles se desprende a melancolia que têm as coisas quando perdem sua função.

De modo que passa a ser natural que esse ventre de baleia de madeira e matéria plástica passe a abrigar um amor desesperado da cidade, sem um improvável final feliz.

A situação, em si, parece um tanto inverossímil, mas melhora quando nela pensamos como uma certa alegoria. Na aspereza de uma cidade cinza, o ventre da baleia de plástico pode ser até um espaço mais acolhedor, mais cálido, pelo menos.

O filme procura também sua ambientação nas ruas da cidade, infla-se de certo conteúdo social e põe em cena tipos populares. O rapper Criolo, por exemplo, interpreta um traficante da Vila Madalena. A escola do bairro, aquela na qual se insere a baleia cenográfica, é a muito amada Pérola Negra. A diretora trabalha com a câmera ora nervosa, em tom documental, ora com a placidez de um comercial de produtos matinais. Tudo prepara para um grand finale, que não convém antecipar.

Tudo isso para dizer que o filme possui qualidades, mas, às vezes, hesita no rumo a tomar pela história. Oscila entre um naturalismo, às vezes, consciente e uma opção alegórica que também não se completa. Jesuíta, conhecido por trabalhos como Tatuagem e Praia do Futuro, é o ator que se conhece, carismático e sem ostentações interpretativas. Empresta verdade ao personagem, mesmo que este corra risco de naufrágio várias vezes ao longo do filme.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.